- Eu não te pergunto todos os dias, porque eu sei que se acontecesse algo você me diria. Porque é assim que funciona um casamento. Eu sempre disse que amo você, mas parece que você não entende que amar é igual confiança. Quem ama confia. Quem gosta, não confia. Eu AMO você mais do que qualquer outra pessoa e você sempre soube disso. Cansa, sabe? Uma ligação ridícula como essa que nos faz chegar a esse ponto. Se você me dissesse que iria sair com o Gregório, eu detestaria, mas se você me dissesse que foi tudo bem, eu acreditaria em você. Nós somos maduros o suficiente pra saber lidar com tudo, mas às vezes parece que você não sabe!!! - Sento na cama da Vallery conforme ele termina de acabar comigo e não tiro meus olhos dos dele. - E não adianta você vir atrás de mim agora para se desculpar porque eu não quero. Chega. Idiotice. Você me deixa magoado com essas coisas e eu não quero nada de você agora como desculpa. Nem sexo. Nem nada. - Arregalo os olhos ao olhar para ele. - Não mesmo. E eu não falo isso da boca para fora. Boa noite. - Ele levanta.
- Você nem me deixa fala de volta! Eu já sei de tudo isso que você me disse, mas é um assunto complicado.
- Eu não quero ouvir o que você tem a dizer agora, porque eu já te conheço o suficiente para adivinhar. Boa noite.
- Por favor. - Seguro seu braço. - Você disse que não quer nem sexo.
- Eu não quero mesmo.
- Eu duvido.
- Sexo é diferente de desejo. Mas eu não quero papo com você agora. Eu só vou dormir e pensar no trabalho amanhã. Um dia, quando você voltar a confiar em mim, você conversa comigo. Enquanto isso, podemos ficar cada um para um canto.
- Por que você está tratando esse assunto desse jeito?
- Porque eu estou cansado de você desconfiar de coisas que não aconteceram. Depois de tudo o que nós passamos até hoje, você realmente acha que eu iria omitir algo? Se ela tivesse me beijado eu teria te falado. - Assinto e ele parece estar quase chorando de estresse. - Isso me cansa.
- Justin... Desculpa. Eu confio em você. Sempre confiei.
- Está vendo? Você nem presta atenção no que diz. Desde quando você sempre confiou em mim? Para! Para! - Quase começo a chorar sem saber como convencê-lo e ele me solta.
- Eu amo você.
- Eu também amo você, mas casamento não é só amor. - Ele sai do quarto e eu vou atrás de imediato. Justin entra no nosso quarto e pega seus travesseiros. - Mellanie, para de me seguir.
-Poxa, Justin. Eu detesto quando nos desentendemos. Eu confio em você, confio no nosso amor, acredito na sua palavra.
- Se você acreditasse tudo isso não teria acontecido. Agora me deixa.
- Você está quase chorando! Isso significa que você também não quer acabar a conversa assim. - Falo chorona e ele estava com os olhos marejados. Passo os dedos debaixo de seus olhos e ele se afasta. - Jay... Meu amor.... Por favor, não faz isso. Vamos deitar na nossa cama, dormir juntos, esquecer isso.
- Agora você quer simplesmente esquecer isso?
- Quando ela me disse no telefone com um tom tranquilo que você não tinha dito que ficaram, eu fiquei pensativa. Eu não desconfiei da sua palavra, mas eu achei que você não tinha dito algo. - Ele desvia o olhar e passa a mão direita no rosto. Estava chorando.
- Eu odeio discutir com você. - Ele diz visivelmente decepcionado comigo. - Boa noite. - Justin se afasta rápido e vai para o quarto das crianças. Ele tranca a porta e eu fico parada do lado de fora.
- Eu também odeio. Jay... Abre essa porta. Vamos conversar de novo. - Sento no chão e começo a chorar. Não foi uma briga feia, mas sim uma discussão. Eu sei que ele ficou bem magoado. Justin é sensível demais e fica muito bravo quando discutimos por ciúmes da minha parte. Claro que eu também sou, mas em circunstâncias diferentes. Passo alguns minutos chorando baixinho na porta e não ouço a voz dele. Vou para o nosso quarto e olho pela câmera: ele estava sentado no chão olhando para o nada, aparentemente chorando. Droga. Eu odeio isso.
