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História Bendy Straw at InkSide School Life - Capítulo 06: Um Jantar em "Família": Conflitos no Salão


Escrita por: DMHinamori

Notas do Autor


~ Hii, moshi moshi.
Eu voltei 🎶🎵 ... ok parei.
Queria mais uma vez agradecer aos novos favoritos e comentários (Que ainda faltam responder...)
E antes de começar só alguns avisos rápidos:
* Eu editei todos os capítulos anteriores, porém de 1 á 4 não houveram grandes mudanças, eu apenas alterei os termos que estavam errados (Com certeza ainda tem erro gramatical pra k7). Já o capitulo 5 foi quase reescrito, houveram muitas mudanças, então se você não entender algo desse só voltar lá;
* Eu notei que não tenho capacidade de montar meu próprio mapa mund para essa história (Ta, ok, capacidade? sim! tempo e disposição? Não), por isso apesar da história se passar muito no futuro e com uma raça diferente eu ainda vou usar termos como "pessoas", e todos os locais (do tipo cidades, estados e países) vão ser reais e tirados da nossa sociedade atual;
* Vocês podem notar algumas tentativas falhas de humor, e me desculpem por isso, eu não sou uma pessoa muito engraçada e meu humor é meio sádico além de que só penso piadas boas em inglês :( ;
* Alguns pensamentos do Bendy podem estar em itálico, oq significa que é ele conversando consigo mesmo. Como se fosse o Bendy discutindo com o InkBendy;
* Esse capítulo foi dividido em duas partes porque passou de 12mil palavras. O lado bom é que a segunda parte está quase pronta e não deve demorar;
Essa capa não tem haver com o capítulo mas eu queria muito compartilhar essa visão maravilhosa deles humanizados, na história eu os narro com suas características cartoonizadas para facilitar o entendimento, mas é assim que eu os imagino quando escrevo.
Enfim, Boa Leitura :3

Capítulo 6 - Capítulo 06: Um Jantar em "Família": Conflitos no Salão


Fanfic / Fanfiction Bendy Straw at InkSide School Life - Capítulo 06: Um Jantar em "Família": Conflitos no Salão

(Bendy Pov On)

Eu lentamente abri meus olhos tendo um pouco de dificuldade pois os sentia pesados, tudo estava escuro, mas ainda sim minha visão estava turva e eu precisei piscar alguma vezes me acostumando com o ambiente. Inclinei minha cabeça levemente para trás em direção ao grande paredão de janelas de vidro atrás da cabeceira da cama, as cortinas negras impediam a luz de entrar, mas pelas pequenas frestas era bem perceptível o brilho do sol de fim de tarde. Eu provavelmente havia dormido o dia todo, e mesmo assim ainda me sentia terrivelmente cansado.

Respirei fundo bocejando e me espreguiçando algumas vezes para que meus sentidos notassem que eu acordei e despertassem também, o jeito em que eu adormeci deixou meu corpo dormente. Eu lentamente movi meu braço direito o jogando sobre os olhos, a minha cabeça doía como se uma equipe inteira de construção a martelasse. Planejando me levantar eu respirei fundo mais uma vez para tomar folego, mas parei subitamente quando senti um cheiro diferente no meu quarto, meus olhos se arregalaram em alerta e eu me sentei bruscamente na cama assobiando pela dor que percorreu meu corpo. Tateei desesperado o criado mudo em busca do meu tablet enquanto olhava os cantos do meu quarto através da escuridão. Eu finalmente o alcancei e usei para acender as luzes olhando rapidamente ao redor... mas não havia ninguém lá, eu continuei estudando o local sentindo o cheiro próximo a mim.

“Oh merda...” Não demorou muito para que a realidade me atingisse e eu ligasse todos os pontos dos acontecimentos desta manhã, “Meu uniforme...”, eu não troquei de roupa e nem tomei banho depois que cheguei, estava completamente impregnado pelo cheiro do Cuphead. O forte cheiro amadeirado dele misturados com os flashs de lembranças me deram uma estranha vibração no corpo, eu enterrei a cabeça nas mãos “Eu só posso estar ficando louco...”.

Eu levantei a cabeça e peguei novamente meu tablet enviando uma mensagem para a cozinha, meu corpo inteiro queimava e ardia de dor, então pedi para que me trouxessem um copo d’água, um relaxante muscular e que se livrassem desse uniforme, eu tenho outros afinal, não faz diferença.

