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História Belle Époque - La danse


Escrita por: UchihaSpears e Saku_Sasu_Sara

Notas do Autor


Olá!

Capítulo 7 - La danse


Fanfic / Fanfiction Belle Époque - La danse

Sasuke encarava a figura alta de olhos tão negros quanto os seus esboçando uma incredulidade genuína, mas também outro tipo de sensação que o deixou praticamente sem fala. Seu irmão estava ali, bem a sua frente depois de dias sem dar nenhuma notícia.

Alargou um sorriso tomando em sinal de alívio e contentamento.

— Itachi!? — proferiu passando por sua acompanhante que os olhava num misto de confusão e curiosidade.

Itachi que até o momento encarava a mulher de peculiares cabelos rosados voltou suas esferas negras para Sasuke ainda sentindo a imensidão verde sobre si.

Encarou o sorriso no rosto do irmão, devolvendo na mesma proporção, estava com saudades de Sasuke.

Sasuke por sua vez enlaçou o irmão num abraço nada contido, tão forte quanto as batidas de seu coração que naquele momento acelerava-se desritmado.

Por vezes, nesses dias, achou que o pior tinha acontecido e Itachi a essa altura estaria nas mãos de seu algoz, Gaara no Sabaku.

— Irmãozinho. — Itachi o apertou contra si estapeando suas costas num ato saudosista, afinal depois de ser agraciado com a imortalidade nunca mais se afastou do irmão caçula por tanto tempo.

Afastaram-se esboçando belos sorrisos e olhares cúmplices.

— A propósito Sasuke, estou feliz em vê-lo também. — o sotaque inglês invadiu o cômodo chamando a atenção de Sakura e os irmãos Uchiha. Sasuke rolou os orbes até o homem pálido de olhos e cabelos negros, que estava impecavelmente elegante em seu fraque azul-marinho. O Uchiha mais novo ainda mantinha o sorriso preso à face.

— Prego, Sai! — Sasuke se aproximou puxando o rapaz pelo braço num abraço desajeitado, mas tão afetuoso e significativo quanto ao que dera ao irmão. — Benevenuto.

— É bom finalmente estar em um lar novamente. — a voz de Itachi estava carregada de tensão e Sasuke percebeu que havia bem mais do que Deidara havia mencionado naquela carta que recebera esta manhã. Viu quando os olhos astutos de seu irmão mais velho vagaram até a entrada da mansão. Sasuke prontamente fez o mesmo, chamando atenção de Sai, que por curiosidade também encarou a mulher estagnada no hall.

— Sua nova aquisição, meu primo? — Sai indagou divertido.

— Non. — respondeu seco caminhando até a jovem Haruno sem desviar o olhar. — Desculpe-me a indelicadeza, donna mia. — ele sussurrou tomando o braço de Sakura se direcionando agora aos dois homens. — Esta é Sakura Haruno. — sorriu de canto. — Mia protteta e responsável pela administração dos meus bens.

Sakura estava taciturna observando os dois homens. Notou o expressivo sotaque carregado inglês do outro Uchiha.

— Enchanté. — disse despretensiosa e sem muita disposição para estar ali. Não deixou de notar que os dois homens eram bonitos e tinham um bom porte.

— Itachi Uchiha. — ele sorriu tomando a frente. — O prazer é todo meu, my sweet. — o mais velho tomou a mão de Sakura plantando um beijo cálido e sorriu galanteador, piscando em seguida para Sasuke que o encarava inexpressivo. — Este é nosso primo de Hampshire, o Lorde Sai Uchiha. — Itachi apresentou o outro homem que apenas retirou sua cartola num gesto polido.

— Curioso, o senhor Uchiha com o seu sotaque carregado italiano e o senhor inglês e com um primo também britânico. — falou com um sorrisinho no rosto.

— Muito astuta, mio dolce. — Itachi proferiu seu perfeito italiano para o espanto de Sakura. — Além do italiano que é minha língua patrícia, falo fluente, espanhol, inglês, língua germânica, francês e o mandarim, não sou tão culto quanto Sasuke que é fluente em sete outros idiomas, mas não tenho do que reclamar. — ele sorriu ardiloso. — Quanto a Sai é um primo distante por parte de nosso falecido pai.

Sasuke encarou o irmão prendendo o riso. Seria interessante vê-lo fazer frente à impulsiva e mordaz Sakura Haruno.

— Curioso. Vejo que assim como o seu irmão se dedicaram aos estudos. — ela disse por fim. — Sasuke, se importa se eu for aos meus aposentos?

— Non, de maneira nenhuma. — Sasuke a encarou. — Mas ainda non me respondeste a pergunta que lhe fiz assim que chegamos. — ele sorriu minimamente. — Gostaria que eu a apresentasse a sociedade francesa como membro efetivo de mia corte e mia mais nueva protetta. Pense bem Sakura, se optar por esta exposição sabe que não poderá mais retroceder. — Sasuke lhe advertiu apesar de ansiar que ela assim o fizesse porque desta forma todos saberiam que ela lhe pertencia, mesmo que nunca chegasse a pertencer propriamente. Sakura era um espírito indomável e Sasuke tinha plena certeza que a jovem nunca cederia seu lado sombrio.

Sakura ponderou, afinal ela sabia que não teria outra forma de voltar à corte, seu pai a repudiava e todos da corte a achavam mais uma qualquer. O Uchiha seria a sua porta de entrada para a volta por cima.

— Claro, Sasuke. Faça o que achar melhor. Cavalheiros. — ela os cumprimentou de forma educada.

