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História Behind The Lights - Posso ser idiota enquanto faço você sorrir?


Escrita por: queendricka

Capítulo 29 - Posso ser idiota enquanto faço você sorrir?


Fanfic / Fanfiction Behind The Lights - Posso ser idiota enquanto faço você sorrir?

03h04min a.m

O sol estava quente e queimava a minha pele de forma quase insuportável. Mas não era isso que me incomodava, era outra coisa. Era o fato de eu não conseguir ver o rosto da sombra de uma mulher que um pouco longe dançava ao som de uma música cantada por ela mesma.

Era uma canção de ninar e aos poucos comecei a me lembrar de que aquela era a música que a mamãe cantava toda vez que ia me colocar na cama, até quando completei dez anos e o Joey nasceu.

Aproximei-me em alguns pequenos passos tentando encontrar os olhos da mulher, mas a onda sonora tornava isso impossível.

Pisquei algumas vezes e quando abri os olhos lá estava ela na minha frente.

Era a minha mãe.

Era Brianna Berry.

– Bels? – ela abriu um sorriso encantador ao chamar pelo meu nome, vestia uma manta branca que a fazia parecer um anjo – O que faz aqui querida?

– Mãe? – minha voz estava embargada – Eu estou com saudades, mãe.

Ela sorriu e desviou os olhos para as nuvens que nos cercavam.

– Você vai ser muito feliz filha.

– Eu amo você mamãe. – minhas palavras eram pronunciadas em um desespero insano, era como se eu soubesse que aquilo não duraria muito.

– Você vai ser muito feliz – repetiu ela se aproximando de mim, mas não o suficiente para que eu pudesse abraça-la – E vai cuidar do seu irmãozinho.

No momento em que eu ia tocar seu rosto ela se afastou. Seu rosto mudou de expressão e os seus cabelos começaram a cair. Logo a manta que a cobria estava preta e as nuvens desapareceram dando lugar a uma escuridão assustadora.

– MÃE! – gritei inconsciente enquanto algo a puxava para longe de mim – MÃE EU PRECISO DE VOCÊ! MÃE!

Ela não dizia nada, algo a afastava para bem longe.

Para o abismo.

– BRIANNA! MÃE POR FAVOR! – eu podia sentir as lágrimas salgando meus lábios, era como se eu estivesse prestes a morrer, por que eu não podia suportar aquilo, não podia suportar viver em um mundo em que ela não existisse.

Então eu finalmente pude ver o rosto de quem a puxava para o buraco negro. Era um monstro. Ele tinha um sorriso maquiavélico nos lábios. Ele parecia feliz em tirar ela de mim. Ela chorava e tinha uma expressão de horror enquanto estava sendo puxada.

O monstro então a jogou dentro do imenso buraco e caiu junto com ela em seguida.

– NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!

03h26min a.m

O quarto estava escuro. E também quente como uma sauna. O suor colava meu cabelo nas têmporas e escorria pelo pescoço.

Suspirei fundo enxugando o suor da testa.

– Está tudo bem, eu estou aqui com você. – disse Justin enquanto passava sua mão pela minha testa suada.

Mas eu não conseguia me concentrar no que ele dizia.

– Me solta! – arfei, lutando para me liberar de seus braços.

Ele me soltou automaticamente.

– Blake? Qual o problema? – de repente ele estava de joelhos bem na minha frente, seus olhos castanhos fixos em mim – Você está bem? – a voz dele era tensa.

– Humhum – respondi ofegante.

– O que aconteceu? – ele se pôs ao meu lado e me abraçou forte, como se estivesse me protegendo daquele monstro horrível.

– Me desculpe – gaguejei sentindo as lágrimas quentes escorrerem sobre o meu rosto pálido – Eu não consegui salvar ela! Eu não consegui salvar ela!

– Blake, princesa – ele enxugava as lágrimas de minha face com seus dedos frios e frenéticos, mas outras se seguiam – Você não tem culpa de nada, sua mãe está em um lugar bem melhor agora, foi só um pesadelo, está tudo bem, está tudo bem!

Aconcheguei-me em seus braços deixando que eles me envolvessem, só assim eu me sentia bem, só assim eu me sentia realmente protegida do todo o mal que aqueles pesadelos poderiam me causar.

