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História Before Sunrise. - Quinque


Escrita por: rinametal

Capítulo 5 - Quinque


Fanfic / Fanfiction Before Sunrise. - Quinque

1:18 15 DE ABRIL

– O plano é o seguinte: Você vai pegar os copos e eu vou pegar o vinho.

– Vinho tinto.

Hyunjin bufou. Essa garota

– Vinho tinto. Isso mesmo.

Verdade seja dita, ela provavelmente não deveria ter dito isso. Hyunjin estava sem dinheiro. Ela mal tinha dinheiro suficiente para o ônibus para o aeroporto. Ela realmente não sabia como conseguiria uma garrafa de vinho tinto para as duas sem se tornar uma criminosa.

Mas, por outro lado, o que ela deveria fazer? Dizer não a Heejin? Hyunjin não achava que ela era fisicamente capaz de fazer isso. A garota poderia pedir o sol e ela daria a ela, escaldante e brilhante em suas palmas. Droga, ela pediu que esta fosse sua última noite juntas, e Hyunjin concordou. Mesmo que a ideia de nunca mais ver Heejin a fizesse querer rastejar para um buraco e morrer.

– Ei. –  Hyunjin chamou, fazendo Heejin parar bem na frente das portas do bar. – Me deseje sorte.

Heejin se inclinou para ela e beijou sua bochecha, rápido como um raio e eletrizante.

– Boa sorte. – disse ela, abrindo as portas e entrando primeiro no bar.

Uma vez lá dentro, Hyunjin ainda sentia o calor em seu rosto até o pescoço. Ela fez o possível para ignorar, desejando se concentrar em pegar uma garrafa de vinho tinto. Depois de um olhar superficial ao redor do pequeno bar, ela imediatamente avistou um velho atrás do balcão, preocupado em limpar as taças de vinho. Ela imaginou que era o barman.

– Olá. – ela cumprimentou, sentando-se em frente ao homem. – Hum, você fala inglês?

O barman a olhou com desconfiança. 

– Um pouco. – ele respondeu.

– Um pouco é mais do que suficiente. – disse Hyunjin, reunindo o pouco que restava de sua confiança. – Então, estou numa situação meio estranha e esperava que você pudesse me ajudar. Está vendo aquela garota ali?

Hyunjin apontou para sua companheira, virando-se para dar uma olhada enquanto ela fazia isso. Ela é presenteada com a visão de Heejin sentada em uma cabine, segurando sua bolsa com força e sendo tão dolorosamente óbvia que Hyunjin teve que segurar a risada.

– Então e ela?

A cabeça de Hyunjin virou para trás para encarar o barman. 

– Certo. Bem, essa é nossa única noite juntas e eu tenho um problema. – Ela se apoiou na mesa do bar, sua voz se transformando em um sussurro. – Ela quer uma garrafa de vinho tinto, mas eu não tenho dinheiro.

O barman riu dela então, provavelmente pensando que era o final de uma piada. Mas quando ficou claro que ela não estava brincando, o barman se afastou dela, sem nenhum traço de riso.

– Eu sei que parece ridículo, mas eu esperava que você pudesse me dar o endereço deste bar. – Hyunjin acrescentou rapidamente. – E eu prometo te enviar o dinheiro... você estaria completando nossa noite. e você faria a nossa noite completa.

O barman deu uma olhada nela, ainda convencido de que isso era algum tipo de golpe. 

– Você vai me mandar o dinheiro? – ele perguntou.

– Sim. Eu prometo. – Hyunjin assentiu vigorosamente. 

Outra batida se passou, e Hyunjin observou como a suspeita no rosto do homem desapareceu e deu lugar à exasperação, então à resignação. Ele olhou para Heejin, depois de volta para Hyunjin.

– Sua mão?

Hyunjin quase suspirou de alívio. O barman estendeu a mão e ela a apertou com firmeza. Ela não vai se tornar uma criminosa tão cedo. Fantástico.

– Tudo bem. Deixe-me pegar o vinho. – disse ele, virando-se para examinar as prateleiras atrás dele. Depois de escolher o que provavelmente era a garrafa de vinho tinto mais barata que eles tinham, ele se virou para Hyunjin mais uma vez.

– Aqui. – O barman entregou a garrafa a ela, após um segundo de hesitação. Então ele riu de si mesmo, como se não pudesse acreditar que estava realmente fazendo isso. – Pela melhor noite da sua vida.

– Muito obrigada. –  Hyunjin sorriu. 