— Mademoiselle. — Itachi sorriu fazendo uma reverência seguido de Sai. Sasuke apenas observou Sakura tomar as escadas rumo a seus aposentos. Rolou os orbes até o seu dois homens que o encaravam com um semblante divertido.

— Espirituosa e arisca a lady, não achou Sai? — Itachi zombou encarando o primo.

— Pressuposto, meu caro primo. — ele assentiu. — Além de possuir umas curvas muito valorosas. — Sai fez uma expressão de aprovação.

— Mas Sakura non é uma de nós. — Sasuke proferiu seco. — Ela tem aversão a toda promiscuidade que me cerca.

— Interessante. — Itachi ponderou. — Me explique então o que está dama recatada faz neste antro de sodomia? — ele indagou curioso.

— Digamos que não houve opção. — Sasuke respondeu cortante. — Agora vamos até mio escritório, quero saber o que descobriram do paradeiro de Gaara.

Itachi assentiu e seguiu Sasuke, mas não sem antes observar a escada que a bela jovem Haruno havia subido com um interesse aterrador.

[...]

Karin encarou a porta de madeira inspirando fundo duas vezes antes de bater.

Sasuke havia solicitado sua presença no escritório, apenas para lhe designar que continuasse com os preparativos para o baile mais tarde. Ela nem teve tempo de matar as saudades de Itachi ou Sai. Apenas uma troca de olhares rápida seguida de sorrisos. Sasuke estava mais mandão do que de costume e o conhecia perfeitamente bem para notar que algo lhe perturbava.

Afastando os pensamentos deu leves toques na porta rezando para que a ocupante estivesse acordada, afinal quando cogitou solicitar a ajuda de Sakura com os preparativos foi mais para que pudesse se aproximar da jovem. Era deveras solitário ser a única mulher em milênios naquela corte.

Não que morar com os rapazes e dividir seus dias durante os sucessíveis anos fosse de todo mal, mas às vezes seria bom ter com quem conversar sobre banalidades e tentar ao menos ser uma mulher comum.

Ajeitou a mecha ruiva atrás da orelha um tanto nervosa esperando que lady Haruno não a destratasse. Bateu mais uma vez ouvindo um polido “Je Vais”.

Sakura abriu a porta, estava lendo um livro. Odiou ser interrompida de sua leitura.

— Ah, é você. — não escondeu o seu desânimo.

— Desculpe Lady Sakura. — Karin mencionou incerta. — Não queria incomodá-la, mas pensei que, obviamente se fosse do seu agrado, vosmecê pudesse me agraciar com sua ajuda nos preparativos para o baile e talvez pudéssemos ir às compras, afinal acredito que não tenha o que vestir mais tarde. — soltou mais insegura ainda diante de olhar tão gélido direcionado a si.

Sakura a encarava com desdém.

— Você já arruinou a minha leitura. Enfim... Aonde deseja ir?

Karin encarou a mulher a sua frente com um olhar esperançoso. Nunca tinha saído às compras com uma amiga, mesmo que Sakura ainda não fosse sua amiga propriamente dita, mas era o mais perto que teve durante um bom tempo.

— Bom, cogitei passarmos no mercado das flores e ir ao bistrô dos Akimichi para encomendar os suprimentos para mais tarde. — Karin pausou como se pensasse algo. — Bom o vinho sempre fora fornecido pelos Akasuna. — a ruiva sussurrou a última palavra como um impropério. — Desculpe mademoiselle. — proferiu arrependida.

Sakura fingiu não ter escutado o sobrenome do seu noivo. Ainda havia uma ferida em seu coração, não perdoava o quanto Sasori tinha sido baixo com ela.

— Bom, acho que antes de ir nesses locais que você mencionou, iremos fazer uma visita a certa pessoa.

Karin a observou com um semblante confuso.

— Bom ainda temos que ir a loja de vestidos, mas acredito que conseguiremos fazer isso bem a tempo. — Karin sorriu confiante. — Então onde a lady deseja ir?

— Iremos à residência de Shion Durband. Irei levar o convite do baile para ela, minha querida amiga mal pode esperar. — ela deu um sorriso malicioso carregado de má intenção. Karin não foi capaz de interpretar.

[...]

Assim que Karin se retirou do escritório sob os olhares nada discretos de Itachi, Sasuke serviu de uma dose de whisky oferecendo aos os outros dois homens. O irmão aceitou de bom grado quanto que o primo meneou a cabeça em negativo.

— Então Itachi, por que tanto tempo sem dar notícias? — Sasuke foi direto ganhando um estreitar de olhos de Itachi.

— Precisávamos ter certeza que as informações que tínhamos eram verdadeiras Sasuke. — Itachi levantou-se caminhando sob os olhares atentos dos outros dois Uchihas. — Gaara é escorregadio e muito perspicaz, mas ainda sim não se equipara a sua inteligência e seu dom, irmãozinho. — Itachi sorriu presunçoso.

— Então realmente ele conseguiu encontrar Orochimaru? — Sasuke indagou apreensivo.

— Não. — Sai desta vez respondeu. — Sua visão estava certa e chegamos a tempo de levarmos o Alquimista até a família Hyuuga, conforme os manuscritos de Neji. — Sai encarou Itachi que assentiu. — Sasuke temos que matar Gaara. Ele está se fortalecendo na Europa, virando um comerciante de armas vivendo de barganha e favores com os países aliados promovendo uma verdadeira carnificina de caça às bruxas em nome da Santa Inquisição. — Sai proferiu assustado. — Ele se denomina de Manus Sancti, o mão santa.

Sasuke passou as mãos sob os fios negros sorvendo o último gole do seu líquido âmbar.

