História Behind The Secrets - Fourth Season - MIA

- Nós vamos manter essa casa, até porque é de família... Bem, na verdade, era meio que do seu pai... Enfim. Não vamos levar tudo. Tenha calma. Quando eu voltar, acredito que na sexta-feira à noite, poderemos concluir esse assunto e então você voa para a Califórnia no dia seguinte.

- É tão cansativo ir daqui até lá, são tantas horas. Argh. - Justin permanece me olhando ainda sentado. Ele desliza a mão por minha barriga, conforme sobe minha camisola e inclina o corpo para dar um beijo na mesma. Justin então morde minha barriga e desce os lábios até minha intimidade. - Jay.

- Huh. - Ele resmunga em resposta e assopra minha região íntima, causando-me um arrepio intenso. Sinto seus dentes puxando meus lábios maiores e gemo alto. - Continue. - Ele pede. Toco seu cabelo e ergo as pernas, dando-lhe uma visão melhor de mim, apesar da escuridão. Justin passa a língua em meu clitóris e, bingo, enlouqueço.

- Puta merda. - Sussurro arranhando todo o seu couro cabeludo e ele se diverte com a língua ali embaixo. - Justin... - Eu não conseguia me conter. A sensação dele em mim, assim, é incrível. Gemo cada vez mais alto e ele afunda os dedos em minhas coxas. - Ahh. - Ele se diverte e então consegue o que quer. Eu já estava um tanto ofegante. Justin me olha de imediato nos olhos e sinto que coloca um dedo em mim. Fecho os olhos e o puxo pelo cabelo. Justin ri baixinho e então sobe beijos por toda a minha barriga. Justin sobe minha camisola e chega até meus seios, ele dá um beijo em cada mamilo e passa a chupar o esquerdo de leve, calmo. - Você gosta mesmo de me deixar assim... toda...- não termino a frase. 

- Demais. - Ele responde e me aperta na cintura. Após se divertir com meus seios, Justin beija meu pescoço e morde a região, até que chega em meu lóbulo. - Uma vez sem camisinha. - Nego com a cabeça. - Por favor, babe. - Ele suplica baixinho e aquilo me afeta. Eu estou grávida mesmo. - Eu gosto demais de sentir você assim, vida. - Vida!!! Ok, ele faz isso de propósito, mas consegue me convencer.  Sorrio em resposta e ele beija meu lóbulo. Ele saberá na hora certa.

- Uma. - Justin comemora e então nos beijamos com total intensidade. Ele deita completamente em cima de mim e logo sinto-o devagar, com toda calma, levando-me à loucura. Arqueio minhas costas e morde não tira os olhos dos meus. Foi aí que ouvi Vallery chorar alto através da babá eletrônica. 

- MAMÃE. Cadê você? - Ela grita baixinho e, com um pouco de dificuldade, Justin sai de mim e eu levanto às pressas até a câmera. Ela estava sentada na cama coçando os olhos enquanto chorava. Deve ter tido um pesadelo. Sem olhar para ele, na cama, saio do quarto e vou até o deles. Ela acabou acordando Brandon com toda choradeira. Justin deve estar, no mínimo, bem bravo. 

- Sh, calma, querida. - Eu deito ao lado dela na cama e Brandon parecia estar quase dormindo novamente. Ainda estou um pouco ofegante. - A mamãe está aqui com você. - Ela me aperta forte e vai parando de chorar aos poucos.

- Eu sonhei coisa ruim.

- O que você sonhou? 

- Coisa ruim. - Ela balança a cabeça como se quisesse afastar o pensamento e então gruda em mim de um jeito que nem depois que dormisse eu conseguiria sair dessa cama.

- Eu sonhei coisa ruim.

- O que você sonhou? 