- Justin. - Falo ainda encostada na porta. - Abre aí. Vamos conversar.
- Eu não quero mais conversar. Você me chateia demais com tudo isso. Eu não entendo como você pode desconfiar de mim hoje em dia.
- Eu não desconfio de você. Não mesmo.
- Que bom. Agora me deixa.
- Não. Eu sei que você não quer ficar aí sozinho... Eu detesto quando você chora.
- Eu não estou chorando. - Ele diz baixo.
- Está sim. - Retruco e bato na porta. - Vem deitar comigo. Você não precisa concordar nem nada. - Só vem deitar.
- Eu não quero. - Ele diz baixo. - Só me deixe quieto!
- Por favor. - Continuo sentada e ele não responde. - Eu vou te pedir mais uma vez: por favor. Se você quiser nós podemos falar sobre isso amanhã ou na quarta, mas durma na sua cama. - Suspiro fundo e percebo que ele não vai abrir a porta. Penso em levantar e ele mexe na tranca. Abre a porta e eu quase caio para trás. Logo fico de pé e ele estava com os travesseiros. Cara de quem chorou bem pouco. Eu o abraço com toda força do mundo e ele não corresponde. - Eu amo você demais. Se você quiser, não precisamos nem nos falar... Amanhã resolvemos isso tudo. Só durma na sua cama. - Ele assente assim que eu o solto. Dou um beijo em sua bochecha. - Por favor.
- Ok. - Ele me segue até o quarto e ajeita seus travesseiros. Vai ao banheiro e eu deito no meu lugar ainda bastante pensativa. Ele abre a porta ao esfregar o próprio rosto e respira fundo. Programo a televisão para desligar em meia hora e vejo que são 23h49. Ele deita ao meu lado, de frente para mim e não nos tocamos. Eu puxo o edredom até meu pescoço e ele se ajeita.
- Boa noite. - Digo séria e me aproximo. Dou um forte beijo em sua bochecha. - Eu te amo muito, muito, muito. - Solto-o e volto a ficar deitada de frente para ele. Justin fecha os olhos.
- Eu também. Boa noite. - Suspiro e fecho os olhos. Volto a chorar. Mas eu juro que foi involuntário. Eu não queria ter causado tudo isso. Abro os olhos e ele me olhava. - Foi mal. - Viro de costas e continuo chorando feito idiota. Encolho meu corpo e tento engolir o choro, mas estava incomodada com a situação. "se você não tem confiança, porque estamos casados?". Eu confio nele. Muito. De olhos fechados. Passo os dedos nos olhos para limpar as lágrimas e respiro fundo diversas vezes. - Droga. - digo para mim mesma, quase sem voz. Levanto e vou ao banheiro. Passo uma água no rosto e me olho no espelho por alguns segundos. Eu odeio quando discutimos na minha época de TPM, ainda mais agora que não estou com meus filhos em casa. Tudo me deixa nervosa. Abro a porta e ele continuava deitado, assistindo tevê. Deito na cama de frente para ele e respiro fundo. Justin olhava para a tevê. Fecho os olhos e falo comigo mesma pelos próximos cinco minutos. Justin dá um beijo em minha testa. - Eu não queria que você pensasse que eu não confiava em você. Você é a pessoa que eu mais confio, principalmente por tudo o que passamos. Eu não queria gerar essa discussão porque eu acredito em você, mas eu me deixei levar por um comentário idiota vindo de outra pessoa e isso gerou uma confusão na minha na cabeça. Em momento algum eu pensei que você estivesse mentindo... apenas omitindo - falo olhando para ele, que me devolve um olhar terno, sereno e diretamente nos olhos. - Eu detesto te deixar assim... Eu estou de TPM, eu sinto muita falta da Vallery e do Brandon, eu sinto ciúmes. Eu sou chata mesmo. Eu não queria que isso acontecesse. Eu fico feliz por você sempre ser sincero comigo. Ter você na minha na vida foi a coisa mais certa que poderia ter acontecido. - Acaricio seu rosto e solto no mesmo segundo. - Foi mal... Eu sei que você não quer nem conversar, mas eu fiquei com a consciência tão pesada. Eu confio em