– Já faz três dias – eu disse ofegante – Três dias que eu não consigo dormir, eu estou me sentindo uma idiota por que você tem que acordar a cada cinco minutos.

– Eu não me importo de cuidar de você.

– Mas você não acha que precisa voltar pra sua vida? Seus shows e tudo o mais?

– Blackberry você é a minha prioridade agora!

Trinquei os dentes por um segundo, reprimindo um sorriso.

– Eu ainda acho que você está sendo idiota.

– Posso ser idiota enquanto faço você sorrir? – ele beijou minha testa – Sei que não somos namorados nem nada disso, mas não importa, nós já passamos por uns mal bocados e eu acho que isso é o suficiente para ser usado como uma boa desculpa para o fato de eu não querer ir embora de jeito nenhum.

– Também não quero que você vá embora babaca.

– Eu sei – afirmou ele – Por que o amor é tudo.

– Que amor? – consegui dar um pequeno sorriso – Não estou vendo.

Ele riu.

– Você sabe, o que você sente ai dentro.

– Sinto que somos como melhore amigos e que talvez isso dure para sempre.

– Isso mesmo – ele me apertou mais forte causando um leve arrepio – Era exatamente o que eu ia dizer.

...

O vento batia sobre os meus cabelos os fazendo voar na mesma intensidade que as folhas caíam das árvores ao meu redor. Eu estava sentada sobre a grama verde, no mesmo lugar em que mamãe e eu tantas vezes nos sentamos para conversar sobre tudo e sobre nada. Deviam ser umas dez horas da manhã mas não havia sol, apenas vento e nuvens carregadas.

Eu queria, mas não conseguia derramar nenhuma lágrima.

Foi quando eu soube que aquele seria o lugar em que eu sempre me lembraria da minha mãe, mas não de uma forma dolorosa. Pelo contrário, de uma forma real e viva, como costumava ser.

– Bom dia blackberry!

– Caralho! – meu coração quase saltou para fora quando ouvi a voz desse ser irritante que tinha acabado de se sentar ao meu lado – Como você descobriu que eu estava aqui?

– Digamos que eu tenha prestado atenção em tudo que você diz – ele puxou uma das minhas mãos e a entrelaçou na sua – Eu acordei e você não estava lá então eu pensei que estaria aqui.

– Cadê o tio Ryan?

– É sobre isso que eu queria falar – ele estava analisando as minhas unhas – O Scooter marcou um show aqui hoje, na verdade já estava marcado, mas ele só mudou o dia por que deveria ter sido ontem de ontem.

– Legal – falei sem ânimo algum.

– Legal? – ele riu – Eu quero que você vá comigo.

– O que? Você pirou?

– Não. Está decidido.

– Justin eu não vou de jeito nenhum.

– Por que não? Vai ser legal, eu prometo.

– Eu realmente...

– Porra blackberry, eu faço tudo pra você e você não pode nem mesmo ir a um show meu? Será que eu canto tão mal assim?

– Essa carinha de cachorro que caiu da mudança não funciona comigo!

Ele riu.

– Por favor, gatinha!

– Agora eu sou gatinha né? Normalmente é chata, maluca, louca, doente...

– Você é gatinha – ele me olhou fixamente – todos os dias.

...

Justin realmente sabe como me convencer de algo. Depois de fazer muito drama acabei concordando em ir ao show dele. Eu adoro suas músicas e o único motivo por não querer ir era que a morte da minha mãe ainda era algo muito recente e que mexia muito comigo.

Eu fiquei impressionada em como é algo grande. Quer dizer, são tantas pessoas trabalhando para uma única noite de show. São cerca de uma dúzia de dançarinos e o palco tem três níveis, equipados com máquinas de vento, guindastes, pistas e eu pude ver também muitas escadas.

– Está na hora – disse Justin bem a minha frente, havia um monte de pessoas ao redor dele, mas ainda assim ele se aproximou de mim e de Joey – Poderia, por favor, me desejar sorte? – ele riu.

– Quando uma pessoa é tão talentosa como você ela não precisa de sorte.

