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História Behind The Secrets - third season - What is this life


Escrita por: featollg

Capítulo 25 - What is this life


- Mas eu também tive algo com aquele cara na festa.. Sabe... - Coloco as mãos na cabeça. - Anna, não pode ser. Eu não estou grávida.

- Pode ser que eu esteja enganada, mas qualquer um que souber dos seus sintomas te dirá o mesmo. Isso, pra mim, significa bebê a caminho.

- Não pode ser... Eu acho que usei proteção com ele. - Falo ao me sentar devagar, pasma comigo mesma. - Eu não lembro...

- Com ele quem?

- Com o Leonardo... Eu tinha bebido bastante... Eu não me lembro. - Começo a ficar nervosa. - Anna, EU NÃO LEMBRO. NÃO PODE SER. E SE EU ESTIVER GRÁVIDA DELE? - Levanto-me e coloco as mãos em seus ombros. - Meu Deus do céu... Não pode ser... Não... Eu não...

- Mellanie, calma. Você está muito nervosa. Eu não disse que você está grávida, até porque eu não sou médica para afirmar, mas é uma suspeita. Você precisa pensar sobre isso... Qual a diferença dos dias que você esteve com esse cara e com o Justin?

- Um dia. - Passo as mãos no cabelo e tiro o celular do bolso. - UM DIA. MEU DEUS DO CÉU, UM DIA.

- Mellanie, você está muito nervosa... Tenha calma. Vá à farmácia e faça um teste. - Nego com a cabeça. Eu estava com medo. Medo de realmente estar grávida logo agora. Medo do filho não ser do Justin. Eu nunca mais usei proteção com o Justin desde que comecei a tomar o anticoncepcional - que faz um ano, eu acho -, mas eu não me lembro se usei com o cara na festa... Eu simplesmente não me lembro porque apaguei esse momento da minha memória. Ou pelo menos tentei. Não pode ser.

- Eu não quero... E se eu estiver? Anna! Eu iria me casar com o Justin em outubro e pretendia engravidar nessa época... Não pode ser... ELE NÃO ME AMA, ELE NÃO VAI SE IMPORTAR. MEU DEUS DO CÉU EU QUERO MORRER. - Ok, eu estava tendo um surto. Não pode ser. Não mesmo.

- Ok... Mellanie... Tenha calma. - ela me induz a sentar na cadeira e pega uma xícara com algo. Entrega-me. Era chá de camomila. Tomo um gole. - Vamos conversar. - Assinto e eu estava numa pilha de nervos. - Você e o Justin tiveram relações desde o acidente, certo?

- Sim.

- E a última vez foi no dia seguinte da festa?

- Foi.

- E você estava nos seus dias férteis?

- Eu acho que sim... Eu não chequei o calendário... É complicado. Eu não quero engravidar agora. Eu já estou ficando louca com tudo isso... Nós estávamos de casamento marcado.

- E vocês desmarcaram o casamento?

- Ainda não... Eu não quero desmarcar. Eu ainda acredito... Sabe...

- Mel, mesmo que, por algum motivo, ele se lembre, não tem como vocês planejarem tudo do casamento em três meses. Ainda tem o aniversário das crianças... - Ela estava certa. Começo a chorar de nervosismo. - O certo a fazer é você ir à farmácia, fazer um teste e depois pensamos no que fazer. - Eu realmente não queria. Não queria fazer o teste.

- Eu estou muito nervosa... Eu... Eu preciso sair. - Levanto-me após tomar o chá e procuro pelos meus filhos. - Cadê eles?

- Estão no quarto assistindo desenho. Vai esfriar a cabeça... - Fala tranquila. Pego minha bolsa e saio pela porta da cozinha. Vou até a calçada e começo a caminhar no tremendo frio que faz hoje. Eu não conseguia pensar, não assimilava minha mente com o fato de que eu realmente posso estar grávida. E se? Eu não quero agora. Não estou pronta. Não tem como. O Justin nem liga para nós... Eu não tenho como cuidar de um terceiro filho sem o pai, com todos os problemas que estamos tendo, com o casamento desmarcado, sem a minha família. 