você de olhos fechados. Você já teve várias provas disso. Me desculpa pela chatice e pela ignorância. Você é o melhor do mundo. Eu amo ser sua esposa. - Ele abre um enorme sorriso. - Eu amo ter você como marido, como meu melhor amigo, como namorado, como confidente e companheiro. - Justin continua sorrindo largo e percebo que é sem querer. - Aí... É isso. Você é um homem incrível. - Toco sua bochecha e encaixo meus dedos quase em seu pescoço, acariciando-o com o polegar. - Eu detesto te ver triste por algo que eu fiz. Não gosto de ficar com a consciência pesada e nem de causar transtorno. - Ele continua com um sorriso no rosto e era como se sua boca me chamasse. Eu tento soltá-lo, mas é mais forte do que eu. Respiro fundo e eu me aproximo sem pensar duas vezes. Meu coração palpita e desço a mão por seu pescoço e logo paro no peitoral, já debaixo da coberta. - Eu sei que você não quer. Desculpa. Eu vou dormir. - Solto-o e fecho os olhos na vontade. Ele vira de costas para mim e percebo que realmente não quer. Nem me respondeu. Justin procura meu braço e puxa o direito. Eu o abraço por trás na barriga e beijo seu pescoço. Estranho que geralmente é ele que faz tudo isso. Sinto seu cheiro com o rosto em seu pescoço e relaxo. Fecho os olhos e tento dormir. Quando já estou quase lá, ele vira de frente para mim de modo que me agarro nele. Justin beija minha testa. Eu o abraço com muita força. Eu o amo tanto. Suspiro fundo. Encosto minha testa no peitoral dele e o aperto. Beijo bem ali. Eu queria muito beijá-lo.
- Eu sei que você quer muito um beijo. - ele diz.
- Eu sei que você não está nessa vibe por conta da nossa conversa. Tranquilo. - Sorrio pra ele, que me olha nos olhos e eu me aproximo. Desvio o olhar e fecho os olhos ao me ajeitar ainda de frente para ele. Sinto que ele toca na minha cintura e abro os olhos rapidamente. Olho para a boca dele, logo seus olhos e mordo meu lábio. Eu me aproximo aos poucos e sinto sua respiração lenta misturar com a minha. Toco seu pescoço e a acaricio com as unhas. Justin fecha os olhos primeiro e isso me empolga. Olho novamente para os lábios dele, que se aproxima um pouco mais e eu toco meu nariz no seu já relaxada, mas na expectativa dele também querer. Passo as unhas em cima de sua orelha, no início do cabelo e toco minha boca na sua num breve e rápido selinho. Solto-o. Ele sequer abre os olhos. Gosto disso. Dou mais um selinho nele, que abre a boca e me induz a beijá-lo de língua. Justin me puxa para mais perto e continuamos um beijo calmo e tão preciso. Sinto palpitação conforme nos beijamos e eu vou pausando com selinhos. Que beijo bom. Toco meu nariz no dele novamente e abrimos os olhos juntos. Ele me dá dois selinhos. Fico feliz. Dou mais um selinho nele, que me dá um beijo de língua e acabo deitando em cima dele.
- Eu sabia que isso iria acontecer. - Ele diz ao pausar o beijo e dou um selinho nele. Logo outro. Sorrio e volto a ficar deitada ao seu lado. Dou mais um beijo nele, que me aperta com gosto e parece um pouco ofegante. Eu viro de costas para ele, que me abraça bem forte e empino o quadril. Justin encosta a cabeça em meu pescoço e me beija ali.
- Eu gosto muito de você, Justin. - Acaricio seu braço e ele beija meu pescoço. Deito ao seu lado e o abraço. Durmo em instantes.
...
Nossa terça-feira foi estranha. Mal conversamos, bem pouco, na verdade. Vi meus filhos por vídeo no horário de almoço e saí para comer um doce. É horrível fica sem eles. Eu me sinto super perdida.
Saí do trabalho às 17h e nem avisei Justin. Decidi ir ao shopping compras alguns presentes de Natal e fui ver algumas decorações. Estava passando por uma loja de produtos naturais quando ouvi meu celular tocar. Era Justin.