— Sasuke. — Itachi pausou. — Não podemos mais adiar esse confronto e nem continuar a nos esconder. Até quando vamos fugir? Decerto, desta vez é questão de tempo até que Gaara o encontre.

— E ele não está sozinho, tem a "mão de Deus" a seu favor. — Sai afirmou convicto.

— Ainda não é o momento. — Sasuke suspirou lembrando-se de sua visão com Sakura. — Naruto entrou em contato?

— Sim. — Itachi continuou. — Estão marchando para região celta próximo a Cornualha onde o clã dos Hyuuga se mantém escondido. — Itachi encarou. — Mandei-os para lá para proteção dos últimos descendentes Hyuuga e obviamente do Alquimista.

— Fez bem. — Sasuke assentiu sob o olhar de ambos Uchihas. — Preciso de tempo para entender com clareza minhas duas últimas visões.

Sai observou com curiosidade e Itachi estreitou o olhar.

— Como assim, Sasuke? — contestou o irmão preocupado. — Isso nunca acontecera. Suas visões sempre foram claras.

— Exatamente, Itachi. — Sasuke ponderou. — Mas isso foi antes.

— Antes de quê? — Sai perguntou afobado.

— Antes de Sakura Haruno.

[...]

Karin nunca andou tanto em apenas um dia. Estava exausta, sentia que a sola do seu sapato tinha rasgado. Quantas lojas! Jurou para si mesma que não queria ver mais um vestido de seda na sua frente.

Admirou-se de Sakura, ela não estava cansada e parecia aguentar mais algumas horas.

— Já está cansada? — Sakura perguntou sorrindo.

— A mademoiselle é muito animada para compras. — falou desejando um copo d'água.

— Um pouco. Recomponha-se, iremos visitar a casa de Shion Durband.

Karin expressou um rosto exausto.

— Esqueceu?

— Completamente Mademoiselle.

— Que bom que lhe lembrei. — Sakura falou olhando a senhorita de cabelos vermelhos, ofegante. — Vamos Karin, não seja tão molenga.

Karin revirou os olhos. Foi uma péssima ideia escolha ter escolhido a Haruno como companheira de compras.

O inverno findava a suas faces por Paris. Ao contrário do que se imaginava, a cidade no inverno ficava sombria e ali era emergido sua face obscura. Nem tudo era glamour.

Pedintes iam para as ruas mendigar ajuda, especialmente para comida. O inverno trazia uma intensa migração do campo, camponeses vinham para a cidade em busca de uma forma de sobreviver, já que aquele inverno fora rigoroso e o plantio prejudicado.

Sakura nunca viu essa face de Paris antes, ficou abismada com tamanha miséria. Tão miseráveis.

— Estamos nos aproximando da casa da senhorita... — Karin hesitou, não recordava o sobrenome da mulher.

— Durband. — Sakura respondeu. — É logo ali. — ela seguiu caminhando vendo as faces dos pobres mendigando, aquilo lhe perturbou. — Sempre teve isso em Paris? — perguntou para Karin.

— Sempre houve isso no mundo, mademoiselle.

— Hm.

— Mademoiselle, poderia nos ajudar? — uma garotinha loira de olhos azuis apareceu na frente de Sakura, ela parecia ter uns cinco anos. O rosto sujo de carvão. — Não tenho o que comer.

Sakura observava a garota, tão linda e tão sofrível.

— Não tenho comida. — ela respondeu um pouco fria, sua atitude de sempre orgulhosa.

— Uma moeda.

Sakura mordeu o lábio inferior. Era a primeira vez naquela situação, não sabia como lidar.

— S'il vous plaît. — a menina implorou.

— Argh. — Sakura murmurou. — Tout bien. Aqui, cinco moedas. Poderá comprar pães e sopa. — ela abriu a bolsa de compras. — Pegue essa manta, está frio.

— Senhora! — a menina expressou surpresa.

— Vá embora antes que eu me arrependa e Karin, você não viu isso.

Karin sorriu singela um tanto tocada pelo gesto de Sakura ponderando se toda aquela arrogância não passava de subterfúgios para manter a pose de uma lady fria e calculista. A lady enfim tinha um coração.

Sakura parou em frente à casa de Shion, nem precisou tocar a campainha, viu a mulher saindo de casa.

— Sakura!

— Olá, querida. — cumprimentou com o seu desdém de sempre.

— Prometeu que nunca mais viria aqui. O que faz aqui?

— Vim lhe entregar um convite de um baile, um grande baile.

— Você está fora da corte. — proferiu ardilosa.

Sakura deu um risinho de lado. Pensou se contaria a verdade para Shion, mas queria ver a expressão dela na frente de todos da corte quando a visse e que esse baile, na verdade era em sua homenagem.

— Ah, virei mensageira da corte querida. Pediram para lhe entregar. Estará por lá?

— Eu nunca perco um baile. — afirmou desdenhosa.

— Fabuloso, querida. Espero que se divirta por lá, Shion. Vamos Karin?

— Oui, é tudo que mais quero. — a ruiva resmungou.

As duas atravessaram a rua ladrilhada.

— Sabia Karin, Paris seria mais bonita se não tivesse essas pessoas pedindo esmolas, tão deselegante. Não acha?

— De todo modo sim. — Karin proferiu sentindo os pés latejarem. — Mas na minha singela opinião, Paris seria mais bonita se fosse menos podre. — ela encarou Sakura. — Não no sentido real da palavra, mademoiselle, mas menos hipócrita, não acha?

— Prefiro não comentar Karin.