Lentamente me levantei com o corpo mole, tremendo levemente pelo desconforto que percorria meus músculos enquanto ia cambaleando cansado para o banheiro tirando as roupas e as jogando em qualquer lugar. Eu acendi as luzes e liguei a água, me virei me dirigindo até o grande espelho do banheiro, meus olhos se arregalaram em choque e eu rosnei consideravelmente alto “Maldito Alfa...”. Haviam algumas marcas roxas nos meus quadris, causadas pela força que ele usou para me segurar, além de marcas de dedos nos meus pulsos, diversas mordidas e pequenos chupões espalhados de trás da minha orelha até meu antebraço. Essa visão me fez bufar frustrado enquanto analisava meu corpo pensativo até que eu congelei em choque quando uma ideia realmente assustadora me atingiu, eu ergui minha cabeça a movendo rapidamente para os dois lados analisando meu pescoço... suspirei em completo alivio, ele não havia me marcado, não tinha nenhuma marca na área das minhas veias principais (A/N* Ou glândulas de odor, não sei o termo certo). Fiquei irritado encarando o espelho “Aquele filho da puta sabia exatamente o que estava fazendo....”.

Senti a água quente bater contra meu pé e só aí notei que a banheira havia transbordado, eu desliguei a torneira e deslizei meu corpo para dentro o sentindo relaxar pelo contato com o calor, eu realmente precisava disso. Afundei meu corpo até a altura do nariz, e enquanto estava ali ouvi a porta do meu quarto abrir e fechar algumas vezes e presumi que fosse Lacie seguindo minhas ordens.

Eu olhei ao redor do banheiro pensando um pouco, mesmo dentro d’agua eu ainda sentia o cheiro do alfa em mim... e meus pais e irmão são alfas, sem dúvida alguma eles iriam sentir esse cheiro e me encher de perguntas... e eu realmente adoraria evitar isso se possível. Ergui um pouco meu corpo e me arrastei até a outra borda da banheira pegando alguns sais de banho e os jogando na água. Eu voltei para o meu lugar e encostei a cabeça no travesseiro que havia na borda, o odor e calor da água abraçando meu corpo me fizeram dormir novamente.

==== Time Skip ====

Acordei assustado com o barulho do tablet, eu o peguei rapidamente acendendo a tela com a luz ferindo meus olhos recém-abertos. Era uma mensagem da equipe da cozinha me perguntando o que eu gostaria para o café da tarde, eu rapidamente respondi com dificuldade já que meus dedos estavam enrugados, eu provavelmente havia dormido um tempo considerável na água. Eu olhei para a hora e já passava das seis da tarde então me levantei e fui novamente até o espelho.

Minha cabeça girava com as memorias dessa manhã na escola, e inconscientemente comecei a passar a ponta dos dedos por todas as marcas, eu realmente não estava focado. Desde pequenos nos ômegas somos ensinados em casa e pelos ambientes educacionais que não passamos de meros brinquedinhos para os alfas... apenas meios fúteis de reprodução com um único objetivo e proposito na vida... achar um companheiro para ter alguma estabilidade. Eu já tenho 18 anos, na nossa sociedade é comum a marcação acontecer entre os 16/20 anos, mas o meu foco nunca foi achar alguém ou o meu par, afinal eu sempre lidei bem com o meu cio usando brinquedos e remédios... mesmo isso sendo extremamente perigoso... ainda mais na minha idade.

Eu estremeci de dor quando notei q estava apertando uma das marcas de mordidas. O que aconteceu hoje de certa forma me assustou... eu realmente poderia ter fugido de lá se realmente quisesse, mas eu queria ficar... bom, pelo menos meu corpo queria. Suspirei pesado “Tem algo errado comigo... eu não estou mais no cio então não foi meu lado animal decidindo por pura excitação o que fazer ali...”

“Você sabe o que tem de errado Bendy...”

“Não! Eu não sei! Eu nunca vou admitir algo assim...”

Não percebi que havia viajado nos meus próprios pensamentos até ouvir a porta do meu quarto ser aberta e passos rápidos vindo em direção ao meu banheiro. “Boris....”, eu rapidamente puxei meu roupão de mangas longas o vestindo e enrolei uma toalha sobre os meus ombros escondendo todas as marcas. Eu nem tive tempo de me virar quando a porta bateu contra a parede por ser aberta bruscamente.

