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História Believe In The Shield (HIATUS - Em revisão) - Going to the Wedding


Escrita por: iam_stark

Notas do Autor


Hey, everyone!

Capítulo do dia do casamento com POV's especiais e explicativos de como certas duas pessoas foram parar nesse casamento.
⚠️Este capítulo contém cenas +18, belezinha? (não preciso nem falar de quem, neh? Hehe) Tá avisado! 🔞


Quero agradecer a todos que leram, comentaram e favoritaram a BITS! Vocês são maravilhosos! 💙
Dúvidas, críticas e elogios nos comentários! É bom saber o que estão achando da fic!

Eu espero que gostem do capítulo!
Leiam as notas finais!

(Capítulo revisado em novembro de 2023)

Boa leitura!
Bring It!

Capítulo 27 - Going to the Wedding


Fanfic / Fanfiction Believe In The Shield (HIATUS - Em revisão) - Going to the Wedding

Sábado, 19 de Dezembro de 2015 

(horas antes do casamento). 


 

Seth Rollins:

Tem dias que a gente nem deveria ter que levantar da cama, porque tudo dá errado.

Hoje estava sendo um dia assim.

Aquele sábado tinha começado péssimo, quando me toquei que naquela tarde minha irmãzinha iria se casar com aquele lunático maldito! É óbvio que eu ainda não havia aceitado aquela união! 

Pelo visto, de nós três, eu fui o único que nasceu esperto o suficiente, já que a Lize também concorda com essa baderna e ainda namora o imprestável do Reigns. 

Como se o casamento não bastasse, eu havia esquecido de fazer as compras semanais e agora eu estava com a geladeira praticamente vazia! Eu não poderia pedir a ajuda de Lize, já que ela estava organizando o casamento e eu estava ignorando suas ligações desde a noite anterior. Ela ainda esperava que eu mudasse de ideia.

Foda foi ir ao mercado com um bando de gente chata me perturbando e ainda tive que me virar para comprar as coisas, enquanto apenas uma perna me era útil. Tive que ir e voltar de táxi, já que eu não podia dirigir, e o motorista que estava me levando de volta para casa, era um completo arrogante que dirigia mais devagar que um velhinho de setenta e cinco anos.

Nesse momento, eu me encontrava parado em frente à minha casa – na calçada, há uns sete metros da porta, para ser mais exato. Estava com cerca de cinco sacolas ao meu redor e não seria problema carregá-las em nenhuma hora, exceto agora que eu estava usando muletas e dependia delas para andar. Eu não ia pedir ajuda para aquele taxista, afinal não fui com a cara do mesmo. Deixei que ele fosse embora e fiquei pensando, logo em seguida, de que maneira eu levaria tudo isso para dentro. 

Teria que dar duas viagens, pelo visto. Que outra opção eu tinha? Frustrado, suspirei audivelmente e me abaixei para pegar as malditas sacolas.

– Seth? – ouvi uma voz feminina atrás de mim. – Precisa de ajuda? Quer dizer, que pergunta idiota! É claro que precisa! – eu conhecia essa voz. Me recompus e girei o corpo para encontrar com uma pessoa que parecia não saber o que era um dia ruim, pois estava sempre com um largo sorriso nos lábios.

– Oi, Bayley. – cumprimentei e, se possível, seu sorriso se alargou mais ainda. – O que faz por aqui? – questionei, curioso. Percebi que ela estava com um traje esportivo e um headfone bluetooth rosa estava pendurado em seu pescoço.

– Bem, acho que somos vizinhos agora. Me mudei na semana passada, para a casa no final desta rua.

– Sério? Seja bem-vinda ao bairro! – falei sorrindo de lado. Por mais que eu estivesse de mau humor, não ia descontar na garota.

– Obrigada. A vizinhança é ótima, não tenho do que reclamar ainda. – ela riu. – Deixe-me te ajudar com isso! – falou guardando o celular no bolso e abaixando-se para pegar as sacolas.

– Não, não, Bayley! Não precisa, sério…

– Claro que precisa! – pegou todas as sacolas em seus braços. – Abre a porta.

Suspirei vencido e caminhei com as muletas até a porta. Abri-a e dei espaço para que Bayley entrasse. Naquele momento eu estava me sentindo um completo inútil; já não podia carregar umas simples sacolas para dentro de casa! Eu mereço isso?

Entrei em casa e fechei a porta atrás de mim. Vi Bayley entrar na cozinha, para deixar as sacolas lá, mas ela parou na entrada, um tanto surpresa.

– Meu Deus! Passou um furacão nessa cozinha? – exclamou surpresa, olhando para os lados, onde a pia estava cheia de louça suja, as portas dos armários abertas e algumas panelas no chão. Eu havia as derrubado, enquanto procurava alguma coisa para comer, porém não achei, já que esqueci de comprar.

– Eh... Não está tão ruim assim. – dei de ombros, passando a mão pela nuca e ela riu.

– Tem certeza? – perguntou retoricamente e se aproximou do balcão, onde colocou as sacolas e o headfone que estava em seu pescoço.

– Eu vou dar um jeito nisso. – apontou em volta.

– Não, Bayley, você não precisa… – comecei, mas logo fui interrompido.

– Tsc, tsc, tsc! Nem reclame! – estendeu o dedo no meu rosto. Suspirei derrotado e a deixei fazer as coisas, pois ela não ia desistir tão fácil e eu não estava em condições de negar essa ajuda, afinal não conseguia fazer muitas coisas sozinho. Por sorte, graças à fisioterapia, estava melhorando rapidamente e em poucos meses eu estaria de volta aos ringues, e minha vida poderia, finalmente, voltar ao normal. 

Fiquei sentado em um dos bancos da bancada da cozinha, enquanto eu indicava os armários e ela arrumava as coisas em seu devido lugar. 

– Então, tudo corre bem com a fisioterapia?

– Sim, em poucos meses estarei pronto para voltar.  – falei sorrindo.

– Isso é ótimo! – ela pegou o saco que continha salgadinho e mais algumas besteiras. – Onde eu coloco isso?

– Nesse armário ao lado da geladeira. – ela assentiu e pacientemente começou a arrumar aquele espaço. – Bayley – a chamei e ela apenas murmurou em resposta para que eu prosseguisse. – Por que está me ajudando? 

Ela me olhou um pouco confusa e deu de ombros.

– Por que não ajudaria? 

– Bom, as pessoas não costumam achar que eu sou uma boa pessoa. Você não acha que eu sou alguém detestável?

– Eu acho que não. Quer dizer, você tem atitudes um pouco… Distintas do que eu acho correto, mas nunca fez nada contra mim. Então não tenho motivos para não gostar de você ou lhe negar ajuda.

– Uau. – foi a única coisa que saiu da minha boca, ao ouvir tais palavras. Bayley devia ser a pessoa mais amável da face do planeta. 

– O que foi?

– Acho que você deve ser a única pessoa desse mundo a pensar assim.

– Por que diz isso? – ela fechou o armário e parou na minha frente.

– Olha em volta. Eu estou completamente sozinho. As minhas escolhas, me causaram o afastamento de todas as pessoas. Menos você, aparentemente. 

– Uma casa vazia, não quer dizer que está sozinho na vida. Tenho certeza que sua irmã, a Lize, te ama. Estou errada?

– Não, mas ela com certeza está irada comigo agora. 

– Por quê? – a olhei incerto se deveria descarregar meus problemas para ela daquela forma. – Desculpe, acho que isso nem é da minha conta. – ela pareceu interpretar minha hesitação de forma errada.

– Não, não tem problema em perguntar. Eu só não sou muito de me abrir com outras pessoas. – nesse momento, meu celular começou a tocar. Peguei-o em meu bolso e olhei na tela. Era Lize. 

Que ótimo. 

Desliguei a ligação decidido a ignorar também as próximas, se necessário. Não entendia o porquê de Lize ainda insistir, mesmo sabendo que minha opinião seria irrevogável. Mais uma vez meu celular tocou e eu rejeitei a ligação.

– Merda, Lize, me deixe em paz! – resmunguei e larguei o celular em cima da bancada.

