História Before I Go - O Sonho

Você acredita em fadas com asas brilhantes e varinhas mágicas? Ou em gênios presos em lâmpadas, esperando por um humano que a esfregue para ser livre e realizar três desejos? Eu não acreditava. Mas, mesmo sem acreditar, todos nós já desejamos algumas coisas malucas que, pela imaginação de algumas pessoas, seres mágicos como fadas e gênios dentro de lâmpadas seriam capazes de realizar. Como por exemplo: repetir algum dia de seu passado.

Em algum momento da sua vida, você já deve ter desejado repetir algum dia passado seu. Todos já devem ter desejo algo assim. Não o julgo, também já desejei reviver algum dia para mudar meu destino e as consequências dos meus atos sobre aquele dia específico. Mas eu nunca pensei que, um desejo tão aleatório e um tanto infantil como esse, fosse se realizar a essa altura da minha vida. E não foi do jeito que eu imaginava.

12 de fevereiro. 06:50 AM

Deidara colocou a mão sobre seu peito, tentando controlar sua respiração, estava aterrorizado com o pesadelo que teve, olhou em volta, respirando aliviado por estar em seu quarto, com Not Thinking Of You tocando em seu celular. Fechou os olhos e passou as mãos por seu rosto, e de seu rosto para seus cabelos soltos, os colocando para frente em cima de seu ombro. Ouviu uma notificação surgir em seu celular, o encarou.

-Dei, já esta vinte minutos atrasado! Levanta, filho! - Ouviu a voz de sua mãe gritar, encarou sua porta confuso. Atrasado? Em pleno sábado? Estava atrasado para que?

Esticou seu braço em direção ao celular, o retirando do carregador, mordeu seu lábio inferior ao lado de seu piercing de prata e tombou sua cabeça para o lado ao ler sua notificação.

Sexta-Feira, doze de fevereiro. Feliz dia do cupido, gato!

Desligou seu despertador e abaixou seu celular lentamente, seu celular estava com o calendário errado? Bloqueou a tela de seu celular, e esfregou seus olhos com leve força, mas ainda estava em seu quarto quando os abriu. Será que ele estava tento algum tipo de sonho enquanto estava em coma pelo acidente? Ele olhou para sua cama, lentamente pegou um origami amarelo de pássaro em cima de sua coberta azul, o que estava acontecendo? Ele se deitou levemente na cama, mordendo a unha preta de seu dedo indicador, ouviu pequenos passos apressados pelo corredor. Logo, sentiu sua cama afundar levemente ao seu lado.

-Dei, gostou do passarinho que eu fiz? - Ouviu uma voz feminina e animada perguntar, aquela pergunta de novo? Ele encarou Ino sentada se joelhos em sua cama, com seu pijama branco e seu urso pardo de pelúcia nas mãos. Exatamente como ontem de manhã. - A mamãe mandou você levantar. - Ela disse, colocando sua pequena franja atrás da orelha.

-É sábado. - Deidara disse confuso, Ino deu uma gargalhada, pulando para fora da cama e correndo até a porta.

-Mãe, o Dei não quer ir! - A garota gritou pelo corredor.

-Deidara, não me faça subir aí! - Sua mãe retrucou, Deidara se sentou em sua cama, sentindo sua respiração falhar um pouco, levantou e foi até seu banheiro.

Fechou a porta e molhou seu rosto, era mesmo sexta-feira? De novo? Ele se encarou no espelho, o que será que aconteceu ontem? Talvez ele tenha ficado bêbado e o acidente que viu pode ter sido uma ilusão pelo álcool, mas ele não se lembrava de ter bebido algo alcoólico naquela festa. O que aconteceu com os meninos? Será que tiveram um delírio coletivo com o acidente ou foi só ele? Desligou a torneira e respirou fundo, ele não estava mesmo preparado para sair daquele banheiro. Se assustou ao ouvir duas batidas altas na porta, ele murmurou “Que?” irritado, claramente era sua mãe, pronta para lhe encher a paciência.