Começo a andar pelas ruas do condomínio e penso em sair... A farmácia mais próxima daqui fica a 5 quadras. Tudo bem... Eu não me importava. Preciso andar e pensar sobre a vida. Penso em ligar para o Justin, mas não tenho coragem. O que eu diria a ele? "Me ajuda?", é claro que ele não entenderia. Mas, surpreendentemente, ele me ligou assim que passei pela portaria do condomínio. Pela terceira vez no dia.

 

- Mellanie? - Suspiro fundo.

- Oi.

- Eu estou ligando para dizer que vou voltar em breve...

- Quando? - Engoli o choro e sentei-me na calçada da rua deserta.

- Daqui alguns dias... Você está bem?

- Eu, é, estou.

- Você, é, está mesmo? Sua voz está baixa.

- É porque eu estou na rua... - Falo ainda mais baixo.

- Ah... - Ficamos em silêncio por alguns segundos. - Por que você está na rua? Não está frio ai?

- Isso te interessa? - Não quis parecer grosseira.

- Sei lá... Sim?

- Eu estou indo na farmácia.

- Por quê?

- ... - Engulo minha agonia. - Eu preciso comprar um remédio.

- Mas está tudo bem?

- Está. Mais tarde eu te ligo...

- Ok.

 

Desliguei. Eu estava pior do que quando saí de casa. Pelo menos ele percebeu que eu não estou tão bem... Ou só perguntou por perguntar mesmo... Enfim. Eu não quero fazer um teste e descobrir que eu estou grávida. Eu não quero sofrer com esse acontecimento. Eu não quero que o Justin saiba. Ele sequer irá se importar. Por que eu fiquei sem o meu remédio por tanto tempo? Como eu pude ser tão idiota? Logo agora que a minha vida está de cabeça para baixo.

Depois de andar por mais uns vinte minutos, cheguei na farmácia mais próxima. Respirei fundo e entrei. Eu não queria, mas eu precisava. Comprei dois testes de gravidez e uma bala de menta. Eu realmente não estava com coragem de fazê-lo logo agora.

 

- Anna... O que eu faço? O Justin me ligou agora, perguntou como eu estou...

- Mel, você precisa fazer o teste. Volte para casa e faça.

- Mas eu não quero... E se eu estiver grávida?

 

        ...

Essa semana não poderia estar pior. Além de estar com sintomas constantes de gravidez, o Justin disse que voltaria em breve e não está aqui. O teste de gravidez que eu comprei está guardado na minha gaveta do meu criado-mudo há quase duas semanas... Sim... Eu não consigo fazê-lo. Não mesmo.

Brandon entra no quarto falando alto.

- Eu quero ir na casa do meu amiguinho e a Vallery brigou comigo.

- Eu só quero ver o papai. - Vallery entra atrás dele e coço os olhos. Meu desanimo só aumentava.
- Ei... Calma... Filho, já está tarde. Amanhã nós falamos sobre isso. - Acaricio seu cabelo. - Eu vou descer esquentar o jantar de vocês.

- E o papai?

- Logo ele chega, filha...

- Eu quero falar com ele. - Ela cutuca minha perna.

Desço as escadas com os dois ao meu lado e Anna estava de pé próxima à porta.

- Mellanie... Você está melhor?

- Não. - Nego com a cabeça. Espirro. - Esse cheiro forte de chá está me dando enjoo. - Tampo o nariz com os dedos e balanço a cabeça. - Eles estão com fome...

- Mel! Você já enrolou demais e precisa fazer esse exame agora.

- Mas eu não quero. - Nego com a cabeça. - Eu não quero estar grávida agora. Eu não quero sofrer agora.

- Faz duas semanas que você está enrolando e os sintomas só pioram.

- Mas Anna... E se a minha família souber? E se o Justin souber? Eu não quero. - Começo a chorar.

- Mas é óbvio que ele irá saber!! - Ela fala séria. - Ele é o pai.

- E se ele não for? - Falo choramingando e os dois já estavam na cozinha.

- Você vai fazer esse teste agora! - Poucas vezes a vi tão séria. Não respondo. Ela é como uma mãe. - Eu vou servir o jantar a eles e logo subo para falar com você. - Não iria contraria-la. Eu realmente adiei esse teste.

Subo as escadas e ligo para o Justin. Quase não nos falamos nessas duas semanas... Ele só me mandou algumas mensagens perguntando se eu estou bem.

