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História Behind The Secrets - third season - We got it


Escrita por: featollg

Capítulo 43 - We got it


Por que ele simplesmente foi embora como se nada tivesse acontecido? Era para ele ter insistido, pedido por isso. É óbvio que eu também sinto muita falta. Eu queria voltar atrás no momento em que estávamos no escritório. Por que eu não insisti? Estávamos lá mesmo. Eu preciso esfriar a cabeça. Ele me deixa maluca. Completamente surtada. Ligo para a Lisa.

- Lisa... As crianças estão dormindo?

- Não. Assistem desenho enquanto eu termino de fazer as panquecas.

- Certo... Estou chegando em casa.

- Ok.

 

Desligo e deixo o celular no lugar do passageiro.

 

Justin P.O.V

Se eu estava bem com a situação? É óbvio que não. Teria sido um dos piores momentos de todos... Com certeza, isso se não foi o pior. Como ela pode se vestir e simplesmente encarar a situação como se fosse algo que desse para ir embora sem deixar acontecer? As mulheres são complicadas. Ela age como se sexo não fosse algo que ela quisesse muito, ainda mais comigo. Que droga de vida.

A verdade é que eu não sei como consegui ir embora de lá sem demonstrar a ela o quanto foi sofrido. Sim, foi, e muito. Foi péssimo. Não que estivesse com a intenção de que realmente transaríamos lá, mas, porra, por que ela não se importou com a situação?

Chego em casa e não há nada melhor do que estar sozinho num momento de estresse como esse. A primeira coisa que faço é sair para correr com os cachorros, extravasar um pouco. Talvez, mais tarde, eu saia para beber em qualquer lugar. É o mínimo que posso fazer por hoje.

 

Mellanie P.O.V

- Como eu já disse, eu estou de saída... Não vou demorar tanto assim.

- Cuidado, Mellanie! - Ela me faz rir.

- Eu só vou me divertir um pouco... Hoje foi um dia cheio. - Respondo ao ajeitar minha saia e logo a blusa preta com a região do meu colar transparente com bordas da mesma cor. Retoco meu batom vermelho e jogo meu cabelo para trás. - Qualquer coisa você me liga.

- Mas onde você vai? - Ela parecia a Anna, prestes a me dar um sermão.

-  Na City Pub...

- Você vai numa boate?

- Sim! É a City Pub Crawl Moscow, super conhecida... Eu já fui lá algumas vezes. - Com o Justin, é claro. - Não fica tão longe daqui... Qualquer coisa você me liga. Agora eu preciso ir.

- Ok. Ok.

- Ah, e amanhã cedo você está liberada, ok? Até mais tarde.

- Ok. Obrigada. - Já havia dado um beijo nos meus filhos, então fui até a porta e saí do apartamento enquanto guardava minhas chaves de casa na bolsa de mão. Há meses eu não me arrumava para sair. Digo, ir à uma boate. Com o acidente do Justin e todos esses acontecimentos eu acabei esquecendo que só tenho 21 anos. Eu poderia ter chamado a Jade, mas ela namora e não viria, ou qualquer outra amiga que tenho por aqui, mas a verdade é que eu me afastei do pessoal do curso de Francês, da faculdade e... é. Eu preciso fazer novas amizades.

Vou com o meu carro até a casa noturna e estaciono na rua de trás. Qual é, já passa de meia-noite. Não há vagas. Pago 35 dólares rublos. Vou direto até uma mesa para dois e olho ao redor. Estava lotado. Esse era o único lugar vago, na verdade. Muitos homens bonitos dançavam com várias mulheres... Sem contar com as dançarinas do local, que chamavam a atenção dos caras. Não eram lá tão bonitas. Como sempre, só tem abundância de curvas.

Pedi uma dose de tequila e desci pela garganta em instantes. Uau. Há tempos eu não tomava uma dose como essa. Eu realmente preciso lembrar que sou muito jovem para me prender a um ex-relacionamento. Pego meu celular e havia uma mensagem da Jade, outra da minha mãe. Ok. Não vou falar com ninguém agora. Penso em me levantar para ir até a pista. Toca uma canção eletrônica, provavelmente Martin Garrix. Eu já ouvi antes...