- BENDY! – Boris gritou fazendo minha cabeça girar.

Coloquei minhas mãos nos lados da minha cabeça. – Não precisa gritar Boris. Eu estou bem aqui... sabe... na sua frente...

Ele soltou uma risadinha. – Desculpa. - Ele me olhou de cima a baixo e sorriu. – Bom ver que você parece melhor. Você nunca fica doente então realmente me preocupou a sua mensagem. – O encarei confuso, meu cérebro deu um pequeno delay antes que eu me lembrasse que havia inventado uma desculpa boba para voltar pra casa mais cedo. Eu só notei o tempo que demorei para responder quando o seu rosto franziu em preocupação. – Bendy?...

Eu rapidamente endireitei a coluna e limpei a garganta. – É... eu, eu me sinto melhor, bem melhor eu acho, foi apenas um mal-estar. Talvez eu só não tenha dormido muito nos últimos dias por causa do cio. – Eu soltei uma risada nervosa por causa do clima tenso que se instalou entre nós. Boris abriu e fechou a boca como se estivesse lutando consigo mesmo pelo o que queria me dizer.... eu sei o que ele queria falar, e vai ser uma completa perca de tempo ele me repreender também. Eu dei a ele um olhar entediado que ele entendeu já que suspirou derrotado e sorriu.

Alguns segundos de silencio se passaram quando ele ficou sério analisando o meu corpo, eu entrei em pânico e comecei a suar frio, rezei mentalmente para que ele não houvesse sentido nenhum cheiro diferente ou visto alguma marca já que ele entrou no banheiro antes que eu pudesse checar se havia alguma a amostra.

O silencio no banheiro estava me deixando angustiado, “Sem dúvidas ele reparou algo....”. Ele sorriu. “Ele sorriu... puta merda ele sorriu...” Eu mordi o lábio em antecipação esperando algum comentário sarcástico – Você deveria se arrumar Bendy. – “Que...?” – Você demora pra se vestir, e o papai e a mamãe não gostam de atrasos...- Eu olhei pra ele com a sobrancelha arqueada, estava completamente confuso assimilando tudo enquanto tinha outro delay mental.

Eu arregalei os olhos em realização e descrença quando a lembrança do maldito jantar me bateu forte. – Puta merda... – Eu murmurei, mas sem dúvida Boris ouviu já que começou a rir no fundo, era mais que obvio que eu havia esquecido... e, bem, eu nunca esqueço essas coisas, sou sempre pontual com eventos.

Eu o ignorei pegando o tablet na borda da banheira e olhando a hora, 18:55, o jantar era as oito, mas os convidados sempre chegam antes.... eu entrei em pânico mandando rapidamente uma mensagem para a cozinha pedindo o meu café da tarde no quarto. Passei rapidamente por Boris checando com a equipe da lavanderia se meu traje estava pronto. Boris me seguia se divertindo com a situação, era obvio que ele não ia deixar de se vingar depois de todos esses anos.

- Então você esqueceu né? Huhu... – Ele me disse em um tom irônico.

Eu virei para ele irritado. – Eu estarei pronto em 35 minutos, agora saia do meu quarto. – Eu falei já empurrando ele porta a fora e voltando para perto da cama enquanto ele apenas ria da situação.

- Ok, Ok... eu vou esquecido... Mas eu volto pra te buscar. – Ele me mostrou a língua e rapidamente fechou a porta quando eu taquei um travesseiro em sua direção. Eu ainda podia ouvi-lo rindo pelo corredor.

Suspirei pesado, “Eu não tenho tempo para ficar pensando no que houve de manhã, preciso me focar no agora, e o agora é esse jantar entre amigos do meu pai que não posso passar vergonha... Foco Bendy... foco.”

Eu comecei a secar meu cabelo e esse foi o tempo de Lacie e algumas outras empregadas trazerem meu café da tarde e meu traje. Eu coloquei uma torrada na boca enquanto entrava no closet para escolher os sapatos e a gravata. A minha roupa se resumia em uma calça de sarja, colete, gravata, interior da blusa social, botas e cinto de couro todos pretos, a blusa por fora era brasão. (A/N* Brasão é um cinza escuro quase preto).

