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História Behind the Book. - Por trás do Livro


Escrita por: Mano_CLK

Notas do Autor


A primeira vez foi até divertida, a segunda vez é deprimente. Eu queria fazer uma sátira ou uma brincadeira com os bastidores de Mifvah, mas isso aqui soa mais como um desabafo, então eu recomendo que você dê meia volta, não acho que vá ser muito divertido. Mas, se mesmo assim você quiser continuar, não diga que eu não avisei.

Capítulo 1 - Por trás do Livro


 

 

Isso doi de mais, doi muito... Eu tô comendo um prato tipico de sexta feira santa... Não sei qual o nome disso, todos se referem como bacalhau, mas tem muito mais coisa. Eu nunca odiei tanto comer algo que eu tanto gosto. Cada garfada é como se eu estivesse esfregando uma gilete na minha boca. Eu tô comendo isso por pura necessidade.

Fome... Uma coisa simples e desgraçada. Uma necessidade. Um lembrete de que você está ficando sem nutrientes no corpo. O corpo... Um saco de ossos e carne, que trabalha com um simples motivo: se reproduzir.

A mente... A mente, hoje em dia, é algo muito suprimido. Precisamos suprimir nossas mentes para aguentar rotinas. Acordar, tomar banho, comer, trabalhar ou estudar, voltar para um abrigo, dormir e fazer tudo de novo. Não é algo sem sentido? As pessoas trabalham tanto pra conseguir pedaços de papel ou de metais, e trocam essas coisas sem valor por mais coisas sem valor, alimento e abrigo. E mesmo assim, continuam trabalhando. Estão tentando comprar a imortalidade? Isso é impossível. Até um Deus é mortal. No momento em que você para de acreditar em um deus, ele perde forças, e se todos pararem de acreditar, ele morre.

Parando pra pensar, os seres humanos também são assim. Algumas pessoas acreditam em você, e isso serve de motivação, não é mesmo? Mas no momento em que todos param de acreditar, são poucos os que conseguem seguir em frente de cabeça erguida. Muitos caem nesse ponto.

Felizmente, ou não, eu ainda não cheguei lá. Pouquíssimas pessoas ainda tem fé em mim, e eu sinceramente queria que não tivessem, assim eu poderia finalmente parar de reclamar de barriga cheia e tomar coragem pra tirar minha própria vida... Argh, falando de barriga cheia, meu estômago ronca, me lembrando de que eu tenho que acabar com esse sofrimento. Eu só tenho que terminar de comer esse prato.

Me encontro em minha sala de estar, encarando o prato com a comida que antes eu tanto gostava, mas que agora vem para me atormentar. O motivo disso tudo é algo tão besta que me deixa puto. Eu queimei minha boca quase inteira no dia anterior. Eu havia comido um bolinho de bacalhau. Quando eu o peguei na mão, eu não senti a temperatura quente, mas quando eu dei a primeira mordida, eu só senti a parte traseira da minha gengiva sendo queimada. Ao invés de cuspir em algum canto, eu tentei engolir, não queira pagar de otário na frente de todos que estavam a mesa. Péssima decisão. Por causa de um orgulho besta, aquela pequena bola de fogo apenas dançou pela minha boca, e agora eu já não posso comer nada. Eu demorei até conseguir engolir aquilo, eu definitivamente sou muito frouxo...

Após longos minutos mastigando e engolindo, eu finalmente consigo terminar o prato. No momento em que me levanto, eu vejo 4 dos 6 gatos com que eu convivo correndo. Esses 4 temem a mim, e eu não os culpo. Eu odeio esses gatos... Mas sempre me encontro carregando um no colo e/ou fazendo carinho neles. É foda. Talvez eu só queira parecer um vilão. Eu não entendo.

Ouço minha prima e os amigos dela berrando, duas casas ao lado. Eles tão tendo mais uma reunião de amigos, fumando aquela porra daquele narguilé... Um pênis de vidro que custa 3000 reais, que só serve pra puxar um vapor com sabor artificial por uma mangueira... Apelidei essa droga, carinhosamente, de pênis do diabo.

Esses idiotas não se preocupam com o Corona-Vírus e nem com o pessoal que quer dormir. Já são dez e meia, o pessoal por aqui dorme cedo. Bando de jecas e funkeiros. Odeio essas pessoas, mas convivo com elas. Eu odeio até mesmo minha prima. Eu tenho muita vontade de falar tudo o que penso sobre ela, mas isso só ia me trazer problema, e eu já cansei de problemas...

Daqui da minha casa, eu consigo ouvir eles... Reconheço cada uma das vozes. Thais, a minha prima feminazi e hipócrita. Mário, meu primo ex-nerd e falso descolado. Felipe, um professor de crossfit que é amigo deles. Jean, um negro maconheiro, mas muito gente boa, a gente costumava jogar Pokémon GO juntos. E por último, Jefferson Takeo, o Japonês boliviano. Ele é professor de matemática, um cara muito gente boa, que muitas vezes é abusado por causa de sua boa vontade. Eu tenho vontade de me juntar a eles... Mas nós não somos do mesmo grupo. A gente não realmente se mistura. Eu odeio tudo o que eles fazem quando estão juntos, que se resume em beber, fumar narguilé, fumar maconha, jogar truco e tirar sarro da minha cara.

De qualquer forma, eu não penso duas vezes em trocar de roupa, por minha jaqueta e ir pra lá. Eu preciso de algo pra me distrair. Mesmo que seja algo que me machuque, por que no fim das contas, tudo machuca... Você só escolhe qual veneno te mata.



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