História Because Of You - Capítulo Vinte e Sete - Night Changes

  Chapter Twenty-Seven -

Eu respirei fundo, sentindo o nervosismo me atacar. É hoje. Hoje é o dia do meu encontro com Jimin hyung; eu mal abri meus olhos e já estou uma pilha de nervos! Olhei ao meu redor, e senti o quarto rodar. Eu não tenho ideia do que fazer! Taehyung me ajudou a planejar tudo, porém ainda sim eu estou me sentindo nervoso. E se eu acabar estragando tudo? O Jimin pode nunca mais gostar de mim novamente! 

Okay eu estou sendo exagerado, tudo vai ficar bem. 

Me levantei, e respirei fundo indo em direção o meu quarda roupa. Taehyung me ajudou a escolher uma roupa para o encontro esta noite, e eu queria ter certeza de que tudo estivesse perfeito! Conferi o terno elegante, dentro da capa, e sorri ao ver que tudo estava bem. Eu virei o meu corpo, e andei para fora do quarto, tendo como destino a cozinha. Encontrei minha mãe detrás do balcão, concentrada em terminar o café da manhã. Andei até o balcão, e deixei um beijo na sua bochecha. Ela olhou pra mim, e abriu um sorriso carinhoso, beijando meu rosto. 

Minha mãe aceitou minha “relação” com Jimin, melhor do que eu algum dia esperaria, era como se ela estivesse apenas esperando “isso” acontecer. 

Bom, eu e Jimin íamos bem, eu acho. Nossa relação não mudou muito, o que me fez extremamente aliviado, porque eu odiaria perder a bela amizade que eu e Jimin hyung construímos, com tanto esforço. Acho que isso nos torna amigos que às vezes, se beijam, e passam horas a fio, abraçados no sofá. 

Eu amava passar meu tempo ao lado do Jimin-hyung, em vários sentidos. Desde o calor do seu corpo sob o meu, a suas manias fofas e os olhinhos pequenos; tudo me transformava em um cara clichê e um romântico incurável. Mas, não é como se eu me importasse de qualquer maneira. 

“Que sorriso bobo é esse?” minha mãe perguntou divertida, enquanto eu sorria torto. “Tá pensando nele?” minha mãe arqueou uma sobrancelha, e eu sorri arteiro. Será que era tão evidente assim que eu estava pensando no Jiminnie hyung, ou minha mãe simplesmente me conhece bem demais?

“Talvez,” eu ri baixinho de seu olhar cético. “Nós vamos sair hoje,” mordi meu lábio inferior nervoso. “Mãe, é meu primeiro encontro!” a mulher riu de minha expressão, e alisou os meus ombros, tentando diminuir meu nervosismo. Aquilo não estava ajudando muito. Meu nervosismo ia e via, e não passava das nove da manhã ainda! Suspirei, cerrando meus olhos.

“Só tente relaxar, tudo bem? Não foque muito no encontro em si, mas sim na presença do Jimin, e em se divertir!” ela me orientou, e olhei para ela esperançoso. “Eu tenho certeza que será uma noite perfeita, Jungkook.”
Só me resta esperar que sim.

Depois do café da manhã, minha mãe resolveu sair para passar o dia com a minha tia, do outro lado da cidade. Eu subi para o meu quarto, com a intenção de me distrair até a hora do encontro. Mas os minutos se arrastavam, e com ele minha sanidade se esvaia. Eu encarava a parede branca e sem graça do meu quarto, com um grande misto de sensações em meu peito. Ora eu estava nervoso, e ora não. Minha ansiedade crescia a cada minuto, e o tédio por estar sozinho em casa em pleno final de semana, me fazia ter a leve sensação de querer me jogar da janela do quarto. 

“Huff” bufei, rolando na cama. Encarei a tela do meu celular, e choraminguei ao ver que horas eram. “Vou dormir, assim o tempo passa mais rápido.”

[...]

“Ahh,” bocejei, me espreguiçando. Me sentei na cama, e lambi meus lábios. Cocei meus olhos, e encarei meu celular vibrando no colchão da cama. Estiquei meu braço de maneira preguiçosa, e segurei meu celular. E foi quando eu percebi. “EU ESTOU ATRASADO!” Já passava das oito horas da noite, e quem estava me ligando era Jimin! Como eu dormi tanto assim?

Entrei em um debate entre atender o telefone, ou correr até o banheiro. Jimin devia estar preocupado, eu combinei ir buscá-lo às sete e meia! É melhor eu atender.