- Coisa ruim. - Ela balança a cabeça como se quisesse afastar o pensamento e então gruda em mim de um jeito que nem depois que dormisse eu conseguiria sair dessa cama. Fico um longo tempo com ela até que dorme novamente, mas ainda estava colada comigo. Caramba, foi difícil sair daquela cama para vir até aqui enquanto ela chorava. Justin deve estar incomodado com a situação. Aos poucos, eu a solto e posiciono suas mãos para frente e consigo levantar sem que ela acorde. Volto o edredom até seu pescoço e dou um beijo de leve em sua testa. Faço o mesmo com Brandon e fecho a porta do quarto. Atravesso o corredor na escuridão e entro no nosso quarto de fininho. Justin estava com os olhos fechados, parecia cochilar, não estava com a aparência suave como se dormisse. Fecho a porta do nosso quarto, passo meu hidratante facial e espero um pouco para deitar, enquanto secava minha pele e fico assistindo Keeping Up With Kardashians. Programo a televisão para desligar em trinta minutos e deito na cama, ao lado de Justin. Vejo que já é meia-noite e cinco. Deito de frente para ele, que dormia coberto até a cintura e vejo que ainda estava nu. Dou um beijo em sua testa e sussurro um "boa noite".

- Tentei te esperar, mas acabei cochilando... - Ele diz baixinho e vejo que abre os olhos. - Isso nunca aconteceu antes, de você ter que socorrê-los bem nessa hora, literalmente. - Ele me faz rir.

- Eu pensei sobre isso também... Teve uma vez que passamos por algo parecido. - Ele assente em concordância. - Vallery teve um pesadelo e não queria dormir sozinha.

- O que ela sonhou?

- Não soube me dizer... - Falo conforme acaricio seu cabelo. - Eu sei que isso realmente nunca tinha acontecido mesmo.

- Acabou comigo. - Ele lamenta. - Foi BEM na hora, Mel. - Justin resmunga e assinto. 

- Sim, espero que isso não aconteça de novo, bem nessa hora. - Falo baixinho e desço minha mão por sua barriga, chego até ele, que estava um pouco ereto. - Não é?

- Justo na única hora em que estávamos sem preservativo. - Ele fala inconformado. Tudo bem. Dou-lhe um selinho e fecho minha mão esquerda - um pouco sem coordenação - em seu membro. Ele geme baixinho. - Babe... por favor. - Ele pede. - sem meio termo. - Assinto e o aperto com força. Justin então murmura alto. - Mellanie! - Eu paro por um instante e dou-lhe três beijos nos lábios. Deito meu corpo em cima do seu e passo a mover meu quadril nele, que sobe um pouco minha camisola e vê que estou nua. Justin abre um enorme sorriso e eu murmuro baixinho com a sensação que ele me causa por algo que eu estou fazendo. 

- Apenas relaxe. - Ele assente com os olhos fechados e afunda os dedos em minhas coxas.

- Porra, isso é bom demais, meu amor. - Justin diz com a respiração curta, a voz cheia de vontade. - Você me deixa em êxtase. - Ele sussurra e eu inclino meu corpo, ameaço deixá-lo entrar, mas então hesito e brinco com meus dedos em sua região íntima. - Eu...

- Ainda não. - Repreendo-o, que parecia ainda mais desesperado. Toco sua glande com o polegar direito e então deito totalmente meu corpo para degustá-lo. - Não. - Digo baixinho. 

- Eu não vou aguentar... puta merda. - Ele se contorce na cama e então eu o chupo com gosto. Eu adoro vê-lo assim, cheio de vontade, tentando se segurar, abrindo e fechando os olhos a cada três segundos, a boca entreaberta, a respiração curta. - Mellanie. - Ele diz baixinho, pidonho, e entendo o recado. Eu o mordo com gosto, que se alivia de imediato e geme muito alto. O que foi isso? Sua respiração era tão forte que eu o via pela sombra de seu peitoral subindo e logo suas costas voltavam a tocar a cama. Ele passa as mãos na cabeça e eu dou-lhe um último beijo lento em seu membro. 

- Gostei disso. - Digo contente e ele sorri. - Você estava mesmo com vontade. 

- Você fez as duas coisas que mais me deixam fora de mim, sabe disso. 

- Isso é verdade... - Acaricio suas coxas e então toco sua virilha mais uma vez. - O que mais podemos fazer por aqui?