Eu coloquei as calças, as botas e o cinto, deixando a parte de cima da roupa por último enquanto cuidava do meu cabelo, eu queria evitar molhar ou sujar a roupa enquanto o arrumava. Eu o deixei levemente arrepiado e o penteei um pouco para trás tirando a franja do rosto, e por incrível que pareça isso realmente levou algum tempo. Finalmente quando terminei eu coloquei minha blusa indo em direção ao espelho enquanto a abotoava e dobrava as mangas:

- Tsk, Inferno... – Meu antebraço estava cheio de marcas roxas e de mordidas e eu havia esquecido completamente. Eu suspirei enquanto puxava a manga do braço esquerdo para baixo a abotoando no pulso.

- BENDY! – Minha porta foi aberta me fazendo pular assustado. Eu rapidamente puxei a outra manga para baixo. 

- Puta merda Boris! mas que diabos... – Eu olhei para ele com as sobrancelhas franzidas em irritação. Boris correu alegre na minha direção segurando minhas mãos na dele.

– Eu tenho ótimas notícias! – Eu bufei. Ele pulava eufórico fazendo a manga desabotoada escorregar levemente pelo meu braço enquanto eu estava nervoso alternando meu olhar entre ele e minha pele exposta. – Mamãe me disse que meu par e a família dele estão vindo para o jantar!

Eu sorri e ri um pouco apavorado puxando meu braço pra longe de Boris e o escondendo nas costas. Ele me encarou um pouco confuso. – I- Isso é ótimo Boris... mal posso esperar para conhece-los. – Eu sorri e ele fez o mesmo.

Ele deu um pequeno chilique bem ao estilo fangirl falando de seu par, me fazendo revirar os olhos divertido. – Mal posso esperar para vê-lo!

Eu suspirei e soltei uma pequena risada. – Certo, certo... apenas deixe eu terminar de me arrumar. – Ele assentiu e saiu do meu quarto.

Eu revirei os olhos sorrindo por causa de sua empolgação. Me voltei mais uma vez para o espelho terminando de arrumar a blusa. “Vai dar tudo certo Bendy... só você relaxar...”, eu repetia para mim mesmo.

(Cuphead Pov On)

Eu vi Bendy subindo as escadas apressado e não resisti a vontade de segui-lo para irritar um pouco mais o pequeno ômega, ainda faltava um tempo considerável para o sinal de entrada então não havia com o que me preocupar.

 Eu subi as escadas olhando para os dois lados no corredor, mas eu já não o via, então me dirigi até a sala do conselho estudantil abrindo a porta sem qualquer cerimonia “Vazia...”. Eu puxei a porta de volta e andei pelo corredor indo em direção a sala do diretor, mas assim que passei pelo vestiário eu ouvi um barulho que me fez parar no meio do caminho. Eu olhei para a porta a analisando antes de empurra-la levemente, examinei o ambiente e vi uma mochila familiar no chão, eu a olhei um pouco até ouvir um barulho vindo de uma das cabines o que me fez mudar o foco, e quando eu notei já estava andando até lá largando a minha mochila próximo da pia.

- Bem... isso é interessante. – Eu disse para chamar a atenção de Bendy, ele estava jogado com uma aparente ereção enquanto cobria o rosto com as mãos, quase obviamente frustrado. “Bingo...”

Ele olhou para cima me encarando. – C- Cuphead! – Ele se endireitou sentando reto e fechou as pernas rapidamente.

“Ok... não tem como deixar isso passar...”, tudo que eu queria era algo para irrita-lo e ele estava me dando isso de bandeja assim. Eu me encostei contra o batente da porta cruzando os braços enquanto sorria da forma mais presunçosa que consegui. – Exatamente como esperado de um ômega.

Eu o ouvi rosnar baixo o que só aumentou o meu sorriso. – Va pro inferno! – Ele me empurrou para fora do caminho saindo da cabine e eu pude notar que ele até que tem uma força considerável. “Isso está ficando divertido...”

- Oooh, o que aconteceu com o Sr. Santo? – Eu perguntei sarcástico me fazendo de chateado.

Ele me ignorou indo em direção a mochila dele, eu sorri vitorioso até notar que ele ia sair do banheiro sem ajeitar as roupas e se alguém lá fora visse isso ia ser realmente estranho, não só pra ele, mas ia pegar mal pra mim também. 

