História Behind Cameras - O Aniversário

“- NÓS ESTAMOS DE VOLTA! - a plateia vai a loucura - ALLY BROOKE, CAMILA CABELLO E LAUREN JAUREGUI ESTÃO CONOSCO ESTA NOITE. - toda a plateia continua a gritar - E ESTÃO AQUI PARA JOGAR ‘FLINCH’ CONOSCO.

James Corden havia entrevistado todas as garotas que estavam ao seu lado na imagem; Lauren estava ali para divulgar seu novo álbum, Camila para divulgar sua participação como jurada no The X Factor e Ally para dar novos detalhes sobre o seu novo filme. Por estarem juntas, elas concordaram em participar do quadro do programa.

Era bem simples, existia uma parede transparente, determinada pessoa deveria estar atrás da mesma segurando o copo de uma bebida até que James apertasse o botão que lançava uma determinada fruta em direção a parede transparente. Quem se assustasse mais, consequentemente derrubando a bebida, perderia o jogo.

- Ok, vocês estão prontas? - fala mais baixo assim que toda a plateia se acalma.

- Estou muito pronta. - Lauren sorri, piscando para a câmera.

- Quem vocês acham que vai perder? - todas olham para Ally, e a atriz levanta a mão, arrancando boas risadas do apresentador - Ok, então vamos ver, Ally você será a primeira hoje!

O entrevistador levou a atriz atrás da parede, lhe entregando a bebida, Ally tremia e falava pouco, com medo de se assustar. Quando a fruta voou em sua direção, foi inevitável ela não derrubar quase todo o conteúdo do copo com o susto, enquanto Camila se encolhia assustada com o barulho e Lauren ria alto com a reação de todo mundo.

- Ok, Camila você é a próxima. - a cantora pega a bebida e caminha em passos incertos até a parede transparente - O que te assusta, Camila?

- Honestamente? - pergunta séria, o apresentador assente - Minha filha fazendo perguntas inapropriadas sobre coisas que ela só deveria saber quando fosse mais velha. - todo mundo do estúdio começa a rir.

- Oh Elisa realmente fez isso semana passada. - quando Lauren reforça o que Camila havia dito, todo mundo ri ainda mais.

- Mas você se assusta facilmente?

- Não mais, após ter Lauren fazendo pegadinhas em mim quase todos os dias, aprendi a não me… - antes que a cantora terminasse de falar, a fruta voa em sua direção, fazendo ela gritar e derrubar quase toda a sua bebida - JAMES! - Lauren solta uma gargalhada alta.

Enquanto Camila brigava com James, algo sobre ele atirar quando ela não estava preparada, Lauren pegava sua bebida e caminhava em direção ao seu lugar atrás da parede transparente. A cantora parecia relaxada, diferente das suas oponentes anteriores.

- Lauren, honestamente, você não me parece o tipo de pessoa que se assusta facilmente! - James fala alto, segurando o controle.

- Eu não… - ela franze o cenho - O que te faz pensar isso de mim?

- É só eu, ou Lauren parece uma daquelas garotas que aparecem no filme do James Bond?! Ela parece incrível atrás daquele vidro… - Lauren ergue sua taça, no mesmo momento que ele aperta o botão e ela nem se move - AH! ISSO FOI INCRÍVEL, TEMOS NOSSA VENCEDORA!”

Termino de encher mais um balão e entrego para Lauren, vendo ela amarrar o mesmo com uma enorme facilidade.

Nossa sala já estava lotada de balões para a surpresa de Elisa, ela completava seis anos naquele dia, nossa rotina giraria em torno dela durante todas as horas daquele dia que era sempre cercado de muita alegria. Era o melhor dia do ano, simplesmente por ver nossa filha tão feliz em comemorar aquela data especial ao lado de seus familiares e amigos.