- E aí. - Um moreno alto, um pouco maior que o Justin, branquelo, vestindo uma camisa de gola V azul escura com a manga até os cotovelos e calça jeans quase preta para em minha frente. Sorrio.

- Olá. - Não que eu estivesse a fim de ficar com outro cara. Eu só... Só respondi. Isso é ser educada, não? Eu só estou sendo sociável.

- Você está acompanhada? - Questiona ao parar em meu lado. Apoio com a mão esquerda na cadeira.

- Isso importa? - Pergunto. Ele dá os ombros e temos de falar um pouco mais alto por conta da música.

- Se você diz. - Ele pisca e olho-o mais de perto. Fico de pé e ele me puxa para dançar. Ok. Eu vou. Começamos a dançar juntos e olho ao redor. Haviam muitos casais. Eu devo ter trombado com vários deles, mas não percebi... Está realmente lotado. - Devo dizer que uma mulher como você, com os lábios vermelhos é de atrair todo homem. - Ele me faz sorrir com situação.

- Não tenho essa intenção. - Respondo com a bochecha colada na dele, já que teria de falar perto por conta do volume alto. Ele aperta minha cintura como se já quisesse me beijar. Ou não. Não posso me acostumar com apenas um tipo de homem. Talvez ele só... só queira me manter perto. Desvio o rosto para os dois lados e analiso as pessoas no local. Nada mal, muitos estão acompanhados - pelo menos na pista de dança. Já outras pessoas estão sentadas tomando uns drinks...

Afasto-me do moreno alto e encontro um garçom perto do balcão, ainda na pista. Peço outra dose de tequila e o bonitão me acompanha.

- Gosta de beber?

- Socialmente. - Respondo. É verdade. Mas, ultimamente, nem socialmente eu bebo. Mal saio do casulo. Tomamos as doses no mesmo instante e ele se aproxima para me beijar. De um jeito mais natural, hesito ao falar novamente com o garçom. Não é isso que eu quero... não agora. Peço um coquetel à base de Wodka e morango. Ele me entrega em instantes e ocupo as duas mãos. Agora sim. O cara me observa sem pressa alguma e ofereço a ele, que nega com a cabeça.

- Prefiro bebidas puras. - Dou os ombros e começo a mexer os quadris enquanto tomo. Não demoro muito para terminar. Confesso já estar atordoada... Nunca misturo bebidas direto como fiz agora. Ou sim. Não me lembro.

- Podemos voltar a dançar? - Digo ao puxá-lo pelo braço antes de ouvir a resposta. Ele me mantém próxima e tocava... country?

Olho para a direita e não vejo ninguém além do Justin. Ele estava acompanhado de uma loira baixinha. O Justin? Seria mesmo ele? Estava grudado com ela. Mas não senti um clima. O moreno tentou me beijar e... Sem querer, hesitei, de novo. Eu estava meio atordoada, mas conseguia, claramente, ver que era o Justin ali. O que ele faz aqui?

- Está tudo bem?

- Eu já volto. - Respondo sorridente e saio de perto dele. Meu organismo fervia ciúmes e raiva de uma única vez. Dou a volta na pista e peço mais uma dose de tequila. Ok. Era a... segunda? Já não sei mais. Não posso perdê-lo de vista. Ele dançava com a loira animado. Não a tocava nem nada. Ela passou os braços em seu pescoço e aquela foi a gota d'água. Tomei minha segunda dose e chacoalhei a cabeça em seguida.

Ando na pista até eles e Justin logo me vê.  Ele arregala os olhos e aceno como um "Olá". Peço mais uma... A quarta... quinta... não sei, mas era e última dose de tequila da noite. Ok. Ai eu perco a vergonha na cara.

Ando até ele, que se afasta da garota todo sério e vem até mim.

- O QUE VOCÊ FAZ AQUI? - gritamos ao mesmo tempo. Ele me faz rir.