“Ah, olá hyung?” minha voz estava rouca, e soava totalmente cara de pau.

“Jungkook! Onde você está?” sua voz parecia tão preocupada, e eu senti vontade de me bater.

“Me desculpe, eu tive us, ham, imprevistos?” minha explicação parecia mais uma pergunta, de tão incerto que eu estava.

“Está tudo bem?” mais uma vez, aquele tom preocupado.

“Sim! Sim, não se preocupe! Eu chego ai em um segundo, tudo bem?” me levantei, e corri até o banheiro, me despindo. 

“Okay, até daqui a pouco!” a voz meiga de Jimin ecoou por meu banheiro.

“Até, mochi!” respondi, até de desligar o telefone, e entrar no chuveiro. Aquele foi provavelmente o banho mais rápido que eu já tomei na vida, mas eu pouco me importava agora! Se eu me apressasse eu e Jimin não iríamos perder nossa reserva no restaurante, que Tae me ajudou a escolher. Eu iria levar Jimin a uma caminhada romântica antes de levar ele para o restaurante, mas agora não temos tempo para isso. Vesti o terno com rapidez, calcei meus sapatos e corri até a porta de casa.

Encontrei Taehyung babando no banco da frente, do carro de seus pais. Bati no vidro do carro e gritei seu nome. O Kim acordou com um pulo, e arregalou os olhos quando me viu.

“Jungkook!” ele gritou. “Porque você demorou tanto? Não vai dar tempo ‘pra te levar ‘pro parque!” abri a porta do carro, e apertei meu cinto de segurança.

“Eu acabei dormindo, esquece do parque! Vamos direto para o restaurante!” falei alto, apontando para rua. Ele assentiu em um suspiro, e acelerou o carro. Os minutos passavam, um mais torturante que o outro. Eu estava prestes a arrancar meus cabelos, quando o carro finalmente estacionou em frente ao apartamento do Jimin. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Park, avisando que já estava o esperando.

Olhei para Tae, com meu lábio inferior preso entre meus dentes. 

“Relaxa, tudo vai dar certo!” ele balançou meus ombros. “Vem cá, deixa eu te arrumar direito,” Taehyung se aproximou, e passou as mãos em meus cabelos. Alinhou minha gravata e terno. No final, ele abriu um sorriso, e eu o agradeci. “Olha quem está vindo!” Tae anunciou, e olhou para a minha janela. 

Virei minha cabeça, e sorri ao ver Jimin deixar a portaria do prédio, e caminhar até o carro. Ele estava magnífico!

“Oh, Jimin parecendo um lanchinho!*” Taehyung zombou, com um sorrisinho. Dei um tapa em seu braço, e olhei para Jimin de maneira significativa. 

“Cala boca, Taehyung! Agora pisa no acelerador, porque já estamos em cima da hora,” Kim fez uma careta, quando me ouviu, mas acelerou mesmo assim. Olhei para onde Jimin estava sentando, e fui premiado por um sorriso encantador. Passei minha mão para trás, e Jimin a segurou prontamente. 

“Ah, não! Por favor, esperem até chegarmos lá!” Taehyung fez careta, provocando risos em mim e Jimin. 

"Okay, senhor tocha humana,” disse aos risos. Taehyung me olhou com os olhos transbordando fogo.

“Você me respeita moleque! Mal começou a namorar, e já tá todo abusado!” Kim socou meu ombro, e eu já estava gargalhando. “Preciso te lembrar que sou eu que estou dirigindo o carro, que está te levando para o seu encontro?” 

“Okay, okay!” disse secando minhas lágrimas inexistentes. 

“Eu vou te chutar, Jeon Jungkook!”

Depois de muitas risadas, e comentários debochados, Tae finalmente nos disse que estávamos chegamos.

“Pronto, entregues!” Tae anunciou, assim que paramos em frente do restaurante elegante. “Agora, sejam cuidadosos, crianças! Não aprontem, e não façam nada que eu não faria!”

Eu saí do carro ignorando Kim Taehyung, e abrindo a porta para Jimin. Ele saiu com o rosto meio ruborizado e segurou minha mão; abri um sorrisinho. Caminhamos até a entrada do restaurante com aura elegante e sotifiscada; graças aos céus não perdemos nossa reserva. Tudo estava indo bem!

“Kook, isso é incrível!” Jimin sorriu encantador, e só aquele sorriso valeu todo o sacrifício que eu e Tae tivemos. “Não precisava de tudo isso!”

Eu neguei com a cabeça.