 

- Justin?

- E aí.

- Como você está?

- Ótimo e você?

- Eu estou bem...

- Melhorou daquilo que você andava sentindo?

- Até que sim. - Tive que mentir. - Quando você volta?

- Amanhã, na verdade. Bem.. Eu vou para o aeroporto amanhã, mas chego aí na quinta-feira.

- Entendi... E você está se divertindo?

- Estou.

- Então tá... Boa viagem de volta.

- Valeu.

 

Desliguei. Não queria pensar que, se eu realmente estiver grávida. Não pode ser. Simplesmente eu não conseguiria lidar com um terceiro filho logo agora. É pecado rejeitar algo que eu não sei se é verdade, mas eu não consigo. Eu não posso estar grávida logo agora. Não mesmo. Justin sequer se importa comigo.

Eu precisava conversar com alguém sobre isso antes mesmo de fazer o teste. Mas quem? Não quero comentar com a Jade logo agora nem a Adriele.

Ok. Liguei para a minha prima.

 

- ALICE.

- OI.

- Você está ocupada?

- Não... Acabei de acordar. Aconteceu alguma coisa?

- Sim, na verdade... Eu vou para São Francisco... - saiu antes que eu pensasse no que estava dizendo. São Francisco? Oi?

- Por quê? O que você vai fazer lá?

- Eu... Eu preciso fazer exames com a minha mãe. - Cala a boca, Mellanie.

- Mas ela é cardiologista. O que você tem?

- Paranoia com gravidez, é isso que eu tenho. Talvez o Paul possa me ajudar.

- Mellanie, não faça isso. O que está acontecendo com você?

- Eu acho que estou grávida, mas não quero que o Justin saiba.

- Oh, meu Deus... Se o Justin souber, vai piorar tudo.

- Eu não sei mais o que fazer.

- Mas você está grávida ou não?

- Eu não sei! Eu estou com o teste de farmácia nas mãos, mas não tenho coragem de fazê-lo.

- Faça agora! Você precisa sair dessa paraonoia.

- Eu sei... Eu vou fazer.

- Aí você me liga.

- Ok. Obrigada pelo sermão.

- Não foi um sermão.

- Foi sim. - Falo e desligo.

 

Respiro fundo e sento-me no chão do banheiro. Eu não estava com coragem. Pelo que eu sei, tem que ser feito logo pela manhã, mas ok. Eu vou tentar. Por que eu disse a ela que iria a São Francisco? O que me deu na cabeça? É claro que eu não vou para lá, não mesmo. Falei só bobagens.

Tomei forças e acabei fazendo o exame. Olhei no mesmo para ver se teria uma ou duas fileiras. Anna entrou no quarto.

- Mel? Você fez o teste? - Entra no banheiro e observa meu estado.

- Eu não quero ver. - Deixei-o na pia. Eu realmente estava sofrendo por já pensar no pior. Não que engravidar seja horrível. Não é fácil, mas eu queria um terceiro filho antes da minha vida virar de cabeça para baixo. Ainda sentada, estico a mão até a pia e olho o teste. ||. Sim, ||. - Positivo. - Falo olhando para o mesmo e bato com a cabeça na parede de raiva. Não que eu sentisse raiva por ter um bebê dentro de mim. De maneira alguma. Na verdade, eu sentia raiva de não ter evitado. Eu poderia. DROGA. Como eu deixei isso acontecer logo agora? Logo hoje?

Olho para a Anna, que está de joelhos no banheiro acariciando minha cabeça. Ela não tinha o que dizer.

- Eu acho que está errado. - Falo ao me levantar. - Porque não pode ser... Não mesmo. EU NÃO POSSO ESTAR GRÁVIDA. VOCÊ NÃO ENTENDE, ANNA! EU NÃO TENHO COMO ESTAR GRÁVIDA. - Coloco as mãos na cabeça e vou para o quarto. - O TESTE TEM QUE SER FEITO DE MANHÃ. EU NÃO ESTOU GRÁVIDA!!!!! - Grito mentindo para mim mesma. Foram quinze segundos de surto.