- Onde você está?
- Fazendo compras no shopping. Quer vir aqui?
- Você vai demorar?
- Um pouco. Estou vendo coisas de Natal.
- Precisamos comprar logo...
- É. Agora eu não estou com pique. Vim só ver mesmo.
- Entendi. Ok então. Tchau.
"ok então. Tchau"? Sério? Ele nunca me trata assim no telefone. Será que ele ainda está bravo por ontem? Fico um pouco incomodada com a situação. Não demoro muito e vou para casa novamente. Já era quase noite... São 18h58. Pego um pouco de trânsito e decido fazer um agrado a ele. Compro dois capuccinos. Tomo o meu no caminho. Chego em casa e ele estava na frente da entrada conversando com um dos vizinhos, pai dos amigos de Vallery e Brandon.
- Oi, Sr. Stewart. - Falo simpática para ele e Justin me olha com um sorriso de quem não está contente. Entro pela porta principal e deixo minha bolsa ali, perto do sofá. Levo meu celular até o quarto e o coloco para carregar. Tiro o salto alto e calço meu chinelo rosa. Prendo meu cabelo num coque e passo demaquilante. Mesma rotina de sempre. Ouço ele bater a porta principal. Saio no corredor e Justin estava na sala, sentado no sofá vendo tevê enquanto mexia no celular. Desço as escadas até ele e pego o capuccino na mesa.
- Eu trouxe para você.
- Obrigado. - Ele pega da minha mão e toma alguns goles conforme assiste algo. Fico sentada ao seu lado por alguns segundos e ele ignora minha presença.
- Justin... - Ele me olha de relance. - Você ainda está bravo comigo? - Acaricio seu cabelo.
- Um pouco.
- Mas por que?
- Sei lá... Eu só estou. - Ele dá os ombros. - Não quero mais discutir com você.
- Eu não queria que estivesse. - Suspiro ao me aproximar. - Eu gosto tanto da sua companhia. - Dou um beijo em sua bochecha conforme ele ainda toma o capuccino.
- Você quer? - Nego com a cabeça.
- Você está com raiva de mim pela discussão de ontem?
- Não. Eu estou me sentindo irritado. - Ele diz ao me olhar. - Só isso.
- Será que eu posso te acalmar? - Ele dá os ombros.
- Pode. - Começo a fazer carinho em seu cabelo e acaricio sua nuca com a mão livre. Dou vários beijos lentos em seu pescoço. - Você quer me relaxar? É isso?
- Sim. - Digo baixinho. - Eu não queria que você estivesse bravo. Conversamos sobre isso ontem mesmo.
- Eu sei. É coisa minha comigo mesmo. - Ele diz me olhando nos olhos. - Não quero que você pense que eu guardo rancor das nossas discussões.
- Eu guardo um pouco.
- Você eu sei, babe. - Ele me dá um selinho. - É que eu amo você. - Ele diz sorridente. - dou um selinho nele. - Você me relaxa. Eu também estou um pouco irritado com o trabalho, sei lá. São coisas bobas.
- Esquece o trabalho então. - Olho nos olhos dele. - Pensa que as crianças voltarão no sábado de manhã!
- Até que enfim! - Ele comemora. - Parece que o tempo está passando tão devagar sem eles.
...
Nossa quarta-feira começou tranquila, até porque não conversamos muito ontem à noite. Justin chamou todos os funcionários para uma reunião às 10h15 e fomos até o escritório do último andar. Justin e Bryan lado a lado enquanto eu estava do outro lado da mesa, próxima do Dimitri e do Steve.
- Bom dia. - Ele diz e todos respondemos juntos. - Nós chamamos vocês aqui para dizer que por conta de todo o crescimento da JKC fora da Rússia e até mesmo dos Estados Unidos, nós precisamos de uma representação em Dublin. - Byran diz olhando para todos e Justin assente em concordância. - Seria mais um treinamento com o pessoal de lá. Nós tentamos entrar num acordo porque Justin já esteve lá, eu também e o Nolan coordena boa parte. - Justin concorda. - Por isso ninguém melhor do que o financeiro para organizar tudo. - Justin arregala os olhos e me olha. - Mellanie, você vai precisar ir para Dublin organizar tudo. - Eu? Dublin? Fico surpresa.