- Eu vim pegar geral. - Respondo olhando para ele.

- Você bebeu??? - Ele fala ao se aproximar. - Mellanie, o que você faz aqui?

- Eu estava observando você tentar pegar aquela anã. - Falo sorridente e ele me puxa pelo braço direito. Logo pega minha mão e ele procura por um lugar vazio. Senta-se e me puxa para que eu sente ao seu lado. Ele acha que eu estou bêbada? É isso?

- Você tinha que estar dormindo.   

- E você não?

- Não.

- Por que não?

 

Justin P.O.V

Confesso que nunca imaginei que a Mellanie estaria na mesma casa noturna que eu. Não mesmo. É a Mellanie! Ela sequer se importa com as boates dessa cidade... Eu nunca venho aqui. Ela nunca vem aqui. Meu ódio subiu à cabeça quando a vi com um cara alto. Tudo bem que eu estava com aquela loira, mas... não rolou nada. Eu não queria nada com ela, por incrível que pareça. Mas voltando ao assunto da Mellanie, ela está maravilhosa... Não muito apropriada, porque a roupa está absurdamente curta e esse batom vermelho chama a atenção de qualquer homem, mas, ok. Se nos encontramos, à toa não foi.

- Eu te devo satisfações? - Ela pergunta.

- Hm, não. - Respondo. - Verdade. Ok. - Ela se solta de mim. - Eu deixei o cara sozinho.

- Que cara? - Fingi não tê-la visto acompanhada.

- Um moreno bonito. - Afasta-se de mim e volta para a pista na cara dura. Ok. Ela bebeu muito. Levanto-me no mesmo instante em que a vejo acenar para o tal moreno alto. Pego-a pelas costas antes que se aproxime do cara e pule no pescoço dele. Ela está visivelmente bêbada.

- Nós vamos embora agora. - Ela tenta se afastar conforme eu falo, mas eu a puxo pelos braços. - Agora.

- Você não manda em mim. Até na balada você quer me controlar? Eu não tenho nada com você. - O que eu mais queria era tirá-la desse lugar. Por que ela está aqui? Por que bebeu pra caralho? Qual o intuito disso? Se tivéssemos combinado de viríamos para o mesmo lugar, tudo bem, ela poderia querer chamar a atenção. Mas não. Eu não imaginava que a veria aqui nesta noite. O que deu nela? Mesmo bêbada e irritada, ela era linda.

- Você bebeu! - exclamo.

- Bebi. Você não?

- Só um pouco... - Desvio o olhar. - Quer saber. Vamos embora.

- Eu estou com o meu carro e posso muito bem dirigir.

- Não. Você não pode. - Eu a tiro da casa noturna enquanto a seguro pelo pulso, que bufa. 

 

Mellanie P.O.V

Até aqui ele quer me controlar?

- Eu vou levar você para o seu apartamento, volto aqui, pego seu carro e levo lá. - Ele diz.

- Isso não faz sentido. E o seu carro?

- Eu vou pedir para o Rick vir pegar amanhã cedo.... Vou deixar em um lugar seguro aqui por perto. - Rick? Mas esse é o piloto dele. Justin está levemente bêbado, só pode.

- Rick? Que Rick?

- O meu piloto. Ele está na cidade por esses dias... - Há tempos ele não falava com o piloto, porque não viajamos mais com seu jato.

- Eu estou ótima para voltar ao apartamento sozinha.

- Você claramente não está.

- O que você estava fazendo na mesma boate que eu? Caramba. - Reclamo. O único dia que escolho sair para me divertir encontro com o meu ex. Isso não é nada legal.

- Eu que te pergunto! Você tinha que estar em casa com as crianças...

- A Lisa está lá. - Falo ao ir até meu carro e ele me segue. - Espera... Você pretende ficar no meu apartamento? Foi isso que eu entendi?

- Eu só vou te levar lá com o seu carro. Depois eu dou um jeito de voltar para pegar o meu... Você não vai ficar sozinha nesse carro.