– Está tudo bem? – Bayley perguntou e eu a encarei um pouco confuso. Mal havia percebido que estava resmungando em voz alta.

– Não é nada… Não é nada demais.  – o celular voltou a tocar. Porra, como a Lize é insistente! Percebi que Bayley olhava para a tela do aparelho.

– Por que não atende sua irmã? – a olhei e, finalmente, a vi séria. Mesmo que um pouco, apenas. Aquele bom humor dela já estava me assustando.

– É uma longa história... – tentei desconversar.

– Estou com tempo. – apontou para as sacolas, mostrando que ainda faltava coisas para guardar. – Além disso, eu posso ajudar. – balançou os ombros, sugestivamente.

– Tudo bem. – suspirei, vencido. Por mais que ela tenha insistido um pouco, estranhamente eu queria contar tudo para ela. Era como se eu quisesse desabafar.

Então eu comecei a contar sobre o envolvimento de Lize com o Reigns e de Alice com o Ambrose, e, quando me dei conta, percebi que havia contado praticamente todos os meus problemas familiares, até chegar a hoje; dia do maldito casamento.

– Uau. – ela disse, assim que eu terminei de narrar toda a história.
– Achei que você ia dizer algo mais do que “uau”, quando... – comecei, antes de ser interrompido.

– Eu devia bater em você! Eu sabia que ia ter umas merdas por aí, mas não pensei que fossem tantas! – ela falou, irritada e eu arregalei levemente os olhos, surpreso com a reação dela. Cadê o sorriso e o bom humor? Pela primeira vez, eu estava sem o quê dizer. – Você precisa ir a este casamento, Seth!

– Isso eu não farei de jeito nenhum! – bufei, irritado.

– Eu não acredito que seu orgulho e o ódio que sente pelo Ambrose seja maior do que sua vontade de ver sua irmã feliz! – ela bateu o pé.

– O quê? Claro que não é isso! Só que aceitar o casamento dela com aquele lunático, está totalmente fora de questão!

Bayley balançou a cabeça negativamente, seu olhar firmemente me julgando. Se ela não me achava uma pessoa ruim antes, com certeza acha isso agora. 

– Seth – chamou, fazendo-me olhá-la. –, você disse que vocês três, foram os que sobraram da família. Acha que ela não está sentindo a sua falta agorinha? – ela tinha razão, eu sabia. Mas eu não acho que conseguiria ir até o casamento e assistir ela fazendo a maior burrada da vida dela! – Acho que sua família é mais importante do que seus problemas com Dean Ambrose.

Nervoso, passei a mão pelos cabelos. Essa manhã eu estava decidido a não ir para aquele casamento, mas agora, já não tinha ideia do que fazer. 

– Não acho que seja uma boa ideia. Ela deve estar com raiva de mim, por tudo o que eu disse sobre esse casamento. – me debrucei sobre o balcão, querendo evitar encará-la.

– Só você pode tomar uma decisão no final. E, sabe, eu também tenho irmãos. Sua irmã é especial, porque, sinceramente, no lugar dela, eu jamais te perdoaria. – suas palavras me atingiram em cheio, como uma facada.

Bayley mal me conhecia, mas agora já sabia parte de minha vida. Pelo menos toda a parte sobre meu relacionamento com minhas irmãs. 

Mas ela estava certa. Se eu não for ao casamento, Alice provavelmente nunca me perdoaria. Por mais que brigássemos ela sempre esteve comigo, quando precisava. Ela já tinha me dado mais chances do que eu tinha merecido.

Agora eu estava me sentindo um completo merda!

– Onde eu guardo isso? – Bayley interrompeu meus pensamentos após um longo período de silêncio. Ela estava com alguns talheres em sua mão.

– Nessa gaveta aqui. – apontei de forma automática para a gaveta ao meu lado. – Pode deixar, eu guardo isso. – pedi os talheres e ela me deu metade, caminhando para o meu lado em seguida com o resto. Abri a gaveta e lá estava o envelope branco com detalhes em azul claro. As letras A e J estampada na cor dourada. O convite que eu conhecia bem, apesar de tê-lo visto apenas uma vez, antes de jogá-lo naquela gaveta.

Bayley olhou para o envelope e depois olhou para mim. 

– Ainda dá tempo. – disse simplesmente.

Respirei fundo e me coloquei de pé, com pressa, com o auxílio das muletas.

– Tem razão! Eu vou ao casamento! – me virei para ela, que sorria parecendo estar orgulhosa – E você vem comigo!

– O quê? – fez cara de assustada. – Por quê? Eu não conheço sua irmã, nem fui convidada...

– Você vai comigo, não precisa de convite. – respondi, já mancando em direção a sala.

– Mas… – ela começou, me seguindo, e eu parei no caminho, me virando para encará-la.

– Nada de “mas”. Preciso de alguém para ir comigo, caso eu acabe mudando de ideia no meio do caminho. – Bayley arqueou a sobrancelha esquerda, como se perguntasse se eu seria capaz disso. – Não duvide disso. – falei em um tom sério de aviso. – Aliás, preciso também de alguém para dirigir. – apontei para minha perna e ela seguiu com o olhar.

– Tudo bem, fico pronta em vinte minutos. – deu-se por vencida e seguiu em direção à porta, mas parou no meio do caminho ao perceber que estava levando um punhado de garfos e facas. – Foi mal! – ela voltou para a cozinha e largou tudo na gaveta. Pegou o celular e os fones que estavam sobre o balcão e depois saiu correndo pela porta.

Assim que ela fechou a porta, eu fui às pressas tomar um banho. Depois que saí, vesti o meu melhor terno. Ele era preto, assim como a camisa de dentro, os sapatos e a gravata. Deixei meus cabelos – ainda molhados – soltos e logo voltei para a cozinha. Peguei meu celular e minha carteira, colocando-os nos bolsos da calça, e esperei encostado no balcão, com o convite nas mãos.

Pouco tempo depois, a campainha foi tocada e eu andei até a porta. Ao abrir, me deparei com Bayley usando um vestido azul marinho muito elegante e saltos pretos. Usava uma maquiagem clara nos olhos, assim como o batom rosa em seus finos lábios. Os cabelos estavam soltos e levemente ondulados. Eu nunca a tinha visto tão arrumada antes e me perguntei como ela conseguiu se arrumar daquele jeito em tão pouco tempo. Ela realmente estava linda e eu fiquei completamente de queixo caído. 

– Acho que se não andarmos rápido, corremos o risco de você não chegar a tempo... – ela falou desviando o olhar de mim, parecendo sem graça. Me repreendi mentalmente, antes de concordar com ela.

Fechei e tranquei a porta de casa e caminhamos até seu carro, que estava estacionado em frente a minha calçada.

Ela segurou as muletas, enquanto eu entrava no carro como um desengonçado. Depois que me ajeitei, ela me entregou as muletas e foi para o banco do motorista. 

Lhe passei o endereço e seguimos o caminho todo praticamente em silêncio, trocando apenas algumas poucas palavras. Eu estava muito nervoso, pois não sabia qual seria a reação de Alice. Ela ficaria feliz em me ver lá ou iria me bater por todas merdas que eu havia dito e me colocaria para fora? Talvez fosse tarde demais…

Em um momento em que o silêncio se tornou mortal ali e as paranoias já tomavam conta de mim, resolvi fazer uma pergunta que martelava em minha mente, para me distrair da suposta reação de minha irmã.

– Bayley, por que me ajudou? Por que se importou em ouvir toda a história com minhas irmãs e ainda está indo comigo até o casamento?

– Eu só queria te ajudar com as compras e então percebi que você precisava conversar. – deu de ombros. – Ao casamento, só estou indo porque você me pediu. Aliás, não quero que desista no meio do caminho!

– Não, não. Tem que haver outro motivo para você me ajudar Eu não sou um cara... “bonzinho”, por assim dizer. E depois de toda a história que ouviu, podia simplesmente ter ido embora.

– Seth – ela suspirou. –, você pode não ser o bonzinho, mas também não é o cara malvado. Acho que inseguro, seria a palavra certa. 

