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História Behind The Lights - Second Season - I am sorry


Escrita por: queendricka

Notas do Autor


Oiiiiiiiiiiiiii crlh eu to PASMA
serio eu AMO VOCÊS
eu amei TODOS os comentários do outro capitulo
VELHO vcs são tipo kkkkkkkkkk eu ri muito e gritei mt pq mano kkkk é incrível como vcs entram na história sabe, como se fosse mesmo real. é incrível como cada um se apaixona por um personagem cada um tem sei la a sua opinião e tal.
BOM EU JA SEI COMO VAI SER A HISTORIA E N VOU MUDAR ABSOLUTAMENTE NADA
enfim, no fim tudo tem um porque, se agarrem nisso e espero q gostem........ beijinhos da dri

Capítulo 13 - I am sorry


Fanfic / Fanfiction Behind The Lights - Second Season - I am sorry

22 de Março de 2014. – 04h53m AM. – Agoura Hills, Los Angeles

Blake Berry – Point Of View

Minha respiração estava ofegante, tentava equilibrá-la, mas parecia impossível com os braços de Connor ao meu redor, nós tínhamos feito coisas tão... quentes. E depois eu contei tudo a ele, contei o que vinha acontecendo nos últimos dias, chorei em seu ombro como em um filme, a cena se repetindo dolorosamente, também contei sobre como sentia saudades de Joey, mas que tinha medo de ir até a casa do meu tio Ryan, ainda mais com tantas coisas na minha cabeça. Ele ficou chocado quando soube sobre a Aubrey, sobre o que meu tinha feito. Ele confessou que tinha parado de ler coisas sobre Justin e eu na internet, por isso não sabia de nada.

E assim como eu, ele não entendia porque Justin estava agindo dessa forma, se ele dizia tanto que me amava. Por um momento me dei conta das inúmeras vezes que Connor me alertou de que uma hora ou outra isso acabaria acontecendo. Eu não sabia como me sentir com ele ali, onde Justin costumava estar. O que nós fizemos... tinha sido incrívelmente bom. Mas não era como com Justin. Eu sinto como se tivesse me aproveitando dele pra... pra curar a dor que eu sentia dentro de mim.

Apesar dos apesares, ele estava ao meu lado, eu tinha o meu melhor amigo de volta e isso era a única coisa boa que eu tinha naquele momento, então me parecia o suficiente. Confesso que senti uma lágrima escapar quando Connor me apertou mais forte contra seu corpo, ainda bem que eu estava de costas pra ele, debaixo do edredom que nos cobria. Confesso também que me senti um pouco suja quando ele beijou meu ombro. Fala sério, nós transamos loucamente e agora eu me sentia suja por ele ter... beijado meu ombro? Talvez a culpa estivesse tomando conta de mim. Deus do céu, eu me sentia horrível.

– Boa noite Bels. – dessa vez seus lábios pousaram levemente em meu pescoço, beijando-me lentamente naquele local, seu nariz expirando meu cheiro, aproveitando ainda dos vestígios do que havia acontecido entre nós minutos atrás.

– Boa noite, Col. – sussurrei, esperando que minha voz não tivesse soado tão melancólica quanto eu estava.

22 de Março de 2014. – 08h48m AM. – Agoura Hills, Los Angeles

Quando abri os olhos relutei em olhar para o outro lado da cama, os flashes da noite passada rondavam minha mente, divagando aos poucos em cada momento de tudo que tinha acontecido, fiquei um pouco anestesiada, minha garganta estava seca ao olhar por debaixo dos lençóis, meu corpo nu... Deus, eu me sentia suja pelo que havia feito! Me sentei com cuidado, com uma mão em cada lado da cama, tentando entender que diabos eu tinha na cabeça pra agir assim, tão impulsivamente.

O que eu fiz foi errado tanto pro Justin quanto pro Connor, não era certo usá-lo pelo que Justin tinha feito comigo, não era certo trair o Justin mesmo que talvez ele estivesse fazendo o mesmo comigo. Mas a verdade é que eu havia deixado bem claro pra ele, que se ele fosse embora, então eu também iria. E mesmo que ele não tivesse ido naquele momento, as palavras que ele me disse, aquilo foi tão rude. Eu estava morta de ciúmes, porque ele a defendia com tanto amor sendo que eu sou aquela que passou mais de um ano ao lado dele. Uau, isso estava me irritando pra caralho!