 A ruiva assentiu caminhando ao lado de Sakura com a certeza de que este baile seria uma verdadeira revolução na corte francesa.

[...]

Sasuke finalizava o bilhete com sua caligrafia desenhada e elegante, quando a risadinha baixa de Suigetsu rompeu seus tímpanos.

— Va a perforar el papel. — Suigetsu proferiu ganhando um olhar duro de Sasuke. — Que se pasa? Só fue una pregunta. — o espanhol deu de ombros.

— De gosto dúbio. — Sasuke mencionou entregando o papel ao Hozuki. — Entregue a lady Matsuri Lacroix.

Suigetsu observou a tira estendida e sorriu.

— Entiendo. — ele proferiu puxando da mão de Sasuke. — Alguna recomendaciòn adicional? — sorriu malicioso.

— Apenas que não se atrase e se atenha ao bilhete. — Sasuke murmurou.

— Como quiser. — Suigetsu se dirigiu a saída parando com mão sobre a maçaneta. — Sasuke?

— Hn. — O Uchiha encarou as costas largas do espanhol.

— Você me disse uma vez que não ficaria com essa mulher novamente apesar dela corresponder às suas predileções. O que fizeste mudar de ideia? — Suigetsu tentou ao máximo manter o fluente francês que aprendera há pouco.

— Mio amico, nem sempre podemos ter o que almejamos! No meu caso ainda é mais complicado, já que nem todas estão dispostas a saciar minhas necessidades e aguentar minha carga. Matsuri se mostrou receptiva, além de ser una bela donna, mesmo não sendo a mulher que desejo, ainda sim é do meu agrado. — Sasuke encarou a janela de seu escritório vagando o olhar pela rua.

— Mucho bien. Hasta la vista, Sasuke.

O Hozuki fechou a porta com um baque forte deixando Sasuke absorto em seus pensamentos. Mesmo que desejasse Sakura de uma maneira profana com toda sua promiscuidade mais sombria, precisava extravasar toda aquela carga que se instaurou depois da conversa com Itachi e Sai naquela manhã.

Não podia, naquele momento, se dar ao luxo de buscar outra lady subserviente já que sua sede estava implacável e a necessidade de infringir prazer e dor tomando conta de seus sentidos, nublando-os. Conhecia a lady Lacroix, fora justamente uma de suas primeiras aquisições ao chegar à França.

Polida, recatada e silenciosa tudo o que ele esperava de uma submissa.

Não foi difícil convencê-la a experimentar seus caprichos, na verdade ela parecia ter sido feita para aquilo levando Sasuke a desconfiar que bela loira de olhos castanhos e tímidos já tinha sido subserviente antes. Não que importasse para o Uchiha, seria deveras mais cômodo se fosse, mas algo naquela mulher o incomodava. Sempre sorrateira e silenciosa.

Foi então que Sasuke optou por cortar o mal e findar a relação mestre e subserviente.

Foram, ao todo, sete sessões mais do que prazerosas, mas nem isso o fez permanecer o enlace, afastando qualquer possibilidade até o presente momento. Infelizmente teve de optar por agir como um frangote no auge de sua puberdade e se masturbar pensando na pele leitosa e no sorriso intenso de Sakura Haruno ou atender as necessidades mórbidas de seu corpo, mas principalmente de sua alma.

Não se demorou no escritório, caminhando sorrateiramente para o salão comunal que estava repleto aquela noite. Sasuke observava pontuando o belo trabalho que Karin fizera daquela vez, desde os excelentes músicos até a belíssima mesa adornada pelas iguarias dos Akimichi.

Os serviçais transitavam com as bandejas abarrotadas de champanhe roset cultivados na vinícola Akasuna, o melhor de toda França.

Sasuke sorriu ao tomar para si uma taça degustando do adocicado e borbulhante líquido rosado. Tão irônico que o sobrenome responsável pela queda de lady Sakura seria naquele momento uma porta de entrada para sua ascensão.

Notou quando Karin se aproximou com os braços entrelaçados a Itachi ao que parecia numa conversa animada.

— Vejo que mal chegou e já tomou para si minha acompanhante, mio fratello. — Sasuke sorriu para o irmão seguido de uma piscadela marota.

— Antes eu fosse a primeira opção deste calhorda, Sasuke. — Karin sorriu estapeando gentilmente o braço de Itachi. A ruiva estava realmente bela com um vestido azul turquesa e os cabelos longos levemente presos e uma maquiagem mais leve bem diferente do habitual. Sasuke rolou os orbes até o irmão num pedido mudo para entender a que Karin se referia.

— Não ligue para ela, Sasuke!— Itachi fez muxoxo. — Ela só diz asneiras.

— Ora. — Karin sorriu tentando parecer ofendida. — E desde quando foi asneira o que eu perfeitamente ouvi? — ela colocou as mãos na cintura se livrando do enlace de Itachi.

— Não foi nada demais. — ele entrou na brincadeira dando de ombros. — Eu quis ser gentil com a moça, oras. — ele sorriu galanteador.

Sasuke ainda encarava a conversa divertida de ambos sem muito compreender.

— Sasuke, Itachi só me aceitou como acompanhante porque fora rechaçado com todas as letras por lady Haruno. — Karin tratou de explicar para o Uchiha mais novo o que acabara de acontecer no corredor do andar de cima.

Sasuke apenas encarou o irmão com um olhar penetrante. Itachi ameaçou falar, porém o burburinho intenso tomou o local, mesmo que a música soasse vibrante aos ouvidos dos demais convidados.

O italiano voltou seus olhos negros em direção ao intenso falatório e estagnou ao contemplar os fios rosados exalando soberania e luxúria.