- Uau! - Digo sem reação e Justin estava sério.
- Sim. Precisamos de você lá por conta de todo RH e financeiro, mas também outra pessoa para te ajudar em uma das funções. Você é a mais indicada para esse setor de treinamento.
- Por quanto tempo? - Pergunto pensando nas crianças.
- Eu sei que você tem dois filhos e é complicado, mas será por pouco tempo...
- Três semanas. - Justin diz sério, como se já soubesse. Suspiro ainda sem resposta. - Você provavelmente irá sozinha.
- Ninguém mais do meu setor?
- Não. - Bryan diz logo.
- Steve irá com você para resolver os treinamentos dos estagiários e coordenar como está a rotina. - Assinto e olho de relance para Steve, que sorri empolgado.
- É basicamente sobre isso que queríamos falar. Como iremos parar na semana do ano novo, vocês viajam dia 01 à noite. - Justin desvia o olhar e logo a reunião é encerrada. Ele é o primeiro a levantar e sai da sala. Vou atrás dele, que foi para o seu escritório.
- Justin.
- Eu não quero falar agora. - Ele diz ao sentar em sua cadeira. - Mellanie, vai trabalhar. Eu preciso falar com o Bryan.
- Por que você não comentou comigo?
- Eu não sabia!!!! - Ele fala inconformado. - Entramos nesse assunto ontem, mas eu não cogitei, porque simplesmente você tem muitos afazeres. - Ele diz ao ficar de pé. - É melhor você ir trabalhar. Eu não quero papo até falar com ele sobre isso.
- Isso tudo é ciúmes porque o Steve vai comigo? - Ele bufa.
- ARGH! - Ele estava bravo. - Por favor. - Ele aponta para a porta e, assim que eu saio, Bryan entra. Fico do lado de fora tentando ouvir.
- Você ficou louco? Como a minha esposa vai passar três semanas lá? Nós temos duas crianças e ela faz faculdade.
- Cara, tudo isso é porque ela vai com o Steve. Não coloque a culpa nos seus filhos. - Ele diz baixo.
- Nós somos sócios. Você tinha que ter me falado isso antes.
- Nós conversamos ontem sobre isso.
- Mas eu disse que não era uma boa ideia. Porra.
- Cara, quer saber... Relaxa. Vai trabalhar. - Não ouvi o resto... - E se ela fizer? - eu? Fizer o que? Vou até a cozinha ainda curiosa e encontro Dimitri tomando café com a Maria. Passo o resto do dia pensativa a respeito, mas sem abordar o assunto. Queria entender. Meus filhos nem chegaram e vou ter que ficar sem eles por três semanas? Oh meu Deus. Todos foram embora da empresa e eu continuei fazendo umas guias. Coloquei uma música ambiente para ouvir: John Mayer. Alguém bate na porta, era Maria.
- Mel, estou indo embora. Você está com as chaves?
- Estou sim, Maria! Obrigada. Quem mais está aqui?
- Só você e o Justin. - Assinto e mando um beijo para ela. Vejo que Justin está on-line e penso em chamá-lo. Pelo que eu bem o conheço, ainda está bravo. Recebo uma mensagem de voz do Steve:
- Então quer dizer que vamos passar um mês juntinhos? - Ele me faz rir. - Não pensei que seu marido gostaria da ideia.
Mando uma risada em resposta. Justin abre a porta e fecha em seguida. Ele senta em minha frente e me olha sério, sem piscar.
- Podemos ir? - Diz.
- Estou terminando umas guias.
- Eu já vou então.
- Ei, estamos com um carro só, me espera. - Ele suspira fundo e começa a andar de um lado para outro no escritório. - Quer falar agora?
- Não.
- Justin... - mesmo ainda focada no notebook, vejo o quanto ele estava inquieto. - Fala logo.
- O que você quer ouvir de mim? Por que você não fala primeiro?
- Ok. - Olho para ele. - Qual o problema?
- Você acha que não tem problema?
- Eu não disse isso. Estou te perguntando qual é o problema. - Falo enquanto olho minhas duas telas e a página da guia carrega. Não sei se vou conseguir emitir todas agora.