- Eu já falei que posso ir sozinha. - Insisto e ele pega a bolsa da minha mão. Vasculha e encontra a chave, uma vez que eu estava pronta para entrar no lugar do motorista.

- Eu quero ter certeza de que você chegará bem. - Ele entra no lugar do motorista e vou no banco do passageiro. Deito um pouco o mesmo e fecho os olhos. Hoje foi um dia cheio.

- Ok. Obrigada. - Por que eu agradeci? - Onde está o seu carro? - Pergunto.

- Na rua de trás dessa... Eu parei em um lugar seguro. - Ele liga o rádio em uma música calma e, alguns minutos depois, chegamos no apartamento. Não pegamos trânsito nem nada. São, o quê, uma e meia da manhã? Justin entra no estacionamento e para na minha vaga.

- Entregue.

- Você vai voltar como?

- Eu acho que vou pegar um táxi... Quero dar um beijo nas crianças antes. - Ele desce do carro. Estranho. Não conversamos sobre a boate.

- O que você fazia naquela boate?

- Eu precisava ficar com alguém... Eu estava um pouco louco.

- E você ficou?

- Não. - Ele nega com a cabeça. - Eu não estava me divertindo muito lá.

- Hm. - Vamos até o elevador e eu estava com um pouco de dor de cabeça. Não bebia desde antes do acidente dele, eu acho. Minha cabeça latejava demais.

- E você?

- Eu fui me divertir... Sei lá... Eu estava perturbada.

- Você ficou com o moreno alto?

- Quase. - Ele aperta no meu andar e esperamos lado a lado. Coloco as mãos na cabeça.

- Eu acho que você já sabia que eu iria para aquela boate e decidiu me seguir.

- Até porque é a minha cara fazer isso. - Reviro os olhos e saímos no meu andar. Vou até a porta e destranco a mesma. Lisa estava deitada no sofá assistindo tevê.

- Tudo certo aqui? - pergunto baixo.

- Sim. - Respondo. - Se você não quiser ficar no quarto deles, pode dormir na sua casa, se quiser... Eu pago o seu táxi! - Falo mole.

- Eu fico. - Ela responde. - Amanhã cedo eu vou embora.

- Como você quiser. - Bato a porta e Justin entra no quarto deles. Deixo minha bolsa em cima da mesa e tiro o salto dos pés. Vou até meu quarto e caio deitada na cama. Eu estava exausta. Eu me sentia levemente bêbada.

- Mellanie. - Ele fala em tom moderado e resmungo ainda deitada. - Você está bêbada! Tome um banho e vá dormir.

- Eu não estou bêbada, que merda. - Reclamo e sento-me na cama. - Eu só estou exausta.

- Você está gritando por que?

- Eu não estou gritando!

- Ok. Então vá tomar um banho para dormir.

- Para de ficar falando o que eu preciso ou não fazer. - Vou até ele e tento empurrá-lo, que ri.

- No mínimo, você tomou tequila.

- No mínimo, você tomou tequila. - Imito o que ele disse, que revira os olhos. - Você já chamou o táxi? Fique por aqui. - O que eu estava dizendo?

- Não. - Ele responde. - Tanto faz... Eu só quero que você tome um banho e durma.

- Então fique. Amanhã cedo eu te levo até o seu carro. - Falo mole e tiro minha blusa. Jogo no cesto do banheiro e pego meu demaquilante. Ainda estava com a boca vermelha. Começo a passar o mesmo no algodão e logo em volta dos olhos.

- Ok. Você precisa de um banho e dormir. - Ele fala me guiando até o box. - Eu não vou parar de falar isso até que você faça.

- Eu não estou bêbada.

- Está... um pouco. - Ele fala e suspiro. - Você está na fase de falar sem pensar.

- Ok. Agora sai do banheiro porque eu vou tomar banho.

- E onde eu vou dormir?

- Sei lá. Qualquer lugar. - Fecho a porta e termino de me despir. Entro no banho e fico uns 10 minutos no chuveiro. Como eu posso tê-lo encontrado numa casa noturna dessa cidade enorme? O banho gelado - apesar de estar um pouco frio esta noite -, me fez sentir melhor... Ainda cansada. Seco-me no banheiro e passo meu desodorante. Escovo os dentes e abro a porta.