Vermelho.

Aquela era a cor da tentação e cobiça nesta noite.

Sakura trajava um vestido vermelho e um decote provocante que expunha todo seu colo alvo salpicado de suas deliciosas sardas.

Os seios redondos e acomodados despertavam muito além dos olhares libidinosos, pelo menos nele, algo que beirava a irracionalidade, talvez seu lado mais animalesco. A cintura fina e bem desenhada pelos espartilhos fizeram sua boca salivar. A maquiagem delicada era só um adendo àquele rosto perfeito e os olhos predatórios.

Sasuke sentia o ar tornar-se rarefeito e a necessidade de sair dali o entorpecia. Era demais para sua sanidade vê-la tão apetitosa como estava agora.

Notou que não só ele, mas a maioria dos homens daquele salão incluindo Itachi e Sai, já que este último a mantinha entrelaçada ao seu braço.

Engoliu seco quando Sakura ajeitou os cabelos soltos em ondas pelo colo leitoso e direcionou um discreto sorriso a si.

Sakura sabia que era bela, sempre usou isso ao seu favor ao lado da sua condição social. Naquela noite ela tinha a plena certeza que seria a estrela da noite, roubaria para si todas as atenções dos presentes. Seria o seu grande momento.

— Admirado com a minha beleza, Uchiha?

— Deveria ser mais específica mademoiselle, pelo que me consta há três cavalheiros cujo sobrenome fora citado. — Itachi tomou a frente de Sasuke que apenas sorria de canto diante as palavras sarcásticas regadas de um humor ácido, obviamente sabia que a pergunta fora direcionada a si, mas como sempre seu irmão mais velho e o seu insistente hábito de ser o centro das atenções e cortejar tudo o que use saias estava em alta. Sentiu-se estranhamente incomodado, mesmo tendo absoluta certeza da aversão de Sakura por tudo o que carregue o sobrenome Uchiha.

— Talvez eu deva ser o padrão de beleza dos Uchihas. — ela respondeu sem manter o sorriso ou a pose de sempre. — Mas já que respondeu monsieur Uchiha Itachi, admirado com a minha presença? — ela perguntou e logo fixou o olhar em Sasuke.

— Não imagina o quanto. — Itachi sussurrou plantando um beijo cálido sobre a mão da jovem.

Sasuke encarava os orbes verdes repletos de vivacidade. Pela primeira vez desde que Sakura chegara a sua casa pode contemplar um olhar com genuíno brilho, tão sedutor que por um breve momento o fez esquecer-se do propósito daquela noite, não era tão descuidado e descortês. Suspirou desviando o olhar para Karin, pensando se Sakura estava o provocando, dois poderiam jogar este jogo.

— Se me dão licença. — Sasuke proferiu estendendo a mão na direção de Sakura que titubeou, mas manteve a postura assim que o Uchiha mais novo passou por ela parando defronte a Karin. — Me concede esta valsa mia bela donna? — Karin sorriu e encarou o semblante desgostoso de Sakura e entendeu o que seu grande amigo estava tramando.

— Adoraria, monsieur. — ela fez uma reverência leve e caminhou com Sasuke sob os olhares atentos dos outros dois Uchihas e da jovem de cabelos rosados.

— Bom, estou sem um cavalheiro ao meu lado para dançar essa valsa, seria algum incômodo, Uchiha? — perguntou a Itachi, observando Sasuke indo ao meio do salão dançar com Karin.

Teve um rápido pensamento que Sasuke realmente não tinha interesse nela e como ele sempre costumava a dizer: queria ajudá-la.

Foi uma sensação desconcertante ao constatar isso, ninguém naquele lugar costumava ajudar pessoas sem interesse.

— Seria uma honra se me concedesse esta valsa. — Itachi sorriu galante. — Afinal qual homem não deseja a companhia de uma lady tão bela quanto vosmecê. — Itachi fez uma mesura e Sai cedeu o braço de Sakura ao primo nem um pouco incomodado em ficar sozinho.

Não que a presença da Haruno fosse desgastante ou não tivesse notado sua beleza, mas Sai estava mais preocupado em se alimentar e posteriormente sair à francesa para repousar em seus aposentos. Nunca gostou muito dos bailes que Sasuke dava em Londres, nem no tão promíscuo Antro ele costumava participar, preferia do conforto dos seus livros e poesias. Era um amante da arte, ciência e filosofia.

Os olhares de Sasuke e Sakura se cruzavam à medida que a valsa soava lenta. O Uchiha procurava ser discreto, mas Sakura parecia reter um magnetismo que o puxava em sua direção.

Ao fim da valsa os casais foram ovacionados e Sasuke achou o momento adequado para apresentar Sakura já que todos os homens mais poderosos da corte estavam no salão.

Notou Lady Shion Durband adentrar o salão acompanhada da ex-dama de companhia de Sakura, a senhorita Ino. Imediatamente seu olhar cruzou com as esferas verdes que se voltaram para ele no mesmo momento. Havia uma conexão entre eles, um vínculo que Sasuke nunca havia sentido antes.

Sakura parecia lhe confirmar que aquele era o momento propício para o anúncio. O Uchiha apenas meneou a cabeça em concordância pedindo licença a Karin, se dirigindo em direção a Haruno que não manteve seu olhar felino no italiano, mesmo tendo o falante e sedutor Itachi Uchiha ao seu lado.

— Itachi. — Sasuke interrompeu a falácia intensa do irmão que o encarou. — Tomarei sua acompanhante por um momento, sim?

Itachi entendeu o recado se afastando, Sasuke apenas agradeceu tomando os braços da mulher e pondo-se a caminhar.