Eu? Seth Rollins, inseguro? Não, mesmo! – neguei indignado com suas palavras. Eu sou inseguro? Jamais!

– Pessoas inseguras, se escondem atrás do orgulho. Você queria ir ao casamento. Percebi enquanto me contava a história. No entanto, não queria admitir, porque seu orgulho era maior e também estava, e ainda está, inseguro sobre a reação de Alice. Acha que ela estará irritada e te expulsará de lá. – ela me olhou. – Você está tenso. – fiquei surpreso com tudo o que ela disse.

Como ela  pôde adivinhar isso? Minha mente já estava a mil, tentando entender essa mulher. 

– Você é bruxa? – perguntei em um tom irônico e ela começou a rir.

– Sabe – ela continuou quando parou de rir. –, às vezes, pode ser difícil encarar as coisas como realmente são. Mas se esconder atrás de uma pose de durão, nunca é o certo. Ainda mais quando suas atitudes machucam outra pessoa. Pior ainda é quando você proporciona isso a alguém que você ama. 

Fiquei em silêncio não sabendo exatamente o que responder. Bayley estava me acusando de ser um orgulhoso e durão que não sabia reconhecer os próprios erros e sentimentos. Ela não estava errada sobre minhas atitudes sempre machucarem minhas irmãs, mas ela não me conhecia direito para saber tanto.

Ela era alguma psicóloga, filósofa ou o quê? 

De qualquer forma, achei melhor não responder. Ela estava me ajudando agora e eu não queria que ela me largasse no meio da estrada, de muletas.

– Não vamos chegar a tempo. – murmurei mudando de assunto, olhando as horas no visor do celular.

– Vamos sim. – ela afirmou e acelerou o carro. 

 

◇◇◇

Dylan Carter:

Merda! – reclamei pela milionésima vez. Fazia quarenta minutos que eu estava preso naquele maldito trânsito. Hoje, definitivamente, não era o meu dia. 

Virei a noite fazendo plantão no hospital, mas a falta de movimento naquele final de semana, só fez minha mente inevitavelmente parar em outro lugar. Tudo o que eu pensava, era que a mulher por quem eu estava apaixonado se casaria hoje e eu não podia fazer nada. 

Eu insistia para mim mesmo, que aquela paixonite iria passar. Que era só questão de tempo até eu esquecê-la. Mas então eu me lembrava que ainda a veria no prédio em que moro e até mesmo no hospital onde eu trabalho. 

Maldita hora em que achei que seria uma boa ideia ser seu vizinho. 

Eu não era idiota. Sabia que Alice jamais deixaria Dean Ambrose por minha causa. Eles se amavam e tinham um relacionamento firme. Mas eu gostava de sua companhia e não queria me afastar dela. Apenas superar os meus sentimentos e seguir em frente. Esse era o plano.

Então eu recebi um convite do seu casamento e percebi que eu não havia superado nada. 

O que eu poderia fazer? Não havia nada que pudesse diminuir a sensação da minha derrota. Talvez as coisas não seriam tão estranhas, se eu não tivesse metido os pés pelas mãos e contado à ela tudo o que sentia. Mas acabei o fazendo em um momento de fraqueza e agora não poderia simplesmente fingir que nada aconteceu. 

Não sei o que se passou pela minha cabeça quando lhe contei que estava apaixonado. Acho que tive uma tola e repentina ponta de esperança de que fosse recíproco, mas me arrependi de minhas palavras assim que elas escaparam de minha boca.

O engarrafamento começou a se desfazer aos poucos e eu consegui seguir para meu apartamento. Assim que entrei no estacionamento do prédio, me lembrei imediatamente de todas as vezes que me encontrei com ela ali ou no elevador. Era inevitável não lembrar – foram muitas as vezes que passamos vários minutos conversando naqueles locais. Assim como passamos horas na cantina do hospital. 

Ao sair do elevador, andei o mais rápido que pude para entrar em meu apartamento. Sabia que o apartamento vizinho estava vazio àquela hora por estarem todos em outro lugar, mas me causou certo desconforto apenas por passar em frente à porta. 

Assim que entrei em casa, larguei minha pasta e as chaves sobre o armário ao lado da porta e segui direto para o banheiro. Tomei um rápido banho e depois me joguei na cama apenas de bermuda. Estava cansado devido ao plantão noturno e dormir durante o dia, estava sendo um verdadeiro desafio para mim.

Fechei os olhos e tentei dormir, torcendo para que o cansaço fosse o suficiente para me levar ao sono, mas os minutos passavam enquanto rolava na cama, sem que eu conseguisse ao menos tirar um cochilo. E em nenhum momento eu consegui não pensar em Alice. 

Comecei a repreender a mim mesmo por tamanha tolice. Do que adiantava ficar pensando nela agora? Do que adiantava me lamentar?

Eu precisava tomar a postura de um homem adulto, ao invés de agir como um adolescente decepcionado com uma desilusão amorosa. Eu tinha que aceitar que ela iria se casar com alguém que ama e que também a amava. Eu tinha que ficar feliz por ela.

Levantei da cama e me enfiei no armário procurando o terno que havia usado dois anos atrás na formatura de minha prima. Sabia que ele ainda cabia e assim que o encontrei, o vesti com pressa. 

Decidi que iria até o casamento. Talvez o choque de realidade, fosse tudo o que eu precisava para aceitar logo que aquela paixão não tinha futuro e deveria passar logo. Também sabia que devia um enorme pedido de desculpas por ter jogado em seu colo toda essa história de estar apaixonado por ela, dias antes de seu casamento. Não sabia nem como ela tinha me convidado para a cerimônia no final.

Depois de arrumar o cabelo com as mãos, calcei sapatos sociais, apanhei o celular e segui para a sala de estar para procurar pelo convite. Encontrei o envelope branco e azul em meio as correspondências na mesinha de centro. A chácara onde seria o casamento e a festa não era tão longe e seria às dezesseis horas. Peguei as chaves do carro e saí do apartamento. Eu chegaria em cima da hora, mas chegaria a tempo.

 

◇◇◇

Seth Rollins:

Bayley e eu havíamos conseguido chegar a tempo do casamento e, felizmente, Alice não quis socar minha cara por ter mudado de ideia em cima da hora – coisa que eu admito que merecia. Para minha surpresa, ela me abraçou e me deixou levá-la ao altar. 

Lize foi quem quase deixou um hematoma no meu ombro com o soco que me deu. Mas acabou deixando meu vacilo de lado, por ter ao menos chegado a tempo da cerimônia.

Caminhei com Alice até o altar e quase criei um atrito com o Ambrose, mas relaxei minha mente e me afastei para não estragar a cerimônia. Sentei-me ao lado de Lize e assisti, enquanto os dois faziam seus votos. Confesso que a vontade de pular no pescoço do Ambrose e afastá-lo de minha irmã, ainda era grande. Mas depois de ouvir a declaração que um fez para o outro, mantive-me no meu lugar.

O juiz os declarou casados e os dois se beijaram, ao som dos aplausos de todos os convidados presentes. Mesmo não gostando do Ambrose, acompanhei os aplausos pela felicidade de minha irmã. 

De repente estava todo mundo em volta dos dois para dar os parabéns e eu esperei que aquela movimentação diminuísse para que pudesse me aproximar de Alice. 

– Parabéns, maninha! – a abracei apertado. Era estranho pensar que ela estava casada agora. E com o Ambrose! 

– Sério, você está muito estranho hoje! – ela disse quando nos separamos. Revirei os olhos e ela começou a rir. – Você reclama tanto de mim, mas não para de revirar os olhos sempre que tem a oportunidade.

– Reclamo que você revira os olhos todo o santo minuto! – ela riu, enquanto balançava a cabeça. A conhecia bem o suficiente para saber que ela estava segurando o impulso de revirar os olhos naquela hora. – E não reclame, porque eu estou sendo bem legal hoje, apesar de tudo.

– Você disse que alguém o convenceu a vir. Posso saber quem foi a pessoa capaz de colocar juízo na sua cabeça?

– Se você olhar bem em volta, tenho certeza que vai saber quem foi. – ela olhou em volta por alguns segundos e então parou em um canto. Sua cara mudou para uma mistura de surpresa e confusão, depois se virou para mim.