 

1:36 15 DE ABRIL

Na vida de Hyunjin, havia poucos momentos que ela queria reviver. Se alguém perguntasse a ela, ela provavelmente inventaria algo.

Ela não podia dizer que gostaria de reviver sua formatura na faculdade - não, aquele foi o primeiro dia em que ela ficou oficialmente desempregada, uma andarilha perdida sem horário de aula a cumprir. Ela também não queria reviver o dia em que conseguiu seu primeiro emprego como diretora de cinema - foi o dia em que conheceu sua agora ex-namorada, e isso não acabou muito bem.

Cada evento em sua vida era apenas um precursor de algo que ela acabaria se arrependendo.

Esta noite, no entanto, foi uma exceção.

Não foi tão grandioso quanto ela pensou que seria '’a melhor noite de sua vida’'. Ela está deitada contra a grama orvalhada em um parque aleatório, os cotovelos pressionados contra o solo desde que ela emprestou sua jaqueta para Heejin mais cedo. Ela está lutando contra o desejo de cochilar, e em alguns minutos provavelmente seria uma batalha perdida.

Não era exatamente o ideal.

Mas então, ela também tinha Heejin. Uma mulher bonita deitada ao lado dela, banhada pelo luar ao lado de uma garrafa de vinho pela metade. Uma pessoa que conseguiu rastejar sob a pele de Hyunjin e construir uma casa nos espaços entre suas costelas, pressionou suavemente contra seu coração.

Ela é mais do que suficiente para Hyunjin querer reviver essa noite por todos os seus dias, e mais alguns.

– Sabe, eu já vivi muitos momentos lindos. – disse Heejin, quebrando o silêncio entre elas. São as primeiras palavras que uma delas pronunciou desde que começaram a beber o vinho.

Hyunjin fez um barulho de concordância, deixando-a saber que ela estava ouvindo. Ela colocou as taças de vinho entre elas de lado e deitou na grama ao lado de Heejin, as duas olhando para o céu noturno.

– Eu compartilhei belos momentos com muitas pessoas, como viagens, ou virando a noite e vendo o sol nascer. E eu sabia que eram momentos especiais. Mas algo sempre estava errado.

– Sim?

– Eu queria poder estar com outra pessoa. – ela disse, fazendo Hyunjin rir com sua franqueza. – Eu sabia o que estava sentindo exatamente o que era tão importante para mim, elas não entendiam. Não tanto quanto eu queria, pelo menos.

Heejin parou para se virar para ela, descansando a cabeça em seu braço, e Hyunjin fez o mesmo.

– Mas... estou feliz de estar com você. Você não imagina porque uma noite como essa é tão importante para minha vida agora, mas é. Essa é uma ótima madrugada. – disse Heejin, seus olhos transmitindo sua sinceridade.

–  É uma ótima madrugada. Você acha que teremos outras como essa? – Hyunjin sorriu. 

Ela pretendia dizer isso como uma piada, algo para Heejin rir ou ignorar. Mas é tarde e as duas beberam uma boa quantidade de vinho, então Hyunjin ousou esperar que talvez Heejin tivesse mudado de ideia.

– E quanto à nossa decisão adulta e racional? – Heejin rebateu brincando e, apesar do sorriso em sua voz, Hyunjin interpretou o que era. Uma rejeição.

– Ah, sim. – Hyunjin disse, tomando cuidado para não deixar transparecer sua decepção. – Entendo o que quis dizer sobre desejar alguém que não estivesse lá. É que normalmente, é de mim mesma que eu gostaria de me afastar.

– Por que isso?

– Bem, digamos que você e eu estivemos juntas o tempo todo. Você começaria a odiar muitos dos meus maneirismos. – disse ela, com o coração pulando na garganta quando viu Heejin balançar a cabeça em desacordo. – Sério, pense nisso. A maneira como toda vez que recebíamos pessoas, eu ficava insegura, e um pouco bêbada demais. Ou, o jeito que conto a mesma estória estúpida, pseudo-intelectual de novo e de novo. Eu já conheço todas essas estórias, então é claro que estou cheia de mim mesma.

Ela sustentou o olhar de Heejin, encantada com a maneira como as estrelas pareciam se refletir em seus olhos. Por um momento, Hyunjin ponderou se ela deveria dizer o que viria a seguir. Mas há muito a ser dito sobre a honestidade total, especialmente com uma pessoa que já a conhecia, com todas as suas mentiras e verdades combinadas.