— O seu irmão é um excelente dançarino, me contou sobre a vida dele em Londres e claro, tive que fugir de seus flertes. — ela disse com um sorrisinho. Não demorou para que ela visse lady Shion ao lado de Ino, seus olhos brilharam. — Que maravilha!

— Itachi é um falastrão. — proferiu sorrindo de lado resolvendo provocar Sakura um pouco mais. — Um flerte sempre nos alimenta o ego.

Ela olhou-o astutamente.

— Então... Se ele quiser flertar comigo e eu ceder, não terá problemas para você? — perguntou como quem não queria nada, de forma banal.

— Exatamente. — proferiu entrando no jogo de Sakura. — Como já lhe disse uma vez, só a tocarei se assim desejar. — ele sussurrou próximo ao ouvido de Sakura. Notou o rubor tomar as bochechas da jovem e ela o encarar como se fosse atacá-lo, mas antes que Sakura pudesse concluir o que ela ansiava em pensamento, Sasuke tomou a palavra chamando a atenção de seus convidados para si ao erguer sua taça de champanhe e estender outra na direção da Haruno.

— Gostaria de lhes propor um brinde e exaltar não só a beleza de uma mulher que a pouco fora rechaçada por muitos dos presentes que aqui estão esta noite, mas também por seu brilhantismo, sua inteligência e perspicácia para os negócios. — ele pausou sorrindo mordaz. — As notícias são como o vento e se espalham de forma inconstante, sendo assim quis eu mesmo deixar claro meu real envolvimento com a dama em questão, para evitar qualquer comentário fora de contexto ou mentiroso. — ele encarou Sakura. — Que fique bem claro, perante a corte parisiense que Sakura Haruno é uma amiga preciosa, minha protegida e membro efetivo de minha corte. — ele vagou pelos rostos presentes um a um mantendo o sorriso sardônico sob os lábios finos. — E se porventura alguém atentar contra ela ou maldizê-la estará fazendo o mesmo a mim. — Sasuke sorveu o líquido rosado sob o silêncio sepulcral. — Uma salva de palmas a homenageada desta noite, Sakura Haruno.

Sakura ergueu a taça de champanhe e sorriu orgulhosa acompanhando as palmas em sua direção, não conteve seu sorriso desvanecido quando viu lady Shion a aplaudindo ainda atônita, aquele era o seu momento que tanto esperou, sua volta por cima. A velha Sakura estava de volta e agora com uma independência. Iria fazer história em Paris e mostrar que era mais que uma lady frágil, agora era uma mulher de negócios.

Após o brinde Sasuke foi até Karin que parecia fugir das investidas de Suigetsu. O italiano havia percebido o interesse insistente do Hozuki, um dos últimos a ingressar  em sua corte e beber o elixir.

Olhou a volta buscando por algum sinal de Itachi e deduziu que o irmão já se dirigia para o Antro, na verdade assim esperava, já que não vira mais ele ou Sakura após o brinde. Tratou de afastar os pensamentos que nada ajudavam a manter-se são. Tomou o relógio de bolso nas mãos notando faltar um pouco mais de um quarto de hora para que lady Lacroix chegasse, enquanto isso teria de se contentar em devanear sobre seu interesse implacável pela mulher de cabelos rosados. Notou Sai próximo a mesa do buffet e sorriu. O primo sempre indiferente às festas que ele organizava.

— Karin? — o olhar de alívio foi tudo o que Sasuke conseguiu visualizar. — O que se passa? — perguntou já ciente da resposta da ruiva.

— Hozuki. — ela sussurrou proferindo o nome do espanhol de forma impessoal.

Sasuke arqueou uma sobrancelha, divertido.

— Desde quando se tornou Hozuki? — indagou recebendo uma bufada seguida de uma mudança abrupta de assunto.

— Em que posso ser útil, monsieur Uchiha? — fez uma reverência formal. Sasuke sorriu contido resolvendo deixar o assunto para outro momento.

— Que seja. — murmurou. — Já pode direcionar apenas um grupo pequeno incluindo a lady Durband e o herdeiro dos Aburame para o Antro, tenho negócios a fechar com este último. — Karin apenas assentiu desesperada para sair do olhar inquisidor de Sasuke Uchiha.

Percebendo o incômodo da jovem, o italiano se afastou buscando tomar um ar na varanda a fim de desanuviar as ideias.

A noite gélida impedia que muitos se mantivessem ao ar livre, mas isso não importava para Sasuke que sempre preferiu o clima. Alinhou o fraque negro caminhando até sacada que permitia a visão de todo o jardim, agora bem mais visível já que o solstício de primavera se aproximava.

Cerrou os olhos apreciando a brisa da noite. Precisava descobrir o que aquelas visões significavam.

[...]

Sakura estava atendendo aos convidados, novamente ela tinha a corte aos seus pés. Seu sorriso era vitorioso e fazia questão de exibi-lo, ela estava por cima. A lady já tinha tomado a sua segunda taça de champanhe naquela noite, ela não reagia bem ao álcool, esse já esquentava o seu sangue fazendo-a sorrir deliberadamente para os presentes.

Mesmo em um grande baile como esse, foi inevitável não pensar em Sasori, costumava a ir nesses eventos com ele. Tudo lembrava aquele maldito, nem tocou no vinho para não recordar dele.

— Lady Haruno... — Shion se aproximou dela.

— Senhorita. — Ino disse sorridente ao ver sua ex-dama.

— Não lhe dei autorização para falar com ela Ino. Coloque-se no seu lugar. — reclamou com a jovem, Ino abaixou a cabeça. Sakura considerou aquilo um ultraje. Seu sangue ferveu.