– Bayley? – concordei com a cabeça. – Você…? Como isso aconteceu?

– Ela me ajudou com umas compras hoje de manhã. Nossa conversa me fez contar sobre o casamento e, bem, ela me fez entender que eu devia estar aqui.

– Como se Lize e eu não tivéssemos dito isso um milhão de vezes… – ela revirou os olhos, de novo.

– Eu sei. Mas hoje foi diferente. 

– Por quê?

– Porque depois do dia de hoje, eu não poderia mais voltar atrás. – a olhei nos olhos e pude ter a certeza que ela jamais me perdoaria se eu não estivesse ali hoje. 

E eu mesmo não me perdoaria. 

– Alice! – Lize apareceu de repente. – Os convidados estão indo para o salão. Seth, vá para lá também. – apontou para mim. – E você – se voltou para Alice. – vá para a pista de dança com Dean.

– Lize, nem eu e muito menos o Dean sabemos dançar! – Alice resmungou e Lize apenas deu de ombros.

– Não importa! Se balancem de um lado para o outro, então! – ordenou e eu comecei a rir da milésima revirada de olhos de Alice. Ela cruzou os braços e saiu por aí para procurar o ambrose, enquanto era abordada por quase todos os convidados presentes.

Lize foi atrás dela. Meio segundo depois eu resolvi procurar por Bayley. Fui na direção que Alice havia a encontrado com o olhar um minuto antes. Ela estava com uma taça de champanhe na mão esquerda e conversava com Becky Lynch.

– Bayley. Oi, Becky. – as cumprimentei ao me aproximar

– Oi, Seth. – as duas responderam em uníssono.

– Que bom que veio, Seth. – Becky comentou. – A Alice estava nervosa a semana inteira por não saber se você viria.

– Estou aqui graças a Bayley. – apontei para a garota ao meu lado, que apenas deu um sorriso por modéstia.

– Conseguiu um milagre, Bay! – as duas riram e eu acabei as acompanhando. – Parece que está todo mundo indo para o salão. Vou dar um pulo no banheiro antes. Vejo vocês depois! 

Becky acenou e saiu, sumindo entre os convidados que seguiam para o salão da festa. Estávamos afastados de quase todo mundo agora, então aproveitei a privacidade para falar com Bayley. 

– Hey – comecei, fazendo-a me olhar. –, eu tenho que te agradecer por ter me convencido a vir. E principalmente por ter me trazido até aqui já que eu não podia dirigir. – apontei com a cabeça para minha perna e Bayley sorriu. – Minha irmã jamais me perdoaria, se eu não aparecesse. 

– Não precisa agradecer! – ela deu de ombros. – Fico feliz por ter te ajudado. 

– Ainda sim, vou ficar te devendo uma. 

– Seth, eu não ajudei você esperando algo em troca. 

– Não quis dizer isso. Mas saiba que se precisar de alguma coisa, conte comigo. 

– Tudo bem! Não vou discutir! – ela riu e eu sorri de lado. 

– E então – resolvi mudar o assunto, enquanto seguíamos para onde os outros convidados iam. –, o que está achando da festa?

– Isso está incrível. A Lize me disse que ela organizou tudo. Estou impressionada. – olhei na direção que ela apontava com a cabeça e vi que o salão onde rolava a festa, era coberta apenas na área onde estavam algumas mesas. Haviam mesas e cadeiras ao ar livre também, em volta de uma enorme pista de dança, coberta por dezenas de luminárias pequenas. Do outro lado, havia um bar, cheio de luzes néon. Jeff Hardy passeava por todo local tirando fotos e a Alice e o Ambrose dançavam, ou melhor, se balançavam, no meio da pista. 

– Também estou impressionado. – murmurei surpreso. Lize tinha talento para organizadora de eventos caso desistisse do wrestling algum dia.

– Seth! – Lize apareceu, não sei de onde, chamando por mim. – Seu bom humor e esforço em ser um bom irmão, permite que você participe das fotos? – olhei entediado para minha irmã e Bayley riu da minha cara. – Por favor?

– Claro, por que não? – respondi após suspirar perante os olhos suplicantes de minha irmã. Me virei para Bayley. – Eu volto já.

– Claro, vai lá. Eu espero. – ela falou calma e com um sorriso leve. 

Acompanhei Lize e o que eu achei que seriam no máximo cinco minutos, levaram quase vinte. Tirei fotos com Alice, com Lize e até mesmo com Ambrose, Reigns e a dupla dinâmica insuportável que ele tinha de primos.

Se alguém presente na festa me perguntasse sobre essas fotos mais tarde, direi que aquele momento se tratou de um delírio coletivo. 

 

◇◇◇

Dylan Carter:

Quando cheguei ao endereço onde aconteceria o casamento, Alice e Dean estavam no momento de dizer o "aceito". Claro que a vida ia me jogar o pior timing possível. 

Confesso que tive vontade de interromper a cerimônia. Uma confissão ridícula e embaraçosa de minha parte, que logo afastei da mente. Me senti o pior homem do mundo e isso quase me fez dar a volta e sumir daqui. 

Mas me mantive no mesmo lugar e assisti a garota por quem era apaixonado, se casando com outro cara. Eles se beijaram e depois uma multidão de convidados tomou sua volta, a fim de parabenizá-los. 

Fiquei afastado de todos. Apesar que quase ninguém ali me conhecia, queria evitar a pequena quantidade que sabia quem eu era. Não muito mais tarde, as pessoas foram se encaminhando para o salão de festas. Os segui e, ainda evitando os que me conheciam, me sentei em um dos bancos do bar, pedi uma bebida para tentar relaxar e me mantive alheio a tudo por um bom tempo.

Não sabia direito o que eu ainda fazia ali. Meu objetivo, era desculpar-me com Alice e lhe desejar felicidade. Talvez também esperava que, vendo o casamento de fato acontecendo, eu pudesse aceitar que os meus sentimentos não tinham futuro e pudesse seguir em frente mais facilmente. 

Droga, havia ainda uma parte que só queria provar a mim mesmo que eu era capaz de ser maduro o suficiente para apenas ficar feliz por Alice, mas eu não saí do meu lugar e me manteve afastado, como um completo covarde.

Muitos minutos se passaram, pouco mais de uma hora pelo menos, e eu não tinha criado a coragem de ir falar com Alice. Mesmo de costas ou evitando olhar para onde quer que ela estivesse, eu sabia exatamente onde ela estava: ela era a noiva e como uma estrela do rock, estava cercada de convidados ou dos olhares de todos, onde quer que ela estivesse. 

E dessa forma – através dos olhares dos convidados – eu sabia que nesse exato momento ela estava dançando com o marido na pista atrás de mim, a apenas alguns metros de distância. 

E novamente, eu apenas esperei. Esperei concentrado na minha bebida – uma batida de morango sem álcool – que estava praticamente em temperatura ambiente àquela altura e já não tinha o mesmo sabor agradável. 

Chamei o barman e pedi outra batida. Assim que ele colocou um outro copo na minha frente, senti a aproximação de alguém ao meu lado e então a ouvi:

Dylan? – olhei em sua direção um pouco surpreso. Não achei que ela sequer tivesse notado minha presença na festa.

– Oi, Alice. – virei um pouco o meu corpo em sua direção, com um pequeno sorriso. Ela sorriu brevemente de volta, parecendo não saber o que dizer a seguir. Isso me faz perceber que eu realmente tinha estragado nossa amizade por completo. – Olha, eu sei que é estranho eu estar aqui, mas... Eu não devia ter dito aquilo naquele dia... E muito menos daquele jeito. Foi imprudente e irresponsável. Me desculpe. – falei de uma vez, totalmente desconcertado e até envergonhado. 

Eu não deveria ter vindo a esse casamento. 

– Está tudo bem, Dylan. Fico feliz que tenha vindo. – fiquei surpreso com sua declaração, que pareceu bem verdadeira, mas não disse nada a respeito, apenas assenti com a cabeça. 