Olho o relógio e começo a enrolar um balão no outro, utilizando um barbante para prender todos eles juntos. Estrategicamente Lauren e eu espalhamos os balões pelo corredor, dos quartos, na escada, deixando os balões com gás hélio que tinham frases e seu nome espalhados pela área da cozinha e da sala.

Preparamos o café da manhã e deixamos a mesa posta, subindo as escadas, eu com alguns balões e Lauren com o celular para registrar o momento. Assim que abrimos a porta, começamos a cantar ‘parabéns para você’ enquanto nos aproximávamos da cama.

A primeira reação de Elisa foi se cobrir ainda mais, o que me fez rir e fez Lauren cutucá-la com a mão livre, escutando ela rir baixinho. Continuamos cantando ainda mais alto, até que nossa filha se deu por vencida e abaixou a coberta, amarrei os balões na sua cabeceira e me sentei ao seu lado, começando a fazer uma voz engraçada para terminar de cantar ‘parabéns’.

- Mama, não. - cobre a minha boca - Você não está cantando certo. - solta uma gargalhada alta, alguns dentes faltavam em sua boca, e isso só tornava seu sorriso ainda mais lindo.

- Cante comigo! - a envolvo em um abraço, fazendo cosquinhas.

- Mamãe, me ajude! - Elisa grita quando eu começo a lotar seu rosto de beijos, interrompendo só para cantar alguns trechos do ‘parabéns’, tudo isso enquanto Lauren ria alto e me ajudava a fazer mais cosquinhas.

- Parabéns, meu amor. - beijo sua testa.

- Obrigada. - me abraça finalmente - Mamãe, venha, você também. - Lauren se joga em seus bracinhos pequenos.

- Eu te amo, querida. - beija a nossa filha - Você é nosso mundo todinho. - Elisa a aperta no abraço.

- Ok, temos um dia cheio, começando com o melhor café da manhã preparado por nós e então um dia muito divertido no seu restaurante favorito e por último: praia.

- SIM! - se levanta e começa a pular na cama - MAS, MAMA. - para de pular no mesmo momento, ficando de joelhos e segurando meu rosto - E os meus presentes?

- Estão escondidos. - sussurro, beijando sua bochecha - Depois do café da manhã iremos procurar, ok?

- Combinado. - salta da cama - Onde está meu café da manhã? - pergunta com um sorriso inocente, como se eu não soubesse que iria comer seu café da manhã rapidamente para encontrar seus presentes;

Lauren e eu sabíamos exatamente como Elisa agia quando haviam presentes envolvidos. Minha esposa e eu tentávamos não dar muitas coisas fora de época para a pequena por saber que ela poderia ficar mal acostumada, e pela enorme quantidade de brinquedos, Lauren e eu sempre fazíamos doações quando notávamos que Elisa não brincava mais com alguma coisa.

Nossa filha desceu as escadas como um verdadeiro furacão enquanto Lauren berrava para ela não correr nas escadas, ocupou seu assento à mesa e ficou de joelhos sobre a cadeira, abrindo um largo sorriso em nossa direção. Ocupei meu lugar e Lauren sentou ao lado de Elisa, servindo suco em seu copo enquanto eu colocava calda em suas waffles.

- El, coma com calma. - Lauren a repreende e nossa filha se limita a sorrir com a boca cheia.

- Desculpa, quero ver meus presentes!

- E você vai, tenha calma, poderá brincar com eles o dia todo se quiser… - coloco um pouco de cereal em uma tigela.

- Quem vai passar o dia com a gente? - quesitona interessada - Tia Taylor? Tia Sofia? - pensa por alguns instantes - OH, JÁ SEI, TIA DINAH VAI VIR?

- Hoje será apenas nós três, amanhã elas estarão em sua festa, assim como seus amigos! - comento, rindo ao vê-la ignorar Lauren e enfiar mais um pedação de waffle em sua boca.

Conversamos com Elisa sobre como ela acreditava que seu final de semana seria, sempre gostamos de celebrar sua vida em grande estilo, balões, muitos presentes e beijos eram a nossa maneira de demonstrar toda afeição que sentíamos por nossa filha.