-E aí, gostoso! - Ouviu a voz de Hidan gritar, ele suspirou aliviado e sorriu ao ouvir a voz do amigo, correu para abrir a porta. - O que você tá fazendo? - Perguntou o albino, Deidara arregalou seus olhos, Hidan estava vestido exatamente como em seu sonho, até mesmo seu celular e o copo de café estavam em suas mãos. Deidara piscou algumas vezes.

-Desculpa, eu tive um pesadelo, tô acordando ainda. - Ele suspirou e colocou suas mãos em sua cintura e encarou Hidan. - O que aconteceu ontem?

Hidan encarou Deidara confuso por três segundos, mas logo pareceu se lembrar de algo, pois fechou os olhos com força em arrependimento. - Foi mal, amigo, fiquei falando com o Kakuzu até umas três da manhã. - Ele deu uma pequena risada no final da frase. - E falando nisso, - Seu tom mudou para malicia. - está ansioso pra hoje a noite?

Deidara encarou Hidan, tombando sua cabeça lentamente para o lado. - O que?

Hidan o encarou do mesmo jeito. - Você e o Obito. - Levantou suas sobrancelhas. - A cama quentinha. - Deidara sentiu seu estômago dar um nó e uma enorme vontade de vomitar, ele estava revivendo seu sonho? 

-Eu vou tomar banho. - Disse se virando, mas uma mão segurou seu pulso.

-Não, estamos atrasados, vem! É dia do cupido! - O platinado puxou o loiro para fora do banheiro. - Eu já separei uma roupa pra você, se veste que eu vou estar lá em baixo com o Itachi e o Zetsu no carro. - E assim o albino saiu do quarto, deixando um loiro com a respiração pesada para trás.

Deidara fechou seus olhos, enquanto passava as mãos por seus cabelos, aquilo estava mesmo acontecendo? Seu sonho foi uma visão do futuro ou era só pura consciência? Respirou fundo e foi até sua cama, se atrasasse mais, sentia que Hidan jogaria um tijolo em cima de si por faltarem o dia mais esperado do ano pelo albino, mas assim que viu a roupa separada para si, quis se deitar na cama e se cobrir por inteiro com seu cobertor. Era exatamente a roupa que usava em seu sonho, até mesmo seu All Star vermelho estava ali, preparado para uso. Ele iria mesmo reviver tudo aquilo?

Apenas respirou fundo e se vestiu, exatamente como em seu sonho, e foi até o carro de Hidan, com suas mãos um pouco molhadas e sua cabeça começando a doer. Assim que entrou no carro, a conversa entre Hidan e Zetsu foi cessada e o albino começou a dirigir em direção a escola.

Era mesmo seu sonho, Itachi tinha reclamado por estar solteiro no dia do cupido, enquanto Zetsu dava tapas na cabeça de Hidan, ameaçando que se ele trancasse a porta quando ele fosse entrar na próxima vez, ele mesmo ofereceria Hidan para seu Deus, Jashin, este que apenas mostrou a língua para o esverdeado, como uma criança.

Deidara permanecia em silêncio durante o caminho, com sua cabeça apoiada na janela, ainda tentando entender se aquilo era real ou apenas um sonho. Logo, Hidan já puxada Deidara, pedindo para que ele desencostasse da janela, o loiro suspirou e se apoiou no apoio do banco.

-Ah, eu tenho um presente. - Ouviu Zetsu dizer, logo sua mão estava apoiada no banco de Deidara, com uma camisinha entre os dedos. - Sem proteção, sem relação. - O loiro pegou a camisinha e a encarou.

-É pra colocar nele, caso você não saiba. - Hidan disse olhando para o loiro, mas este já olhava para a paisagem.