Justin estava sentado no chão do quarto, com as costas na cabeceira. A luz apagada.

- Será que tem alguma roupa minha aqui?

- Por que teria? - Pergunto ao ir até o guarda-roupa e procuro um pijama qualquer. Pego uma calcinha branca e tiro a toalha. Estava no escuro mesmo. Ele levanta e vem atrás de mim. Abre o outro lado do guarda-roupa e estava praticamente vazio. Eu não tinha porque ter roupas dele aqui. Justin encontra duas cuecas: uma branca e outra preta. Ele pega a branca e vasculha uma toalha. Olha-me de relance.

- Eu posso dormir na cama com você?

- Não tem outro lugar para você dormir? - Pergunto ao levar a toalha até o banheiro e visto a camisola rosa. Penteio meu cabelo com a escova que estava na cômoda.

- O apartamento é seu... - Ele dá os ombros.

- Tem aqui e na sala.

- Na sala? - Ele resmunga.

- Qual o problema?

- Não dá para dormir direito. - Ele vai para o banheiro e fecha a porta. Saio do quarto e vou cambaleando até o das crianças. Lisa dormia no colchão ao lado da cama em que eles estavam. Ela irá embora amanhã cedo. Assim posso cuidar dos dois e deixar com que ela descanse.

Dou um beijo no rosto dos dois e encosto a porta. Vou até a cozinha e tomo um copo d'água. Estava morta de sede. Logo tomo um remédio para que eu não acorde com uma ressaca terrível amanhã. Minha cabeça dói desde já. Ainda estou um pouco atordoada.

Tranco a porta principal e volto para o quarto no escuro. Ligo a luz e Justin abre a porta enquanto eu arrumo a cama e pego meu celular. Ele estava com a toalha presa na cintura. Seu corpo me chamava a atenção. Desvio o olhar e fecho os olhos.

- Eu posso dormir aqui então?

- Durma. - Dou os ombros ainda com os olhos fechados. Tento espia-lo, que me olha para ver se não vejo e joga a toalha no chão. Ele não tira seu olhar do meu enquanto veste a cueca. Abro os olhos e ele arruma a mesma no corpo. Ele vai dormir de cueca do meu lado? Respiro fundo. Eu ainda estava um pouco alterada, reconheço. Eu poderia agarrá-lo a qualquer momento... Eu me conheço. - Apague a luz. - Falo brava. - Por favor. - Ele logo faz e vem até a cama com o celular na mão.

- Por que você deu mole para um cara lá?

- Eu estou solteira. - Deito-me e ele bufa ao continuar meio sentado. Ligo a televisão e jogo o controle do lado dele. Vou um pouco mais para a ponta da cama e ele fica mais distante. Fecho os olhos e minha cabeça ainda dói muito.

- O que você bebeu lá?

- Sei lá... Tequila? Um  coquetel...

- Mellanie. Você não está mais tão acostumada a beber.... Quantas doses foram?

- Eu não sei. Eu acho que foram umas quatro, cinco. - falo sonolenta e ele me toca nos braços.

- Você não pode ficar bebendo assim, do nada.

- O máximo que poderia ter acontecido era eu ter vomitado e feito merda. Isso não aconteceu. - Falo ao me virar de frente para ele. Tão lindo. Tão... Meu(?). É melhor eu parar por aqui antes que diga coisas confidenciais por conta do efeito dessas doses de álcool. - Você bebeu o quê? - Bocejo.

- Uma dose de whisky... Uma de tequila... Só. 

Eu não deveria ter perguntado. Isso significa que eu ainda me importo?  Suspiro e ele também. Volto a fechar os olhos e ele acaricia meu cabelo com ternura. Devo impedir? A culpa é da bebida, sempre. Ele acaricia meu cabelo tentando me fazer dormir mais rápido e apago em instantes.

 

...