Para aquele ano, quisemos algo diferente, tanto Lauren quanto eu estávamos trabalhando muito, por este motivo achamos que seria melhor tirar um dia de nossa agenda para ficarmos o dia todo com Elisa e nossa atenção ser somente dela. Entretanto, não acreditávamos que seria justo com o resto de nossa família, ou seus e nossos amigos não celebrarem sua vida conosco, por isso, tive a ideia de fazer uma festa no dia seguinte ao ‘nosso dia’.

Foi inevitável não rirmos ao ver quanto Elisa estava animada, ela não parava quieta um segundo, o que não era surpresa, já que ela sempre ficava inquieta e animada com qualquer coisa que sugeríamos fazer.

Desde que minha filha começou a engatinhar foi um caminho sem volta para Lauren e eu termos “paz”, começamos a notar que sua impaciência não era comum quando em mais de uma reunião sua professora Kelly nos notificou de suas atitudes em sala de aula, foi quando decidimos procurar ajuda profissional.

Elisa foi diagnosticada com TDAH, um transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o que dificulta seu aprendizado e torna muito difícil realizar atividades simples já que sua atenção se dispersa muito facilmente. Lauren e eu tivemos que conversar muito com ela, e com nossos psicólogos para que pudéssemos dar uma assistência maior para nossa filha, não queríamos que ela se sentisse diferente ou deslocada de qualquer maneira.

- Senhoras e senhoras. - Elisa solta uma gargalhada ao ouvir Lauren falando - Tambores, por favor. - minha filha e eu, coordenadamente, começamos a bater as mãos e os pés produzindo um som alto que imitava os tambores que minha esposa tanto queria - Aqui está a primeira charada! - estende em direção a nossa filha.

- Leia, mama, leia! - tira da mão de Lauren e me estende.

- “Para encontrar os seus presentes, você deve pensar onde seu cereal favorito está” - mal terminei de ler e Elisa saiu correndo em direção aos armários da cozinha, se jogando no chão para abrir o armário na parte debaixo.

- EU ACHEI, EU ACHEI! - ela solta uma gargalhada alta, rasgando o papel do presente, enquanto Lauren ria de nossa filha.

A risada de Elisa era tão engraçada que era impossível não rir junto.

- AI MEU DEUS, É EXATAMENTE O QUE EU QUERIA! - começa a pular como uma pulga, correndo apressadamente em direção a Lauren - Olhe, mamãe, olhe! - enfia a câmera de fotos - Agora poderei tirar fotos, como você. - abre um largo sorriso.

Acontece que era uma câmera antiga, as fotos tiradas ali precisariam ser reveladas, isso instigaria Elisa ver o mundo com outros olhos e ter sua própria autonomia perante as fotos que queria, além de que, isso a impediria mais um tempo de ficar em um celular. Lauren e eu evitávamos ao máximo deixar ela próxima a um celular, só em casos realmente inevitáveis, isso nos obrigava a ficar longe do aparelho também.

- Você não pegou a segunda dica! - grito, tirando a mesma da porta do armário, logo salta do colo de Lauren, caminhando em minha direção, seus olhos castanhos me encaravam curiosamente, me instigando a ler o papel que eu tinha em mãos - “Passo o seu desenho favorito e você só pode ver depois de fazer sua lição de…”

Sequer terminei de falar, Elisa correu em direção a televisão, ficando em frente da mesma, em uma clara confusão sobre onde o presente poderia estar. Olhou ao seu redor e Lauren riu, cobrindo a boca ao ver que ela ainda não havia notado o embrulho quadrado atrás da televisão, nossa filha soltou um gritinho quando puxou cuidadosamente o embrulho de trás da televisão, primeiro retirou a próxima dica, me entregando e então começou a rasgar o papel.