– Eu perdi a cerimônia – disse, apesar de não ser totalmente verdade. Eu ainda tinha visto o final, mas ela não precisava saber a dor que aquilo me causou. – mas queria te parabenizar, então resolvi vir à festa. Aliás, parabéns pelo casamento. 

– Obrigada. – ela sorriu de forma tão verdadeira, porque ela estava feliz com o homem com quem havia se casado. – Você está bem? 

Eu estava feliz por Alice, mas me senti um completo babaca com sua pergunta. Ela estava em um dos dias mais importantes da vida dela, mas estava preocupada comigo, porque eu havia feito a maior idiotice de lhe contar que estava apaixonado por ela. 

– Estou. Não se preocupe. – respondi tão rapidamente, que ela provavelmente não acreditou em mim. 

Não era uma completa mentira. Eu estava me sentindo com o coração partido, mas ela estava feliz. Apesar do clima estranho entre nós, não havia briga ou mágoa. Estava feliz por ela e sabia que aquele sentimento ia passar. Agora eu tinha a certeza que iria passar e eu poderia seguir em frente.

Um silêncio constrangedor se instalou entre nós, apesar da música alta e da conversação por todos os lados. Eu evitava olhar em seus olhos e percebi que ela fazia o mesmo. Não parecia certo continuar naquele clima estranho, então comecei a vasculhar o meu cérebro em busca de algo para dizer, quando uma mulher com os cabelos laranjas como fogo, apareceu ao nosso lado.

– Até que enfim te encontrei sem meia dúzia de pessoas à sua volta – ela disse sorrindo e eu notei um forte sotaque em sua voz. – ou sem o Dean. – então ela olhou para mim e pareceu ter sentido alguma tensão no ar. – Ai, me desculpem! Eu estou interrompendo a conversa… Eu volto depois!

– Calma! – Alice a segurou pelos ombros e eu comecei a rir. – Está tudo bem. 

– Sério, foi mal! Às vezes, eu sou meio desligada. – sorriu sem graça, enquanto arrumava uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Mas, já que eu interrompi mesmo, quero te dar os parabéns! Foi uma cerimônia linda e vocês são uns fofos juntos! – as duas se abraçaram rindo e quando se separaram, a garota de cabelos laranjas se virou para mim. – E... Eu não te conheço, mas, oi! 

– Oi. – respondi sorrindo. Eu não sabia quem era aquela mulher que mais parecia uma adolescente desajeitada, mas ela havia me salvado de uma conversa muito embaraçosa com Alice. De um jeito bem divertido, devo dizer. Então eu estava grato por sua presença. 

– Ela é uma lutadora da WWE também. – Alice apontou, como se isso me ajudasse a descobrir quem era a sua amiga. 

– Ah, desculpe. Não tenho tempo para ver por causa do trabalho, então não conheço. – disse levemente sem graça. Alice me olhou achando graça. 

– Você trabalha com o quê? – a mulher me perguntou. Ela não parecia me culpar por não conhecê-la, como certamente Alice estava fazendo.

– Sou médico. E trabalho no pronto socorro do Hospital de Connecticut. 

– Esse cara parece que mora no hospital. – Alice apontou em um tom quase acusatório. – Não tem uma vez sequer que um dos rapazes ou Lize se arrebente em algum show local, que ele não esteja lá para consertar. – nessa eu acabei rindo e sua amiga me acompanhou. 

– Agora faz sentido você não ter tempo. Aposto que a Lize e os rapazes vivem lá no seu pé. – ela riu. Eu sabia bem o quanto aquilo era verdade. – Mas já que não me conhece, eu posso me apresentar de verdade. Sou Rebecca Quin. 

– Dylan Carter. – estendi minha mão e ela apertou, sorrindo. 

– Gente, a Lize está me chamando. – Alice falou de repente. – Aparentemente eu ainda tenho muitas fotos pela noite e até ao amanhecer, eu já estarei cega. – ela brincou e então se virou para mim. – Me promete que você não vai embora da festa e que vai curtir e relaxar um pouco?

– Vou tentar o meu máximo. – murmurei, apesar de não estar muito mais empolgado para continuar ali, tanto quanto estava dez minutos atrás.

– Ah, qual é! Você precisa se divertir mais e trabalhar menos. – falar isso era bem mais simples do que fazer.  – Eu tenho que ir lá agora. Promete que vai ficar? – perguntou outra vez e eu revirei os olhos, segurando a risada.

– E eu tenho escolha?

– Não! Becky, fica de olho nele só um pouco? – ela assentiu rindo e eu ri também. – Valeu, até mais! 

Alice se afastou de nós dois e Becky se sentou ao meu lado. Agora que estávamos sozinhos, consegui olhá-la com mais atenção. Becky era uma mulher muito bonita, isso eu já havia percebido logo de cara, mas agora conseguia ver como seu sorriso era gentil e atraente ao mesmo tempo. Ela estava usando um vestido preto, que, em contraste com seus cabelos laranjas, fazia com que ela ficasse deslumbrante aos olhos de qualquer um.

– Então... Gostei do seu cabelo. – falei, afim de puxar algum assunto. Era uma forma ridícula de puxar assunto, porém eu estava sendo sincero.

– Ah, valeu. – ela agradeceu com um sorriso. O barman se aproximou de nós dois e ela aproveitou para pedir uma bebida. – Você está bem elegante com esse terno. Nem sua cara de cansado consegue estragar isso. – brincou batendo seu ombro levemente no meu e eu ri.

– É, eu fiz um plantão de doze horas e vim direto para cá. Não dormi ainda.

– Uau, isso parece ruim. – disse suavemente e eu concordei. – Imagino que deve ser uma enorme responsabilidade.

– Com certeza. Mas eu amo o que faço. Apesar de ser cansativo, isso torna tudo muito mais fácil. – dei de ombros.

– A Alice fez parecer que você não leva uma vida social por causa do trabalho. – ela apontou.

– Ela não está tão errada. – admiti após tomar um gole de minha bebida. – O trabalho costuma ser bem exaustivo, então quando tenho tempo livre, tento descansar o máximo. E acho que isso não me faz exatamente a pessoa mais sociável do mundo. 

– Isso tá muito errado! Todo mundo precisa de uma vida social. 

– Sei disso. Mas tem sido assim desde que me mudei pra cá há um ano.

– E você veio de onde?

– North Carolina. Nascido e criado. Toda minha família está lá. 

– Você está sozinho aqui?

– Com exceção de uma prima. Ela se mudou para cá pouco depois de mim. – respondi, terminando minha bebida. 

– Pelo menos não está sozinho. – ela lembrou. – Minha família toda está em Dublin. Sem exceções.

– Sente falta da Irlanda? 

– Oh, o tempo todo. – respondeu, parecendo se lembrar de seu antigo lar. – Mas acho que já me acostumei. Saí de lá aos quinze anos e desde então só voltei para visitar.

– Saiu de lá quando começou a lutar wrestling?

– Saí um pouco depois disso. Eu tinha pouco mais de catorze anos quando comecei a lutar. Sempre fui fã de wrestling e então eu conheci o Fergal… – apontou com a cabeça para um cara de cabelos curtos e olhos claros, que conversava com uma garota loira não muito longe de onde estávamos. – Ele e um amigo abriram uma academia de wrestling, então meu irmão e eu passamos a treinar. Ele me ensinou muita coisa, antes de cada um seguir o seu caminho. E anos depois, aqui estamos nós na maior empresa de wrestling do mundo. Exatamente como sonhamos. – ela levantou seu copo e virou o resto da bebida, em um gesto satisfeito.

– Parece um sonho realizado. – comentei e ela sorriu.

– Eu não descreveria de outra maneira. – percebi um brilho em seus olhos, ao dizer aquelas palavras de forma tão decidida. – E você? Como acabou virando um médico? 

– Acho que já é de família amar essa profissão. Minha avó é médica. Meu pai e meu irmão mais velho também. Minha mãe também era médica, então… – dei de ombros e sorri. – Nunca consegui me imaginar sendo outra coisa. 

– Se você gosta do que faz, dane-se o resto. – ela declarou levantando o copo para mim. Só agora eu havia percebido que o barman tinha substituído nossos copos vazios por cheios. Levantei o meu copo também e brindamos.