“É claro que precisava! Eu só quero que nosso primeiro encontro seja especial,” olhei diretamente em seus olhos. Era tão lindo ver o quanto eles brilhavam! “Essa noite vai ser perfeita!”

“Mas,-”

"Senhores, gostariam de fazer o seu pedido?” Jimin foi interrompido por um garçom alto, e de cabelos grisalhos. Olhei para ele, como se perguntasse se tudo estava bem. Ele apenas abriu um sorriso discreto, e moveu a cabeça levemente.

“Ahn, eu-” fiz menção de falar, quando outro garçom passou por nós. Ele esbarrou no garçom que nos atendia, e consequentemente, derrubou a grande travessa de sopa de camarão, no meu colo. Tudo o que eu pude pensar foi, PUTA MERDA ISSO ESTÁ QUENTE!

Olhei na direção de Jimin, meus olhos estavam prestes a saltar. Ele se levantou de imediato, e veio ver se eu estava bem.

“Me perdoe, me perdoe!” o garçom mais novo se agachou, e tentou limpar a sopa que caiu nas minhas calças.

Olhei para ele como Taehyung me olhou antes, cheio de ódio. O cara travou, e se afastou temeroso aos poucos, esbarrando novamente, em outro garçom mais gordo. Os dois dançaram, perdendo o equilíbrio, e o que eu já temia aconteceu: o gordinho derrubou o champanhe que ele carregava, sob meu ombro e peito. Tudo está apenas melhorando! Jimin já tinha uma cara horroriza, e tratou de me levantar da cadeira, como se temesse que outro garçom passasse por perto e derrubasse qualquer outra coisa em mim. 

“Vamos ‘pro banheiro!” 

Segui o mais velho devagar, gemendo de dor toda vez que a sopa escorria por minhas pernas. Foi uma tortura! Quando finalmente chegamos no banheiro - que estava felizmente vazio, Jimin me trouxe para perto da pia e ligou a torneira. Eu choraminguei de dor. Aquela sopa deve ter me queimado todo! Jimin se ajoelhou e esfregou o papel higiênico molhado na minha calça. Fechei meus olhos, e xinguei aquele garçom de palavras que minha mãe e Jin-hyung provavelmente me deixariam de castigo por anos, se chegassem a ouvir. Olhei para Jimin tão próximo das minhas pernas, e senti quando minhas bochechas ruborizaram de vergonha. 

“Ah, acho que eu já estou melhor, hyung!” gaguejei, puxando Jimin pelos ombros, o afastando de lá embaixo. 
“Tem certeza? Nós podemos voltar ‘pra casa, e assistir alguns filmes!” Jimin sugeriu sereno, abraçando meu pescoço. Suspirei, e o abracei rapidamente, não querendo molhar seu terno. 

“Tenho! A noite ainda não acabou!” disse determinado. Beijei seus lábios brevemente, e agarrei sua mão, o trazendo para fora do banheiro. 

Andamos de volta para nossa mesa, que agora estava livre de garçons. Puxei a cadeira para Jimin sentar, provocando um sorrisinho em si. Me sentei, e o ofereci um sorrisinho torto.

“Você está incrivelmente gato nesse terno, senhor Park,” elogiei o mais velho, forçando uma voz mais grossa e divertida, enquanto arqueava uma sobrancelha. Ele riu, levando sua mãozinha para perto da boca.

“Ora, que gentileza sua, senhor Jeon! O senhor também não se está de jogar fora!”

Abri a boca em descrença.

“Mas é claro que sim! Com todo o respeito, senhor Park, eu me considero um pedaço de mal caminho!” me defendi, batendo na mesa.

A gargalhada de Jimin era o melhor som que eu já ouvi. Espera aí, o que é isso? Franzi meu cenho, ao ouvir vozes a distância, estranhamente familiares.

“Não hyungs, vocês não estão entendendo! Vocês não podem entrar aí!” aquela voz era a voz de Kim Taehyung!

"Taehyung, sai da minha frente, antes que eu acabe com as sua chances de ter filhos algum dia!” aquele com toda certeza era Yoongi-hyung!

Olhei para Jimin com os olhos arregalado, e virei meu rosto, me deparando com quem eu menos queria ver no momento.

Meus hyungs.

"Jungkook?” as vozes de Yoongi, Hoseok, Namjoon e Jin hyung saíram em uníssono.

“Me desculpe, eu juro que tentei impedi-los!” Taehyung disparou, me olhando de olhos arregalados. 

“Jimin? Porque Jimin e Jungkook estão jantando aqui sozinhos?” Hoseok fez cara de desentendido, fazendo Yoongi hyung revirar os olhos.