Era um quebra-cabeça de cem peças para ela montar com Lauren, Elisa tinha uma coleção e enorme de quebra-cabeças. Lauren e ela montavam sobre uma superfície que possibilitava deixarmos eles montados. A curiosidade de ver as imagens formadas era maior que a inquietação de ficar parada por tanto tempo.

“Me encontre onde o cortador de grama está.” era a penúltima dica.

Fomos para a garagem, onde Elisa encontrou uma nova bicicleta preta, ainda haviam rodinhas, mas eu iria ensinar ela andar sem rodinhas dentre os próximos meses, ela já estava conseguindo andar graças ao meu sogro. Lauren tirava fotos da nossa filha e eu fazia questão de beijar minha esposa vez ou outra, ver a pequena radiante com a revelação dos presentes era de encher nossos corações de amor, e Laur que havia tido aquela ideia.

- Ok, El, sua última dica e último presente. - minha filha desceu da bicicleta, já totalmente interessada no melhor presente - “Sou grande, por isso, não posso ser utilizado dentro de casa…” - nos encarou confusa.

- Mama, abra o portão. - assim fiz, Elisa saiu para o jardim da frente e franziu o cenho, confusa por não ver nada.

- Não está aí. - Lauren ri - Vou terminar de ler, tenha paciência, mocinha. - abre novamente o papel - “Sou grande, por isso, não posso ser utilizado dentro de casa, sendo assim estou perto de seu balanço” - nenhuma outra palavra foi dita, Elisa correu em disparada para dentro de casa, indo em direção a enorme porta de correr que dava para o nosso quintal.

Seus gritos animados ao verem a pula-pula foram sensacionais. Elisa correu e subiu a escadinha rapidamente, começando a pular no novo brinquedo, Lauren riu e eu soltei a mão da minha esposa, subindo no brinquedo junto de minha filha, ouvindo seu grito e gargalhada enquanto éramos filmadas. Laur juntou-se a nós depois de um tempo, fazendo Elisa rir bastante e cair a maior parte do tempo. Depois de pularmos por alguns minutos descemos do brinquedo.

A pedido de minha filha, mudamos completamente os planos daquela manhã. Após colocarmos roupas casuais, fui até a garagem retirar as bicicletas dos suportes, iríamos dar algumas voltas pelas ruas calmas do nosso condomínio. Lauren e eu tínhamos que pedalar lentamente para que Elisa conseguisse nos acompanhar, o que não era difícil já que minha esposa e filha faziam questão de tentar competir entre elas.

Após uma hora pedalando, acabamos voltando para casa, Lauren foi dar banho em Elisa enquanto eu ia tomar banho em nosso banheiro. Quando saí do banho e escolhi uma outra roupa casual, fui direto para o quarto da minha filha, vendo ela de calcinha em frente ao seu armário. Assim que notou minha presença, Laur saiu do quarto para tomar o seu banho, enquanto penteava meu cabelo opinava nas escolhas de Elisa, até que ela finalmente se decidiu o que vestiria.

Trajando uma linda jardineira jeans, optando por uma regata cinza com alguns detalhes, escolhi o tênis branco que calçaria, deixando ela escolher as meias. Após secar o seu cabelo, prendi o mesmo e passei um pouco de protetor, arrumei uma mochila com troca de roupa, além de uma toalha, seu biquíni, chinelos e protetor solar.

Descemos as escadas, a coloquei sentada sobre a mesa, colocando um copo de suco ao seu lado, novamente chequei sua bolsa para garantir que não havia esquecido nada, acabei colocando dois brinquedos. Peguei a minha bolsa e retirei meu carregador portátil, celular, minha carteira e óculos de sol, esperando Lauren descer com a nossa bolsa para a praia mais tarde.

Observei Elisa quietinha, beslicando um pedaço de pão, ela havia já terminado de beber o suco. Peguei meu celular e capturei a imagem dela completamente imersa em seus próprios pensamentos. Decidi postar a mesma, com uma legenda pequena procurei expressar o que sentia.