- Transar, pelo amor de Deus. - Ele pede e sorrio ao vê-lo cheio de volúpia. Gosto de Justin assim... desde que voltamos quase não ficamos juntos. - Venha aqui, Rose. - Ele toca meus braços e me acaricia até que consegue chegar em minhas pernas. Nego com a cabeça e volto a tocá-lo com ambas as mãos. Ele abre um sorriso pervertido e tenta me puxar para perto. - Como você... - ele fecha os olhos e não diz mais nada. Acaricio então sua linha alba e subo por sua barriga com as unhas. Rebolo nele mais duas vezes e então tento me encaixar ali, devagar, e consigo. Gemo olhando nos olhos dele conforme vou sentando aos poucos e Justin me puxa para perto, fazendo-me deitar em cima dele. - Você é gostosa demais. - Ele sussurra. - Porra. 

- Você também, meu amor. - Digo num fio de voz e Justin me vira na cama de imediato. Ele afunda meu corpo na cama e então sobe minha camisola até meus seios. Gemo baixinho enquanto passeio com as mãos por suas costas e Justin se diverte em mim. - Jay... - Sussurro em seu ouvido e dou-lhe uma mordida ali, que resmunga em resposta. - Você é tão bom. - Ele vai ainda mais rápido e sinto que não controlo mais meu corpo. Quando me dei conta já tinha atingido pelo clímax no momento em que soltei quase um berro de satisfação. Minhas mãos caem na cama e minhas pernas perdem a força. Justin rapidamente atinge o seu e cai ao meu lado após murmurar meu nome. Ele ofega sem conseguir controlar a própria respiração e estamos cada um para um lado. Prendo meu cabelo num coque e então desço novamente minha camisola. Ele passa as mãos no rosto, logo na nuca, debaixo do edredom, então aperta o próprio membro e ainda estava muito ofegante. Eu me sinto exausta... talvez por conta da gestação. - Só para compensar a nossa frustração mais cedo. - Sussurro e ele entrelaça seus dedos da mão esquerda em minha direita, logo dá um beijo na mesma. 

- Eu gosto demais de transar com você. - Ele diz num fio de voz, logo ri. - Porra, é excessivamente espetacular. - Justin ainda estava tão cansado, a voz gasta, carinha de sono. Dou um beijo em sua bochecha, que me puxa pelo cabelo e então me dá um longo beijo de língua. Dou um selinho nele e toco seu rosto ainda deitada de lado. 

- Eu amo muito você, Bieber. - Ele sorri enquanto me olha e então nos abraçamos bem forte, assim acabo deitada novamente em cima dele. Justin me dá vários beijos no pescoço e me aperta nas costas, desce as mãos até minha bunda e pressiona meu corpo no seu. Ele estava ereto, de novo. - Bom saber que hoje você está realmente disposto. - Dou-lhe um selinho, que segura meu rosto e tenta encaixar-me nele, mas não consegue por conta da minha camisola. 

- Eu amo você também, Bieber. - Ele diz risonho. Mordo seus lábios e ele toca minha cintura. - Você quer? - Assinto e dou-lhe um beijo de língua. Trocamos vários beijos quentes e então Justin subiu um pouco minha camisola. Ele aperta minhas coxas e desce o olhar pelo próprio corpo, logo tenta me ajeitar em cima dele e entendo o recado. Ele quer que eu fique por cima. 

- Gosto de te ver empolgado esse jeito. - Sussurro com o corpo inclinado e Justin rapidamente sobe minha camisola conforme suas mãos passeiam por minha costela. 

- Você é tão insaciável quanto eu. - Ele responde e eu assinto em concordância. Rapidamente encaixo-me nele, que fecha os olhos de dois em dois segundos e logo me encara. Eu não conseguia me conter. Mordo meu próprio lábio e então movo meu quadril em cima dele, que geme alto e me faz murmurar em resposta. 

- Justin... - Murmuro baixinho e então deito-me em cima dele, que passeia com as mãos por meu corpo e quase consegue tocar meus lábios. Ele então vai com o corpo para trás, ficando quase sentado e eu consigo me aproximar mais. Nos beijamos sem conseguir parar e eu continuo movendo meu quadril nele, que resmunga ao me apalpar com gosto. - Ah. 