Eu me movi rapidamente até ele agarrando seu pulso e o puxando na minha direção para afasta-lo da saída, mas quando fiz isso não considerei o quão leve ele poderia ser, o corpo dele bateu de frente contra o meu. Ouvi um gemido saindo de seus lábios fazendo minha respiração parar pela surpresa e um arrepio estranhamente subir pela minha espinha, eu não estava esperando algo assim. Olhei para baixo e o rosto dele estava um tom claro mas perceptível de rosa enquanto ele mordia o lábio, foi quando eu voltei a inalar sentindo um leve cheiro doce. Ele rapidamente me empurrou para longe e eu o olhei estreitando os olhos curioso se o cheiro era realmente dele, porque porra... o cheiro era bom, era doce, porém não era enjoativo..., “mas ele é um garoto... garotos podem cheirar assim?”. Eu sem pensar rapidamente o puxei pela gravata para mais perto, me inclinei na altura do rosto dele respirando fundo sentindo novamente aquele cheiro que não podia ser descrito de outra forma se não viciante.

Eu senti meu lado animal querendo assumir então rosnei mostrando os dentes repreendendo a mim mesmo. Eu não sou muito bom em manter o controle, até porque eu nunca precisei... eu nunca estive perto de nada que me tirasse do sério... e olha que já estive perto de muitas ômegas no cio. Eu estava tendo uma pequena batalha comigo mesmo até que o cheiro começou a ficar um pouco mais forte. – Droga... – E praguejei tampando o nariz quando os hormônios dele tomaram conta do ambiente.

“De jeito nenhum eu estou perdendo o controle por causa dele... um garoto ômega nerd metido a alfa arrogant- ...” Eu fui interrompido dos meus pensamentos quando senti as mãos dele em cima da minha fazendo força para que eu soltasse. 

As mãos dele tão perto do meu nariz... no reflexo dos olhos dele eu pude ver minhas íris gradualmente mudando de cor para um vermelho sangue, senti o corpo dele tremer pelo contato de nossas mãos e parte da minha sanidade indo embora, o cheiro dele só aumentava a cada segundo. – P- por favor... – O rosto dele estava sério, mais ainda tinha uma pitada de pânico e a voz dele saiu mais como se fosse um gemido de suplica para algo mais.

Eu cerrei os dentes rosnando alto quando cedi ao meu lado animal. – Foda-se ômega. – Eu ainda estava no controle então o beijei inserto de forma rude e ele não beijou de volta por isso eu não demorei muito para me afastar.

Ele tinha o rosto levemente corado em vermelho, mas mantinha ainda a expressão séria. – E- eu realmente te odeio.

A voz parcialmente tremula dele me fez sorrir de forma travessa. – O mesmo aqui. – Eu respondi e o puxei para outro beijo que começou rude más não tão forte. Todos meus sentidos ficaram dormentes quando comecei a impor domínio sobre o beijo e sentir o corpo de Bendy gradualmente desistindo, mas de repente o senti voltar a lutar para se afastar. Ele então me empurrou, e eu não entendi bem o porquê então o puxei de novo, mas dessa vez ele recuou o próprio corpo e acabou tropeçando e caindo no chão. Ele rapidamente se levantou, pegou sua mochila e correu para fora do vestiário, eu ia segui-lo até que olhei de relance para o espelho de parede vendo minhas roupas fora de lugar e minha calça aberta na metade das coxas.

Eu olhei ao redor do vestiário estudando o lugar “oh... merda...”, eu rapidamente entendi o que havia acontecido. Respirei fundo e arrumei minhas roupas pegando minha mochila do chão. Eu segui para fora do vestiário pegando meu celular enquanto andava em direção as escadas, meus pensamentos todos desalinhados em uma completa bagunça. Eu parei bruscamente no meu caminho “Puta merda! 08:10! Já está quase na metade da segunda aula...”, eu levantei meus olhos do celular vendo que parei bem na porta do conselho estudantil, “... será que ele veio pra cá?” balancei a cabeça “Qual é o meu problema... que diferença faz? Não é como se eu tivesse algo para dizer a ele agora...”. 

Voltei para o vestiário e me encostei contra a porta suspirando frustrado, esse lugar ainda estava cheirando a sexo e eu rosnei baixinho pra mim mesmo, “Foda-se essa merda... estou indo pra casa.”. Novamente puxei meu celular mandando uma mensagem para Dice que rapidamente chegou na escola.