– Mas estar com você... me faz sentir como se eu fosse outra pessoa. – ela confessou, cada palavra proferida como um peso em seu peito. – Quer dizer, o único outro jeito de se perder assim é... você sabe, dançando, ou álcool, ou coisas do tipo.

– Transar? – Heejin sugeriu e Hyunjin quase engasgou.

– Tra... Transar? – Hyunjin disse, rindo nervosamente. – Sim, é um jeito. Sim.

– Sabe o que eu quero? – Heejin perguntou:

 – O que?

– Ser beijada. – Heejin murmurou, sua voz soando alta nos ouvidos de Hyunjin.

– Bem, eu posso fazer isso. – disse Hyunjin, e imediatamente capturou os lábios de Heejin com os dela.

É uma coisa lenta e inebriante, e se alguém perguntar a Hyunjin o que a levou a começar a descer pelo pescoço de Heejin, ela não tem certeza se é o vinho ou simplesmente a proximidade entre elas. Tudo isso transformou seu sangue em fogo líquido, e ela estaria mentindo se dissesse que não ficou desapontada quando Heejin se afastou, sentando-se enquanto tentavam recuperar o fôlego.

– Espera. – disse Heejin, pelo menos ela parecia estar falando sério. – Preciso dizer algo estúpido.

– Diga. Eu já disse muitas coisas estúpidas, não vou julgá-la. – Hyunjin riu. 

– É muito estúpido. – repetiu Heejin, com as bochechas vermelhas. Suprimir a vontade de beijá-las não foi fácil, mas Hyunjin conseguiu.

– Vamos, diga.

– Acho que não devemos dormir juntas. – Heejin deixou escapar, estremecendo com o volume de sua voz. – Quero dizer, eu quero, mas já que não vamos nos ver mais... me faria sentir mal.

Heejin deitou ao lado de Hyunjin, agarrando sua mão e entrelaçando seus dedos.

 – Ficaria imaginando com quem mais você está. Sentiria sua falta. Eu sei, não é muito adulto.

Havia um tipo diferente de tristeza em sua voz, algo distante da suave melancolia que Hyunjin estava acostumada a ouvir dela. É algo que ela decidiu que não queria ouvir de Heejin com muita frequência, se pudesse evitar.

– Vamos nos ver novamente. – Hyunjin tentou mais uma vez. Ela sempre foi teimosa e persistente na medida certa, talvez isso fosse o suficiente para mudar a opinião de Heejin.

– Não, eu não quero que você quebre nossa promessa, só pra poder transar. – disse Heejin com uma risada.

Honestamente, Hyunjin faria mais do que quebrar uma promessa se isso significasse passar a noite com Heejin. Muito mais do que isso, se isso significasse vê-la novamente.

– Eu não quero só transar. – Hyunjin retorquiu, olhos arregalados quando ela percebeu o que acabou de dizer. Heejin riu dela novamente. – Quer dizer, acho que devíamos. Mas isso não é tudo o que eu quero.

– Eu não quero que esta noite seja uma fantasia. – disse Heejin, ficando sóbria. – Conhecer uma garota no trem, transar com ela e nunca mais vê-la. Eu não quero ser uma bela estória para contar. Eu não quero que essa grande noite tenha sido só para isso.

A ideia parecia absurda para Hyunjin. Ela não achava que poderia compartilhar esta noite, compartilhar Heejin, com mais alguém. Mas dizer isso tinha todas as implicações para as quais ela não achava que Heejin estava pronta, ou mesmo disposta a aceitar.

– Tudo bem. – disse Hyunjin, apertando a mão de Heejin na dela. – Não temos que fazer sexo. Não tem importância.

Houve uma longa pausa antes de Heejin falar novamente, sua voz baixa. 

– Você realmente quer me ver de novo?

Hyunjin riu.

– Está brincando? Claro que eu quero. – Ela se sentou e se apoiou no cotovelo, pairando sobre Heejin. – Se alguém me desse a escolha agora mesmo, de nunca mais te ver ou casar com você, eu casaria com você. Talvez seja um monte de besteiras românticas, mas as pessoas se casam por muito menos.

Heejin soltou um suspiro trêmulo, mas não se afastou. 

– Na verdade... acho que decidi que queria dormir com você quando saímos do trem. Mas agora que já conversamos tanto, eu não sei mais. – ela disse provocando.

Hyunjin gemeu em falsa frustração, caindo na grama e cobrindo o rosto com o braço. Heejin riu de sua exibição dramática e afastou seu braço, inclinando-se para um beijo gentil.

– Por que tornamos tudo tão complicado? – Heejin murmurou contra seus lábios.