Acordo com a claridade no quarto, mesmo com a cortina cobrindo o restante da luz vindo da janela. Olho para o lado e... Justin estava todo esticado. Ele dormiu comigo? Eu deixei? Como ele apareceu aqui do nada?

- O que você faz aqui???? - Falo assustada e coloco as mãos na cabeça. - Nós transamos?

- Huh, Mel... - Ele resmunga.

- Me responde. O que você faz aqui? - Aperto-o nas costas, que dormia virado para o outro lado, coberto até a lombar. - JUSTIN.

- Puta que pariu, Mellanie. Você bebe e esquece da vida. - Olho-o estranha e começo a pensar. Minha cabeça já estava pesada e a garganta mais seca do que nunca. Ok... Eu fui à boate ontem e.... eu lembro que nos encontramos. Ele estava com uma loira e eu tinha falado com o moreno alto, qual era o nome dele?

- Eu lembro que nos encontramos naquela boate... Mas o que você faz aqui?

- Eu estava dormindo até dois minutos atrás.

- Idiota. Eu não te trouxe pra cá.

- Eu te trouxe. - Ele fala sonolento e acaricia minha perna. - Agora dorme mais um pouco.

- E por que você está na minha cama? Nós transamos?

- A noite toda. - Ele responde com os olhos fechados e bufo. Isso quer dizer que não aconteceu nada. Eu me lembro de ontem, vagamente... Não estava tão bêbada.

Levanto-me e vou até o quarto das crianças. Os dois ainda dormiam. Preciso acordá-los e me arrumar para ir à empresa. Eu e Justin devemos sair daqui em uma hora.

- BOM DIA!!! - Grito empolgada e os dois começam a reclamar de imediato. Eles detestam ser acordados.

Eu e Justin não conversamos nem nada. Nada. Ele estava sem qualquer roupa para trabalhar, então saí com as crianças e os levei até a casa... dele. Pego uma troca de roupa e os deixo com a Anna. Ela queria entender o que aconteceu, mas apenas resumi: eu e Justin nos encontramos numa casa noturna e não ficamos, mas ele dormiu no meu apartamento.

Volto para o meu apartamento e ele estava no meu sofá, já com outra cueca, o cabelo molhado.

- É, obrigado...

- E o seu carro?

- Já está em casa... Você não deve ter percebido.

- Então quer dizer que você vai comigo?

- Sim. Nós vamos para o mesmo lugar. - Ele diz como se fosse óbvio.

- Então vai logo. - Falo séria e arrumo minha cama, logo vou até o quarto das crianças e arrumo a mesma. Dou uma geral na cozinha e Justin aparece perto da mesa.

- Eu estou pronto.

- Então vamos... Tenho muito a fazer ainda hoje. - Saímos do meu apartamento juntos e, até agora, não conversamos sobre ontem. Eu realmente não quero entrar nesse assunto agora.

Chegamos na empresa por volta das 10h e... claro, Justin foi direto falar com o Bryan sobre o atraso, porque ele tem muitas ligações perdidas de clientes.

 

Passamos o dia todo numa correria só... Tive que entrar em contato com muitos clientes via e-mail, Justin falou com os delegados, Bryan teve que sair para uma reunião na delegacia e o Dimitri foi com ele. Nolan está supervisionando as funções de cada um... A Jade pediu para os estagiários saírem atrás dos procurados de hoje.

- Eu esqueci minha carteira na sua casa. - Ele abre a porta do meu escritório. - Eu preciso dela.

- Eu já vou lá buscar...

- Eu vou.

- Você não vai.

- Por que não? - Pergunta surpreso com a minha reação.

- Porque eu não quero... Eu vou.

- Então eu vou com você, porque preciso para agora.

- Ok. - Dou os ombros. - Eu posso sair do trabalho agora para ir até o meu apartamento buscar a sua carteira? - Falo de maneira sarcástica e ele sorri.

- Você está liberada. - Pego minha bolsa e saímos de lá em instantes. Ele com seu carro e eu com o meu.

Chego primeiro e estaciono na minha vaga. Justin na vaga ao lado. Vou às pressas até o meu apartamento e abro a porta.

