História Before the party - Interrogatório

15/08/2017— Departamento de polícia de Seoul, 17 horas depois do ocorrido.

— Você está me dizendo que sabe o por quê deles terem morrido? — questiona a policial Sohyun.

— Eu posso explicar... Quer dizer todos nós podemos, nós... Sabemos o por quê disso. — Diz Jimin, suas pernas estavam bambas, estava desesperado, mas sabia que no fundo, era a voisa certa a se fazer. Ele não era o culpado, não tinha o por que de se preocupar. Não é?

Sohyun sai do corredor onde se encontrava a sala de espera e passa por entre os escritorios abertos do restante dos funcionários, recebendo olhares, tanto de desejo como de desprezo. E ela sabe o por quê disso, mas não se importa, não mesmo, não liga para a opinião dos outros.

Ela era nova no departamento, esse era seu primeiro caso, e o mais importante da cidade, claro que não ia deixar passar pela cabeça de certos funcionários invejosos que ela teria dormido com o chefe, ou que na verdade era a filha dele. Ela não ligava para isso.

O problema é quando esses pensamentos se tornam boatos, e hoje ninguém consegue se conter estando perto dela, a achavam uma prostituta qualquer que se encontra em qualquer esquina.

Mas ela não era, e não pretendia passar uma noite se quer ao lado de alguém da empresa, ela sabe que não pode, e não quer!

Os homens costumam ser bastante machistas em relação a mulheres em cargos de poder, ou cargos perigosos, como o de um policial. Eles não acreditam que uma mulher possa exercer bem essa profissão.

Mas ela está disposta a provar ( e a dar uma surra) em quem duvidar de sua capacidade.

E assim ela segue por entre os corredores daquele enorme estabelecimento até chegar na sala de MinHo.

Ele era seu melhor amigo desde que ela estava em treinamento, e essa amizade se prolonga até hoje.

— Você viu? — Diz entrando sem ao menos bater na porta.

— Vi e ouvi. Como esses garotos podem saber o porquê de essas pessoas estarem sendo assassinadas?

— São os culpados talvez? Ou então testemunharam durante a festa, e estavam com medo de contar — Ela para pra pensar.

— Eu ouvi claramente. Eles sabem quem foi, desde o primeiro jovem há dez meses. — MinHo diz convicto.

— E por que eles não diriam nada? — Ela questiona novamente.

— Não sei, é como você disse, talvez eles sejam os culpados.

Sohyun mexe nos lábios, apertando e afrouxando repetidas vezes, é uma mania, uma bem estranha, mas ela não pode mudar, a ajuda a pensar.

— Você acha melhor os interrogar? — MinHo questiona após alguns minutis em silêncio.

— Todos... Um por um. Eu quero entender o porquê disso — Ela diz sem nem olha-lo.

— Se lembra de quando um deles foi sequestrado, há uns dois meses?

— E o que têm? — Ela então olha para ele.

— Pode ter sido ele.

— Não, um dos assassinatos ocorreu com ele dentro do manicômio.

— Então acho melhor começarmos — MinHo diz se levantando — São quantos?

— Cinco garotos, seis se for contar o aprendiz do legista.

— E quantas mortes?

— Cinco.

MinHo se espreguiça enquanto solta um bocejo.

— Bom, acho que nós temos um longo dia pela frente. — Diz já saindo do escritório.

Sohyun solta um longo suspiro cansado e logo o segue.

— Kookie — Jimin diz em um fio de voz, só para seu namorado ouvir — Você acha que vão nos prender?

Jungkook solta um sorriso reconfortante para o pequeno.

— Nha, eles não vão nos prender, nós somos menores, no máximo vamos pro reformatório.

Jimin solta uma pequena risada e se afasta do namorado, que até então se encontrava afagando os cabelos macios de Jimin, enquanto este repousava a cabeça em seu peito.

— Eu não quero ir primeiro — Diz em um tom choroso.

— Deixa que eu me ofereço, ok?

Jimin volta a deitar a cabeça no peito de jungguk.

Yoongi que até então somente observava a cena, bufa a ver que hoseok não havia chegado com a sua comida, já que essa era a única coisa que o reconfortava no momento, além dele é claro.

Taehyung estava sentado ao lado de yoongi olhando para jungkook com cara de indignado, mas parava de encarar toda vez que Jimin olhava, não queria magoar seu amigo, não agora.

Jimin ouvia de longe pelo corredor o som do salto alto pisando com força no chão. Agarrou com força a camisa de Jungkook.

— Eu me ofereço para ir primeiro, não se preocupa gatinho. — Jungguk conforta Jimin.

Os paços se encontravam cada vez mais perto, pisando implacavelmente no chão, até que cessaram.

Um silêncio se instalou naquele corredor. Ninguém podia negar que não ansioso, ou com um frio na barriga.

Jimin não se atrevia a olhar quem quer que esteja ali, mas as palavras seguintes fizeram seu coração pular uma batida:

— Park Jimin, você é o próximo.