- Mellanie. - Anna me segura pelos ombros. - Você está grávida. Não adianta mentir para si mesma. - Fiquei um pouco mais nervosa do que já estava e meu estômago revirou. Corri de volta para o banheiro e vomitei na privada. Eu já me sentia mal desde cedo. Que droga.

Anna veio atrás de mim e aproveitei para escovar os dentes. Eu estava nervosa, aflita, me sentia perdida. Como eu posso estar grávida de um terceiro filho assim, nessa situação? Não tenho certeza se Justin é o pai, ele não me ama, não se lembra de mim e dos filhos. Estou me sentindo cada dia mais sozinha nessa casa só com a Anna e estou estressada com o trabalho. Tudo o que eu não precisava agora era engravidar.

- Eu ainda tenho 21 anos! 21. Eu não posso ter meu terceiro filho tão cedo. Eu não vou poder beber, não vou poder sair, nem viajar, nem comentar com o Justin, nem mesmo carregar meus filhos no colo. Eu vou ficar cada dia mais cansada, com depressão, vou enjoar eternamente.

- Você está fazendo um drama do tamanho do mundo. Quer saber, ligue para o Justin e conte a ele logo.

- O quê? Não. Ele não vai saber.

- Como não, Mellanie? - Ela cruza os braços.

- Ninguém vai saber. Só a Alice e você.

- Impossível. Sua barriga vai começar a aparecer... Você já está de quantas semanas?

- Eu sei lá... Devo estar de 20 dias. - Coço os olhos e respiro fundo. - Não pode ser, Anna. Eu não posso estar grávida.

- Mellanie Rose, chega! Você está agindo feito adolescente. Você já tem gêmeos e sabe muito bem como funciona. - Isso é verdade. Eu estava agindo feito uma adolescente idiota. - Não tem como você não dizer ao Justin. Quando ele volta?

- Na quinta-feira. - Falo ao respirar fundo. - Eu não estou com cabeça. Eu preciso que você me arrume uma nova empregada.

- Você vai dispensar a Lauren?

- Não! - Nego com a cabeça. - Eu preciso de pessoas nessa casa. Eu quero uma empregada que cozinhe e olhe as crianças no período da manhã. Eu vou deixá-los estudando apenas à tarde.

- Mel, você sabe o que está dizendo? Agora que você está grávida, não será tudo tão fácil...

- Eu sei muito bem o que estou dizendo. - Afirmo. - Eu quero que você fique mais tranquila e possa me ajudar mais diariamente.

- Ok... Eu vou telefonar amanhã mesmo à procura de uma. Qual suas exigências? Não pode ter mais de trinta anos, tem que morar perto...

- É... Não pode ser muito bonita. - Ela ri. - Ok, pode ser normal. Eu só não quero alguém que já trabalhe em outro lugar. Preciso dessa pessoa aqui seis vezes por semana. Só no domingo estará livre. Das 8h às 17h. É um horário bom?

- É ótimo! Eu vou resolver isso amanhã cedo... Mas agora, sobre a gravidez.

- Eu não sei o que fazer. Eu não sei se devo telefonar para alguém, não sei se converso com a minha mãe, não sei se faço um exame no hospital. Na verdade, eu vou deixar... Eu vou esperar.

- Como assim, esperar? Você quer que a sua barriga cresça para que você acredite na gravidez?

- Talvez. Pode ser gravidez psicológica. - Dou os ombros. - Nunca se sabe.

- Eu desisto de tentar convencer você de que o certo a fazer é aceitar a realidade... Amanhã conversamos sobre isso. É melhor você ligar para o Justin ainda hoje.

- Ele não vai saber. - Falo assim que ela sai do quarto e suspiro fundo. Eu não vou contar a ele, não mesmo. Essa é uma hipótese que não se passa pela minha cabeça. Ninguém fora a Anna e a Alice precisa saber. Só as duas já podem me apoiar o suficiente... Até que... bem, o Justin descubra. E se o filho realmente não for dele? Será que há essa possibilidade? Oh Deus, por que tudo isso é tão difícil? Por que aconteceu logo agora? Por que ele não se lembra logo de mim? Por que a minha vida está tão ruim? O que eu fiz para merecer tudo isso?