– O seu celu... – Connor parou de falar ao me ver agora em pé, completamente nua passando a mão no meu cabelo, que estava embaraçoso. –... celular está tocando!

Meu olhos se arregalaram ao vê-lo ali, me encarando explicitamente, com um ar malicioso brincando em seu rosto que parecia ter sido esculpido pelos deuses da beleza, peguei o lençol, tampando meu corpo como se ele não tivesse me visto assim antes.

– Hum, é... ele?

Ele não precisou me responder, bastava olhar em seus olhos e então lá estava a resposta para a minha pergunta. Engoli em seco, caminhando até ele e pegando o meu celular em suas mãos, não sabia se deveria atender, aliás eu certamente não faria isso agora. Recusei a chamada, então senti meu estômago queimar ao ver o sorriso bobo de Connor ao me ver fazer isso.

– Vou... tomar banho. – falei, e então ele balançou a cabeça e me observou caminhar até o banheiro, arrastando o lençol pelo chão.

Chorei durante o banho, e eu que pensei que já tinha secado todas as lágrimas que pudessem existir, estava ali pensando em tudo... sem pensar em nada. Num suspiro um tanto quanto descompassado sai do banheiro, havia uma calça jeans, uma boxer e uma blusa de frio cumprida em cima da cama. Connor devia ter pegado as roupas no guarda-roupa de Jamie, e desconfortável demais para mexer em sua gaveta íntima deve ter optado por pegar uma cueca sua. Esse pensamento me fez rir, oh Deus, como era bom sorrir.

– Nossa... – murmurei perplexa ao ver a maravilhosa mesa de café da manhã que ele tinha preparado pra nós.

– Você merece! – ele sorriu largamente, puxando a cadeira pra mim, fazendo meu estômago revirar novamente, de repente eu poderia vomitar a qualquer momento.

– Especialmente depois de passar tanto tempo sem aparecer por aqui! – a voz familiar e peculiar de Jamie me fez saltar da cadeira, procurando por ela, vendo um sorriso travesso ao conseguir – Coisa feia, não é mocinha?

– JAMIE! – corri para um abraço apertado, puta merda, eu tinha sentido tanta falta dela, nos vimos tão poucas vezes desde que sai daqui. – Que saudade!

– Eu sei, você é uma garota má.

– Nós precisamos conversar – falei, me sentando de novo – Vem, senta aqui, olha que maravilha de café da manhã!

– Você sabe que eu adoraria – ela disse – Mas eu tenho estágio em vinte minutos.

– Argh, não acredito! Você não estava aqui quando eu cheguei!

– Bom, na verdade eu estava, mas... – ela alternou seu olhar entre Connor e eu.

Tinha sido a cena mais constrangedora da minha vida, eu podia imaginá-la ouvindo todos aqueles...barulhos. Que horror!

– É é... – gaguejei um pouco, e ela riu.

– Não se preocupe, eu estava ouvindo música no volume máximo.

– Hum, é...

– Realmente tenho que ir, mas tenho uma boa notícia, vou mudar para o mesmo departamento que o seu semana que vem, assim poderemos ficar juntas novamente!

– Oh meu Deus, Jai, isso é demais! – me levantei para abraçá-la, realmente feliz com aquela notícia.

– Eu sei! Tive que garantir isso, não estou aguentando ter que ficar o dia inteiro naquele lugar, enfim, tenho que ir. – ela beijou minha bochecha – Juízo vocês dois! E depois quero saber... de tudo!

– Ela é realmente adorável. – Connor sorriu, observando-a sair pela porta.

– Senti tanta falta dela. – murmurei, pensando em quantas coisas posso ter perdido por ter me afastado de algumas pessoas que costumavam ser prioridades na minha vida.

– Está tudo bem Bels. – estremeci quando ele tocou meus dedos, colocando sua mão sobre a minha em cima da mesa.

– Col... – comecei a dizer, mas ele me impediu.

– Não! Não vamos falar sobre isso agora.

– Tudo bem – assenti, um pequeno sorriso.

Terminamos de lanchar, estava realmente delicioso, tudo tão bom. Eu tinha que ir pro estágio hoje, mas ainda bem que era somente depois do almoço, não estava com cabeça pra sair por ai, sair dos braços quentes de Connor enquanto assistíamos a um programa de tevê. Por mais culpada que eu estivesse me sentindo, estar com ele me parecia certo.