Deidara seguiu o caminho observando Itachi e Zetsu dançarem e cantarem 7 rings, enquanto Hidan apenas ria dos jovens de trás e cantava algumas partes. Deidara sentia um peso em seu coração, estavam tão alegres, eles realmente não sabiam que este seria o último dia deles, então por que só Deidara sabia? Por que só ele estava revivendo aquilo? Ou talvez não. Talvez alguém na escola também estivesse passando por essa situação. Com esse pensamento, foi o primeiro a sair do carro assim que Hidan estacionou, não esperou pelos amigos, saiu em direção a sua sala de aula em passos apressados. Abriu a porta com força, um tanto ofegante, todos já estavam sentados e seu professor já realizava a chamada de presença.

-Atrasado, Deidara Yamanaka. - O professor ainda olhava para sua folha em cima da mesa.

Ele passou os olhos pela sala, os parou em cima de Sasori, este que sorriu mínimo e acenou brevemente com a mão, Deidara, desta vez, apenas fechou a porta e se dirigiu rapidamente em direção a sua cadeira. Será que Sasori também estava vivendo este dia repedido? Pensou em perguntar para o ruivo, antes de ver a porta se abrir e três garotas aparecerem, ambas com uma cesta de rosas nas mãos.

-Ah, sim, feliz dia do cupido, pessoal. - Disse o professor, permitindo a entrada das jovens, que logo distribuíram as rosas para seus donos.

Feliz dia do cupido! Com amor: Obito! PS: está feliz agora?

Ele leu o bilhete assim que uma das garotas colocou a rosa em sua mesa. - Ah, gente, a Konan não ganhou nenhuma rosa! - Karin gritou, logo as risadas surgiram, pelo visto, Karin não estava revivendo aquele dia.

Konan também parecia não saber, pois fez o mesmo comentário de antes, após dar o dedo do meio para Karin, Deidara colocou a mão sobre a testa, vendo a garota parar a sua frente de novo, com a rosa branca em suas mãos.

-Ela é tão linda. - Comentou a garota, colocando a rosa em cima da mesa de Deidara, que não tirava os olhos da garota, ele olhou em volta, a sala inteira parecia não saber o que estava acontecendo, estavam conversando, rindo e cheirando suas rosas. O loiro já estava começando a ficar sem fôlego.

Ele passou o resto da aula pensativo e com seu estômago embrulhado, foi o primeiro a sair de sala ao soar o sinal para o intervalo. Caminhou rápido até seu armário, guardando lá sua mochila e as rosas que ganhara, deixando em cima de sua mesa a rosa branca que ganhara por último. Encostou suas costas no armário azul, vendo Sasori correr em sua direção.

-Dei, esqueceu essa daqui. - Ele entregou a rosa branca para Deidara, este que apenas encarava a rosa.

-Não, eu não esqueci. - O loiro começou a andar em direção ao refeitório, com um Sasori um tanto confuso ao seu lado, pelo visto, também era um dia normal para o ruivo, o que só vez o estômago de Deidara embrulhar mais.

-Como assim? - Perguntou entre uma risada nasal. - Quanto mais rosas, mais popular você é, não é assim? - Disse, girando a rosa em suas mãos.

-Entendi, valeu pela dica. - Deidara apressou seus passos, uma vez que viu Sasori parar de andar, de novo.

-Eu nem disse que essa rosa era minha. - Deidara se virou para o ruivo, que perdeu seu brilho alegre e costumeiro em seus olhos castanho.

-Mas foi você que mandou, não é? - O ruivo abaixou seu olhar, ainda girando a flor em suas mãos.

Após gaguejar um pouco, ele suspirou. - Olha só, a minha mãe não-

-Não ta na cidade e você vai dar uma festa. - Deidara completou, indiferente com o olhar confuso e surpreso que recebeu do ruivo.

-É. - O loiro respirou fundo. - Você vai querer ir?

-Eu tenho que ir. - Se virou em direção ao refeitório, ignorando algumas perguntas de Sasori.