— Shion! — disse com desdém.

— Então por isso quis que eu viesse, para ver a sua ressurreição?

— Como uma fênix. — ela completou. — Gostou? — perguntou.

— Esse é o lugar conveniente para você. A luxúria ocorre por aqui.

— E olha que coincidência, você aqui. — riu de escárnio. — Por favor, eu vi você chupando um homem querida. Me poupe.

Ino abaixou a cabeça subserviente a sua nova senhora, mas por dentro seu coração dava solavancos de felicidade.

— Você disse que ficaria em silêncio com isso, não foi? — ela segurou o braço de Sakura com força, porém a mulher soltou-se.

— Prometi. Espero que curta a festa. Beba e que eu saiba, a orgia logo começa. Não perca. Uma dúvida Shion: — ela aproximou-se da mulher e sussurrou no ouvido. — Como é ser fodida na boca?

— Você continua sendo detestável. Ande Ino, afasta-se dessa mulher depravada.

— Não! Ino fica. Ela é minha.

Shion ergueu as sobrancelhas surpresa.

— Ficará ao meu lado Ino, ou deseja ir com ela? — Sakura questionou-a. Não escondia a felicidade de ver a amiga de volta, não conseguia ver Ino apenas como uma dama que era paga, ela era a sua amiga, a melhor. — Não tenha medo.

— Com a senhorita, claro que com a senhorita. — ela disse não escondendo a felicidade.

— Não esperava outra resposta. Pode ir Shion e certifique-se depois de ajeitar o batom. — ela riu assistindo a mulher indo embora furiosa.

Sasuke observou Sakura de longe interagindo com lady Durband, se sentiu de alguma forma aliviado por ela estar transitando entre os convidados e não em algum lugar mais reservado acompanhada de Itachi.

Percebeu a altivez e a forma que ela se portava tão recatada que despertava seu outro lado obscuro.

— Vejo que adquiriu um novo passatempo desde a última vez que nos vimos. — a voz arrastada de mademoiselle Matsuri Lacroix tomou seus ouvidos deixando um rastro do seu perfume adocicado. — Se não conhecesse meu Lorde, diria que se apaixonou por sua venenosa pupila.

Sasuke encarou o rosto pálido devido à maquiagem excessiva, porém mirou os olhos no decote ousado da vestimenta dourada da mulher.

— Acho que está equivocada, mademoiselle Lacroix. — ele sorriu sádico. — E por conta deste comentário absurdo terei de puni-la avidamente. — Sasuke proferiu empurrando o questionamento de Matsuri no mais fundo de seu subconsciente. Eram questionamentos que ele não estaria pronto para fazer.

— Não vejo a hora de que cumpra o prometido.

Sasuke sorriu mordaz tocando as costas da mulher com delicadeza, delicadeza esta que lhe faltaria quando estivessem a sós em sua masmorra.

[...]

Ino contava o que viveu na casa da senhorita Durband. Realmente Shion era uma mulher rasa, Ino deu detalhes e falou o quanto sentia falta da senhorita Haruno. Sakura ficou grata ao ouvir tais palavras, porém seus olhos não desgrudaram do Uchiha e a conversa com aquela mulher. Ambos pareciam tão íntimos. Seria aquela mulher a prometida dele? Àquela que se submetia às suas vontades e tomava para si o seu prazer?

Não achou ela tão atraente ou digna do Uchiha. Ela era tão básica e inexpressiva.

Viu os dois saindo à francesa do salão. O que eles iriam fazer? Talvez a carregasse para aquele lugar repleto de libertinagem.

— Vamos Ino, quero tirar uma de minhas dúvidas. — puxou a mão da acompanhante e seguiu em direção ao caminho Sasuke fizera.

Sai degustava um prato recheado de frutos do mar, encantado com a culinária francesa quando notou lady Haruno passar por ele com demasiada pressa quase o derrubando.

— Lady Haruno o que se passa? — indagou curioso. — Ia questionar se acaso não vira meu primo Itachi. — buscou sorrir o mais genuinamente, mesmo que suas expressões sempre soassem robóticas. Rolou seus olhos negros pairando sobre a figura estagnada ao lado da Haruno chamando sua atenção. A mulher esguia de fios aloirados mantinha o rosto corado e os olhos azuis voltados para si de maneira hipnótica. Espantou-se com a beleza digna de Afrodite escondida em panos simplórios como aqueles e sorriu imaginando que aquele belo rosto angelical deveria ser retratado em uma pintura.

Sakura parou em frente ao homem. Estava apressada e naquele momento não dava para jogar conversa com Sai, ele gostava muito de falar.

— Não vi Itachi. — ela respondeu olhando o corredor.

— Ora, pensei que depois da valsa ele seria seu fiel acompanhante? — indagou pensativo. — Itachi não costuma fugir de suas conquistas. — Sai encarou Ino. — Quem é sua jovem acompanhante?

Sakura logo notou o interesse do homem na sua acompanhante. O olhar dele não desgrudava do de Ino que estava embaraçada, nunca tinha passado por uma situação assim.

— Pois é, ele me abandonou. — ela olhou para Ino com um sorriso oportunista. — Minha nobre acompanhante, Ino Yamanaka. Minha fiel amiga. Bom, eu tenho que resolver alguns assuntos, Ino, poderia fazer companhia ao primo do monsieur Uchiha? Não demorarei.

— Si-sim. — sussurrou Ino tão envergonhada diante do olhar fixo em si.