- Você é extraordinária. - Ele diz num fio de voz e eu mordo sua boca. Acelero meu ritmo e Justin apenas me obedece, gosto de estar no comando. - PORRA. - Atinge seu clímax e solta o corpo na cama. Eu dou vários beijos em seu pescoço. - Não pare, por favor. - Diz cansado e apenas assinto. Também estava no meu limite, mas eu não queria parar, estava amando muito tudo isso. Minha camisola estava presa no pescoço e Justin contorna meus seios conforme eu me divirto, já exausta, e então não consigo mais. Paro de imediato e olho para ele, que observava meus seios, minha barriga e desce o olha até nós. - Seus seios parecem maiores. - Ele percebeu... mas nem cresceram direito... caramba. Nego com a cabeça.

- Você acha?

- Sim, um pouco. - Dou os ombros em resposta. - Você parece exausta. - Ele acaricia minhas pernas.

- Eu estou. - Digo num sussurro e Justin segura meu pescoço com ambas as mãos, levando-me para dar-lhe um beijo. - Foram... o quê? 4 vezes? - Ele sorri largo. Justin acaricia meu pescoço e me dá um selinho.

- Você é absolutamente além da conta, Rose. - Ele diz baixinho e estava tão exausto quanto. Justin me dá um selinho e abro um enorme sorriso para ele. - Só esse seu sorriso já me satisfaz.

- Falar isso depois de tanto sexo, até eu. - Ele gargalha e então nos desconectamos. Eu ajeito minha camisola e deito ao seu lado na cama. 

- Engraçada. - Justin deita ao meu lado e enche meu pescoço de beijos quentes.

- Boa noite. Boa viagem amanhã. - Dou-lhe um beijo na bochecha. - Estou muito exausta. - Ele me dá um forte abraço, novamente, e afunda a cabeça em meu pescoço. - Amo você.

- Obrigado, meu amor. Boa noite. - Ele sussurra e acaricia meu cabelo. Fecho os olhos já involuntariamente. - Eu amo você.

...
                                      Maio de 2019

Acordo com a barulheira de Justin batendo a porta do banheiro e sequer abro os olhos, apenas percebo que está tudo escuro. 

- Eu já estou indo. - Ele me dá um beijo na testa e abro os olhos para vê-lo: calça jeans preta, camisa da mesma cor, tênis e óculos de sol.

- Te ligo depois. - Apenas assinto sem resposta. Muito sono para uma pessoa só. Ouço ele bater a porta.

- MAMÃE, BOM DIA. - Abro os olhos e vejo meus dois filhos parados na porta, os olhos inchadinhos. - MAMÃE.

- OI!!! - Falo empolgada e coço os olhos para conseguir enxergá-los com nitidez. - Vocês já fizeram xixi? - Sento na cama e Brandon nega com a cabeça. - Então vamos, filho. - Eu levanto e dou vários beijos neles, que resmungam. Vallery pula na minha cama enquanto levo Brandon ao banheiro e passo uma água no rosto. Assim que ele lava as mãos, faço minhas higienes e penteio meu cabelo, prendendo-o num coque. 

- Bom, agora nós podemos tomar um café da manhã bem gostoso e depois sair... que tal? 

- Oba! Onde nós vamos?

- Nós podemos ir ao cinema, brincar no shopping, ir a alguma praça bem legal... - Falo ao abrir as cortinas e pego meu celular. Vejo que já são 9h40. Dormi bastante, isso é um milagre. Justin deve ter saído às 6h. 

- Mas o papai não vai?

- Ele precisou viajar, Vally. - Eu os acompanho no corredor e vamos até a sala. - Voltará na semana que vem.

- Huh, ele me falou. - Ela diz toda fofa e passo os dedos por seus fios de cabelo loiro. 

...

Posso resumir meus três primeiros dias sem Justin numa correria só... Quase ninguém da empresa sabe que nós finalmente reatamos e, na verdade, isso é ótimo. 

Aproveitei o início da semana para marcar uma consulta com a minha médica por rotina. Felizmente, meus sintomas são quase imperceptíveis. Posso dizer que melhorei muito nas últimas semanas e, bem, eu sinto meu corpo tão diferente. Já estou de... huh, quase cinco semanas. Passou tudo tão rápido e mal vejo a hora de contar a Justin. Ele surtaria se soubesse antes de nossa mudança. Tudo por uma boa causa.