– Você não vai atender? – questionou ele, sua mão ao redor do meu pescoço, enquanto meu corpo descansava em seu peito – Deus Blake, ele não para de ligar!

Franzi a testa, olhando tensa para o aparelho vibrando irritantemente na mesinha no centro da sala. Eu não conseguiria falar com ele... não depois do que eu havia feito. Só de pensar nisso, meu coração acelerava, quase saindo pela boca.

– Tudo bem. – falei, sem pensar muito.

Ele sorriu pelo canto da boca, ergui meu corpo o suficiente para alcançar o celular e então encarei a tela por algum tempo antes de criar coragem para finalmente atender. Eu juro que estava branca quando Connor apertou o botão, sabendo que eu não teria forças para fazê-lo.

– Alô? Amor? Finalmente! Onde você está? Inferno, eu estou morrendo de preocupação!

– E-eu...

– Aonde? – sua voz era gritante – Eu estou indo te buscar.

– Não! – quase gritei, arrastando a voz – Eu não quero que ver você.

– Por favor, não faça isso! Eu estou tentando falar com você por toda a noite, e você só foi atender agora, será que você não percebe que eu estou fodidamente preocupado e preciso de você?

– Devia ter pensando nisso antes, eu só... eu não quero mais isso.

– Não Blake, para! Eu te imploro, não faça isso comigo! Eu te amo, eu te amo fodidamente, eu sinto muito por ontem, eu sinto muito por tudo. Se eu ao menos pudesse ter dito antes, mas... mas eu não podia.

Minha respiração parou por alguns segundos, então ele estava confessando que estava com a Aubrey? Confessando que estava me traindo com ela? Aquilo era demais, ele sempre negou isso, sempre negou qualquer envolvimento com ela, dizia que eram só amigos e mesmo que não fosse isso, doía demais ouvir da sua boca. Ouvir que tudo que nós fomos não valeu de nada, que o nosso amor poderia ser descartado facilmente por ele. Caralho, aquilo era como o inferno queimando dentro de mim!

– Tchau Justin, eu não... eu não... – estava soluçando, respirando devagar, sentindo minhas pálpebras pesarem.

– Fica calma. – Connor sibilou pra mim, sua mão alisando minha bochecha gélida.

– Só me diga em que caralho você está, eu não vou deixá-la ir tão fácil, eu te amo Blake Berry, eu te amo mais que qualquer coisa, eu posso explicar tudo!

– Eu não quero ouvir nada, não quero. Só me deixe em paz, por favor!

– Onde você está? Onde você está? – ele repetia desesperado, sabendo que eu estava mesmo falando sério, aquilo era um fim, um drástico fim.

Não pensei muito antes de golpear seu coração com as minhas palavras.

– No meu novo lar – fiz uma pausa, buscando oxigênio – Estou com o Connor, passei a noite com ele... não quero que você venha atrás de mim.

Enquanto via um sorriso de orelha a orelha aparecer no rosto de Connor, pude imaginar o semblante triste e raivoso de Justin do outro da linha. Ele fez silêncio por tanto tempo que parecia que o mundo iria desabar, inferno, era tão difícil fazer o que eu estava fazendo. Era tão difícil dizer adeus ao homem por quem eu era apaixonada, o homem que eu amava com todo o meu coração, aquele que eu pensei que seria para sempre meu. Que nunca olharia para outra mulher, como olha pra mim.

– Certo. – ele estava buscando um controle em sua voz – Você está com o... Connor!

Pela primeira vez na vida ele realmente disso o nome do Connor certo, sem chamá-lo de corno, caralho aquilo foi como uma facada no meu peito.

– Sim.

– Hum, tudo bem. Bom, você sabe que eu sou uma pessoa boa, não sabe? E bom, eu só vou fazer isso, só vou te falar isso, porque... – ele tremeu, soluçando, sua voz embargada, ele possivelmente estava chorando – porque droga, apesar do que acabou de me dizer eu te amo tanto que doí.

– Eu já disse que não quero ouvir nada. – estava cada vez mais difícil controlar a mim mesma, aquela vontade desgraçada de dizer que era tudo um terrível engano, que ele poderia voltar pra mim agora.

– A Aubrey – ele começou, pronunciando as palavras com dificuldade – Ela e eu...

– Justin, não faça isso!