@Camila_Cabello: Ainda não acredito que seis anos se passaram desde que coloquei meus olhos em você pela primeira vez, meu amor por você é inexplicável e aumenta a cada dia. Tenho sorte de ter você como minha filha, e todos os dias aprender mais e mais com você, eu te amo infinitos, Elisa, o aniversário é seu, mas quem ganha o presente (todos os dias), somos nós!

- Mama, eu vou ter um irmão? - semicerra os olhos, arregalo os meus, surpresa com essa pergunta.

- Oh… uh, eu… ahn? - sinto minhas bochechas ficarem vermelhas, ela franze o cenho - Você quer ter um irmão?

- Não. - encolhe os ombros e eu prendo a risada - Eu não quero mamãe e você com outras crianças. - me aproximo, com um sorriso gentil - Vai que você ame mais a outra criança. - revira os olhos.

- Bem, sua mãe e eu não temos planos para uma outra criança, e mesmo se tivéssemos outra criança, iríamos amar vocês iguais… - a envolvo com meus braços, sentindo sua respiração calma - Mas em meu coração só tem espaço para você…

- E mamãe Lauren. - resmunga, me fazendo rir.

- E mamãe Lauren. - beijo o topo de sua cabeça.

- Ok, espero que estejam prontas! - Lauren aparece com a bolsa contendo nossos trajes para a praia - Vamos? A aniversariante pode escolher a música que toca no carro.

- SIM! - Elisa comemora, pulando no colo de Lauren, que ri, a ajeitando melhor em seu colo - Podemos ouvir tia Dinah?

- O que você quiser, El. - beija o topo da cabeça da nossa filha, pego nossas coisas e a chave da casa, fechando a mesma.

Fomos o trajeto todo até o restaurante de Elisa cantando as músicas de DJ, até cheguei a gravar El cantando pelos pulmões uma das músicas, enviando para Dinah. Quando chegamos, encontramos Owen e Josh, ele ficaria responsável pela segurança de Elisa, antes que ela pudesse pensar em correr, a segurei pela mão, Lauren e eu nos abaixamos para que pudéssemos olhar no fundo de seus olhos e repassar os combinados.

Mesmo que não tivesse plena consciência do nosso trabalho, ela já sabia que implicava algumas restrições, isso incluía não falar com estranhos ou estar com qualquer pessoa que não fosse de nossa consciência, assim como não aceitar nada de ninguém estranho. Ela sabia a palavras que deveria dizer: vermelho; para quando estivesse com medo e não pudesse seguir nossas regras. Palavrões estavam fora de cogitação, ainda mais perto de outras crianças, na última semana Elisa escutou Chris xingando e saiu falando ‘merda’ pelos dias que seguiram. A última regra era a mais simples: caso tivesse curiosidade ou dúvida, sobre qualquer coisa, deveria buscar Lauren e eu para questionar.

O ambiente do restaurante era próprio para crianças, então envolvia muita gritaria e correria. Os pais ficavam em mesas onde eram atendidos e comiam, na maior parte do salão ficava um espaço gigantesco para crianças brincarem em todos os tipos de brinquedos, entre si e com a supervisão de monitores.

Para aquele almoço, convidamos os pais dos três amigos mais próximos de Elisa, e combinamos um valor para que o não ficasse tão lotado como sempre ficava. Então, além de nós, apenas as vinte primeiras famílias que entrassem ali, poderiam ficar no ambiente; achamos que seria o melhor a fazer para maior segurança de Elisa.

Era assustador quantas pessoas já haviam abordado nossa filha para tentar obter algum tipo de contato conosco, até outras crianças haviam sido usadas para tais contatos. Lauren e eu tentávamos proteger nossa filha o máximo possível, mas nem sempre isso era possível, e isso nos deixava louca.

- Ela perguntou se iríamos dar um irmão para ela. - sussurro, após o garçom se afastar.