Continuamos aquela conversa por horas, mas com assuntos mais banais. Contamos um pouco sobre nossas vidas e histórias de anos de profissão. Sequer vi a hora passar, mas os convidados começaram a diminuir aos poucos e, como eu estava muito cansado e Becky pareceu já ter bebido um pouco demais, logo sugeri que era melhor irmos embora também. 

– Sabe, você é um cara muito legal, Dylan. – ela comentou enquanto caminhávamos lado a lado por uma pequena estrada de paralelepípedos, em direção ao estacionamento. 

Eu sequer tive tempo de abrir a boca e agradecer, quando ela continuou:

– Eu achei que a noite hoje seria uma droga… Quero dizer, não o casamento, mas a minha noite. Não tive exatamente uma boa semana. Já estava a ponto de inventar uma desculpa para não vir, mas o que eu ia dizer para a Lize? Eu fiquei aqui em Connecticut só por causa do casamento! Então botei meu melhor sorriso no rosto e vim. – ela parou de andar e suspirou. Eu comecei a me questionar o quão bêbada ela estava. Acho que perdi a conta de quantos drinks ela tinha bebido. – Eu só ia dar os parabéns a Alice e pouco depois ir embora. Mas aí eu conheci você e você foi muito legal mesmo.

– Também foi ótimo conhecer você. Tornou a noite bem divertida. – respondi, deixando de fora que eu também esperava uma noite ruim, já que eu era apaixonado pela noiva. Não me pareceu ser uma coisa boa a se dizer.

Continuamos caminhando e consegui ver meu carro a alguns metros de distância. Reparei que Becky apenas me acompanhava com um pequeno sorriso nos lábios.

– Você está em algum hotel aqui em Stamford? – perguntei, já que ela havia comentado que não morava em Connecticut. 

– Não. A Lize não me deixou ficar em um hotel, então estou "hospedada" no apartamento dela. – ela falou sorridente. – O que me lembra que eu tenho que esperar ela para ir embora. – ela franziu a testa, antes de soltar um bocejo. O efeito da bebida já parecia estar atingindo seu corpo com o cansaço. 

– Ela provavelmente vai demorar. Ela organizou tudo, então vai ser a última a ir embora. Eu te levo para o apartamento dela. – ofereci indicando em direção ao meu carro com a cabeça.

– Não precisa, posso esperar a Lize. Não quero incomodar você. Deve estar cansado e doido para chegar em casa...

– Não vai me incomodar de forma alguma. Eu moro no apartamento ao lado da Lize.

– Sério? – ela riu, surpresa. – Isso que eu chamo de coincidência.

– Então, vamos?

– Tá legal. – ela aceitou. – A Lize me deixou uma das chaves do apartamento. Eu mando uma mensagem para ela e aviso que você está me levando para lá.

– Ótimo. – Continuamos a caminhar, até chegarmos ao meu carro.

Entramos no meu Corolla e eu segui o caminho de volta para meu apartamento. Vi pelo canto do olho quando Becky avisou a Lize que eu estava lhe dando uma carona até em casa. Logo depois disso, ficamos em um longo período de silêncio. Pensei que Becky havia caído no sono, já que estava imóvel e virada para a janela, mas eu a ouvi suspirar baixinho e em seguida se mexer desconfortável no banco do carona.

– O que está te deixando chateada? – perguntei, chamando sua atenção. 

– Quem disse que eu estou chateada? – ela desconversou. 

– Você. Disse que não teve uma boa semana. Logo algo te chateou. 

– Bom, sim. – ela admitiu relutante. – Mas é besteira. 

– Se te deixa chateada, não tem como ser besteira. 

– Bem observado. – ela respondeu e ficou em silêncio por alguns segundos. Parecia que ela estava esperando para ver se eu desistia daquela conversa, mas após lhe lançar um olhar questionador, ela suspirou e finalmente começou a falar. – Lembra que eu disse que saí de casa aos quinze para lutar ao redor do mundo?

– Lembro. – disse, ao parar no sinal vermelho, mesmo sabendo que era uma pergunta retórica. Talvez assim ela entendesse que eu estava prestando atenção e facilitaria que se abrisse comigo. 

– No meu trabalho, estamos viajando o tempo todo. De estado em estado, às vezes outros países… Estar longe da família e de tudo que você conhece desde sempre, é o maior desafio que se pode enfrentar nessa carreira. Todo mundo está na mesma situação, então conhecemos pessoas, fazemos amizades e essas pessoas se tornam sua família. É assim que mantenho uma relação com o Fergal até hoje, ele é como um irmão. 

Becky parecia estar divagando em seus pensamentos. Eu não disse nada e apenas esperei que falasse. O sinal ficou verde e eu voltei a dirigir, quando ela voltou a falar.

– Quando fui contratada pela WWE, fui parar no NXT, que é como um centro preparatório para os grandes shows da empresa. Lá eu conheci a Charlotte, que mais a frente veio a se tornar minha melhor amiga. Nós lutamos juntas, às vezes do mesmo lado e às vezes uma contra a outra, mas no final da noite éramos inseparáveis. – ela ficou em silêncio por um tempo e eu cheguei a pensar que ela havia desistido de contar ou até mesmo que tinha dormido por conta da bebida, mas ela logo se virou para mim com um sorriso pequeno e afetado. – Quando entramos para os shows principais, ela logo ganhou o cinturão, o Divas Championship. Ela pareceu virar outra pessoa, mas eu a apoiei em absolutamente tudo, eu estava feliz por ela. E em troca… o que eu ganhei em troca foi uma facada nas costas. Não literalmente. Na verdade, foi um baita de um chute na cara.

Eu me senti mal por Becky. Ela parecia ressentida, o que me levou a crer que havia sido algo muito recente.

– Eu sinto muito. – murmurei, não sabendo realmente que tipo de conselho dar. Não entendia muito sobre o seu trabalho e as coisas com certeza não podiam ser iguais ao que estava acostumado. 

– Eu disse que era besteira. Eu fico dizendo a mim mesma que não deveria ficar chateada, mas…

– É inevitável. – completei e ela balançou a cabeça, concordando. – Mas quer saber? Dane-se essa tal de…

– Charlotte.

– Isso! Dane-se essa Charlotte! – continuei. – Se ela fez o que fez, é porque ela é uma pessoa horrível. E você merece mais do que isso. Você é maravilhosa. 

– Você nem me conhece, Dylan. – ela rebateu com um pequeno sorriso.

– Sei que te conheci hoje – retomei a fala, enquanto entrava no estacionamento do prédio. – Mas você está se sentindo mal por uma coisa que ela fez. Não me parece justo. Talvez não seja você a perder uma amizade. Ela quem perdeu. Já pensou nisso? – desliguei o carro e virei para ela.

Becky lutou contra um sorriso, mas acabou falhando. Sorri de volta e nós dois saímos do carro e caminhamos em silêncio até o elevador. E ela só falou novamente, quando entramos no elevador e ele começou a subir devagar. 

– Obrigada por hoje, Dylan. E por me ouvir e ainda dizer todas essas coisas legais.

– Foi um prazer. – respondi com sinceridade.

Quando chegamos ao décimo primeiro andar, a acompanhei até a porta do apartamento de Lize.

– Bem, foi um prazer conhecê-lo, Dylan. – ela agradeceu, juntando as duas mãos na frente do corpo. 

– O prazer foi todo meu. – respondi antes de me inclinar sobre ela e lhe dar um beijo na bochecha. Becky ficou com o rosto ruborizado automaticamente e eu sorri, antes de me afastar até o final do corredor, onde ficava o meu apartamento. Antes de bater a porta, olhei o corredor novamente e vi que ela já havia entrado. 

Segui direto para o meu quarto, onde tirei a roupa e entrei no chuveiro. Não me demorei ali e logo já estava deitado na minha cama apenas de bermuda. 

Senti como se um peso enorme tivesse saído de mim. Pude falar com Alice e me desculpar; isso de alguma forma me fez sentir menos pior. O restante da noite não foi um desastre, graças à companhia de Becky. Havia até sido divertido, mas não consegui pensar muito mais nisso.