- Onde você deixou?

- Eu não lembro... Eu só percebi agora pouco que não estava comigo. - Fecho a porta e cruzo os braços. Aproveito para abrir as janelas e tomo um copo d'água. Preciso lembrar de passar no posto assim que sairmos daqui.

- Então procure.

- Seria bom se você me ajudasse. - Ele diz grosseiro e olho ao redor da sala, nada.

- Mas eu não sei onde você deixou. - Ele resmunga.

- Achei... Estava perto da sua cama. - Volta para a sala e a coloca no bolso.

- Por que você foi àquela boate ontem? - Pergunto como quem não quer nada.

- Eu precisava de sexo. Foi por isso que eu sai. Mas eu não peguei ninguém e... Quando chegamos aqui, eu deitei aqui e fiquei numa boa. Só com a sua companhia. - Ele diz olhando-me. - Foi por isso que eu saí.

- Você está dizendo que sua vontade de fazer sexo passou com a minha companhia e foi por isso que você saiu na noite passada?

- Não passou... Mas eu... Sabe como é. Eu lido com a situação. Agora eu estou enlouquecendo um pouco. Faz parte. Eu dormi aqui e nós sequer ficamos.

- Por quê? - Pergunto.

- Eu não preciso de um motivo. - Ele responde.

- Entendi. - Ele ameaça tirar a calça e reviro os olhos. - Nós não vamos mais transar.

- Por que não? Ontem faltou isso aqui - ele espreme o polegar com o indicador - para transarmos no seu escritório. Você não tem ideia de como eu fiquei quando fomos embora. - Eu também fiquei...

- Eu também fiquei meio...

- Então! Caramba. Se você sente vontade e eu também, qual o problema?

- O problema é que eu não quero mais nada com você.

- Você quer sexo. - Ele se aproxima. Meus batimentos cardíacos aceleram.

- Você também quer.

- Então! Caramba, só sexo.

- Ok. Nós já fizemos isso antes e você sabe que não deu certo...

- Eu não estou com intenção de nada... Eu só quero sexo. - Ele dá os ombros. - Eu juro. Eu quero sexo.

- Você não me convence mais com essa conversa...

- Mas eu falo sério. Sem essa de amor... Eu preciso relaxar, você também. - Ele estava me convencendo. Da um passo à frente. - Ou você acha que foi fácil dormir ao seu lado, acordar ao seu lado e não ter nem mesmo um beijo?

- Nós já tentamos isso há um tempo... Você lembra...

- Você prefere que eu transe com outra mulher? - Ele fala ao abrir os braços e desvio o olhar.

- Não estamos mais juntos... - Ele estava pronto para rebater. - Mas eu não prefiro.

- Eu também não gostaria que você transasse com outro homem. - Ele diz como se fosse óbvio. Concordo. Abro a janela da sala e sento-me no sofá. Ele me deixa tão indecisa. Ele sai do banheiro passando as mãos no rosto e para perto da tevê para me observar. Olho para ele como quem diz "você venceu" e ele da os ombros com um sorriso de orelha a orelha.

- Eu sei que já passamos por isso antes... Mas, quando você quiser... Sem sentimentos. Só pra extravasar. - Concordo e ele passa por mim com as mãos no bolso. Vai até a cozinha. Tiro minha blusa da empresa e deixo-a dobrada ao meu lado. Logo tiro minha calça e faço a mesma coisa. Justin volta com um copo d'água na mão e para no mesmo instante. Ele me observa por inteiro e sorri de leve.

- Você quer transar agora? - Ele diz empolgado.