Deidara não estava prestando atenção no que acontecia a sua volta, indiferente com a notícia de Zetsu sobre o término de relacionamento de Konan, indiferente com os poucos toques que sentiu de Obito, e indiferente as provocações de Hidan sobre Nagato, ele passou o resto das aulas assim, não ligando para o que acontecia a sua volta. Agora, na casa de Hidan, com Itachi e Zetsu se vestindo para a festa, não estava diferente. Sentado na cama, mordia a unha de seu polegar, balançando seu pé, incomodado e as vezes no ritmo da música que Itachi havia colocado, Hidan pulou em cima da cama e parou ao lado do loiro, já vestido para a festa.

-Está ansioso? - Disse puxando uma uva do garfo em suas mãos, Deidara apenas encostou suas costas no batente da cama, vendo Itachi sair do banheiro.

-Como eu to? - Perguntou, exatamente com no sonho do loiro, com a diferença de que a jaqueta ainda estava amarrada em sua cintura. - Eu não quero que pareça que eu me arrumei demais.

-Tá gato. - Hidan disse, colocando uma mão na cintura do amigo, após pegar outra uva com o garfo, apoiou sua cabeça no ombro do loiro.

Deidara suspirou. - Que dia esquisito. - Hidan levantou sua cabeça e olhou para Deidara, murmurando “Como assim?” enquanto mastigava a uva. - Tá tudo estranho, parece que eu tô sonhando sobre ontem, tipo... ou ontem foi um sonho? - Ele olhou para o lado, ouvindo uma pequena risada de Hidan.

Hidan pegou um travesseiro e jogou em cima do rosto do loiro. - Você ta acordado! - Gritou, vendo o loiro pegar o mesmo travesseiro e jogar em seu rosto, quase esbarrando em seu cabelo. - Não faz isso! - Gritou, passando a mão por seus cabelos com gel, ouvindo “Desculpas” em meio a algumas risadas de Deidara.

Assim que Zetsu afirmou já estar pronto, o quarteto partiu para a festa, o céu já ameaçava a grande chuva, Deidara amava o tom cinza do céu antes de uma chuva, mas agora, estava lhe causando pavor e dor de cabeça. Sendo puxado por Hidan, o loiro observava aqueles jovens já um pouco embriagados pelo álcool dançando, sorriu ao ver Hidan o puxando para dançar, passando os braços em volta de sua cintura, Deidara começou a dançar junto a Hidan, vendo Zetsu empurrar Itachi em direção ao mesmo jovem musculoso de pele azul do sonho. Por um momento, o medo que Deidara sentia foi esquecido por aquele momento.

-Eu vou procurar o Kakuzu, tá bom? - Porém, seu medo voltou a tona ao ouvir aquela frase de Hidan, logo vendo o albino sair em busca do amante.

Deidara estava sozinho de novo, sentia seu estômago dar um nó e a vontade de vomitar lhe preencher mais uma vez. Ele virou para trás, vendo Sasori acenar sorridente para ele, respirou fundo e saiu andando pela casa, precisava fala com alguém sobre aquilo, estava começando a enlouquecer. Preso em pensamentos, Deidara foi dedito por algo esbarrar em si e logo molhar sua blusa preta.

-Ah, foi mal. - Levantou seu olhar e viu Obito com o rosto um pouco vermelho. Perfeito. - Deixa eu limpar. - Antes que o mais velho começasse a lamber o pescoço do loiro, Deidara segurou seu rosto.

-Obito, eu preciso falar com você. - O loiro foi ignorado por Obito, que tentou novamente ir em direção ao pescoço do namorado. - Eu não to bem. - Deidara empurrou novamente a cabeça de Obito, que lhe encarou confuso.

-Mas hoje era pra ser a nossa noite. - Disse, abraçando a cintura do mais novo, mas Deidara afastou seus braços rapidamente.