Depois de passar horas diretas acordado, o cansaço finalmente me venceu e eu apaguei em um sono profundo e sem sonhos.

 

◇◇◇

Alice Lopez:

A festa do casamento estava divertida, mas de tanto conversar com os convidados, dançar com Dean e ser o alvo de flash de centenas de fotos tiradas pelo Jeff, eu já estava de saco cheio.

Dean não estava tão diferente de mim, foi por isso que em um momento da noite, nos isolamos em uma mesa afastada de todos, para ficarmos apenas aproveitando a companhia um do outro, enquanto nos divertíamos assistindo nossos amigos bêbados na pista de dança.

Como eu não podia beber devido ao tratamento do tumor, Dean também não havia bebido nada alcoólico a noite toda. Isso provavelmente evitou que passassemos vergonha no meio de todos se estivéssemos dançando bêbados. Coisa que Lize e Roman não pareciam estar se importando muito, já que quase no final da festa os dois estavam tão bêbados, que estavam cantando A Thousand Miles com mais empolgação que o Latrell em As Branquelas

Quando a festa enfim chegou ao fim e os convidados se retiraram, Bayley e – pasmem – Seth levaram Lize e Roman para suas casas. Eu só esperava que isso não resultasse em alguma briga entre meu cunhado e meu irmão no meio do caminho. 

Mas eu não queria me preocupar com aquilo naquela hora. 

Antes mesmo de todos os convidados deixarem o local, Dean e eu subimos para o andar superior, onde havia um quarto nos esperando, para a tal noite de núpcias. Nenhum de nós dois poderíamos viajar naquele momento, por causa de nossos trabalhos, então decidimos que a lua de mel ficaria para depois e aproveitaríamos a noite na casa da chácara mesmo.

No andar de cima da casa, longe de qualquer barulho do salão de festas, estava vazio. Haviam pétalas de rosas pelo chão e uma trilha de velas perfumadas pelo caminho.

– A sua irmã não brinca mesmo em serviço, não é? – Dean perguntou um pouco impressionado e eu ri.

– Apesar de ela ter nos enlouquecido a semana toda, serei eternamente grata a ela. – respondi, olhando em volta com admiração. – Ela fez o impossível para um casamento desses em tão pouco tempo. 

– Eu dei a ideia de fugirmos para Las Vegas. Seria tudo rápido, sem plateia e sem roupas desconfortáveis. E ainda teríamos o Elvis como mestre de cerimônia. Ou a Cher.

– Lize nos mataria quando descobrisse, então seria um casamento curto. – entrei animada na sua brincadeira. 

– Eu recebi tantas ameaças de morte da sua irmã nas últimas semanas. Devo me preocupar? – Dean perguntou com uma careta.

– Hmm. Talvez. – paramos em frente a porta e eu me coloquei em seu caminho, passando meus braços em torno de seu pescoço. – Mas não precisa se preocupar com a Lize agora. Se preocupe só com nós dois, okay? 

O provoquei alcançando seus lábios, enquanto descia minha mão esquerda em seu peitoral. Suas duas mãos desceram por minhas costas e moldaram minha cintura, antes de alcançar meu bumbum com um forte aperto. Senti meu corpo se colar mais ainda ao seu, me deixando completamente excitada e me arrancando um gemido.

– Vamos entrar então? – me perguntou com a voz rouca de desejo e eu apenas assenti, levando a mão direita na maçaneta para abri-la. – Espera. – Dean me impediu de entrar no quarto e quando olhei de forma interrogativa, ele passou o braços esquerdo por trás dos meus joelhos e o direito apoiou minhas costas, antes de me erguer do chão ao seu colo.

– O que você está fazendo? – perguntei aos risos, já imaginando o que ele tinha em mente.

– Já que a Lize nos fez seguir todas as baboseiras de tradições de casamento, por que não fazer essa? – perguntou dando de ombros e então franziu o cenho. – Pé esquerdo ou direito?

Dean deu aquele sorriso lindo que eu amava e não pude evitar sorrir de volta. 

– Tenho certeza que é o direito. 

– Direito então. – ele entrou com o pé direito primeiro e com o esquerdo fechou a porta. Estiquei meu braço para trancá-la e então fui carregada até a cama.

Dean se posicionou sobre meu corpo e começou a me beijar de forma delicada, mas com intensidade. Eu podia sentir o desejo em suas mãos percorrendo meu corpo e levei minhas mãos a sua nuca, a fim de puxá-lo ainda mais para mim. Nenhum de nós havia mudado desde a última vez que fizemos sexo, mas ainda assim, aquela vez seria diferente.

As mãos de Dean desceram em direção às minhas pernas, mas ele mal conseguia me alcançar por causa do vestido. Logo o loiro parou de me beijar para xingar.

– Sabe, você está linda demais hoje, mas eu preciso fazer esse vestido sumir logo. 

– Isso parece um bolo, vai ter que me ajudar a sair daqui. – respondi um pouco ofegante.

– Beleza. – Dean se colocou de pé e eu estendi os braços em sua direção, ainda deitada. Era impossível me sentar com aquela coisa. Ele riu e me puxou pelos braços, até que eu ficasse sentada e conseguisse ficar de pé. 

Me virei de costas para ele, que começou a mexer no vestido em meio a resmungos. Paciência não era a maior virtude para aquele homem.

– O que foi?

– Por que esse vestido tem botões tão minúsculos? Tem pelo menos uns vinte aqui e ninguém tem os dedos tão pequenos!

– Sinto muito, meu amor, mas pelo bem da nossa noite, você vai ter que abrir isso, e bem rapidinho.

– Falando desse jeito, você me deixa ainda mais excitado, sabia? – ele disse baixinho, se aproximando do meu ouvido e eu sorri.

– Então é melhor se apressar aí atrás. – provoquei e ouvi ele resmungar "droga", antes de voltar sua atenção aos botões. 

Demorou um pouco, mas não tanto quanto eu esperava, para sentir que o vestido havia afrouxado o suficiente para deslizar para baixo. Mas eu sequer tive tempo de me mexer, quando senti seus longos dedos deslizando pela minha coluna. Seu contato com minha pele exposta, fez com que me arrepiasse imediatamente e eu precisei morder o lábio para conter um gemido.

Suas mãos subiram para meus ombros e foram descendo em direção às alças caídas do vestido. Lentamente, Dean desceu as alças pelos meus braços, fazendo com que o vestido deslizasse por todo meu corpo, até cair no chão. 

Precisei sair do enorme bolo de tecidos que se formou à minha volta e Dean pegou o vestido do chão e o colocou esticado sobre uma das poltronas que havia em frente à janela coberta por enormes cortinas no lado oposto do quarto. Quando se virou para mim, seu olhar carregado de desejo percorreu todo meu corpo com a intensidade de um lobo faminto por sua presa. Eu estava apenas de calcinha branca e uma cinta liga da mesma cor na perna direita, além dos saltos. Meus seios estavam expostos e eu sabia que eram eles que Dean estava louco para atacar primeiro.

– Você ainda está muito vestido. Não me parece justo. – reclamei, fazendo seu sorriso malicioso crescer na mesma hora.

– Posso resolver isso agora. – respondeu de imediato, se livrando do paletó.

Dean já estava com alguns botões superiores da camisa abertos, e não demorou muito tempo para que não estivesse vestindo nada em seus membros superiores. Ele se livrou dos sapatos e das meias, e apenas usando calças e com a gravata na mão, caminhou em minha direção. 

– O que você está aprontando? – perguntei desconfiada e ele abriu ainda mais seu sorriso. 

– Confia em mim? – respondeu com outra pergunta, levando suas mãos aos meus cabelos. Ele puxou delicadamente alguns grampos e logo todas as madeixas caíram sobre meus ombros.

– É claro que confio. – disse quando me lembrei que ele havia feito uma pergunta. Meus cabelos estavam levemente amassados, mas foi um alívio me livrar de todos aqueles grampos, que até me tiraram a concentração por um momento.