– Isso é verdade – disse ele convencido – Mas as suas palavras  me deixariam bem mais seguros, sabe por que? – ele deu um beijo estalado na minha bochecha – Por que você me atraí coisas boas.

– Tipo uma ilha deserta por uma semana? Uma gripe daquelas? Cancelar shows pra ficar de babá e até mesmo noites sem dormir? Realmente, eu atraio muitas coisas boas Bieber!

Ele riu.

– Eu faria tudo de novo.

– Justin a Carly já saiu do palco, você tem que se posicionar! – pude reconhecer Dan Kanter logo atrás dele.

– Biebs! – o chamei antes que ele desaparecesse, ele se virou automaticamente, aguardando por alguma palavra – Boa sorte!

– Obrigado. – ele sorriu abobalhado e saiu correndo com uma garrafa de água na mão.

A garota que estava no palco poucos minutos atrás agora caminhava até o seu camarim para trocar de roupa. Ela era muito linda e trocamos algumas palavras antes do show.

Também tinha conhecido Cody Simpson. O cara canta muito.

 Ele tinha me passado uma cantada inocente e Justin ficou bravo. Nem preciso dizer que eu poderia rir disso por horas né.

Depois que o cronometro que marca o início do show zerou o imenso telão fez uma pequena apresentação com efeitos especiais e se dividiu em quatro partes, revelando a parte superior do palco que estava atrás dele.

De lá Justin apareceu usando uma jaqueta e calça preta, ele estava sendo segurado por cabos e pendurado em asas enormes compostas por guitarras, discos e caixinhas de som o que me lembrou as asas de um anjo.

Justin foi levado pelas asas até o primeiro andar do palco que é mais próximo ao público, até que de repente dois de seus dançarinos o soltam daquela estrutura.

Foi então que começou uma performance completamente dançante de uma de suas músicas All Around The World. Devia ter pelo menos umas cinquenta mil pessoas ali, e todas elas gritava histericamente. Eu me perguntava como aquele pessoal da equipe ainda não tinha ficado surdo. É simplesmente ensurdecedor, é magia, é algo que eu sinceramente nunca vou conseguir explicar.

Mesmo não estando lá no meio delas, mesmo de cima do palco era possível notar a energia positiva que havia entre eles. Justin e suas beliebers. As milhares de garotas sabiam todas as músicas de cor e sorteado. A próxima música foi Take You e logo em seguida Catching Feelings onde Justin aparecia cantando em cima de uma espécie de navio presente no centro do primeiro nível do palco.

Quando a performance da canção terminou Justin saiu do palco para que membros de sua equipe desmontasse o navio. Ao chegar aos bastidores ele estava suado e com a respiração ofegante. Todas as pessoas sorriam pra ele. Uma mulher se aproximou limpando o suor que escorria por sua testa e pescoço. Outra mulher ajeitava seu cabelo e um homem colocou uma garrafinha de água em sua mão.

Enquanto isso o telão exibia um vídeo do Justin dançando debaixo d’água com algumas dançarinas.

– Está gostando? – perguntou ele animado brincando com um sorriso.

– Muito maneiro! – Joey respondeu por mim.

– Eu tenho que trocar de roupa! – disse ele após bagunçar o cabelo de Joey e me roubar um beijo na testa.

Ao voltar ao palco Justin usava uma calça, regata e uma jaqueta sem mangas branca.  Ele cantou uma parte de duas músicas antigas. One Time e Eenie Meenie. Porém quando Somebody To Love cantou a música completa.

Na hora da música Love Me Like You Do Justin usou um guarda-chuva branco  enquanto cantava e dançava usando um chapéu e uma nova roupa preta.

Depois ele cantou She Don’t Like The Lights.

Já Die in Your Arms ele cantou vestindo uma calça jeans e ele usava o microfone apoiado em um tripé.

Logo depois Carly voltou ao palco e eles cantaram juntos a música Beautiful que é uma parceria dos dois. Eu confesso que fiquei completamente apaixonada por aquela música.

Então ele cantou Out of Town Girl, Be Alright e Fall. Nessas músicas ele usava o seu violão enquanto estava por cima da multidão de fãs, mas desta vez em cima de uma plataforma levantada por uma espécie de guindaste.

E ele mais uma vez canta uma música de sua antiga turnê. Never Say Never.

