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História Beloved Dragon (Descontinuado) - Termas


Escrita por: K4CCH4N

Capítulo 3 - Termas


Acordou no meio da noite ao sentir suas asas formarem atrás de suas costas e seus chifres darem um peso extra a sua cabeça.

Isso tinha 5% de chance de acontecer e aconteceu justo quando um humano dormia praticamente ao seu lado.

Eijirou interrompeu seu processo de transformação, escondendo suas partes dracônicas e logo olhando para todos os cantos a fim de certificar-se de que ninguém estaria o observando.

Voltou-se a Katsuki, que até onde se lembrava, dormia alguns metros de distância de si e, graças aos deuses, ele estava dormindo como um anjo.
Algo bem diferente de quando estava acordado.

O ruivo ficou internamente grato, voltando a deitar-se com o intuito apenas de descansar minimamente seu corpo.

Esforçou-se para não dormir. Não queria correr o risco de ser visto em sua forma dracônica por um humano.

***

Estranhamente, o loiro não foi embora no dia seguinte.

— Ei, cabelo de merda! — Berrou ao avistar o ruivo deitado na grama fora da caverna.

— Eu? — o dragão questionou, confuso com o apelido

— É claro que é você, idiota — berrou — Que outro idiota com o cabelo horrível teria aqui?

Kirishima pensou em ficar calado, mas seria uma verdadeira idiotice perder aquela oportunidade.

— Você? — respondeu, observando a cara de Bakugou se fechar mais, se é que isso era possível — Digo, nós temos cabelos parecidos, então...

— Argh, foda-se — revirou os olhos ignorando a refutação — Por que não me acordou antes?

— Pensei que estivesse cansado, então achei que dormir mais um pouco fosse deixá-lo melhor. Sinto muito se não era isso que queria — utilizou um tom de voz mais ameno, deixando quase óbvio o arrependimento que estava estampado em sua cara.

Isto não escapou do olhar afiado do loiro, que sem saber como reagir do que havia causado, optou por fugir da situação.

— Tch...Que seja — rumou ao lago que haviam ido no dia anterior.

— Onde vai? — Livrou-se do sentimento negativo – por mínimo que fosse – momentaneamente, focando-se no loiro, imaginando que o mesmo já estava indo embora.

— Banho — respondeu preciso.

— Em uma água fria como aquela? — haviam adentrado o lago anteriormente, mas não entraram completamente justamente pela água gelada característica de tal lago.

— É o que temos pra hoje — revirou os olhos — Onde mais eu iria?

Kirishima então se levantou com um pequeno sorriso entre seus lábios.

— Me siga — foi o que disse antes de começar a andar em direção a caverna.

Katsuki ficou confuso pela ação tão repentina, hesitando por um instante, mas no fim, seguiu o ruivo.

Eijirou prosseguiu guiando o loiro pelo interior da caverna. Já havia se passado alguns minutos.

— Onde caralhos nós vamos? — decidiu questionar.

— Você vai ver.

O loiro grunhiu insatisfeito com a resposta vaga. Ia questionar mais uma vez, de forma mais rude, porém começou a enxergar algo a mais além de pedras e mais pedras que eram iluminadas pela tocha que Eijirou carregava para iluminar o caminho.

Havia uma luz à frente deles que se aproximava a cada passo dado.

Logo, a tocha já não era mais necessária.
No momento que pisaram, ao que tudo indicava, fora da caverna, foi possível ver e sentir a luz solar iluminando o local. E logo, também foi possível enxergar as águas cristalinas e reluzentes. Era uma área vasta, com árvores em abundância. Haviam algumas rochas que cercavam o pequeno lago em meio às árvores.

Katsuki sentiu o ar quente chocar-se contra sua pele ao se aproximar das rochas, causando-lhe uma sensação deliciosa e agradável. Começou a contemplar aquela paisagem, esquecendo-se do ruivo ao seu lado.

Estavam em uma fonte termal.

— Você pode tomar banho aqui — Kirishima tirou-o de seu transe, direcionando-lhe um sorriso que, mais uma vez, recusava-se a admitir que era o mais belo que já vira.