Entro no consultório e nos cumprimentamos com um abraço.

- Mellanie, bom te ver.

- Bom dia, Sra. Uoskou. - Sento-me em sua frente e ela parece contente em me ver animada. 

- Como você tem passado? Pelo visto os sintomas diminuíram, huh?

- Diminuíram muito! Eu me sinto bem melhor e meu corpo já está tão diferente. - Ela assente em concordância.

- Deite-se na maca, por favor. Quero ver como está. - Deixo minha bolsa na cadeira e então deito na maca ao lado de sua mesa, subindo minha blusa de uniforme até o busto.

- Já está aparecendo bastante, Mellanie. - Ela passa a mão em volta e eu me sinto tão completa. Eu não acho que esteja tão visível assim... a não ser pelos meus seios.

- Você acha? Eu ainda nem contei a Justin. - Sorrio antes de levar uma mega bronca e então sento na maca. 

- Vocês voltaram?

- Sim... Já tem uns dias.

- Mas por que você ainda não contou? - Não posso falar sobre as viagens, se não até ela ficaria brava.

- Ainda não é o momento. Ele é sempre tão preocupado e eu fico um pouco insegura, já que descobri tão no começo e...

- Fique tranquila, Mellanie. Você está saudável, bem melhor do que na última vez em que nos vimos... Ele deveria saber.

- Você não acha arriscado? Porque eu já passei por algo antes, lembra? - Ela afirma com a cabeça e voltamos para sua mesa.

- Sim, eu lembro. Muitas coisas são arriscadas durante uma gestação, principalmente nas primeiras 12 semanas. Você só precisa continuar se alimentando bem, tendo boas noites de sono, nada de bebidas alcoólicas, evitar viajar de avião e essas coisas. - viajar de avião, bingo. 

- Então... eu tenho uma viagem para a Califórnia em menos de 10 dias. Você acha perigoso? - Ela distorce o lábio e eu entendo como SIM.

- Olha, foi como eu te disse... arriscado é. Se você realmente está se sentindo bem, nada de sintomas fortes e acha que que está pronta para ir, como você quiser. - Agora estou ainda mais indecisa.

- Foi por isso que eu não contei a Justin... nem ninguém. Ele nunca me deixaria voar se soubesse da gravidez.

- Com razão, né? Mas o que importa é que vocês estão bem... Logo poderemos começar com os ultrassons. - Assinto em concordância e logo deixo o consultório, ainda com um pé atrás por conta da minha ida a Califórnia e, depois de alguns dias, a Miami. Muitos voos de uma vez só. Ainda bem que eu me sinto ótima... e até nos mudarmos para Miami, caso tudo ocorra como Justin quer, estarei de quase 7 semanas. 

A caminho da JKC volto a pensar em como ele pode não ter percebido minha gravidez. Eu não engordei muito, meu peso subiu quase 3kg até agora, mesmo assim, minha barriga está bem pouco saliente. Quase nada. Meus seios estão mais pesados, meus pés incham quando sinto um pouco de calor, o que é um pouco difícil nessa cidade, e tudo está tão no começo. 

Talvez porque reatamos há pouquíssimos dias e ele não tenha pesado muito nisso... desde que pegou o teste negativo ao lado da nossa cama. Eu só quero que ele saiba, mas depois que estivermos em Miami. Só eu sei o quanto ele ficará preocupado por conta de todos esses voos, os sintomas do mês passado e derivados. Não quero deixá-lo bravo e muito menos cheio de preocupações. Anna também não deve saber agora. A verdade é que eu preciso conhecer Daisy assim que nascer e vamos a Miami logo depois. Dará tudo certo.

Justin me ligou logo na quarta-feira de manhã para dizer que ele e Dimitri irão esticar a viagem por mais uma semana, por conta de todas as coisas que precisam resolver.

- Você quer uma casa pronta?

- Eu queria que construíssemos uma casa... Sempre quis, sabe? Mas dá muito trabalho, muito dinheiro envolvido, leva muito tempo.

- Tem um terreno incrível dentro de um condomínio aqui... Você iria adorar.

- Mesmo?

- Sim. Tem vista distante da praia, o clima é bastante agradável... Dá para construir algo muito bom aqui e tem uma localização boa. As casas não são coladas uma nas outras. 