Achou o homem de uma beleza estoica e postura elegante, digna dos lordes ingleses, mas aquele olhar íntimo que ele lhe lançara a desconcertou.

— Ino é uma ótima companheira, sabe falar de todos os assuntos. Tenho certeza que terão uma agradável conversa. Até mais. — ela cumprimentou Sai e saiu em busca de Sasuke na intensa curiosidade sobre o que aquele devasso italiano estaria fazendo.

 — Qual quarto? — perguntou-me a si mesma.

[...]

O ar se tornou mais denso à medida que se aproximavam de seu destino. Matsuri conhecia aquele caminho perfeitamente bem desde os castiçais enfileirados numa ironia grotesca até a imensa porta de madeira rústica.

Sentiu quando seu braço fora puxado para trás com força fazendo-a gemer de satisfação.

Sasuke empurrou a porta lançando o corpo delgado da mulher para dentro de sua masmorra. Apesar do nome o aposento era deveras sensual, mesmo repleto de atenuantes.

A enorme cama ocupava o centro do quarto, os lençóis e tapeçaria do mais puro algodão egípcio em tons escuros compunham o cenário macabro, mas ao mesmo tempo erótico.

No canto a jaula de ferro e seus grilhões bem ao lado da cômoda repleta de cordas, agulhas e os lenços vermelhos bordados com as iniciais de Sasuke, perfeitamente alinhados de acordo com seus tamanhos. As gavetas guardavam alguns apetrechos, velas, plumas, cintos, algemas, tônicos e objetos de higiene corporal. Tudo o que um mestre necessita para dominar, castigar e excitar sua aprendiz.

Na ponta da cama as correntes pesadas e grossas serviam de adorno juntamente aos cadeados de bronze. No canto superior a coleção de chicotes de montaria devidamente sobreposta à altura equivalente ao mestre.

Havia ainda inúmeros objetos de tortura espalhados pelo cômodo, que mesmo possuindo aquelas paredes cruas e escuras deixando o ambiente ainda mais similar ao propósito conseguia ser tão erótico e abrasador quanto seu mestre.

— Fique nua. — ordenou o Uchiha com os olhos escuros e sombrios.

— Sim, mestre. — a mulher o encarou puxando o vestido deixando amostra os seios grandes e a pele bronzeada.

Sasuke se aproximou apertando o rosto da jovem com força.

— Já é o terceiro erro que cometes em um curto espaço de tempo. — ele assumia aos poucos sua face obscura. — Primeiro para vosmecê sou lorde. — ele aumentou o toque fazendo Matsuri gemer de excitação. — Segundo não me olhe nos olhos, aqui somos lorde e sua serva, portanto está aqui para me servir de maneira polida e respeitosa para saciar-me, fui claro? — Matsuri assentiu excitada sentindo a umidade crescer em seu sexo. — Muito bem. — Sasuke a soltou dedilhando os chicotes de montaria tomando em mãos o de couro revestido com pequenos guizos nas tiras que pendiam sua ponta.

Voltou ao dossel da cama retirando o fraque e camisa branca deixando dorso bem detalhado as vistas.

Encarou a mulher nua e ajoelhada próxima à jaula com um sorriso satisfeito, era por isso que Matsuri era perfeita para o papel, sabia o que ele desejava e precisava. Era obediente e sucinta coisa que Sakura dificilmente seria, afastou mais uma vez o pensamento sobre aquela maldita mulher e se aproximou da Lacroix.

— Eu havia lhe dito que tiveras cometido três gafes. — ele encarou a pele bronzeada ansiando por maculá-la. — A terceira foi a mais grave dentre elas. E será por causa dela que te castigarei. Olhe para mim. — ele exigiu sendo prontamente atendido. — Vais aprender que não se deve especular sobre seu lorde. — Sasuke ricocheteou o chicote no ar provocando um barulho seco e a certeza de uma noite regada de prazerosas torturas.

[...]

Sakura caminhava pelo o corredor e percebeu o quanto aquela mansão era enorme, já estava perdida, nunca tinha estado ali. Sentiu um frio na barriga, o local parecia tão abandonado, foi inevitável não pensar nas histórias de casas assombradas quando era criança.

Onde o Uchiha estaria?

No corredor iluminado pelas tochas ela viu um quarto no fim, tinha uma grandiosa porta e uma maçaneta dourada, reluzia, provavelmente era de ouro. Sakura deu passos acelerados até a porta, constatando estar trancada. Ia continuar a sua procura pelo o Uchiha, mas desistiu quando ouviu barulhos do outro lado, ele deveria estar ali.

Ouviu a voz dele.

Abaixou e ficou de joelhos espiando pela a brecha entreaberta. Era ele com uma mulher desnuda.

Abriu a sua boca em admiração e fechava os olhos a cada chicoteada do chicote de couro nas costas da mulher, ao passar o tempo ela se acostumou com a visão daquele ato pecaminoso e submisso.

— Então é assim… — disse assombrada para si, não parecia um absurdo, sua ávida curiosidade não lhe permitia desgrudar os olhos daquela cena.

Seu sangue esquentou e pensamentos impuros habitaram sua mente. Não conseguia compreender como àquela mulher se submetia aquilo, era loucura, mas parecia tão bom. Excitante.

— Que feio, mademoiselle! Espiando por detrás das portas! — a voz de Itachi ressoou de forma maliciosa fazendo a jovem Haruno desconcertar-se. Itachi notou o receio ao confrontar os belos e vividos olhos verdes da lady com a certeza de que aquela situação não poderia ter lhe acontecido em melhor hora.

 


Notas Finais


Hm.... o que será que vem pela frente? Teorias?
Beijocas e até!


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