- Quando você quiser. - Respondo séria. Eu queria mesmo. Eu queria muito. Ele deixa o copo na mesa e anda até mim devagar. Ele tira a camisa e deixa a mesma toda amassada no chão. Justin curva as costas para me beijar e puxo-o pelo pescoço. Eu não queira demonstrar sentimento. Queria que fosse só curtição. Prevíamos conseguir cumprir com esse combinado pelo menos uma vez na vida. Justin ofega tanto quanto eu e sua respiração ficou desregulada muito mais rápido. Justin me deita no sofá e me beija com ainda mais gosto. Tento recuperar o fôlego. Ele segura meu pescoço e me deita de vez no sofá. Parecia indeciso sobre ficar sentado ou deitar em cima de mim. Ele desabotoa sua calça jeans e a tira na hora. Fica descalço. Ele tira uma embalagem de camisinha do bolso e joga em meu sutiã. Por que ele sempre anda com isso? Arranho sua costela. Ele murmura. Justin já estava excitado o suficiente e desço o olhar por todo corpo. Ah, como ele é lindo. Fecho os olhos e Justin tira minha calcinha com os dedos rápidos. Ele estava com pressa. Talvez, com receio de que algo desse errado - como ontem.

- Você está com pressa? - Pergunto. Ele afirma com a cabeça e morde meu pescoço com gosto. Gemo baixo. - Ai! - Ouço o barulho da embalagem do preservativo e abro os olhos devagar. Ele já estava nu. Justin apoia com os joelhos no sofá e estávamos um pouco apertados ali. Mas qualquer lugar valia. Respiro fundo e ele tenta abrir meu sutiã com toda pressa do mundo.

- Você pode tirar logo? - Fala com a respiração completamente irregular e sorrio. Ele acaricia minha barriga com os dedos leves enquanto eu tiro o sutiã ainda meio deitada. Ele olha meus seios e beija os mesmos, um de cada vez. Ele logo introduz em mim e gemo alto. Meu Deus, como eu sentia falta dele! Disso! Justin geme aliviado e começa a mover meu corpo com uma maior velocidade. - Finalmente. - Ele exclama. Meu coração palpitava desesperado e eu não conseguia conter. Gemo cada vez mais e tento não pensar em nada. Ele geme baixo e voltamos a nos beijar com a mesma pressa de quatro minutos atrás. - Caralho. - Ele diz. Ok. Sem demonstrar sentimentos. Ok. Arranho suas costas com as mãos fortes e seguro sua nuca. Meus seios tocam seu peitoral cada vez mais e ele os aperta. Justin segura minhas pernas e fica sentado no sofá. Ainda dentro de mim, ele me coloca em seu colo e desliza ainda mais. Elevo a cabeça e deixo meu cabelo cair para trás conforme ele beija meu pescoço. Estava sendo incrível. Eu precisava. Mordo seus lábios e ele passeia com as mãos por minhas costas conforme eu movo meus quadris em cima do seu. Justin geme ainda mais e começo a rebolar com mais precisão em seu colo. Ele aperta minhas coxas e tenta segurar meu corpo. Voltamos a nos beijar e ele morde meus lábios repleto de desejo. Tenta sugá-lo e trocamos selinhos. Atinjo meu ápice e continuo gemendo em seu ouvido. Justin estremece e os pelos de sua nuca estavam completamente arrepiados. Mordo sua orelha assim que perco a força e ele geme de volta. Solta o corpos no sofá e apoio com os antebraços em seus ombros. Fecho os olhos. Isso realmente aconteceu? Aqui? Agora? Com ele? Só sexo? Nós conseguimos?

 

SPOILER

- Eu não consigo. - Ele diz olhando para o espelho do teto. Acaricio seu cabelo. - Eu juro que não consigo. O que eu sinto por você é... É incontrolável. - Ele fecha os olhos. - É sério. - Que ele não fale sobre amor. Que ele não fale sobre amor.

- Não vamos falar sobre isso... Por favor. - Peço. Ele acaricia minhas pernas e beija minha virilha. - Nem pense nisso.

- Eu já disse que não vou fazer nada. - ele responde. - Eu não entendo o que acontece com você...


Notas Finais


Capítulo enorme pra vocês, já que eu demorei pra postar e deveria ter postado antes hehehe. Quero muito saber o que vocês estão achando dessa temporada e como vocês acham que será o final dessa fic (:().
Ainda terão mais de 10caps pela frente, eu acho... Um pouco mais... Ainda não sei. Boa noite!!! Bjsss


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