1. Spirit Fanfics >
  2. Before I Go >
  3. O Passado

História Before I Go - O Passado


Escrita por: tidelicia

Notas do Autor


Voltei, hehe.
Me surgiram alguns problemas recentes em casa e talvez eu demore um pouco mais pra atualizar a história.
Peço desculpas antecipadas pela provável demora do próximo capítulo.
Peço desculpas também pelo horário de postagem, é que eu queria postar na hora que eu terminasse de escrever, kaka.
Capítulo meio curto mas sinto que irão gostar.

Seja bem-vindo ao quarto capítulo de "Before I Go"!
Boa leitura. ^^

Capítulo 4 - O Passado


Fanfic / Fanfiction Before I Go - O Passado

 Talvez tudo estivesse conectado. Talvez o universo tenha me dado uma punição para eu aprender algum tipo de lição de moral sobre a vida. Talvez um bando de pássaros pudesse causar uma tempestade. Assim como batidas de água podem causar danos em uma pedra, talvez minha simples personalidade pudesse ferir alguém de algum modo. Talvez poderíamos mudar o futuro. Talvez tudo o que foi feito poderia ser desfeito. Talvez as coisas mudem.

Ou talvez eu mude as coisas.

 

12 de fevereiro. 06:52 AM

 

Deidara se sentou em sua cama, desligando seu despertador e encarando o horário em seu celular, logo a notificação surgiu.

Sexta-Feira, doze de fevereiro. Feliz dia do cupido, gato!

Ele negou com a cabeça, já ofegante e encarou o origami ao seu lado na cama, se deitou novamente e enfiou seus dedos entre seus fios loiros e soltos, sentindo o ar lhe faltar e seu nariz arder. Ele tampou seu rosto vermelho com as mãos, já sentindo lágrimas molharem suas bochechas, enquanto negava freneticamente com a cabeça. Ao ouvir passos no corredor, engoliu seco e limpou suas lágrimas, controlando sua respiração, logo, Ino subiu em cima de sua cama.

-Dei, gostou do passarinho que eu fiz? É origami, minha professora me ensinou a fazer ontem. - A garota tinha um sorriso enorme enquanto mostrava o origami para o mais velho, que tinha sua testa franzida e seus olhos fechados. - A mamãe mandou você levantar.

Deidara abriu os olhos rapidamente e olhou para a menor, fungando o nariz. - Fala que eu tô doente. - Pediu em um suspiro, se ajeitando de baixo do cobertor.

O sorriso de Ino sumiu de seus rosto, dando lugar para um olhar preocupado, a garota colocou a mão em cima da testa de Deidara, suspirando aliviada em seguida.

-Você não tá quente. - Disse, confusa com o pedido do irmão.

- Para. - O loiro mais velho tirou a mão da garota de sua testa. - Só fala pra ela que eu não tô me sentindo bem. - Se virou e fechou seus olhos.

A garota olhou para baixo e saiu da cama, logo saindo do quarto do irmão. - Mãe, o Dei não quer ir. - A voz de Ino tinha um tom triste, e, desta vez, ela não corria ou gritava para a mãe.

O jovem respirou fundo, sentindo a vontade de chorar lhe bater novamente, não demorou para o medo voltar a lhe atormentar, por que ele estava preso aquele dia? Ele deveria estar em coma, só poderia ser isso. O que o universo queria dele? Ele era somente mais um garoto de dezessete terminando o ensino médio, ele não era quase ninguém fora da escola. Então, por que? Por que só ele estava passando por aquilo? Fechou os olhos com força, tentando não voltar a chorar.

-Dei. - Ouviu a voz de sua mãe, ele abriu os olhos e encarou a porta, vendo a mulher de braços cruzados parada, atrás de uma vermelha no chão, Deidara encarou a linha e depois a mulher. - Que história é essa de estar doente?

-Eu não me sinto bem. - O jovem desviou seu olhar para seu mural de fotos, como sentia saudade de seus amigos, aqueles que estava vendo não pareciam ser eles, tudo parecia ser falso.

-No dia do cupido? - A mulher perguntou confusa, sabia que era um dos feriados da escola preferidos do filho, junto com o dia dos namorados, ele sempre esperava ansioso para o que ganharia nestes dias, Deidara olhou para a mãe, em um pedido silencioso para que ela se retirasse, a mulher olhou para baixo suspirando, e ajeitou a franja que tampava sua testa, logo voltou o olhar para o filho. - Aconteceu alguma coisa?