-Obito, eu não to bem, eu to... - Respirou fundo, reprimindo a vontade de vomitar ali mesmo. - Surtando. - Completou, em busca de ar. Obito revirou seus olhos.

-Toda vez isso. - Obito resmungou em um suspiro, se afastando de Deidara. - Ta bom, Deidara, já entendi. - Ele retirou seu boné, ajeitando seus curtos cabelos negros, ao olhar confuso e assustado de Deidara. - Deixa eu só me encher um pouco, cinco minutos, ta bom? - E saiu colocando seu boné para trás, mas Deidara não conseguiria esperar.

Sentindo a falta de ar aumentar cada vez mais, ele voltou a andar pela casa em passos apressados, olhou para o lado, vendo Zetsu sentado em um sofá de couro marrom, virando toda a bebida de dentro de seu copo, um pouco afastado, Hidan tinha seus braços em volta do pescoço de Kakuzu enquanto beijava-o, o moreno, por sua vez, tinha suas mãos despejadas sobre as nádegas do albino, apertando com força o local. Deidara continuou a andar, em busca de um lugar vazio.

Virando o corredor, o loiro deu de cara com uma porta marrom fechada, nela estava colado um papel, alertando para não entrar, Deidara se aproximou e abriu a porta, dando de cara com um mural de fotos desorganizado pendurado da parede preta. Entre uma variação de fotos de campos floridos com gramas verdes e saudáveis e fotos de um pequeno garoto ruivo de olhos azuis claros, no meio dessas, havia uma foto com uma grande escrita “Become Who You Are” em preto. Deidara encarava aquelas lindas fotos fascinado, aquilo acalmou seu medo e conseguiu controlar sua respiração.

-O bilhete diz para não entrar. - Deidara tremeu ao ouviu uma voz, logo se virando rapidamente, vendo Sasori o olhar com um semblante sério. - O que está fazendo aqui?

-Ah, desculpa, eu tava procurando o banheiro. - Deidara gaguejou, vendo o rosto de Sasori suavizar um pouco, mudando para uma expressão confusa.

-Nossa, - O ruivo piscou algumas vezes. - eu tive um déjà vu com você no meu quarto. - Soltou um riso nasal no final da frase.

Deidara também soltou um riso nasal. - E eu que to tendo déjà vu o dia inteiro. - Mas logo seu sorriso sumiu, dando lugar ao medo de volta, ele engoliu seco, sentindo uma gota escorrer por sua testa. Sasori percebeu seu nervosismo.

-Você tá bem? - Deu um passo para frente, com uma semblante preocupado na face, Deidara sentiu suas mãos molharem e seu estômago refazer o nó, engoliu seco novamente.

- Tô. - Precisava falar com alguém, mas Deidara não faria com alguém que não tinha tão intimidade para desabafar sobre sua crise de agora.

Apenas saiu do quarto e voltou a andar pela casa, fechou seus olhos com força, sentindo sua dor de cabeça aumentar e sua visão embaçar, precisava beber algo. Sentiu seu braço ser puxado e caiu em cima do colo de Zetsu, que abraçou a cintura de Deidara, dando um beijo em sua bochecha, o loiro apenas pegou o copo da mão do esverdeado e terminou com a bebida, ao som da música alta e de uma risada de Zetsu.

-Onde você estava? Eu tava te procurando. - Gritou Hidan, ao pular em cima do sofá. Deidara sorriu.

-Sério? Me procurando dentro da boca do Kakuzu? - Deidara riu, vendo o albino colocar suas pernas em cima de seu colo, não demorou para seu sorriso fugir de seu rosto e dar lugar ao seu medo. Ele encarou Zetsu, que balançava o corpo do loiro no ritmo da música.

-Ei, ta com cara de culpado. - Zetsu apertou o nariz de Deidara. - Tava como o Obito, safado? - O esverdeado riu e mordeu a orelha do loiro.