Deito-me na cama e mil coisas me vem à cabeça. E se ele descobrir? Será que se importaria? Será que ele vai parar para pensar que pode ser do Leonardo? Eu acredito que não... Ele sequer ligaria que eu estou grávida. Aliás, não vai mudar a vida dele mesmo. Nada que envolve eu e as crianças pode mudar a vida dele. Ok. Ele não saberá.

Ligo para a Alice.

 

- Deu positivo.

- Mel... Você está feliz?

- Não! Eu não queria. Eu não poderia estar grávida logo agora.

- Mas aconteceu, Mel... Você poderia ter evitado.

- Eu sei disso, mas eu não sabia que... ah... eu não sei o que fazer. Eu não quero que o Justin saiba.

- Mas ele é o pai! Ele precisa saber. - Eu não contei a ela sobre o cara da festa.

- Mas ele não vai se importar.

- Você está mais difícil de lidar, Mellanie.

- Só você e a Anna estão sabendo. Você me ouviu?

- Uhum.

- Não é para contar a ninguém, muito menos a minha mãe.

- Mas e se ela souber?

- Se você ficar calada, não tem como ela saber.

- Tá ok, prima. Mas você pode me mandar notícias?

- Posso. Agora eu vou desligar. Beijos.

- Beijo.

 

Continuei deitada na cama por mais alguns minutos e comecei a pensar. Como eu vou voltar a conviver com ele? Eu ando tão mais sensível do que antes, tão mais chorona, tão mais triste, tão mais desanimada. Não posso continuar assim. Ou, sei lá, posso. Ele não vai me dar atenção quando chegar mesmo. Que droga.

 

...

Eu decidi fazer o outro teste de gravidez de farmácia e, claro, deu positivo... Guardei minha agonia para mim mesma. Eu estou no meu momento de rejeitar as coisas, porque se tem algo que eu realmente não queria que acontecesse logo agora, era eu estar grávida.

Recebi uma mensagem da prima do Justin.

"Ele já deixou Stratford e deve chegar amanhã cedo aí" - Shawnteal.

"Ok, obrigada por me avisar" - Mel.

 

...

A quinta-feira, pela qual eu não aguardava, chegou. Justin deve chegar logo cedo por aqui... Mesmo sem querer, eu estava empolgada para vê-lo. Sentia sua falta. Sentia muito. A partir de hoje, meus filhos começam no colégio apenas no período da tarde. A nova empregada, que chama-se Lisa, começará amanhã. Anna dará conta deles hoje cedo... É até melhor, porque eles puderam acordar por volta das 8h30 e brincar no quarto.

- Será que ele vai me ligar? - Falo para a Anna enquanto desenho com a Vallery sentada na cadeira de sua mesinha.

- Eu acho que não... Pode ser que ele pegue um táxi e venha para cá. - Já são 10h30. Ele deve chegar logo... Só hoje, já dei um banho nos meus filhos, passei com os cachorros pelo condomínio e ajudei a Lauren com o almoço. Não que eu esteja empolgada, pelo contrario, mas, de certo, estou feliz por ter o Justin de volta nessa casa.

- Verdade.

- O papai chega hoje? - Vally sorri para mim.

- Sim, querida.

- Eu to com saudades dele. - Ela termina de desenhar e pega os lápis de cor para pintar.

Ficamos mais alguns minutos desenhando e Brandon aumentou o volume da tevê, ainda assistindo desenho.

- Bran, abaixe o volume. Está muito alto. - Ele logo reduz e Anna sai do quarto. Fecha a porta.

- Mel. Ele chegou. - Ouço sua voz baixa pelo vão da mesma. Passo as mãos no cabelo e logo no rosto.

- O papai chegou... Eu vou ver como ele está e já o trarei aqui, ok? - Eles assentem. Fico de pé. Abro a porta e ouço sua voz no quarto. Ando levemente até lá. Anna estava saindo com várias roupas dele na mãos, então eu entro. Ele continuava com a mesma fisionomia. Só um pouco mais gordinho no rosto. Logo tirou a camisa, com o frio que estava, e manteve a calça e o relógio.