Deidara se virou novamente e olhou seu teto. - Eu não sei. - Piscou algumas vezes antes de responder a mãe, esta que bufou.

-Você e o Obito brigaram? - A mãe perguntou, já irritada com aquela possibilidade.

Ela nunca havia gostado muito de Obito, desde o dia em que o jovem chegou bêbado em sua casa quando o convidou para um jantar, na intenção de se conhecerem, até o dia que perceberam a má influência que o garoto tinha em cima de seu filho. Deidara passou a discutir mais com eles desde que começou o namoro, a amizade que ele tinha com Ino piorava cada vez mais, este ano não estava muito diferente, o ano havia começado com uma briga entre Deidara e ela, ao ponto do jovem criar uma regra sobre a mulher não poder atravessar a linha que o loiro havia feito no chão, a impedindo de entrar no quarto dele. Ela estreitou seus olhos castanhos ao ouvir o filho resmungar.

-Não, mãe, vai embora. - Deidara cobriu seus olhos com suas mãos, deixando escapar um suspiro irritado, junto com o de sua mãe.

-Não fala assim comigo, eu só quero ajudar. - A mulher já se preparava para voltar a cozinha.

-Eu só preciso dormir um pouco mais. - A mais velha voltou os olhos para o filho, este que tampava seus olhos com seu anti braço, a mulher levantou as sobrancelhas.

-Ta bom, eu aviso o Hidan que você vai depois. - Ela ajeitou o casaco fino que vestia, passando os olhos pelo quarto bem arrumado do filho, logo voltando seus olhos para ele. - Mas eu saio as nove pra trabalhar. - E assim, voltou para a cozinha.

Deidara tentou dormir de novo, mas não conseguia, sua cabeça já havia voltado a doer e ele estava começando a sentir calor, apenas desistiu e se levantou da cama, indo até seu banheiro, realizou sua higiene matinal e tomou um banho. Seu corpo tremia um pouco e a vontade de chorar lhe batia toda vez que lembrava que reviveria o acidente, de novo. Ele não sabia o que fazer, ao menos sabia o que estava acontecendo, ele não sabia se aquilo era real ou um sonho, respirou fundo e desligou o chuveiro, secou seu corpo lentamente e colocou a roupa de seu sonho, ou de ontem, ou... esquece.

Desceu para a cozinha, vendo sua mãe em uma ligação, já arrumada para o trabalho, a mulher deu sinal para o filho segui-la, que em um suspiro longo, seguiu a mulher até sua BMW branca. Deidara se acomodava no banco do carona, enquanto via sua mãe discutir com alguém pelo celular, ao desligar, deu partida no carro. Deidara temia por sua mãe puxar algum assunto para conversa no caminho, mas não foi preciso, o caminho foi seguido por ligações, gritos da mais velha e olhares confusos e assustados de Deidara. Ao chegar no colégio, a mulher desligou a ligação e parou em frente a entrada.

Deidara tirou o cinto de segurança e pegou sua mochila do chão. - Valeu pela carona. - O loiro agradeceu, indiferente ao ver um pequeno sorriso da mãe.

-De nada. - A mulher olhou para frente, mas virou o rosto ao ver que Deidara ainda estava no carro, encarando a porta de entrada do colégio, ela suspirou. - Dei. - Ela colocou uma mão em cima do ombro do filho, logo Deidara direcionou o olhar para a mais velha. - Vai se sentir melhor depois que ganhar algumas rosas. - Ela fazia massagem no local.

Deidara respirou fundo encarando os olhos castanhos da mãe. - Eu não sei. - Disse mais para si mesmo do que para a mulher. - Talvez. - Disse, desta vez um pouco mais alto, enquanto ajeitava as mangas dobradas de sua blusa, ao olhar da mãe.

-Tem sorte de ser popular. - A mulher disse não olhando mais para o filho, que por sua vez voltou a olhar para a mais velha enquanto ajeitava seu colete. - Quando eu tinha sua idade, eu tem tinha beijado ainda. - Deu um pequeno riso nasal ao final da frase. - Todos diziam que meus olhos eram muito juntos e que eu parecia um peixe. - Ela segurou com mais força o volante, ainda sobre o olhar de Deidara, a mais velha deu uma pequena risada sobrada enquanto olhava para o filho, mas seu sorriso sumiu ao olhar novamente para frente.