- Oh, jura? - Lauren ri, arqueando as sobrancelhas - Eu queria ter visto você respondendo essa pergunta…

- Eu disse que não temos planos para isso, nem agora e nem pelos próximos anos, que ela é a única criança de nossa vida. - abraço o pescoço de minha esposa, roubando um selinho.

- Não quer ter mais filhos?

- Eu… - olho sobre o seu ombro, vendo Elisa rir com Owen, que a jogava de volta na piscina de bolinhas toda vez que ela tentava sair - Eu sinto que Elisa é o suficiente para nós. - apoio minha cabeça em seu ombro - Por que, você quer ter outros?

- Não. - beija minha testa - Quer dizer, seria incrível ver você grávida de novo, ou ficar grávida... mas sinto que temos muito trabalho em administrar nossa vida com a de Elisa e não quero ter a mesma sensação com outra criança. - a observo atentamente, nunca havia escutado ela dizer algo do tipo - As vezes sinto que não dou tudo o que posso dar para ela, sabe? - se vira, encarando nossa filha - Somos tão ocupadas, e as pessoas exigem tanto de nós, às vezes tenho a impressão que estou falhando com ela e…

- Não, Lauren… que absurdo. - seguro seu lindo rosto - Você é a melhor mãe que Elisa poderia ter. - falo convicta - Ela é louca por você, pela nossa família, fazemos tudo o que está ao nosso alcance e nossa filha não parece achar ruim. Somos presentes em sua vida, a educamos para ser uma cidadã de bem e educada, além de suprirmos todas as suas necessidades cruciais e alguns de seus caprichos. - Lo ri, negando com a cabeça - Olhe para ela… - continuo abraçada em seu pescoço, juntas observando Elisa rir enquanto corria - Ela está feliz, bem e saudável, fazemos um bom trabalho, Lauren. - suspira alto.

- Você tem razão… - beija a minha mão.

- Mamãe, mamãe, veja! - grita de longe, continuamos a olhar, vendo ela descer do escorregador com as mãos para cima, nos assustando quando assim que chegou ao chão deu uma cambalhota no chão macio.

Pedimos o almoço, fazendo questão de bular o cardápio saudável do dia a dia, garantindo que Elisa comesse todas as coisas não-saudáveis que ela tanto gostava. Após uma pequena argumentação com a nossa filha, Lauren conseguiu que ela fosse sentar, Owen e Josh ocuparam os outros assentos vagos para que pudessem desfrutar da refeição conosco.

Owen iria se aposentar naquele ano, o que era assustador e angustiante, Lauren e eu confiávamos a nossa vida à ele. Josh seria o novo chefe da segurança, e o novo segurança que Owen havia escolhido, Mark, seria o seu assistente. Só estávamos mais tranquilas por sabermos que Owen estava deixando tudo seguro para quando partisse.

Sofia e depois Taylor ligaram para Elisa, meus pais e meus sogros apareceram na chamada para desejar um feliz aniversário, prometendo que estariam na festa do dia seguinte, onde todos eles brincariam com a nossa filha, El só sabia sorrir largo e combinar todos os tipos de coisas possíveis com eles.

Utilizamos do banheiro do restaurante para colocarmos os biquínis por baixo das roupas, só então saímos, acompanhadas de Owen e Josh. O combinado era simples, se a praia estivesse vazia, liberaríamos eles do trabalho, e foi o que aconteceu, estacionamos o carro na parte dos restaurantes e caminhamos acompanhadas deles até a areia da praia. Após espalharmos as toalhas no chão e abrirmos o guarda-sol, nos despedimos de Owen e Josh.

- Mama, o que significa ‘idiota’? - arregalo os olhos.

- Quem te ensinou isso? - paro de passar protetor em seu rosto.

- Tia Normani disse uma vez e hoje Carter repetiu enquanto brincávamos. - encaro Lauren, ela prendia a risada - É feio dizer isso?