- Justin, você está me deixando mega ansiosa. Não faz isso.

- Faz assim... Me manda o que você gostaria de ter em casa. Eu vejo o que posso fazer, se vale a pena esse terreno.

- Quanto estão pedindo?

- 700 mil dólares.

- Puta merda!!! Cancela isso aí, por favor. Que caro! - Ele ri do outro lado da linha.

- Ei, calma. É um dos melhores bairros dessa cidade... Quero segurança para as crianças.

- Eu também quero. Você volta no outro sábado mesmo? - ainda estamos no final da quinta-feira.

- Talvez... Agora eu vou desligar porque estou esperando você me mostrar o que quer.

- Ok.

Desligo e estou radiante. O que eu mais faço é acompanhar decorações de casas e essas coisas. Meu sonho sempre foi ter uma cozinha americana como nos filmes e uma sala arejada, com portas para o quintal. Ah!!! Gosto tanto disso tudo. Só não quero que ele gaste demais com coisas desnecessárias. 

"Minhas exigências para casa:
- Uma cozinha americana como nos filmes.
- Quero fazer sozinha o quarto das crianças com aquelas camas embutidas, sabe? Eu vi na internet que você só e alguns degraus e embaixo tem algumas gavetas e essas coisas. Queria isso para os dois, pelo menos até os 9 anos.
- Quero um enorme espelho no nosso quarto, mesmo que não seja no teto. Quero MESMO.
- Faça algo para podemos levar Babi, Billy, Bob, Ana e Lauren. (Sério)
- Quero um quarto para minha mãe ficar quando estiver com a minha irmã".

Envio a mensagem e ele responde de imediato:

"Kkkkkkk"
"Segura a onda" - Justin.

"eu ainda não terminei" - Mellanie.
"A faculdade mais confiável, com preço razoável, fica do outro lado da cidade. Tudo bem por você?" - Justin.
"Nome" - Mellanie.
"Pesquise aí: http://broward.fiu.edu/. É nesse endereço: 1930 SW 145th Ave, Miramar, FL 33027" - Justin.

Abro o link que ele me manda e começo a ler sobre a faculdade. Parece muito interessante. Nunca tinha ouvido falar, muito menos dessa localização. Não conheço nada sobre a Flórida. 

"Gostei!!! Fica muito longe do terreno que você está querendo comprar?" - Mellanie.

"Eu quero comprar em Wynwood... é um bairro no norte de Miami conhecido por artes de rua. Você irá gostar bastante dessa região... fica próxima de Miami Beach e as demais praias". - Justin.
 

Coloco no Google fotos de Wynwood e começo a pesquisar como é a vida dos moradores daquela região. Ouvi dizer que possui o melhor shopping ali por perto e, bem, já me interessou. Começo a ver algumas fotos e Brandon me chama.

- Estou com fome, mamãe. - Ele diz alto. - Quero comer.

- Eu vou fazer um lanchinho para vocês. - Falo ao levantar e vou até a cozinha.

"Acabei de pesquisar... Parece ótimo! E a mini sede?" - Mellanie.
 

Pego dois pães na dispensa e tiro a casca, coloco frios e esquento no microondas até que o queijo derreta. Pego os dois copos que eles mais gostam e meu celular apita na bancada. Coloco suco natural de frutas vermelhas nos copos e levo até eles em duas bandejas. na mesa central e fico entre eles.

- Lanchinho com suco de todas as frutas que vocês gostam! - Falo com a voz fina e cruzo as pernas atrás deles.

- Obrigado, mamãe. - Brandon diz e começa a comer.

- Huh, tá gostoso. - Vallery fala toda fofa. Ufa. 

"Eu já aluguei um sobrado no bairro Allapattah. Fica uns 10 minutos de carro de Wynnwood. Gostei bastante". - Justin.

"Eu quero ver fotos!!! Você me deixa muito curiosa. Caramba... e a praia? Fica muito longe?" - Mellanie.

"Não, amor. Só precisamos atravessar a ponte Julia Tuttle Causeway, então estamos em Miami Beach. Estou gostando demais dessa cidade..." - enviou um áudio. "Consegui ir à praia com Dimitri logo cedo aqui e, sério, é bom demais. Esse clima é totalmente diferente do que estamos acostumados". - Justin.