Com toda a honestidade, Hyunjin não fazia ideia. E ela não achava que descobriria tão cedo, sua mente inutilizada enquanto Heejin a beijava cuidadosamente, suavemente, ferozmente, mordiscando seu lábio inferior antes de se afastar novamente.

– E quanto à nossa decisão adulta e racional? – Hyunjin perguntou, seu tom de provocação anulado por quão sem fôlego ela estava.

– Esqueça isso. – Heejin murmurou contra sua têmpora. – Nós terminamos de manhã de qualquer maneira.

 

 

6:43 15 DE ABRIL

No dia seguinte, elas param em uma praça pública vazia, a uma curta distância da estação de trem. É um fato que Heejin fez o possível para ignorar, concentrando-se na sensação dos dedos de Hyunjin correndo por seu cabelo. Elas estavam sentadas nos degraus que levavam à praça, com a cabeça dela apoiada no colo de Hyunjin.

– Qual a primeira coisa que você vai fazer quando chegar em Paris? – Hyunjin perguntou distraída, preocupada com o cabelo de Heejin.

– Ligar pros meus pais. – respondeu Heejin, fechando os olhos. – E pra minha amiga também.

O silêncio mais uma vez acompanhou as duas, mas desta vez não era tão relaxado quanto nas últimas vezes. Agora, havia essa tensão persistente, a ameaça do futuro pairando como o machado de um carrasco sobre a cabeça de Heejin.

O fato era que Heejin não queria que este dia fosse o último.

Mas ela estava com medo.

Não, ela estava petrificada. Apavorada com o fato de que isso era para ser uma coisa única e que a única razão pela qual era mágico era por causa das circunstâncias em que elas estavam. Uma noite romântica em Viena com uma linda desconhecida, é algo saído de um romance, algo ideal e intocável. Algo que poderia facilmente quebrar uma vez que elas deixassem o território desconhecido e voltassem para as pessoas que eram antes de se conhecerem.

Ela ponderou a pergunta de Hyunjin mais uma vez. Qual seria a primeira coisa que você faria em Paris? Ela se imaginou chegando em Paris com Hyunjin ao lado dela, arrastando suas bagagens atrás delas e reclamando sobre como a Cidade do Amor não era tudo o que parecia ser.

Ela se imaginou trazendo Hyunjin para seu pequeno apartamento. Ela está impressionada com a facilidade com que viu Hyunjin parada em sua pequena cozinha, preparando o café da manhã para elas enquanto reclamava dos erros logísticos causados ​​pela ideia de reencarnação. Com a mesma rapidez, outra imagem apareceu em sua mente. É ela, em um apartamento desconhecido em algum lugar de Seul, conversando sobre algum filme aleatório enquanto abraça Hyunjin em seu sofá. Contando a ela sobre seu dia, divagando sobre nada e tudo ao mesmo tempo.

Uma vida inteira de coisas mundanas, todas tão mágicas quanto o momento em que ela está agora.

Foi então que uma onda de compreensão caiu sobre ela, radiestesia e deixando-a gelada até os ossos. Afinal, não era uma circunstância. Não foram as circunstâncias que fizeram ontem parecer tão sobrenatural. Não foi a circunstância que a fez sentir coisas que ela não poderia realmente começar a descrever, não foi o que a deixou desejando mais.

Era Hyunjin.

– Ei, adivinha. – Hyunjin falou, tirando Heejin de seus pensamentos.

– O que? – Heejin respondeu enquanto desejava se acalmar. Elas tinham um acordo. Isso não era algo que Heejin pudesse simplesmente ignorar.

Seu coração não parecia se importar muito com isso, ainda batendo descontroladamente contra o peito.

– Não fomos ver à peça daqueles caras. – Hyunjin soltou uma risada. 

– Aquele com a vaca?

– Sim, esse mesmo.

– Ah, não. Nós perdemos. – disse Heejin, achando difícil se importar com o assunto. Tudo o que ela queria fazer naquele momento era gritar o quanto ela não queria se despedir. O quanto ela queria ver Hyunjin novamente mais tarde, amanhã e todos os dias. Como ela era uma idiota, e ela mudou de ideia.

Em vez disso, ela disse assim:

– Sabe, quando você falou antes sobre como depois de alguns anos, eu começaria a odiar você, antecipando suas reações ou me cansando de seus maneirismos... Acho que seria o oposto para mim. – Heejin fez uma pausa, respirando fundo. – Acho que posso realmente me apaixonar quando sei tudo sobre alguém. O jeito como ela vai partir o cabelo, qual camisa vai usar naquele dia. Saber exatamente a história que ela vai contar em uma determinada situação. Com certeza é quando sei que estou mesmo apaixonada.

