Não era novidade nenhuma para ninguém, que Reki e Langa viviam machucados após os treinos de skate – ainda mais quando tentavam fazer alguma manobra nova –, e mesmo com os pedidos das mães para eles tomarem mais cuidado, não era como se isso fosse entrar na cabeça deles.
Para os dois garotos, conseguir conquistar seus objetivos com o skate estava em primeiro lugar. Ou seja, não era como se um arranhão aqui ou ali fosse impedi-los de continuar.
Entretanto, por mais que fossem teimosos com relação a isso, claro que eles tomavam cuidado para o ferimento não se agravar ou inchar; Passavam alguns remédios e também os queridos band-aids. E depois disso voltavam a treinar como se nada tivesse acontecido.
Porém, tinha mais uma coisa que também estimulava os machucados a sararem logo:
Beijos.
Beijos e mais beijos.
Tudo bem, isso pode soar como algo irônico e até mesmo engraçado, já que desde pequenos vemos pais dando beijos nas feridas dos filhos com a desculpa de que com isso curará mais rápido.
Porém, para Reki e Langa isso funcionava perfeitamente.
Sempre que um se machucava, o outro cuidava de seus ferimentos, e no final, depositava um selar no local. Essa era a desculpa para demonstrarem um carinho pelo outro.
Os dois não possuíam uma relação muito concreta. Poderíamos chamar isso de uma amizade, mas com várias e várias aspas – porquê óbvio que havia mais que um sentimento amigável nessa relação –. Entretanto, não era como se um dos dois fosse dizer: "Hey, bom dia, estou começando a me apaixonar por você. Posso te beijar?".
Por isso, esses momentos em que um se machuca e o outro cuida, são momentos preciosos e muito bem aproveitados.
Afinal de contas, uma das coisas mais importantes no amor, é o cuidado e a proteção que os envolvidos tem com o outro. Um sentimento nobre e muito bem acolhido na relação.
— Aah cara, eu nunca mais vou fazer aquela manobra novamente. Eu to todo ralado! — Reki exclamava frustrado, enquanto o azulado colocava um band-aid em seu joelho.
— Você diz isso agora, mas amanhã vai querer tentar de novo. — O Hasegawa comenta com um sorriso mínimo em seus lábios. O garoto sabia o quanto seu amigo podia ser persistente em boa parte do tempo.
— Não vou não!
— Vai sim.
— Langaaa!
— Eu te conheço, bobinho. — O azulado retruca, e antes mesmo do outro responder, Langa deposita um selar no joelho do avermelhado — Um beijinho para sarar.
Isso estava se tornando algo rotineiro para ambos, mas por mais que muitas vezes já tenha acontecido, Reki não podia negar que sentia-se envergonhado e feliz sempre que essa ação acontecia. Para muitos, isso poderia ser considerado algo tão fútil e sem necessidade de tanta afobação, mas para o Kyan, isso era algo tão especial e só deles.
Querendo retribuir o carinho, Reki olhou para os lábios do amigo, vendo que havia um pequeno corte presente, e aproveitando esse momento ele colocou suas duas mãos no rosto do Hasegawa, e selou seus lábios em um singelo selinho carinhoso.
— Um beijinho para sarar.
E ambos sorriram felizes, mais uma vez naquela tarde.
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