Capítulo 11
Claire Dearing.
Owen preferiu pedir a pizza para comermos em sua casa.
A pizza já chegou, mas, Owen continua no banho, enquanto eu, fico sentada em seu sofá, acariciando minha barriga lentamente. Beatrice está dormindo, ela sempre resolve se despertar e brincar com todos os meus órgãos as duas da madrugada e dormir apenas as sete, enfim, acho que minha filha ama a vida noturna.
Owen aparece secando seu cabelo com a toalha, sorrio lhe observando. Gosto de quando está apenas de bermuda, seu peitoral nu é gostoso de ser observado, suas penas também. Ele sorri de volta arremessando a toalha para longe e se sentando ao meu lado abrindo a caixa da pizza que está sobre a mesa de centro rapidamente enquanto inalo seu cheiro maravilhoso.
- Está faminto, em. - digo enquanto o mesmo nos serve.
- Eu lhe disse. - ele sorri dando uma mordida - As pizzas de lá são horríveis.
Rio dando uma mordida também.
O jantar passou bastante descontraído. Estou contando uma de minhas aventuras depois que minha barriga cresceu relativamente, a dificuldade de entrar no carro sem afastar o banco, a falta de ar ao subir escadas, as limitações que tenho na hora de dormir, a dificuldade de me abaixar e pegar algo que caiu e inúmeras outras coisas. Owen ouvia tudo com um sorriso no rosto, rindo da minha falta de habilidade em estar grávida e eu também rio. Rio porque o som da sua risada me faz transbordar de alegria.
- Vai comer esse último pedaço? - Owen pergunta apontando para a única fatia na caixa. Nego com a cabeça rindo e o mesmo a agarra dando-lhe uma mordida - Está boa, né?
- Sim, também gostei. - digo me apoiando no sofá descansado minhas costas que já estão doendo.
- Você está linda com esse barrigão. - sorri com a boca suja de mussarela.
- Obrigada, porque eu, por outro lado, estou me sentindo uma baleia.
- O que? - ele me olha com a testa franzida - Nada disso.
Sorrio lhe encarando. Não quero estragar o momento e muito menos fazer seu sorriso desaparecer, mas, preciso perguntar sobre seu pai, preciso saber se Owen está conseguindo reagir bem com isso.
- Não quer conversar? - pergunto quando o vejo adentrar a sala novamente assim que levara a caixa vazia para a cozinha.
- Sobre o que? - ele pergunta se sentando ao meu lado e passando a mão no cabelo me encarando.
- Sobre seu pai. - digo num sussurro. Ele suspirou e deu os ombros.
- Simon lhe disse? - concordo com a cabeça - Não tenho o que conversar, Claire. Era hora de ele partir, foram muitos anos de sofrimento.
- Sabe que se precisar conversar, vou estar aqui, né? - digo colocando minha mão sobre seu ombro.
- Sei. - sorriu agarrando minha mão - Mostrei uma foto sua para ele. - lhe encaro surpresa - E como eu previa, disse que você é muito bonita para mim.
- Que honra. - digo rindo - Minha mãe disse que quer te conhecer. - seus olhos se arregalam - Disse que você parece um cara legal.
- Meu Deus, Claire. - ele sorri me olhando - Até parece que somos adolescentes e estamos planejando contar para nossos pais que estamos juntos. - fico corada no mesmo momento, concordando - Ué, por que está toda vermelha?
- Nada. - suspiro olhando para baixo - Só achei engraçado.
- Hum. - sorri olhando em meus olhos - Minha mãe vai se mudar para Seattle. - suspirou passando a mão na perna e se virando para mim - Disse que não quer ficar sozinha em Moscou.
- Isso é bom, não é? - ele dá os ombros - Owen, aqui ela terá você.
- Mas, ela tem amigos lá. - disse me olhando - Amigos de uma vida toda, sei que ela vai ter dificuldade para se acostumar aqui. É tudo diferente, não vou conseguir dar atenção cem por cento para ela e tudo mais, pelo menos lá, sei que não ficaria sozinha.
- Talvez ela mude de ideia depois. - dou os ombros lhe olhando - Ela vai saber o que é o melhor pra ela.
- É. - suspirou - Falando em mães... - sorriu me olhando - Percebi que você e a sua se entenderam, né?
- Sim. - sorrio - Meus pais chegam mês que vem... Eles se ofereceram em ficar em casa durante o primeiro mês de Beatrice, para me ajudarem. - ele sorri surpreso.
Mamãe me deu essa ótima notícia á alguns dias atrás, através de um e-mail mega fofo em forma de vídeo, onde ambos estão abraçados enquanto papai segura o celular e falam em sincronia a novidade de passarem esse período comigo. Tenho certeza que demorou muito tempo para conseguirem falar ao mesmo tempo, porém, o resultado ficou ótimo e claro, fiquei tão feliz que respondi com outro vídeo, onde demonstrava minhas lágrimas caindo. Me sinto mais tranquila agora, sei que eles estarão aqui e posso esclarecer minhas mil e uma dúvidas sobre o mundo da maternidade.
- Isso é ótimo. - ele parece feliz - Está ansiosa com a chegada dela?
- Muito. - digo levando minha mão para a barriga novamente, isso já está acontecendo automaticamente - Você precisa conhecer o quartinho dela.