Hyunjin ficou em silêncio, olhando para ela com tanto carinho que Heejin não pôde deixar de pensar que olhar para ela era como olhar diretamente para o sol.

 

 

8:21 15 DE ABRIL

Muitas coisas eram mais fáceis de dizer do que de fazer.

Enquanto estavam na plataforma ferroviária, bem ao lado do maldito trem que levaria Heejin a Paris, Hyunjin estava tendo uma crise.

Ela não queria se despedir.

E ela sabia que é estúpido, que as duas têm vidas, que não devem tomar decisões com base em uma noite juntas. Mas havia uma sensação esmagadora de erro em toda essa provação, e isso não deveria contar para alguma coisa? Não havia algum tipo de alarme humano que dispara sempre que as pessoas tomam decisões erradas?

– Ok, você sabe qual ônibus pegar para o aeroporto? – Heejin perguntou, parecendo sem fôlego.

Hyunjin assentiu, achando difícil usar a voz. Tudo o que ela é capaz de dizer agora é algo como por favor, não vá.

– Eu provavelmente deveria entrar neste. – Heejin apontou para o trem parado na frente delas, provavelmente a segundos de partir. Os olhos de Hyunjin passaram do trem e voltaram para Heejin, e antes que ela percebesse, ela tinha os braços em volta de Heejin em um abraço apertado.

– Sabe toda aquela besteira que falamos sobre não nos vermos mais? – Hyunjin disse apressadamente, o desespero arranhando seu peito. – Não quero fazer isso. Acho que não posso fazer isso.

– Eu também não. – disse Heejin, parecendo tão desesperada quanto Hyunjin.

– Não quer? Eu estava esperando você dizer. Por que não disse nada? – Hyunjin disse incrédula, deixando escapar uma risada aquosa.

– Eu estava com medo, ok? – Heejin se afastou, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas. – Achei que depois que o pôr do sol, o vinho e a poesia passassem, você não iria querer me ver de novo.

– Isso não é verdade.

– Bem, eu não sabia. – Heejin gemeu. – O que você acha que devemos fazer?

– Eu honestamente não sei. – Hyunjin admitiu, resistindo ao desejo de gritar histericamente. Ela descobriu que quando se tratava de Heejin, tudo era novo. Faria bem a ela simplesmente dar as boas-vindas à euforia que vinha com isso.

– Só sei que estou disposto a tentar com você. – acrescentou Hyunjin. – Não importa se vou me mudar para Paris, podemos comprar uma casa na Normandia, tanto faz.

– Eu poderia me mudar para a Coreia, se você quiser. – Heejin riu

A resposta de Hyunjin foi abafada pelo som de buzinas altas, sinalizando que era apenas uma questão de tempo até que o trem deixasse a estação.

– Seu trem está prestes a partir. – Hyunjin disse fracamente, estendendo a mão para pegar as malas de Heejin e ajudá-la a subir no vagão. As palavras que elas disseram foram provavelmente apenas um momento de fraqueza, uma pequena lasca de indulgência antes de retornar às suas vidas normais.

Ela congelou quando percebeu que Heejin não fez nenhum movimento para sair.

– Heejin? – ela perguntou.

Mas era tarde demais - logo o familiar som estrondoso do trem estava rugindo nos ouvidos de Hyunjin, desaparecendo quando deixou a estação. Ela ficou lá imóvel, observando a presença de Heejin, que claramente não estava no trem.

– Heejin? – Hyunjin tentou novamente, com medo de que, se ela tentasse dizer qualquer outra coisa, pudesse chorar. – Você tem certeza disso?

Elas se encararam por um momento, com Hyunjin apenas tentando se convencer de que isso era real, e ela não estava sonhando. Lentamente, enquanto seus olhos traçavam a ligeira curvatura dos lábios de Heejin, seu coração começou a bater mais devagar, mas não menos alto do que antes.

Isso era real. Elas eram reais.

– Tenho mais do que certeza. – Heejin disse resolutamente, e o sangue de Hyunjin canta. Há um brilho em seus olhos que parecia tão quente quanto a nova manhã ao redor delas, e Hyunjin foi envolvida nisso, atraída cada vez mais para ela. A voz de Heejin era suave quando ela falou novamente.

– Eu quero tentar com você também.

 

 

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Notas Finais


beijão


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