- Olá. - Ele fala sorridente e abre os braços para que eu o abrace. Ele quer um abraço meu? Eu acho que ele está zoando com a minha cara. - Você não vai me abraçar? - Mantém os braços abertos e eu o abraço com força. Eu precisava sentir o abraço dele há tempos. Justin beija minha cabeça e me aperta com força. Ok. Isso estava estranho. Só falta ele me beijar. Seria demais para mim. Justin acaricia meu rosto com os dedos e beija minha bochecha.

- Eu senti tanto a sua falta. - Falo tentando convencê-lo e ele desliza o braço por minhas costas.

- Sabe que eu também senti um pouco a sua falta... - Ele responde e me aperta forte. - Não tinha ninguém para cuidar de mim o tempo todo, fora a minha avó. - Ele me faz rir.

- Como foi passar quase um mês lá? Você se sentiu menos perdido?

- Eu me senti ótimo com a minha família... Eu me diverti bastante com os meus amigos e... Todos eles conhecem você. Como isso é possível?

- Eu já fui para o Canadá com você.

- Eles disseram que você é linda, que eu sempre te amei muito... Essas coisas. - Ele desvia o olhar e tira o celular do bolso. - Meus avós perguntaram o que eu estava fazendo sozinho lá, sendo que a minha família está aqui. Nos primeiros dias foi um pouco complicado. - Ele estava diferente. Parecia entender mais a situação, estava sabendo conversar.

- E você não se lembrou de nada? - Ele demora a responder. Observa-me e logo nega com a cabeça.

- Não. - Dá os ombros. - Mas se a minha família toda está a seu favor, eu também estarei. - Sorrio. Só ele para me alegrar um pouco. - Tudo bem pra você?

- Sim. - Concordo. - As crianças estão com saudades de você. - Não conte sobre a gravidez. Não conte sobre a gravidez. Não conte. Minha consciência implorava pra que eu calasse a boca.

- É, eu... Eu vou vê-los. - Ele passa por mim e sai do quarto. Deixo-o sozinho com nossos filhos. Olho sua mochila aberta e tiro várias roupas. Começo a dobrá-las e separo as outras que estão sujas. Homem é tão simples. Não leva acessórios nem nada. Justin só levou dois relógios. 

Ele volta alguns minutos depois.

- O que você está fazendo?

- Guardando suas coisas.. Eu vi que a Anna já tirou as roupas sujas.

- Huh, é. - Concorda. - Você parece um pouco desanimada.

- É... Eu estou um pouco.

- Foi algo que eu fiz?

- Não... - Tecnicamente, se Deus quiser, sim. Já que ele pode ser o pai. - Eu só estou meio pra baixo hoje mesmo... - Vou até seu closet e guardo algumas cuecas.

- Eu vou tomar um banho... - Olho para ele, que pega uma cueca ao meu lado, na cor vermelha, e logo uma toalha branca. Ele vai até o banheiro e fecha a porta.

Fico sentada em sua cama e olho ao redor. Não demora muito e ele desliga o chuveiro. Deve ter ficado com frio. Justin abre a porta e me olha de relance. Ele estava com a toalha enrolada na cintura e o cabelo desfeito.

- Tem algumas coisas que eu queria te dizer... Mas não agora.

 

SPOILER

- Eu sei lá... - Fecho os olhos e o sinto próximo a mim. Ele beija meu pescoço de leve e estremeço. Eu ando muito mais sensível que o normal. Abro os olhos lenta e ele ainda beija meu pescoço.

- Só para você relaxar um pouco. - Como se realmente me fizesse um favor. Justin me dá um selinho e nos beijamos. Foi um beijo calmo, não tão longo, mas preciso. Acaricio sua nuca com os dedos e as unhas. Ele sorri e beija apertado minha bochecha esquerda. - Pode dormir. - Não respondo. Apenas sorrio. Ele estava diferente. Não era como se quisesse me fazer bem. Ele estava mais leve, menos forçado. Isso não vem do Justin de 2013. 
 


Notas Finais


Consegui um tempinho pra postar, ae!!!
Por motivos que você saberão em breve, não terá pov Justin por um tempo :)
Cara, não tenho nem o que dizer a vocês sobre todos esses elogios e tal. Sério, obrigada. Eu fico honrada por saber que vocês gostam pra caramba e se divertem tanto quanto eu.
(É a terceira vez que venho pro rio e, sim, tá um calor do caralho).
Boa noite, beijosss


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