- Sim, preciso. - sorri - Você está com o colar. - ele aponta para o meu pescoço - Fico feliz que gostou.
Desde o momento em que Owen me deu esse colar, não o retiro para nada, nem mesmo para tomar banho ou dormir, era uma das formas de mantê-lo por perto.
- Eu lhe disse que gostei. - sorrio agarrando o pingente.
- Ah... - ele revira os olhos - Quem recebe um presente e diz que não gostou? - me encarou e eu rio - Então, você dizer que gostou, não comprova nada.
- Engraçado, você. - digo rindo e agarrando minha bolsa ao lado do sofá - Acho que seu mal é sono, vou te deixar descansar. - olho o horário pelo celular, são quase meia noite.
- Você já vai? - ele faz biquinho.
- Você acabou de chegar de uma viagem longa, não está cansado? - pergunto me levantando (com dificuldade, claro).
- Não mais. - deu os ombros me olhando a agarrando minha mão - Fica mais um pouco, olha, podemos assistir algo ou observar as estrelas. Você quem escolhe.
- Tudo isso era saudade? - pergunto enquanto o mesmo me puxa de volta para o sofá - Hum, deixo você escolher o que vamos fazer.
- Estelas. - ele sorri - Estou com saudade de fazer isso.
- Você quem manda. - sorrio.
Ele me encara e agarra minha mão me guiando pelo corredor até seu quarto. Entramos e o mesmo caminha até o botão ao lado da cabeceira para que o teto se abrisse. Me sento no canto da cama e ele se deita suspirando, talvez, apreciando a sensação de novamente estar se deitando em sua cama. Sorrio enquanto me sinto puxada por ele para que eu me deitasse ao seu lado.
Seus olhos encaram o céu que infelizmente não está tão estrelado por conta das nuvens que as cobrem, mas, Owen parece estar gostando. Não falamos mais nada, apenas ficamos ali, desfrutando da presença um do outro, ouvindo a respiração, conectados sem palavra alguma, apenas ali, juntos.
Meus pensamentos voam por um universo gostoso, onde imagino o rosto de Beatrice, um passeio no parque com Owen e também do nosso beijo inusitado no aeroporto. Eu realmente não esperava por aquilo, mesmo que já havia sentido vontade antes, isso não era algo que estava em meus planos, em momento algum, mas, a surpresa de finalmente provar do seu rosto fez com que meu dia ganhasse cor de maneira sobrenatural.
Depois de alguns minutos em silêncio, me viro observando o rosto sereno de Owen. Ele dormiu, e parece com um anjo dormindo sobre as nuvens, com uma serenidade bela em cada traço de sua face, tranquilo.
Sorrio de lado lhe observando, eu quero trocá-lo, acariciar seu cabelo e até mesmo beijar seu rosto, mas, sei que isso o faria despertar no mesmo momento. Apenas me levanto lentamente, ajeito o lençol azul marinho até sua cintura e apago o abajur caminhando com passos leves até a saída.
*Você dormiu, então, vim embora, mas, antes te observei por alguns minutos, ninguém mandou ser lindo assim... Estou feliz que esteja de volta, adorei nossa noite (como sempre) Beijos!*
***
# Alguns dias depois.
- Aí meu coração! Mas, já se beijaram alguma outra vez? - Zia pergunta animada enquanto coloca as latinhas de refrigerantes no freezer.
Zia me convenceu a fazer um "chá de bebê" para Beatrice. Não estava com vontade de fazer, até porque tive que gastar o pouco dinheiro que tinha para fazer uma pequena decoração e comprar a comida, mas, Zia acha que é importante fazer, até porquê, consigo ganhar mais algumas coisinhas, como fraudas, por exemplo.
- Não, Zia. - sorrio me sentando em uma cadeira sentindo minhas costas e pernas doerem - Apenas aquele dia.
- Vocês são tolos, em! - ela me olha com as mãos na cintura - Precisou Owen estar do outro lado do mundo para que finalmente saísse um beijo. - riu.
- Pare com isso. - digo lhe entregando mais um fardo de latinhas.
Os pais de Zia disponibilizaram a chácara da família para que eu pudesse usar e claro, estou realmente muito agradecida. É bem simples, apenas uma casa, uma piscina relativamente grande e uma churrasqueira, mas muito linda e aconchegante. Será um pequeno almoço com churrasco e cerveja, homens também podem participar e estou animada com a ideia.
Nessa época do ano, os dias estão quentes e as noites frias, então, vamos aproveitar essa linda tarde de domingo para uma pequena festa.
- Você chamou o Taylor? - ela pergunta assim que coloco o bolo de fraudas em cima da mesa.
- Sim. - suspiro a encarando - Mas, acho que ele não vem.
- E por que, não? - revira os olhos.
- Porque ele não parece interessado na filha dele, Zia. - digo dando os ombros - Eu nem ia chamá-lo, por causa do seu sumiço, mas, minha consciência pesou mais.
- Taylor é um imbecil. - ela bufa e encara o portão - Olha lá, o menos imbecil da sua vida chegou. - riu.
Encaro, é Owen e Barry, saindo do carro segurando fardos de cervejas nas duas mãos. Sorrio observando ambos que sorriem, Owen de bermuda e tênis e Barry de chinelos, caminhando juntos até nós. Sorrio, é bom tê-los aqui.
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