- É uma palavra ruim, se você chamar alguém assim pode ferir os sentimentos da pessoa, você quer ferir os sentimentos de alguém?

- Não, mama. - olha para Lauren - Mamãe, podemos ver se a água está boa para nadar?

- Claro que sim... - se curva, selando nossos lábios - Já voltamos.

Lauren pegou seu celular e caminhou calmamente com Elisa em direção ao mar, notei minha esposa tirando algumas fotos dela, assim como notei sua falta de atenção sobre a nossa filha por alguns instantes, mas durou pouco já que El chutou água em sua direção, fazendo minha esposa correr atrás dela e ambas começarem a brincar na beira do mar.

Uma fã me abordou enquanto elas estavam no mar, conversei alguns instantes com ela e tirei fotos com ela e com seu namorado. Lauren e Elisa voltaram, peguei a bola e decidi jogar com a minha filha, mesmo sabendo que eu era muito horrível naquilo, o que arrancava muitas risadas da minha esposa e fazia ela gritar as coisas que nossa filha deveria fazer para tirar bola de mim.

Entrei no mar com Elisa, eu molhei somente as pernas, mas minha filha fez questão de afundar o corpo na água e nadar de um lado para o outro, desde seu primeiro ano de idade nossa filha fazia natação e era ótima na água, por isso, tínhamos total segurança em deixá-la nadando.

Ficamos boas horas na praia, decidimos tomar um sorvete antes de ir para casa, Lauren e eu fizemos um trocador improvisado com a toalha, ajudando nossa filha se trocar sem que seu corpo ficasse exposto. Após vestir a jardineira, coloquei uma blusa de manga comprida, e fiz ela calçar os chinelos. Como nem Lauren e nem eu havíamos molhado nossos biquinís, colocamos nossas roupas de antes por cima dos mesmos.

Juntamos nossas coisas e fomos até o carro, guardando as mesas no porta-malas, começando a caminhar em direção a sorveteria.

- Oi Lauren! - o barulho da câmera ecoou pelo espaço - Como vai, Camila? - tirei o boné que usava e coloquei na cabeça de El, o que pudesse fazer para dificultar tirar fotos do rosto dela, faríamos.

- Mama, quem é? - tenta olhar e eu coloco mão em sua cabeça, impedindo que ela.

Não é como se nossa filha não houvesse sido fotografada antes, ou que as pessoas não soubessem como ela parecia ser, mas Lauren e eu não gostávamos quando os paparazzis incomodavam nossos passeios, Elisa sempre acabava ficando assustada ou incomodada.

- Feliz aniversário, Elisa. - um deles fala animado.

- Obrigada. - responde sorrindo, meu coração se derrete ao vê-la respondendo eles.

- Não fala com a minha filha, por favor. - Lauren tenta cobrir a câmera - Você sabe que é aniversário dela, nos deixem em paz, apenas queremos passar um dia sem tumulto…

- Camila, o texto que você postou para ela é muito bonito! - ignoro ele, andando mais rápido - Olhe para cá! - corre na minha frente, tentando tirar mais fotos, cubro o meu rosto com a minha mão.

- As deixe em paz, sério. - Lauren entra na frente, continuo caminhando com Elisa, enquanto ela ficava para trás com eles.

- Mama, a mamãe. - olha para trás, empurro a porta da sorveteria - A mamãe.

- Ela está vindo, querida, não se preocupe. - sorrio, tentando tranquilizar minha filha.

- Eles são os homens que vocês não gostam, eles têm câmeras como a mamãe, por que vocês não gostam deles? - pego a fila com ela, olhando Lauren atravessar a rua.

- Eles não são legais, mesmo tendo as câmeras legais como a sua mãe Lauren. - me observa curiosa, ela já era grandinha para entender - Você já viu eles outras vezes, El, eles são rudes e não nos tratam bem. - ela semicerra os olhos, ficando emburrada - Eles parecem ser legais, mas sempre tentam fazer coisas ruins para nós, por isso não falamos com eles, querida.