Depois Beauty and a Beat.

Em seguida ele começou a cantar One Less Lonely Girl. Quando estava pesquisando sobre ele me lembro de ter lido algo sobre essa música, que é quando uma garota é escolhida e Justin canta pra ela e a entrega um buquê de flores, mas pelo que o Alfredo me disse, agora ele entrega uma coroa.

O problema é que eu não consegui avistar a garota em lugar nenhum.

Ainda assim fiquei quieta no meu canto enquanto Joey atentamente observava Justin cantando no palco.

De repente no meio da música ele parou de cantar.

Foi estranho e irritante por que eu realmente estava curtindo.

– Boa noite pessoal! – ele gritou animado no microfone – Como vocês estão? Vocês estão curtindo o show? – ele então se sentou em um dos degraus da escada do palco – Sabe, como de costume deveria ter alguma garota sentada naquela cadeira ali em cima e eu tinha que estar cantando não é? Quer dizer, uma garota solitária a menos. Certo?

A multidão gritou histericamente em resposta.

– Eu sei – disse ele – Mas essa noite Allison não escolheu nenhuma Belieber, sim, ela não escolheu – ele fez uma cara de sofrido – Mas sabe por quê? – então ele se levantou e olhou exatamente para onde eu estava – Por que dessa vez sou eu quem vai escolher.

Senti meu corpo inteiro estremecer.

– Bieber está vindo pra cá! – disse Joey abobalhado enquanto eu quase morria querendo arranjar forças para sair correndo.

– Vem blackberry! – ele estendeu a mão pra mim.

– Eu vou te matar – disse o fuzilando com os olhos enquanto era guiada por ele até uma cadeira grande no centro do palco.

A música voltou e Justin começou a cantar pra mim. Seus olhos estavam completamente presos aos meus, como se estivesse se transformado em uma estátua.

Eu não sabia como me sentir, quer dizer, ele estava ali cantando pra mim com aquele sorriso lindo e aquele jeitinho todo Justin de ser. Eu não era uma Belieber, quer dizer, será? Por que naquele momento eu tinha certeza que acreditava nele, que ele era importante pra mim.

Justin colocou uma coroa de flores na minha cabeça e puxou minha mão para que eu me levantasse.

Ainda tímida e constrangida fiz o que ele queria.

Ele passou sua mão pela minha cintura me fazendo movimentar ao som da música.

Ter seu corpo junto ao meu não parecia nenhum pouco seguro.

A multidão foi ao delírio com os movimentos que ele fazia sobre mim.

E eu não tinha consciência para afasta-lo, principalmente por que aquilo era incrível, era muito bom.

– Você vai me matar? – gaguejou ele assim que a música terminou, sua respiração ofegante estava próxima a mim.

Eu não respondi, tinha me transformado em uma pedra.

– Você é linda blackberry! – os olhos de Justin pareciam de vidro, era como se ele não conseguisse ver nada além de mim – Você é linda.

Sim, ele estava aproximando seus lábios dos meus.

Mas eu o interrompi com um abraço apertado.

Ele se assustou no início, mas logo retribuiu, me apertando forte contra seus braços mais fortes ainda. Justin era meu anjo, eu tinha certeza disso. Não importa o quanto minha vida estivesse uma merda, ele sempre estaria ali para deixar ela mais leve, mais suportável, mais fácil de levar.

Ele deixa os meus dias mais bonitos.

E é terrível ter que admitir isso.

Quando Scooter nos gritou tivemos que sair do palco, de mãos dadas.

– Você é louco! – gritei rindo e começando a distribuir socos em seu ombro – Eu estou com uma vontade imensa de te matar.

– Vai em frente blackberry! – ele riu finalmente me soltando.

Não pude mais falar com ele por que ele tinha que voltar ao palco para sua próxima performance. Justin começou a cantar As Long As You Love Me que era a penúltima música, antes de Boyfriend.

Por mais que eu quisesse me concentrar naquilo não conseguia parar de pensar no que havia acontecido alguns minutos atrás.

Que diabos está acontecendo comigo?

– Blake? – Joey segurou minha mão.

– Hum?

– Você vai namorar com o Justin?

Não consegui reprimir um sorriso.



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