Eu desci e vi a familiar e chamativa limusine vermelha estacionada, Dice saiu abrindo a porta quando me aproximei, ele me olhou de cima a baixo com um olhar apavorado e só aí me toquei que deveria ter trocado de uniforme, ele é um Beta, mas não tem como ignorar esse cheiro. Sem dar muita importância ao que ele estava pensando sobre isso eu entrei no carro largando a mochila ao meu lado, ele continuou ali parado em choque e eu limpei a garganta para chamar a atenção dele. Ele despertou de seu transe e entrou no carro sentado de frente pra mim mandando o motorista seguir de volta para casa. Quando o carro começou a se mover eu apoiei a cabeça no meu braço que estava na janela e segui a viagem em silencio, eu podia senti-lo me encarando então olhei para ele pelo canto do olho fazendo-o suar frio e desviar o foco para outra coisa, é obvio que ele sabia que eu não queria conversar e que não ia explicar o que houve.

Eu tentei puxar na memória alguma mínima cena do que aconteceu na escola sem sucesso algum, e em poucos minutos o carro estacionou em frente de casa, a viagem não foi tão demorada como de costume pois a essa hora não havia trânsito. Eu sai apressado do carro com Dice correndo atrás de mim, parei no topo da escada e ele finalmente me alcançou parando um pouco para tomar folego antes de abrir a porta. 

Entrei ouvindo um som alto vindo sala e risadas histéricas de Demencia e Mugs. Fui em direção as escadas do saguão, mas parei assim que peguei no corrimão, olhei na direção da porta e Dice continuava lá em silencio me encarando. – Eu não quero ser incomodado. Diga que não estou me sentindo bem e não deixe ninguém se aproximar do meu quarto. – Ele assentiu vigorosamente soltando um “sim senhor” e eu segui para o meu quarto. Tirando as duas “crianças” lá em baixo se divertindo com algum jogo de tiro, a casa estava em completo silencio, provavelmente meu pai ainda estava na nova sede de administração dos cassinos, se não sem dúvida essa casa estaria um caos cheirando a fumaça. 

Eu tranquei a porta do meu quarto e comecei a tirar meu uniforme, o coloquei em um saco plástico vedado para evitar que o cheiro do ômega se espalhasse pelo meu quarto. “Talvez fosse melhor eu tomar um banho também.”, eu fui até o criado mudo pegando a toalha que estava dobrada e embaixo dela eu reparei um bilhete do meu pai, estava escrito com uma letra péssima como de costume mas deu pra entender algo sobre meu traje estar sendo lavado e ser entregue até as quatro... Eu fiquei confuso sobre o que ele queria dizer já que eu não mandei nenhuma roupa importante pra lavagem, mas então me veio a ideia de checar meu celular e haviam quase trinta mensagens dele falando sobre um jantar com um amigo que eu fodidamente havia esquecido. Bom... era um jantar, então ainda havia um tempo mais que considerável para ter que aprontar tudo e me preocupar com isso.

Eu olhei na direção da minha cama vendo o meu notebook aberto, “Puta Merda! A escola...”. Eu me sentei na cama colocando o notebook no colo enquanto abria algumas telas de programas, eu passei umas boas duas horas elaborando um bilhete de dispensa e invadindo o IP do computador principal do meu pai para que a escola recebesse a mensagem como se fosse um e-mail dele. Bom, eu normalmente não teria demorado tanto, provavelmente uns cinco minutos pra menos, mas desde que usei a rede principal do cassino para entrar em jogos direto com a máfia meu pai contratou toda uma equipe para fortalecer e monitorar o firewall da “empresa”. Claro que eu ainda não disse a ele que a equipe nova era totalmente incompetente e não fez grande diferença nos meus feitos hacker.

Eu sorri vitorioso quando recebi um e-mail da escola falando que entraria em contato comigo em breve com as lições do dia, não que eu estivesse ansioso para fazer o dever de casa, mas saber que minhas habilidades continuam boas me faz feliz para dizer o mínimo.

Eu coloquei o aparelho de lado e me joguei na cama olhando para o teto, e só ai alguns flashs de memória que mais pareciam pedaços de um sonho distante começaram a surgir na minha mente fazendo meu rosto esquentar, eu balancei minha cabeça algumas vezes como se isso fosse ajudar a afasta-los, claro que sem sucesso. Eu coloquei um braço sobre os olhos tentando focar em outra coisa.