Deidara abriu a porta, mas permanecia no carro, seu coração estava doendo por ver sua mãe daquele jeito.

Olhou para a mulher, esta que lhe olhou confusa. - Eu acho você linda. - Ele colocou uma mecha do cabelo da mulher atrás de sua orelha, os olhos da mais velha arregalaram um pouco com a confusão do filho, mas logo lhe mostrou um pequeno sorriso, o loiro respondeu com outro sorriso um pouco maior e saiu do carro, assim fechando a porta.

Agora, ele se sentia melhor ao ver o sorriso da mais velha, ele não entendia, mas se sentia mais leve ao fazer a mãe sorrir, soltou uma pequena risada enquanto passava pelos alunos, caminhando em direção ao seu armário. Até que passar um tempo com sua mãe não parecia uma má ideia, de fato, ele sentia que deveria conversar mais com a mãe.

Se lembrava de quando tinha treze anos, sempre pensava que teria a típica amizade de mãe e filho gay, onde saiam juntos para fazer compras e jogar conversa fora sobre sua vida e o passado da mãe, mas esse pensamento desapareceu assim que iniciou o ensino médio. Por algum motivo, ele começou a se sentir envergonhado por estar perto da família... Mas por que? Ele simplesmente não se lembrava do porque discutia tanto com a mãe, e ela permanecia com o tratamento doce e gentil com ele, mesmo depois de todas as coisas que Deidara pensou e falou para a mãe.

Ainda com seu armário aberto, encostou suas costas no armário ao lado, suspirou, ele realmente não merecia o amor de sua mãe. Olhou para o lado, vendo Sasori caminhar até ele, com algumas rosas nas mãos.

-Oi. - o ruivo disse com um grande sorriso simpático, que foi retribuído por um sorriso de canto do loiro. - Aqui, as suas rosas que entregaram na aula. - Ele entregou as rosas para Deidara, este que só encarou as rosas. - Eu sei que não estou vestido de cupido, mas eu juro que são legitimas.

O loiro deu um sorriso maior e uma pequena risada nasal, assim pegou as rosas. - Valeu. - Deidara colocou as rosas em seu armário.

-Ah, e essa daqui veio junto. - Com um sorriso sem graça, Sasori entregou a rosa branca com pontas vermelhas para Deidara, este que a pegou lentamente. - Ela parece a pintura de uma rosa. - O ruivo continuava a encarar a flor. - Ela se destaca no meio das outras. - Colocou as mãos nos bolsos traseiro da calça.

Deidara girou a rosa em sua mão, com um grande sorriso no rosto, logo encarou Sasori e tombou sua cabeça.

-Obrigada. - O loiro respondeu, em um tom amigável e sincero, fazia muito tempo que não falava com Sasori desse jeito, o que fez o ruivo se arrepiar e arregalar um pouco os olhos.

O mais velho piscou algumas vezes. - Ah, eu não disse que essa rosa era minha. - Ele gaguejou, sua voz falhava pela surpresa e nostalgia jogada em si, deu um suspiro. - Mas, seja de quem for, essa pessoa pensou bastante. - Seu sorriso aumentou ao ouvir uma risada baixa de Deidara. Ah, a quanto tempo ele não ouvia aquela risada ser direcionada para ele. O loiro fechou o armário, permanecendo com a flor branca em suas mãos. - Deixa eu te falar, a minha mãe não tá na cidade e eu vou dar um festão hoje a noite. - O sorriso de Deidara desapareceu rapidamente.

-É. - O loiro disse em um suspiro, ajeitando seu colete desconfortável, mas, pelo visto, passou despercebido pelo ruivo.

-Você lembra onde fica? A gente tinha uns dez anos desde a última vez que você foi lá, então... - O ruivo deu uma risada soprada, sabia exatamente o porque de Deidara não falar mais com ele e não o visitar, mas não falaria aquilo, então apenas disse o que sua mente lhe fez acreditar. - Provavelmente você não lembra. - Completou, colocando suas mãos dentro dos bolso da jaqueta verde. - Ta afim de ir? Acha que dá?

Deidara umedeceu seus lábios, girando a rosa nas mãos. - Não, não vai dar. Foi mal. - Respondeu, vendo o ruivo fazer um pico e tombar sua cabeça para o lado.