- Mas mamãe respondeu eles.

- Sim, pedindo para que eles não nos incomodassem mais. - acaricio seu rosto - Eles tiram fotos nossas fotos para mandarem para pessoas que contam mentiras sobre nós, ou falam coisas ruins sobre a roupa que vestimos ou como parecemos.

- Já falaram que você é feia, mamãe? - ela parecia genuínamente interessada naquela pergunta, e levemente frustrada com a possível resposta.

- Sim, querida. - uma carranca, igualzinha a de Lauren, tomou conta de seu rosto.

- O meu amor já escolheu o sorvete que irá tomar? - minha esposa aparece repentinamente, pegando El no colo - Eu vou pegar o de abacaxi.

- Eca, mamãe. - ri quando Lauren beija seu pescoço - Eu quero de morango.

Retiramos nossos pedidos e ocupamos uma mesa, sujei Lauren com sorvete, o que arrancou muitas risadas de Elisa e fez um pouco da sua carranca sumir. Enquanto as mulheres de minha vida conversavam animadamente sobre Toy Story, peguei meu celular e fotografei ambas, entrei em meu Instagram e vi a linda foto que Lauren havia postado.

Na foto Elisa corria em direção ao mar, segurando a mão de minha esposa, o lindo biquiní desenhado por Normani cobria partes do corpo da minha filha e sua pele bronzeada fazia um lindo contraste com as cores da peça. A foto havia sido espontânea e simples, mas linda, muito linda.

@LaurenJauregui: Você tornou-se uma das minhas melhores amigas, me faz perguntas que nem sempre sei responder e ilumina a minha vida com o seu lindo sorriso banguelo. Sou grata pela sua existência e por ter sorte de chamar alguém tão cheio de luz de filha, eu te amo, Elisa.

Observei minha esposa e minha filha, sorrindo ao vê-las se sujando de sorvete.

Após uma conversa muito séria sobre baleias, decidimos ir embora. Jogamos os potinhos de sorvete no lixo, ajeitamos melhor o boné de Elisa e saímos da sorveteria de cabeça baixa preparadas para as fotos.

- Meninas, olhem aqui! - cubro meu rosto e Lauren faz o mesmo.

- Elisa, meninas não usam boné, por que não tira o seu? - minha filha ergue a cabeça e o encara irritada.

- Meninas usam o que quiserem. - era possível notar que ela estava irritada.

- Não usam não. - o homem ri, e Lauren estende a mão, cobrindo a câmera do homem que estava irritando nossa filha.

- Não fale com ela! - Lauren fala brava.

- Cuida da sua vida! - Elisa fala para o paparazzo e eu a encaro surpresa, não consigo evitar de rir baixo.

- Essa é filha de Lauren Jauregui mesmo. - outro ri, trinco meu maxilar.

- Não fale da minha esposa ou da minha filha. - o encaro irritada - Nos deixem em paz, já tiraram suas fotos idiotas.

- Mama, você disse ‘idiota’. - murmura chocada, abrindo a porta do carro.

- Eu falei que as fotos eram idiotas, não que ele era idiota, querida. - me sinto constrangida, nada passava despercebido por Elisa.

Entramos todas no carro, antes de sair me virei a tempo de ver Elisa terminando de ajeitar seu cinto de segurança. O silêncio foi absoluto durante quase todo o percurso, foi como se o dia houvesse sido estragado após aquela pequena perseguição.

- Elisa, quem te ensinou a falar ‘cuida da sua vida’? - Lauren murmura, com um sorriso discreto de satisfação.

- Tia Dinah. - me viro, passando a mão pelos cabelos - Ela disse que quando alguém falasse sobre algo que eu gosto deveria mandar a pessoa cuidar da vida dela, e foi o que eu fiz. - nem eu e nem Lauren aguentamos, caímos na risada.

Aquela garota seria terrível.