— Certo — Concordou depois de apreciar – por um tempo que julgara grande – o sorriso de Eijirou. aproximou-se das rochas e desceu com cuidado para enfim chegar a beira da fonte termal, começando a se despir-se sem pudor algum. Talvez houvesse esquecido da presença de Eijirou.

Ficou totalmente nu, adentrando a água quente, que imediatamente trouxe uma sensação relaxante a todo seu corpo.

Mesmo já estando acostumado com a visão do corpo do loiro, naquele momento, parecia que nunca havia visto antes, focalizando sua visão ao corpo do loiro – agora totalmente despido.

Kirishima observou toda sua trajetória, vidrado no corpo alheio. Observou seus músculos muito bem definidos e treinados tendo suas coxas igualmente musculosas, sem contar as várias cicatrizes que marcava-os. Bíceps, abdômen, tudo. Não havia nada exagerado demais. Tudo era simplesmente muito másculo e perfeito, na visão do ruivo.

Era uma visão deliciosa. Mas sabe o que era melhor ainda?

Desceu seu olhar, encarando diretamente a bunda incrivelmente arredondada do outro.
Essa parte sim nunca havia visto de fato. E que visão bela que havia perdido.

Foi tirado de seus devaneios ao sentir a saliva escorrer de sua boca. Pelos deuses, estava sedento.
Balançou a cabeça para dissipar aqueles pensamentos e logo teve a brilhante ideia de se juntar a Bakugou. Tinha consciência que sua situação poderia piorar, porém não pôde resistir a tentação.

Despiu-se rapidamente e adentrou a água - sentiu toda sua tensão sumir - ao lado do loiro, que  franziu o cenho em desagrado.

— Por que caralhos entrou aqui? — Questionou, parecendo estar incomodado.

— Pensei que tomar um banho em águas termais não seria uma má ideia.

— Não poderia esperar eu sair?

— Mas foi por você que eu entrei.

Silêncio.

Aquilo foi dito de modo impulsivo. 

Eijirou estava se contorcendo de medo enquanto Bakugou não sabia como reagir. Não sabia como se sentir.
Mas talvez, apenas talvez, tivesse adorado aquela resposta.

— Quero dizer, p-pensei que quisesse companhia — após um minuto o ruivo se manifestou, desviando o olhar para qualquer lugar que não fosse onde o loiro estava.

— Porra, você mente muito mal.

— N-não é mentira! — exclamou, deixando ainda mais evidente seu nervosismo.

— O cacete que não é — rosnou — Que merda foi essa que me disse?

— Não sei. Foi sem querer, sinto muito — disse com suas bochechas quase em chamas — Podemos mudar de assunto?

— Não, agora vai me dizer o que pretendia entrando aqui. — Não se deu por vencido e insistiu.

— Não — negou — É errado.

Sussurrou a última parte melancólico.

Teve medo de ser convencido a responder os questionamentos do loiro ou que estivesse de fato incomodando-o com sua presença, levantando-se e pegando suas roupas, indo para a entrada da caverna esperar o outro.

Bakugou observou tudo em silêncio. Havia ficado pensativo com a frase que foi sussurrada pelo ruivo.

"É errado" 

Estava uma confusão de pensamentos em sua mente. Se isto era sobre o que ele pensava que era, (in)felizmente tinham uma mesma opinião sobre. Era errado, um ato pecaminoso e sujo. Repugnante.

Bom, ao menos era o que os mais velhos diziam a si, induzindo-o a pensar da mesma forma.

Mas haviam tantas coisas que eles diziam ser certas, e que, aos olhos do loiro eram erradas, que Bakugou começava a duvidar se relacionar-se de forma mais íntima com outro homem era de fato errado.

Começou a questionar as ações das pessoas da pequena comunidade em sua vila.

Eram tantos seus questionamentos que levou-o ao lugar que ele estava agora.

E agora, não tinha para onde voltar.

[...] 


Notas Finais


Daqui a pouco posto o mais recente aqui também


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