==== Time Skip ====

Senti mãos nos meus ombros me sacudindo levemente e só aí eu notei que havia dormido. Eu abri meus olhos com dificuldade para me ajustar há agora mais fraca luz do sol de meio da tarde, eu os esfreguei um pouco lentamente me ajustando a claridade enquanto procurava a pessoa que estava me incomodando, e pra nenhuma surpresa era Dice...

Ele largou meus ombros e voltou a sua posição reta de costume com os braços atrás das costas, eu franzi as sobrancelhas em irritação e virei um pouco meu rosto pro lado olhando a hora no relógio digital do criado mudo e já passavam das 15hrs, eu me sentei na cama esticando os braços más logo os jogando sobre meus joelhos, eu bufei e olhei para Dice lhe dando permissão para falar.

Ele limpou a garganta. – Desculpa incomodar senhor Cuphead. – Ele me examinou ficando vermelho, o ouvi respirando fundo quando ele fechou os olhos para voltar a falar comigo. – O seu traje foi entregue e está impecável. – Ele me entregou a roupa coberta por uma capa plástica evitando me olhar. Se foi meu pai que escolheu tenho medo de saber que roupa é. – O seu pai ligou alguns momentos atrás pedindo que você checasse suas mensagens. Eu o informei sobre o senhor não estar bem, e ele me pediu para lhe fazer um caprichado café da tarde desde que você não teve o almoço, então o que gostaria?

Eu dei de ombros. - Qualquer coisa está bom. – Ele assentiu saindo do quarto dizendo que voltaria logo. 

Eu me espreguicei mais uma vez, peguei meu celular e vi uma mensagem do meu pai dizendo que estaria em casa por volta das 17hrs para nos buscar. “17!? ... pra que tão cedo? Não é a merda de um jantar?...”, eu bufei aborrecido olhando para parede até que a tela do meu notebook acendeu mostrando uma notificação de e-mail. Eu o peguei no colo abrindo a mensagem e era o meu trabalho do dia, como ainda haviam quase duas horas livres decidi fazer logo para me livrar disso. 

Eventualmente Dice entrou no meu quarto com uma bandeja, o meio de tarde estava um pouco mais frio do que o esperado então ele me trouxe alguns canapés, um caldo de ervilhas e hortelã e um chocolate quente... eu encarei a xicara desviando a atenção da tela quando o cheiro peculiar atingiu meu nariz, tudo que me veio na cabeça foram as imagens de Bendy no vestiário fazendo meu rosto ficar quente e eu me sentir levemente irritado comigo mesmo, eu rapidamente voltei a minha atenção para a tela voltando a digitar a resposta da questão.

- Tudo bem Sen-? – Dice provavelmente percebeu o meu notável desconforto.

- Leve isso de volta e me traga um copo de chá preto sem excesso de açúcar. – Eu o cortei sem tirar a atenção da tela.

Ele ficou um tempo parado ali, então eu ergui meus olhos da tela lhe enviando um olhar de aviso para não questionar, logo voltando para a minha tarefa em mãos. Ele abaixou a cabeça e pegou a xícara voltando alguns momentos depois com meu pedido. Eu comi um pouco enquanto terminava minha lição, o que aconteceu por volta das 16:53. Dice havia entrado alguns minutos atrás para preparar meu banho e levar minha bandeja de volta a cozinha.

Eu coloquei o pequeno computador de lado e segui para o meu banheiro quando ele saiu, já não havia muito para tirar desde que estive somente de box desde a hora que cheguei.

Eu tomei um banho preguiçosamente demorado lavando o cabelo e o secando antes de sair do banheiro de box e uma toalha enrolada na cintura, eu parei em frente ao espelho do quarto arrumando meu cabelo. Ouvi a porta do meu quarto sendo aberta e ignorei pensando que era apenas Dice novamente.

- Aff... Que visão do inferno! – Mugs disse quando fechou a porta atrás de si. Eu o olhei pelo reflexo do espelho e ele tinha uma careta divertida de nojo.

- Sei que você gosta do que está vendo ~ - Eu pisquei pra ele pelo reflexo flertando de brincadeira. Ele fingiu vomitar me fazendo rir.