Deidara permanecia com o semblante sério em meio as risadas de Zetsu e Hidan ouvindo a história de Itachi sobre Kisame, o garoto que conheceu na festa, o acidente seria daqui a alguns minutos, ele não estava pronto para reviver aquilo. Ele não queria reviver aquilo. Já sentindo o vomito em sua garganta, ele tirou as pernas de Hidan de seu colo.

-Eu acho que vou pra casa. - Tentou levantar, mas Zetsu segurou sua cintura.

-Espera aí, a gente acabou de chegar. - Deidara ainda tentava fugir de seus braços.

-Eu to confuso, eu achei que você estaria todo assanhado com o Obito. - Hidan riu, apertando o nariz do loiro, que sentiu seu lábio inferior tremelicar.

-Eu mudei de ideia. - Se livrou das mãos de Zetsu e se levantou, sentindo suas pernas falharem, ele se apoiou no braço do sofá e olhou para os amigos, este riam de si mesmos.

Zetsu pegou a bebida da mão de Itachi. - Pelo menos eu não sou o único virgem. - Bebeu o resto do conteúdo do copo, sentindo Hidan fazer leves carinhos e seus curtos fios verdes.

-Ai meu Deus, o que ele ta fazendo aqui? - Itachi perguntou entre risos, Deidara olhou para frente, vendo Nagato olhar ao redor da casa.

-Ah, não. - Ele disse ao ver Hidan se levantar e se dirigir ao ruivo, antes de piscar para o loiro.

Ele sentiu seus olhos se encherem de água e a respiração lhe faltar novamente ao ver a cena de Nagato agarrar o pescoço de Hidan, ele negava com a cabeça, levando suas mãos para seus cabelos soltos, seu choro estava entalado em sua garganta, e sua cabeça estava latejante. Por que ele estava vendo aquilo de novo? O que o universo queria dele fazendo ele reviver aquele dia? Já de olhos fechados, ele conseguia ouvir os xingamentos de Hidan para Nagato um tanto longe, logo, sua cintura foi puxada por um albino com marcas vermelhas pelo pescoço e rosto.

Já dentro do carro, o alto som da chuva já tomava conta dos ouvidos dos adolescentes. - O que acham que vão falar de vocês quando morrerem? - Deidara perguntou em um suspiro, ouvindo uma risada nasal de Itachi.

-Como seu eu ligasse. - Respondeu digitando algo em seu celular, ao som da risada de Zetsu.

Deidara olhou para os garotos de trás com o semblante sério. - Sei lá, que éramos gatos. - Foi a vez de Itachi rir.

-Que mórbido. - Hidan resmungou, ligando o aparelho de música do carro. - Uh, essa eu gosto. - Aumentou o volume.

Deidara sentia seu coração aumentar as batidas e suas mãos molharem, ele olhou para Hidan, que já movimentava sua cabeça ao ritmo da música e seus lábios se moviam com a letra. Ele fechou seus olhos com força, vendo sua visão embaçar de novo, mas logo os abriu rapidamente.

-Cuidado com o caminhão. - ele falou firme, com seus olhos arregalados e o coração rápido batendo contra o peito.

-Que caminhão? - Hidan perguntou olhando para Deidara, mas virou rapidamente ao ver uma luz batendo contra eles, desviou rapidamente do carro a sua frente. Deidara olhou para seu celular, observou o horário minuto mudar de 00:38 para 00:39. Ele suspirou, ainda com os olhos arregalados e olhou para Hidan. - Você... - Foi interrompido por outra luz branca, desta vez mais forte, logo sentindo algo bater contra o carro. Em uma velocidade absurda, o carro dava voltar pelo ar, já se preparando para se chocar de cabeça para baixo no chão.

Não foi um sonho, aconteceu mesmo. De novo.

Deidara abriu seus olhos lentamente, ao som de Not Thinking Of You. Encarou seu teto branco, com seus olhos arregalados.

Mas que porra estava acontecendo com ele?!