Não, eu não queria ouvir aquilo, não com todas as letras.

– Ela e eu... nós dois – ele continuou, me ignorando – Nós estamos no hospital.

Meu queixo caiu.

Eu realmente não fazia a menor ideia de como respirar naquele momento.

– No hospital? Oh meu Deus! – levei a mão até a boca, me levantando desesperada, assustada com sua revelação – O que... que diabos aconteceu? Você está bem Justin?

– Isso não importa... se quiser vê-la uma última vez, se quiser se despedir, se quiser sabe... venha.

Eu podia ver dor em seus olhos, mesmo pelo celular.

– Em que hospital vocês estão? – perguntei ainda em choque, caminhando para o quarto, a procura da minha bolsa.

– Hospital? – Connor veio atrás de mim, em pânico.

– No City Of Hope Blake, venha logo.

– Só me prometa que você está bem, me prometa isso!

Ele não respondeu, em vez disso desligou a chamada.

Puta que pariu!

– Nós temos que ir – disse a Connor, mesmo sem perguntar se ele estava mesmo disposto a isso. – Eles estão... no hospital.

– Eu dirijo – o observei tirar as chaves do bolso enquanto corríamos para o elevador.

Eu até queria conversar sobre aquilo, mas tudo que fiz foi chorar durante todo o caminho, Connor pousou sua mão em meu joelho, tentando me tranquilizar, mas eu não conseguia ficar calma sabendo que algo grave poderia ter acontecido. E ele me disse sobre, sobre se despedir dela... aquilo... eu não esperava que fosse tão terrível.

Quando chegamos ao hospital desci do carro e falei a Connor pra ele me encontrar lá dentro pois não poderia esperar que ele estacionasse, ele assentiu com um pequeno sorriso e  eu corri para a recepção. Falei o nome de Justin e Aubrey, a moça me disse que Justin não era um paciente, mas que ele estava no mesmo andar que a Aubrey, o terceiro do prédio.

Ao chegar lá meu coração se despedaçou, a imagem que eu tinha sobre meus olhos era tão fodidamente triste. Justin estava sentado em um sofá, seus cotovelos estavam sobre seus joelhos, e seu rosto estava escondido entre suas mãos. Ele estava chorando.

Agradeci a Deus por ele estar bem, seja lá o que estivesse acontecendo, ele estava bem. Pelo menos fisicamente sim.

– Justin! – minha voz soou quase em um grito, exasperada.

Ele levantou a cabeça lentamente, virando seu rosto na minha direção.

– Hey.

Caminhei até ele, minhas pernas um pouco bambas enquanto me aproximava.

– Você... está bem? – perguntei, após me sentar ao seu lado.

Ele não respondeu, nem se quer olhou pra mim.

E a razão ficou clara quando percebi a presença de Connor encostado na parede com sua forma sexy e irresistível de ser. Justin devia odiar isso. Eu sabia o quanto. E talvez eu o estivesse machucando ainda mais por trazer Connor comigo.

– Não. – ele respondeu por fim, ignorando a presença de seu “inimigo”.

– A moça na recepção... ela me disse que não houve nenhum acidente.

– Eu nunca falei sobre um acidente, eu só pedi que você viesse.

– Justin ela me falou claramente, ela... esse é – gaguejei, não conseguia encontrar as palavras, eu não queria pronunciá-las... nunca – É um hospital de câncer.

Meu corpo inteiro ficou em chamas quando constatei isso, claramente.

– Eu sei. – afirmou ele – E também sei que é difícil pra você estar em um lugar assim de novo, mas você precisa, e eu sinto muito por isso.

– O que está acontecendo?

– De novo. – ele disse – Mais uma vez, como um ciclo.

– Do que você esta falando?

– Aubrey tem câncer.

Eu meio que esperava que fosse isso, mas ouvindo assim, tão explicitamente... eu realmente, eu não pude conter a vontade de vomitar. Então simplesmente abaixei a cabeça, fazendo isso ali mesmo, no chão branco e triste do corredor.

– Era isso que eu estava tentando te dizer o tempo todo, mas eu não podia. Ela me pediu pra não contar. Caralho Blake, você disse que ela devia ter morrido! Da pra imaginar como uma pesssoa que tem câncer pode ouvir isso? E o tempo todo, o tempo todo ela me pediu pra não cuidar dela, ela me implorou pra não me afastar de você. Mas eu? Eu não queria, não queria ficar longe dela nem um minuto porque ela é maravilhosa, ela não merece isso. Não merece que a vida seja tão injusta com ela!