-Ah, para. - Sasori sorriu ao se lembrar de algo da infância dos dois jovens, o que lhe deu uma vontade de rir, cruzou os braços e olhou brincalhão para Deidara. - Eu posso deixar umas muletas por perto, caso você queira subir na árvore de novo e brincar de esquilo voador. - Deidara deu um grande sorriso e cobriu seu rosto com as mãos, o que fez Sasori soltar uma pequena risada.

O loiro se aproximou do ruivo, diminuindo o tom de voz. - Sasori, foi só uma vez. - Disse com um sorriso envergonhado, com as mãos nas bochechas, enquanto Sasori continuava a rir, Deidara se lembrava daquele dia, ele e Sasori caíram da árvore da casa do ruivo ao tentarem pular de um galho para o outro, como o loiro viu um esquilo fazer na televisão no dia anterior. O resto da tarde foi passada no sofá de Sasori, com as duas crianças com vários Band-aid espalhados pelos seus corpos, ao som do desenho favorito de Deidara e algumas risadas da mãe de Sasori pelo ocorrido. Deidara dormiu na casa de Sasori aquele dia.

O loiro se lembrava também do início daquele dia, havia ouvido uma conversa da mãe com uma amiga sobre relacionamentos e sexualidades, Deidara não fazia ideia do significado daquela palavra. Curioso, pediu o celular de seu pai emprestado e pesquisou o que era sexualidade, o se deparar com todas aquelas informações e inúmeras sexualidades, ele passou o resto do dia pensativo sobre aquilo. Quando estavam sozinhos no quarto de Sasori já prontos para dormir, Deidara perguntou para o garoto na cama ao lado qual era a sexualidade dele, o ruivo entortou a cabeça para o lado, não entendendo a palavra que o amigo havia falado. Assim como Deidara, Sasori ficou perplexo com as revelações dadas pelo loiro, logo inflou as bochechas e olhou para o amigo, ele não sabia qual era sua sexualidade, mas ele tinha uma suspeita.

Ele gostava mais de conversar e andar com garotos do que com garotas, então ele achava que poderia ser um G A Y, as crianças soletravam, já que não sabiam como pronunciar aquelas palavras estranhas, Deidara deu uma ideia para o ruivo, ele poderia experimentar como era beijar um garoto e depois uma garota, assim ele poderia saber, Sasori achou a ideia genial, mas ele não sabia com quem faria tal ato. O loiro se ofereceu como cobaia para o teste do ruivo, logo fechando os olhos e formando um biquinho com os lábios, Sasori fez o mesmo e se aproximou, até sentir ambos lábios colados. 

Havia sido rápido, quatro segundos depois eles já se encaravam, Deidara havia odiado, não gostou nada do jeito que sua boca foi tomada, ele não sabia o que era, mas definitivamente não seria um G A Y, logo começou a achar estranho o afeto ser trocado entre homens. Já Sasori pensava o contrário, muito o contrário, havia amado o contato, teve que se controlar para não puxar Deidara e repetir o ato. Ele sentia que não precisava fazer o teste com uma garota, ele tinha certeza que havia amado. G A Y ou não, tinha certeza que agora via Deidara de uma maneira totalmente diferente e única.

Deidara piscou algumas vezes ao ouvir o barulho de um estalar de dedos, vendo Sasori o encarando confuso. - Então, acha que consegue ir? - O loiro levantou as sobrancelhas, se lembrando do que conversava com o ruivo.

Respirou fundo e olhou para as orbes castanhas claras. - Eu acho que não. - E saiu em direção ao refeitório.

Também se sentia bem pela conversa que teve com Sasori, não foi tão estranho quanto achou que seria, também não lhe parecia uma má ideia voltar a falar com Sasori, sentia que havia perdido muita coisa da vida do ruivo. Deidara parou em gente a porta do refeitório, será que aquela era a resposta? Se reaproximar das pessoas que havia se afastado com o tempo? Era isso que o universo queria dele? Deidara percebeu a possível saída daquele inferno de sonho, talvez que só precisasse mudar o rumo da história, talvez ele pudesse alterar seu destino.

Talvez ele conseguiria mudar toda a história.

 


Notas Finais


Deidara percebeu as mancadas que dava com a mãe e com o Sasori.
Ele tá evoluindo, kk.
Me desculpe novamente pela possível demora pra postar o próximo capítulo.
Prometo atualizar o mais rápido possível!
Desculpe por qualquer erro.

Música Tema: Gems - W/O u
https://www.youtube.com/watch?v=qDdYSC_hBi4

Espero que tenha gostado.
Obrigado por ler. ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...