– Então vire de costas. – eu tive que me segurar para não questioná-lo. Apesar de estar morrendo de curiosidade, eu não queria estragar o que ele estava planejando, então apenas obedeci e fiquei de frente para a cama. – Feche os olhos. – novamente o fiz sem dizer nada. 

Então senti sua movimentação atrás de mim, até que um leve tecido cobriu meus olhos. Instintivamente minhas mãos tatearam o pano, que logo eu identifiquei como sua gravata. 

– Dean…? – comecei a perguntar, mal me aguentando de tanta curiosidade, mas parei ao sentir seu hálito fresco em meu ouvido.

Shhh. Disse que confiava em mim. Então relaxe, okay? – concordei com a cabeça e o senti se posicionando atrás de mim.

Com uma calma impressionante, suas enormes mãos se posicionaram em minha cintura e começaram a subir lentamente por minha barriga, até alcançar os meus seios. Soltei um gemido, enquanto ele apertava e massageava os bicos de uma forma lenta e torturando. 

– Gosta disso? – perguntou baixinho em meu ouvido, fazendo meus pelos se arrepiarem. Concordei com a cabeça e Dean pressionou seu membro duro contra minha bunda, me fazendo gemer novamente.

Seus lábios começaram a distribuir beijos em meu pescoço, enquanto as mãos continuavam a massagear meus seios. Seus beijos logo se transformaram em chupões e a massagem se tornaram apertos. 

Meu corpo inteiro implorava por seu toque e estar vendada tornava tudo mais intenso. Foi por isso que não consegui conter o alto gemido que dei, quando uma de suas mãos adentraram inesperadamente em minha calcinha. Seus longos dedos alcançaram meu clitóris e ele começou a massagear aquela região lenta e delicadamente. Ele estava me levando à loucura e eu precisava de mais.

Quando eu estava começando a ficar com a respiração descompassada e eu soube que estava próxima de um orgasmo, Dean parou o que estava fazendo e eu deixei escapar um gemido de frustração. 

Deeeean! – protestei e o desgraçado começou a rir! – Não tem graça! – reclamei e ele beijou meu ombro.

– Paciência, Allie. – disse e eu teria revirado os olhos se conseguisse. 

Tentei apurar meus ouvidos para saber onde ele havia se enfiado e logo identifiquei o som de seu cinto sendo aberto. Mordi o lábio ao entender que ele estava se livrando das calças e, eu esperava, da cueca.

Dei um pulo ao sentir seus dedos deslizarem da cintura até a nuca, bem no meio das minhas costas. Não tinha ouvido ele se aproximar. Ele virou meu corpo de frente para ele e sua mão tocou meu rosto suavemente, antes de seus lábios se prenderem aos meus.

Nos beijamos lentamente, de forma a transmitir nossos sentimentos àquele momento especial. Aquela era a nossa noite e tudo o que eu precisava era do homem na minha frente. Ainda sem poder enxergá-lo, minha pele se arrepiava e ansiava por seu toque. Nossas línguas travavam uma batalha desesperada para tomar um ao outro por completo. Estávamos extasiados de desejo.

Dean se afastou dos meus lábios e desceu por meu pescoço e omoplatas, até alcançar os seios. Ele abocanhou o esquerdo, dando vários chupões e leves mordidas. Gemi novamente, me recostando à cama para me equilibrar, enquanto minhas mãos adentraram seus cabelos. 

O loiro alcançou minha cintura e me ajudou a sentar na cama box que era um pouco mais alta do que eu. Logo depois, estava deitada e Dean havia se afastado. Eu não sabia o que ia acontecer agora, até que senti suas mãos em meu pé direito, tirando meu salto. Alguns segundos depois, ele fez o mesmo com o pé esquerdo.

Sem soltar esse pé, o senti beijar meu calcanhar, logo passando para panturrilha, joelho e a parte interna da minha coxa. Afastei minhas pernas para que ele pudesse ficar entre elas. Dean começou a puxar minha calcinha para baixo e após deslizar o tecido por minhas pernas, levando junto a cinta liga, eu estava completamente nua e pronta para me entregar para ele.

Suas mãos abriram minhas pernas e eu estava preparada para recebê-lo, mas ao contrário do que eu esperava, não fui penetrada por seu membro, mas sim por sua língua. Soltei um pequeno gritinho pela surpresa, misturado a um gemido satisfeito. Eu estava começando a gostar de ficar vendada. Tudo era mais intenso, quando não dava para saber o que esperar. 

Dean começou a me chupar e sua língua fazia rápidos movimentos, me causando espasmos. Eu gemia seu nome sem parar, pronta para um orgasmo, enquanto meu corpo se contorcia, levado à loucura por toda aquela sensação maravilhosa.

Minhas pernas tremeram sem parar quando tive um intenso orgasmo. Dean se afastou e eu só tive alguns segundos para me recuperar, antes que ele me penetrasse com seu membro duro. Mordi os lábios novamente, tentando controlar os gemidos sem muito êxito e o loiro também não conseguiu evitar os sons que saíam dos próprios lábios. 

De repente suas mãos se livraram da venda e eu estava livre para enxergá-lo. Pude encarar seu lindo rosto tomado pelo desejo e tesão, me causando tanto tensão, que meu corpo parecia em chamas agora. 

Levei minhas mãos às suas costas e nuca e o puxei cada vez mais para mim, unindo ainda mais nossos corpos. Eu arranhava sua pele e o sentia penetrar cada vez mais fundo, mais forte, enquanto nos movíamos em uma sintonia perfeita. 

Não demorou muito para que juntos chegássemos ao ápice e eu gemi seu nome, enquanto Dean falava coisas desconexas e suas mãos apertavam minha bunda com força. Eu estava tomada por tremedeiras intensas pelos dois últimos orgasmos, mas eu queria mais. Precisava amá-lo mais.

Empurrei Dean para o lado e subi em cima dele, colocando minhas pernas em cada lado do seu corpo, ficando totalmente aberta para recebê-lo. 

Encaixei seu pau em minha buceta e comecei a cavalgar lentamente. Sabia que eu estava o torturando com esse ritmo, mas também sabia que ele estava adorando a sensação. Queria que ele sentisse todo o prazer que eu senti minutos antes. 

Comecei a alisar seu abdômen e braços, circulando lentamente em volta de seus músculos, causando um arrepio em sua pele por onde eu tocava. Logo que alcancei suas mãos, as segurei e encaixei cada uma sobre meus seios. 

Ele começou a apertá-los e eu intensifiquei minha sentada. Joguei a cabeça para trás quando as mãos do loiro desceram para minha cintura e ele começou a mover a própria cintura, aumentando a velocidade das estocadas quase me fazendo perder o ar. 

Seu pau se movia com pressa, deslizando para dentro e para fora de mim. Novamente, perdi o controle dos meus gemidos e Dean já estava na mesma situação que eu, quando ele gozou dentro de mim e eu cheguei ao meu ápice logo em seguida.

Meu corpo cansado pousou sobre o corpo do meu marido e mesmo com a respiração descompassada, sussurrei com a cabeça enterrada na curva de seu pescoço:

– Eu te amo, Jonathan. 

Minha voz saiu mais baixa e cansada do que eu gostaria, mas sabia que ele tinha ouvido. Dean beijou minha bochecha e saiu de dentro de mim, me ajudando a deitar ao seu lado.

– Eu te amo, Allie. Amo demais. – o ouvi declarar, pouco antes de amolecer completamente em seus braços. O loiro me abraçou e logo em seguida eu caí em um sono profundo. 

 

☆☆☆


Notas Finais


Por hoje é só!

Esperavam que justo a Bayley teria convencido o Seth a ir ao casamento?
Será que Dylan vai superar a paixão pela Alice?
Imaginaram o Seth tirando fotos com Dean, Roman e os Usos com a maior cara de bunda? Hahahahah

*A fanfic abaixo NÃO é minha, mas eu gostaria de divulgá-la, porque eu adoro ela! Então, quem puder, dê uma olhada, okay?*
- Crazy Shield Girl: http://crazyshieldgirl.blogspot.com.br

Por favor, deixem suas opiniões! Eles contam muito para a autora!

So long, babies! 💙


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