P.O.V Angélica
— nós vamos sair agora? — Jaeden perguntou olhando para mim
— sair daqui pra que? Não podemos deixar a Yasmin sozinha, o Noah não está aqui, sabe disso. — respondi olhando confusa para ele
— Achei que nós íamos matar alguém — dei uma leve risada.
— vamos falar um pouco baixo né, meu bem — disse sorrindo forçado olhando ao redor pra ver se alguém tinha escutado isso. — calma lindo, temos que pensar com calma em um plano sem falhas, tá bom? — olhei pra ele passando a mão pelo seu rosto e depositando um selinho em seus lábios.
— eu estou apaixonado por você — ele disse sorrindo pra mim. Seu olhar era penetrante. Ele estava tão lindo, mesmo que temos passado horas nessas cadeiras sem dormir e comer direito, ele estava lindo.
— eu também estou apaixonada por você — eu me aproximei novamente de seus lábios e demos um beijo calmo e intenso.
Levantamos e decidimos ir para lanchonete do hospital pra almoçarmos. A Yasmin estava fazendo uns exames, pelo menos foi isso que a enfermeira disse, então a gente não precisa se preocupar com isso.
Estávamos comendo. Enquanto Jaeden comia quieto. Eu estava pensando em como eu ia punir a Sofia e a Lizzie pelo que ela fez com a Yasmin. Todo aquele jogo psicólogo que aquela piranha fez com a Yasmin, a Lizzie é só porque odeio aquela mulher, ou melhor, aquela vadia mesmo.
P.O.V Adylla
Eu tinha só mais algumas horas até o Noah vir me buscar. Por que ele ainda finge que se importa? Isso só me machuca cada vez mais. Quando acho que as coisas estão melhorando acontece algo que me leva de volta ao fundo do poço. Só queria algo pra parar essa dor, nem que pra isso eu cause outra, como a dor física, que ameniza minha dor psicológica. Meus braços já estão todos marcados, uso manga para esconde-las, mas quem se importa.
Não gosto de usar essa metáfora. Não quero marcar meu corpo. Não quero ter lembranças dessa fase da minha vida no futuro. Eu não quero me olhar no espelho pela manhã e ver meu eu do passado destruindo minha vida.
Pablo já havia ido embora. Eu estava jogada no sofá e eu precisava criar coragem pra levantar e tomar pelo menos um banho.
Levantei e fui em direção ao meu banheiro. A casa era grande, mas era horrível morar ali sozinha e principalmente agora. O Pablo sempre vinha aqui, todo dia na verdade, a Matilde também, mas faz um tempo que ela não aparece, eu espero que ela esteja bem.
Tomei meu banho rápido, vesti uma roupa qualquer. Uma calça moletom preta, uma blusa da AC/DC e uma casaco jeans por cima por estar frio em Toronto hoje. Desci e peguei uma maçã. Comi. Eu não estava com fome, mas eu estava precisando daquilo. Acho que foi um alívio para o meu estômago.
Fiquei sentada na bancada da cozinha brincando com um copo de água e esperando o Noah chegar.
P.O.V Noah Schnapp
Eu acordei no susto com o meu despertador gritando. Eu estava quase me esquecendo que tinha que levar a Adylla no médico. Levantei com muita dor de cabeça por ainda não ter acabado com todo meu sono. Tomei um banho rapido porque ja estava atrasado pra buscar ela. Ja eram três da tarde e a consulta dela é as 15:40pm espero que dê tempo nós chegarmos lá na hora, porque é um pouco longe.
Vesti minha roupa, meu terno Armani de sempre e peguei um sanduíche que a Eduarda tinha feito pra mim. Sai de lá o mais rápido possível e fui em direção ao apartamento da Adylla.
Cheguei lá, passei pela recepção sem show. Subi com o elevador e toquei a campainha do seu apartamento. Não demorou muito pra ela atender. Logo estava ela ali parada na porta com um olhar de cansaço. Ela vestia uma roupa simples, mas do estilo dela, não havia maquiagem no rosto, nem havia penteado no cabelo, só estava em um coque alto e frouxo e um tênis surrado nos pés.
Ela saiu e trancou a porta atrás de si. Assim descemos e fomos para meu carro. Entramos no mesmo e eu dei partida no carro indo em direção às clínicas.
Por sorte chegamos lá faltando 5 minutos para a consulta dela. Primeiro nós íamos em um nutricionista e as 17:00am ela teria outra consulta, mas desta vez com um psiquiatra. Fizemos a ficha dela e entramos na sala. A doutora de início se assustou com o estado dela, mas eu contei uma parte da história que fez ela entender a situação, a consulta em geral foi tranquila. Ela passou uma dieta pra ela seguir pra ganhar massa corporal e ainda assim saudável e passou algumas vitaminas. Saímos e ficamos lá fora esperando da o horário para à outra médica.
Nós estávamos sentados em uns bancos na Praça de alimentação do predio das clinicas
— por que fez isso? — perguntei olhando pra ela esperando que ela esbanjasse alguma reação.
— o que? — ela perguntou confusa sem me olhar
— isso, por que esta fazendo isso com si mesma? — perguntei, eu realmente queria saber o porquê de ela está se torturando
— você acha mesmo que eu queria está nessa situação? Acha mesmo que eu gosto de estar assim? — ela me olhou como se a resposta fosse óbvia
— Mas por que se faz passar por esse inferno, por ele? — como ela consegue? Ela me olha triste
— sinceramente? Eu não sei, eu só... só me vi em uma situação que ele já tem total controle de mim e mesmo que eu não quisesse eu não posso simplesmente negar e fingir que não o amo. — ela passa as mão de leve pelo rosto e suspira
— por que deixou isso acontecer se meio que você já sabia que meu irmão é meio problemático e que isso talvez não desse certo? Sabe, você e ele.
— é eu sabia onde estava me metendo no começo, eu... Eu só achei que talvez... só talvez pudesse dar certo, mas saiu do controle. — ela estava cabisbaixa
— depois de tudo que ele passou, ele ainda não se permite amar ninguém. — balancei a cabeça em negação. Ele é um grande idiota por achar que alguém não pode ama-lo. Ele tem uma garota bem aqui, que daria todo amor pra ele, mas ele não aceita porque acha que ninguém pode ama-lo. Ele quer punir a si mesmo, por algo que nem ele sabe
— mas ele ama você pode acreditar, porque se não amasse não mandaria eu cuidar de você. — dei alguma esperança à ela
— não Noah... se ele me amasse de verdade, ele não mandaria você cuidar de mim, ele mesmo cuidaria. — seu olhar era triste sem emoção.
— é como dizem né, quem ama cuida. — ela disse dando de ombros
— mas é como dizem também, a gente tem que perder pra dar valor, e acho que agora o Shawn está aprendendo, por ter perdido você. — falei rebatendo o argumento dela
— só espero que a escolinha de vida dele termine logo, porque senão, não vai sobrar mais ninguém pra ele dar valor ou "cuidar"
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