Enquanto ele dizia tudo que estava instalado, eu liberava tudo que tinha dentro de mim, sentindo um soco no estômago diante de cada palavra que ele me dizia.

– Você tem que fazer uma radiografia do tórax Blake, e também uma tomografia computadorizada, pet oncológico, punção transtoráxica, broncoscopia... tudo, eu quero que você faça todos os malditos exames de câncer de pulmão que existirem nesse mundo maldito e injusto!

Sua voz me assustou, e eu entendi o seu desespero. E mesmo que ele estivesse me odiando tanto, ele não poderia suportar a ideia de que eu também tivesse... câncer. E era exatamente isso, eu tinha a possibilidade de ter. Porque minha mãe teve, porque a minha irmã gêmea tem... isso é hereditário.

E eu estou assustada.

Eu estava pálida, prestes a desmaiar.

– Ela... ela vai ficar bem? – era tudo o que eu precisava saber, eu queria ter tempo pra ser a irmã dela, de repente eu me sentia um lixo, eu me sentia a pior pessoa do mundo.

Eu sou tão ruim, eu sou uma merda.

– Não. – ele disse, dava pra ver o quanto doía fazê-lo – Infelizmente não. Ela já fez todos os tratamentos possíveis em Houston, quimioterapia e radioterapia. Ela parou tem algum tempo, seus cabelos cresceram de novo e ela resolveu sair de casa, resolveu aproveitar a vida – ele riu, exausto – Vive dizendo que não quer que os últimos meses de sua vida sejam uma droga.

– Eu...

– Você sente muito, eu sei. Eu queria poder ter te dito antes, mas Aubrey me fez prometer que não contaria e... – virou-se pra mim, dor em seus olhos – Como você nega um pedido a uma pessoa que tem câncer, me diz?

– Então vocês...

– Não, não. Nós não... – ele olhou para Connor, triste – Não temos nada.

Honestamente, eu poderia vomitar de novo, para sempre.

– Meu Deus. – foi o que eu disse.

– O médico não quer que ela vá pra casa, mesmo ela querendo muito, ela está em um estágio avançado Blake, daqui pra frente...

– Faz tempo que ela esta aqui? – perguntei, não querendo que ele terminasse aquela frase.

– Não – ele respondeu rápido – Na verdade nós viemos parar aqui de madrugada, eu tentei te ligar um milhão de vezes mas bom – ele novamente parou os olhos em Connor, queimando de raiva – você tinha coisa mais importante pra fazer. – suspirou – Ok, me desculpe, mas... eu achei que ela fosse morrer e você nem ao menos tivesse tempo de falar com ela.

– Ela não pode mesmo ir pra casa?

– Na verdade eu não sei... mas o médico pediu pra que ela ficasse aqui. Nós bebemos muito, bebemos pra cacete, nem sei como consegui trazê-la até aqui, ela está com Gerry, ele nem ao mesmo quer que eu encoste nela, você sabe, eu não deveria...

– Você bebeu com uma pessoa que tem câncer? – eu estava quase pulando em seu pescoço.

– Esquece, você não entende... ninguém entende. Só ela e eu.

– Justin, você é um idiota!

– Pense o que quiser. Só que... eu simplesmente não consigo tratá-la diferente só porque ela tem câncer, ela é uma adolescente como nós dois e ela, ela merece viver tanto quanto nós.

– Mas isso não vai acontecer se ficar embebedando ela, imbecil!

De repente, ele sorriu.

– O que? Isso não tem graça! – dei um tapa em seu ombro, isso me fez dolorosamente lembrar do tapa que dei nele ontem a noite.

– Tem sim, é bom ver você se preocupando com ela.

– Bom...

– Eu sei, é como se todos os laços rompidos ao longo dos anos estivesse se construindo ai dentro, não é?

Assenti, era exatamente isso.

– Já sei. – ele um pouco descuidado, me abraçou, evitando olhar para Connor que ainda estava parado, observando a nossa conversa – Você vai fazer os exames e depois pode falar com ela.

– De jeito nenhum – exclamei, sentindo que a cada minuto que se passava eu estava perdendo mais e mais tempo – Eu quero ver ela agora mesmo.

– Mas Blake...

