— Como sabe, — começou Chanyeol — acomodamos todos os tipos de pacientes aqui.
— Não fale desse lugar como se fosse um hotel, é ridículo. — Sehun o interrompeu.
— Vai me deixar falar ou não?
— Por favor, prossiga, tentarei não interromper novamente. — Sehun falou enquanto sentava-se na cadeira em frente a Chanyeol.
— Cada um aqui tem uma história, completamente diferente do seu companheiro, mesmo que suas doenças sejam as mesmas. Abrigamos desde suicidas, a assassinos seriais. — Chanyeol fez uma pequena pausa antes de continuar. — Baekhyun não é tão diferente. Você sabe que ele possui TOC, certo? — Chanyeol parou e Sehun assentiu positivamente. — E também transtorno de bipolaridade, o que o torna uma pessoa extremamente instável.
— Por favor, diga que ele matou alguém, diga que ele não é princesinha que todos achamos que ele é, por favor! — Sehun falou, começando a se animar com o rumo que aquela conversa estava levando.
— Sim, Sehun, ele matou alguém. — Chanyeol falou baixando a cabeça, um tanto desapontado. — O colega de quarto dele, e também um amigo próximo, quase um namorado, imagino.
— Porque imagina isso?
— Pelo depoimento de Baekhyun depois de assassina-lo.
— Posso ler?
— Não.
— Channie.... Por favor
— Sabe que é totalmente contra as regras do hospital.
— Eu não conto se você não contar. — Sehun tinha um sorriso infantil no rosto.
— Eu posso resumir o que está lá para você, mas só.
— Já está quebrando as regras mesmo, quebrá-las mais um pouco não fará diferença!
— Fará sim, Sehun! — Chanyeol suspirou novamente, Sehun não protestou, ou disse nada a mais, apenas esperou que Chanyeol continuasse com sua narrativa. — Ele dizia ama-lo, falava de momentos que passaram juntos, e que não queria machuca-lo. Que ele era o amor da sua vida, que eles pretendiam se casar e ter filhos.
— Tá, já entendi, agora vamos para a parte do assassinato.
— Você está interessado em assassinatos demais, devo me preocupar?
— Não, mas continue a história, por favor.
— Depois da análise forense, a autopsia, e também a confissão de Baekhyun, foi possível montar todo o caso. — Chanyeol parou, antes de continuar, falar sobre aquele tipo de coisa, lhe causava arrepios. — Ele estava no dormitório com o colega de quarto, Baekhyun estava se arrumando para sair com o tal namorado, e seu colega de quarto estava lendo um livro qualquer. Enquanto olhava suas coisas, o Byun deu por falta de um objeto, que segundo ele havia sido um presente do namorado, era algo muito importante para ele. Baekhyun viu que tal objeto, de natureza nunca revelada, estava metido na mochila do colega de quarto, numa súbita mudança de humor, Baekhyun foi tomado por um ataque de raiva e, usando uma tesoura de ponta que se encontrava sobre seu criado-mudo, atacou o colega de quarto, quarenta e duas vezes, seu número favorito.
— Quer dizer que Baekhyun, a pessoa mais dócil e amável que se encontra nessa ala, nada mais é do que um assassino sangue frio? — Sehun falou, parecendo chocado. — Por favor, continue, essa história só melhora.
— Quando ele concluiu as quarenta e duas punhaladas no colega de quarto, viu que seu namorado estava no quarto, e que vira tudo o que aconteceu. Baekhyun tentou explicar a situação, mas, estando coberto de sangue, seria difícil alguém acreditar em sua inocência. Segundo Baekhyun, o namorado o chamou de louco, disse que ele era uma aberração e que iria chamar a polícia, no desespero, Baekhyun o atacou também, acertando em cheio a jugular. Por conta do TOC, Baekhyun não conseguia parar até que houvesse apunhalado o rapaz outras quarenta e uma vezes. — Chanyeol levantou-se da cadeira, e caminhou pela sala, sendo acompanhado pelo olhar de Sehun. — Um morador do andar de cima, ouviu todo o barulho, ao descer as escadas, viu a porta aberta e Baekhyun apunhalando o namorado, foi ele quem chamou a polícia. Quando chegaram, encontraram Baekhyun coberto pelo sangue do colega de quarto, e chorando sobre o corpo desfalecido do namorado. Ele sequer resistiu à prisão, confessou todo o crime, e, depois de alguns exames psicológicos, foi julgado e mandado para cá.
— Desde quando Baekhyun está aqui? — Sehun perguntou, ele era um dos pacientes mais antigos, porém, ao chegar lá, Baekhyun já estava.
— Antes mesmo de eu vir trabalhar aqui, se bem me lembro, Beakhyun foi um dos primeiros pacientes do hospital. Deve ter em torno de vinte anos, desde que o hospital foi aberto.
— Com quantos anos ele chegou aqui?
— Dezesseis.
— Como, aos dezesseis anos, ele já morava sozinho?
— As circunstâncias que levaram Baekhyun a estar naquele lugar, com a idade que tinha, são desconhecidas. Ele nunca disse nada sobre sua vida. É desconhecido, até mesmo das autoridades, os dezesseis primeiros anos da vida de Baekhyun.
— Quem diria que o Baek iria esconder tantos segredos? — Sehun falou sorrindo.
— Agora que já tem o que quer, vamos ver JongDae.
Sehun suspirou, dando-se por vencido, e acompanhou Chanyeol até o quarto de Chen.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.