- O problema é que você não deveria ir. Esse é o problema. Eu vou ficar um mês sozinho com gêmeos enquanto você estará com seu ex-namorado em Dublin???
- Ele não é meu ex-namorado, Justin. Você sabe muito bem disso. - Retruco e ele estava com raiva.
- Ele é o que então? Seu ex-companheiro de sexo?
- Para de falar desse jeito, caramba. Isso não tem nada a ver com a situação.
- Como assim não tem nada a ver com a situação? - Ele cruza os braços. - Vocês transaram várias vezes e eu sei que você gostou.
- Justin? Não foi você que brigou comigo por falta de confiança da minha parte na segunda? O que está havendo?
- O que está havendo que quando aconteceu aquilo eu estava bêbado, mas na época em que você ficou com o Steve foi por vontade sua.
- E daí? Já passou.
- Você já dormiu na casa dele enquanto eu fiquei sozinho com as crianças. - Coço o pescoço irritada com a braveza dele e fico de pé ao desligar o notebook.
- Você quer entrar nesse assunto? Então vamos entrar. Enquanto eu transei com UM cara, você pegou mais de 15 mulheres enquanto fingia não lembrar de mim. - aponto para mim mesma triste com a situação enquanto ele arregala os olhos pronto para retrucar.
- ISSO É MENTIRA! EU NÃO LEMBRAVA DE VOCÊ. - Ele fala alto, irritado.
- AH, conta outra! Eu te conheço há anos. Tudo o que nós passamos, tudo, desde o início do namoro e você já transou com mais de 30 mulheres. Isso que eu suponho. Eu fiquei com três ou quatro ao longo de tudo o que aconteceu nos últimos quatro anos e você quer me dar lição de moral? Eu vou para Dublin com o Steve, SIM. E se você reclamar eu levo as crianças. - É claro que eu não os levaria, apesar de também não querer ficar longe dos três.
- Ótimo, era isso que você queria mesmo, né? Aproveita e tira essa porra de aliança antes de embarcar. Porque eu não vou suportar saber que você vai estar três semanas só com o Steve. Não tem nada a ver isso tudo que você disse. Eu nem lembro delas.
- VOCÊ ENGRAVIDOU UMA DELAS. - Ele revira os olhos.
- E DAÍ? O que isso tem a ver?
- E DAÍ? Você acha isso pouco? - Olho nos olhos dele, que bufa como se quisesse avançar em mim. - Qual a necessidade de brigar por ciúmes?
- Em algum momento eu citei essa palavra? Você sabe que não. Você nem sabe qual o meu problema com relação a isso.
- É óbvio que eu sei. Ficaremos no mesmo hotel, até porque você comprou quarto um deles e está com receio que ele vá para o meu apartamento. - Ele ferve de raiva.
- Eu juro por Deus que se aquele cara tocar em você eu quebro os ossos dele. Eu mando ele embora. - Bingo. Eu sabia que esse era o problema.
- Se você estivesse falando do Gregório, eu entenderia, mas o Steve é gente boa. Você sabe disso. Não misture trabalho com vida pessoal. - Ele passa as mãos no rosto inconformado e bufa para si mesmo. - Você acha que eu vou me envolver com ele lá? - Justin me olha de imediato. - Depois de quase um mês sem ver você e as crianças, carente, você acha que eu faria isso? - Falo torcendo para que ele seja sincero. - Hein?
- Por que essa pergunta?
- Leve o tempo que precisar. Eu só quero sua resposta sincera. - Pego minha bolsa e sento na minha cadeira. Ele senta no chão e quase o perco de vista.
- Eu... - ele fala baixo. - Caralho.
- Não ouvi.
SPOILER - Capítulo 27
- Que droga. - Bate a porta e atende uma ligação. - Não. Eu não sei. - ele desliga. Justin vai até a cozinha e eu sento no último degrau da escada, vendo-o do topo. Justin volta para a sala e me olha de relance. - MEU DEUS. MELLANIE!
SPOILER - Capítulo 29
- Justin Bieber não está presente. Ele foi afetado da presidência da JKC nesta amanhã.
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