"Eu quero visitar essa cidade antes de nos mudarmos!!!" - Mellanie.

"Eu ainda estou fechando negócios, Mel. O sobrado já está alugado e contratei alguns especialistas para fazer uma pintura boa, mudar a entrada, aumentar o segundo andar... Está ficando muito bom, mas você não irá ver nada agora". - Justin.

"E onde você está?" - Mellanie.

Ligo para ele.

- Eu cansei de conversar por mensagens e você só me deixar ainda mais curiosa. - Ele ri do outro lado da linha.

- Diga.

- Onde você está? 

- Chegando na sua provável nova faculdade.

- E o Dimitri?

- Está acompanhando os caras lá em Allapattah... Eu posso fechar?

- Mas já? Para quando?

- Eu não sei, você me ligou assim que eu estacionei o carro. Aqui parece incrível. 

- Justin!!!!

- Eu vou te mandar uma foto. Te ligo assim que fechar negócio.

- Ok. No aguardo.
 

Desligo e fico à espera do retorno. Os dois terminam de comer e eu levo as bandejas na pia, descasco uma banana e coloco mel e aveia. Sento novamente no sofá e ficamos assistindo tevê. Devo esperar Anna chegar em meia hora para poder ir à faculdade. Hoje direi a todos que eu e Justin estamos de mudança, pra valer.

Agora eu já percebi que a coisa está séria. Matei a última aula para chegar em casa um pouco mais cedo e meus filhos já estavam dormindo. 

"O que foi resolvido?" - Mellanie.

"Sua faculdade está fechada. Você começa aqui dia 20 e pouco de maio". - Justin.

"E a nossa casa?" - Mellanie.

"Fechando negócio... Converse com Anna..." - Justin.

"Tá :(" - Mellanie.

Fico sozinha na copa durante o jantar e vejo Anna descer as escadas.

- Mel, você voltou mais cedo.

- Sim... Quero conversar com você. - Ela assente e se aproxima. Já vestia um pijama de frio, o cabelo feito num nó e aparentemente cansada. - Ou você já estava indo dormir? - Ela nega com a cabeça e continuo comendo meu Spaghetti. 

- O que aconteceu?

- Você sabe que Justin foi para Miami, certo?

- Sim.

- Então... Desde que nós voltamos ele veio com a ideia de começar do zero, porque essa cidade traz energias ruins de pessoas que já nos prejudicaram muito... - Como é difícil dizer isso. - E ele deu a ideia de voltarmos para a América. - Anna não esconde sua surpresa, parecia chateada.

- Para a Califórnia?

- Não... Miami. Porque Justin quer uma pequena casa que represente a JKC e seja bastante sigilosa, com poucos funcionários, um controle maior de tudo. Eu pensei que seria loucura no começo, mas agora parece tão certo. - Percebo que ela fica sem resposta. Anna sempre sabe o que dizer. - E... ele volta não neste sábado, mas no outro, dia 12, eu acho. Justin já alugou um sobrado para a JKC lá e está comprando um terreno. - Ela permanece séria, sem qualquer expressão facial além da decepção. - Anna, diga algo.

- Eu estou um pouco surpresa... - Ela levanta e leva meu prato na pia ao ver que terminei. - Eu imaginei que vocês um dia iriam querer voltar, mas... eu fico o tempo todo com Vallery e Brandon.

- Você tem que ir conosco, óbvio! Você é da família, Anna. Justin te considera uma mãe. - Ela sorri.

- Ele é como um filho para mim. - Ela fala com vontade de chorar. Oh meu Deus. Nunca vi Anna chorar por Justin. - E seus filhos são... são como meus netos. Eu não tenho como deixar o país, querida. Sou russa... No máximo eu consigo usar um visto de turista, mas minha vida é aqui.
 

SPOILER

- Fico feliz que você não esteja tão bravo. - Acaricio seu cabelo e ele abre um enorme sorriso.

- Eu estou bravo. - franze o cenho e então ri. - Caraca, Mellanie. - Ele me abraça bem forte e dou-lhe dois beijos no rosto.