“E você ainda pergunta? Eles estão aqui em um encontro, Hoseok!” J-hope hyung abriu a boca em descrença, e eu fechei meus olhos, batendo minha mão na minha testa, incrédulo com o rumo que essa noite está tomando. 

“Não acredito que vocês estão namorando escondido, e nem nos contaram!” Hoseok falou alto chamando atenção de outras pessoas no restaurante. 

Estou sentindo que teria sido melhor eu ter apenas dormido a noite inteira. Eu teria me poupado de uma noite como essa!

Eu quero chorar.

[...]

No fim, eu, Jimin hyung, Taehyung e meus outros hyungs fomos expulsos do restaurante por disturbar a paz alheia, depois que Hoseok começou um argumento completo sobre o quão magoado estava por não termos dividido nosso “namoro” com o grupo. Segundo ele, nós éramos irmãos e devíamos compartilhar coisas como essas uns com os outros. 

Hoje tinha tudo pra dar certo, mas terminou com eu e Jimin caminhando para casa, já que o pai do Tae achou que o carro dele tinha sido roubado, e mandou uma busca geral pela cidade. O carro foi apreendido e o Tae foi quase preso. Claro que eu ri muito disso.

Sem mencionar a eterna vergonha que eu passei naquele lugar. Nunca mais eu chego perto daquele restaurante!
Quando a noite romântica que eu tinha planejado, subitamente mudou? Ah, foi quando eu dormi e perdi a hora. Mais uma vez, acho que teria sido melhor eu ter simplesmente dormido o resto da noite.

“Hey, não fica com essa cara!” Jimin chamou minha atenção, enquanto apertou minha mão contra a sua. 

“Como não ficar? Eu tinha a noite toda planejada!” eu disse irritado. “Ia ser romântico, e inesquecível!”

“Eu tenho certeza que essa noite será inesquecível,” Jimin comentou baixinho, segurando o riso.

“Mas, não da maneira que eu queria,” olhei para baixo, e chutei uma pedrinha que jazia na rua.

“Kookie, nem sempre as coisas vão sair do jeito que nós queremos,” Jimin deitou a cabeça no meu ombro. “Só tente ver pelo lado bom!”

“Desde quando você é tão positivo?” questionei com um sorrisinho.

“Desde que você me ensinou a ser,” Jimin beijou minha bochecha. “E não importa quantas     vezes a nossa noite mude, ela nunca irá mudar eu e você!” 

Eu e Jimin paramos de andar, e eu olhei nos seus olhos brilhantes. Jimin se tornou uma pessoa tão maravilhosa, ele é uma pessoa tão maravilhosa. Tudo que eu posso fazer é me apaixonar de novo, e de novo. 

“Eu já te disse que te adoro, hoje?” perguntei, enquanto trazia seu corpo mais perto do meu, e descansava minha cabeça em seu ombro.

“Acredito que não, senhor Jeon, tudo que me foi dito, é como eu estou gato neste terno,” eu ri e deixei um beijinho no seu pescoço.

“Bom, eu te adoro, mochi,” selei nossos lábios, de forma carinhosa.

“Eu também te adoro, kookie,” Jimin sussurrou, e afagou meu rosto. 

“Nós podíamos tentar ter um segundo primeiro encontro!” beijei suas bochechas, apertando seu corpo. 

“Eu adoraria, senhor Jeon,” Jimin beijou meu nariz. “Mas, assim, vai demorar muito ‘para você me beijar direito?” Park perguntou, fazendo um bico. 

Eu caí na risada, jogando minha cabeça para trás. 

“Não, mochi,” disse ainda rindo, antes de selar nossos lábios com fervor. 

Beijar Jimin sempre era uma maravilha. Sentir sua boca quentinha contra a minha, me explorando era minha atividade preferida há tempos. Mordi seu lábio inferior, fazendo Jimin soltar um pequeno arfar. Ele afagou minhas costas, e eu o puxei para mais perto de mim. Nossos peitos se choraram, e eu abri um sorriso sacana.

“Moço, você beija muito bem,” comentei, fazendo Jimin rir, envergonhado. 

“Então porque qual motivo razão e circunstância, você parou de beijar esse moço?” 

Ah, Jimin, você me enlouquece.

Isso te deixa louco às vezes?

O quão rápido a noite muda

Tudo o que você sempre sonhou

Desaparecendo quando você acorda

Mas não há nada a temer

Mesmo quando a noite muda

Ela nunca mudará eu e você

- Night Changes , One Direction