Ele estava preocupado comigo, e isso era fofo, mas... eu precisava vê-la.

– Por favor. – pedi.

– Tudo bem. – concordou em um suspiro – Tem mais uma coisa, Gerry, ele é...

– O namorado dela, não é?

– Não Blake, ele é seu irmão também.

– O que? – eu estava confusa – Mas o... ele não se chama Kellan?

– Não, isso foi um nome que ela inventou para saber se o seu pai estava mentindo sobre tudo quando contou a verdade. Gerry é irmão dela, e seu irmão também. Ele está furioso comigo, quase me espancou quando o médico contou como chegamos aqui.

– Bom, ele tinha razão em fazer isso.

– Ele se parece tanto com você. – Justin disse, me olhando ternamente, mas desfazendo o olhar logo depois, droga, ele nunca iria me perdoar por Connor.

– Vamos até lá. – pedi, me levantando sem pisar em toda aquela poça do meu vômito no chão.

– Não se preocupe. – falou ele – Alguém vai vir limpar isso.

Ele passou por Connor, e o fuzilou com o olhar, então notou que ele queria falar comigo e continuou andando, para me esperar na porta do quarto.

– Eu já volto – sibilei baixinho, dando um leve beijo em sua bochecha.

– Eu sinto muito. – ele disse me puxando com suas mãos fortes, beijando minha testa com ternura.

– Eu sei – murmurei de volta, indo até Justin.

Eu sempre odiei quartos de hospitais, especialmente depois das vezes que visitei minha mãe, é o lugar mais triste do mundo. Mesmo que eu tivesse odiado Aubrey desde a primeira vez que a vi, desde quando tudo aconteceu, naquele momento em que a vi naquela cama, com os lábios secos e quase brancos, a pele malditamente pálida e o cabelo escondido em uma toca azul clara... Jesus! Eu senti tanto amor por ela.

Eu senti uma vontade imensa de correr e abraçá-la, de chorar, de gritar, de pedir a Deus pra salvá-la, de fazer qualquer coisa pra que ela ficasse bem.

– Uau – esse foi o único momento que desviei o olhar dela, que dormia profundamente.

A voz era de um garoto que devia ser apenas um pouco mais velho que nós duas, ele era incrivelmente bonito e de tirar o fôlego.

Me olhava com surpresa, quase como se não acreditasse no que via.

– Oi. – disse, ele devia ser o Gerry.

Meu irmão Gerry.

– Me desculpe por não deixá-lo entrar. – murmurou ele após fechar a porta na cara de Justin, depois de discutir um pouco com ele – O cara é completamente maluco!

– Eu sei. – concordei, rindo um pouco.

– Eu sou...

– Eu sei. – falei – Meu irmão.

Ele sorriu pelo canto da boca, surpreso com as minhas palavras.

– Isso, seu irmão.

Não pensei muito, aliás nunca vou entender o que deu em mim naquele momento, mas eu simplesmente fiz o que o meu coração pedia. Eu corri até ele, envolvendo meus braços em seu pescoço, o surpreendo com um abraço fodidamente apertado, como se fosse o primeiro e o último, jogando todo o peso do meu corpo e do meu coração sobre ele que após um segundo de susto, correspondeu, alisando minhas costas com leveza, diferente de sua respiração, que se tornava cada vez mais acelerada.

– Eu sinto... muito. – sussurrei, estava chorando nos braços de um até então desconhecido, que era meu irmão, e não me importava, era como se eu o conhecesse por toda a minha vida – Sinto muito, mesmo.

– Todos nós sentimos – ele disse, desviando o olhar para a porta onde Justin devia estar, triste por não poder vê-la. – Justin não te contou, porque ela pediu. Eu nunca concordei com isso e nem ele, mas ela tem um poder de sedução, é quase impossível dizer não a ela e sabe, tem células cancerígenas em seu pulmão. Quer dizer, como poderíamos dizer não a ela? Espero que você saiba.

E como sei, e como sei.

– Ele me falou.

– Foi horrível ter que vir atrás dela, deixar tudo em Houston...

– Ela parece ser tão louca quanto Justin.

– Completamente – ele riu, um pouco – Por isso eles se dão tão bem.

– Você acha que ela vai ficar bem?

O sorriu desapareceu, seus braços me apertaram com mais força.

– Ela está morrendo, sinto muito.


Notas Finais


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meu twitter é @jbieberhorny


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