Eu tive uma ideia para irrita-lo então desfiz o nó da toalha a deixando cair no chão quando ele soltou um grito de surpresa e cobriu os olhos me fazendo gargalhar profundamente por ter dado certo. Ele lentamente separou os pares de dedo que cobriam os olhos me examinando, ele bufou de raiva quando abaixou as mãos.

- Isso não teve graça... – Ele disse com uma cara de tedio.

- Teve... teve sim... – Eu disse entre risadas enquanto me recuperava até parar de rir. – Então... O que você quer?

Ele se endireitou bufando de novo. – Só vim te avisar que todos estão prontos lá na sala. – Eu olhei melhor para Mugs, ele vestia uma calça de sarja preta com blusa social branca, o interior da blusa, gravata e colete social eram azuis da cor de seus olhos... “Bem arrumado de mais... já imagino como minha roupa será...”

Eu desviei minha atenção para o relógio e já eram 17:40... o tempo passou tão rápido de repente. – Só vou me vestir, desço em 10 minutos. – Mugs sentou na beira da minha cama batendo o dedo no relógio de pulso. Eu revirei os olhos e peguei minha roupa seguindo para dentro do meu closet pegar a gravata. - É um jantar afinal... para que tanta pressa de sair!? Nem gente velha come essa hora.

- Cuppy, nós estamos falando de um jantar na casa de um amigo de infância e profissão do nosso pai, é claro que ele está com pressa... até porque você sempre faz de tudo para atrasar.

Eu vesti a calça, os sapatos e a camisa saindo do closet enquanto a abotoava. – Antes tarde do que desarrumado, ser tão belo tem seu preço. – Ele revirou os olhos. - E se é um jantar de velhos amigos pra que nos levar então? - Eu olhei entediado para ele.

Mugs desviou o olhar de mim coçando a nuca nervoso enquanto corava em um tom leve de rosa. – Bom... n- não é um simples amigo de infância... – Eu terminei de abotoar a camisa olhando pra ele de sobrancelha arqueada, ele olhou nos meus olhos e desviou o olhar de novo. – Ele também é o pai do meu par... então eu queria que você o conhecesse...

Sorri travesso. – Oh... é mesmo é? – Eu disse em um tom provocativo que fez Mugs me olhar levemente apavorado.

- Cuppy... – Ele lamentou. – Se comporte por favor, isso vai ser importante... eu só vi o pai dele uma vez, e hoje vou está conhecendo a família toda... quero dar uma ótima primeira impressão.

Eu ri levemente indo até ele. – Eu estava só brincando Mugs. – Eu esfreguei sua cabeça e ele me olhou aborrecido. – Se é importante pra você eu prometo que vou me comportar. – Sorri confiante pra ele e vi seus olhos brilhando com esperança.

- Sério Cuppy?

- Não... – O sorriso dele morreu. Quando eu me afastei me endireitando e ajeitando a blusa. – Mas eu vou tentar.

Ele deu de ombros. – Bom... melhor que nada. – Ele levantou me abraçando enquanto eu tentava afasta-lo.

- Ok... ok... pode me soltar agora. – Ele me apertou mais e ficou na ponta dos pés tentando beijar minha bochecha. – Sai fora Mugs! Guarda isso pro seu namorado! – Ele me soltou rindo e eu bufei aborrecido desamassando minha blusa. “namorado...”, uma questão me veio em mente e eu não conseguia pensar em ninguém melhor para perguntar. – Falando nisso... eu tenho uma pergunta... sabe... sobre o seu relacionamento. – Eu andei de novo até o espelho dando nó na minha gravata.

Mesmo sem olhar eu podia sentir ele curioso com uma sobrancelha elevada em confusão. – O que é Cup?

Eu pensei um pouco em como perguntar, e se deveria mesmo perguntar “Deus... ele pode me zuar o resto da vida por isso...” Eu respirei fundo juntando as palavras. – Como foi? Sabe... do nada descobrir que seu par era um garoto... como você lidou com isso?

Ele pareceu pensar um pouco enquanto me encarava perdido, sem dúvida ele não esperava por essa... Depois de pouco segundos ele finalmente saiu do transe. – Na verdade isso não me afetou nem um pouco, ele é incrível, o que me importa é que ele é... ele.

Eu soltei a gravata olhando pra ele pelo reflexo, “Não era a resposta que eu esperava... Qual é! não pode ser tão fácil assim...” - Más ele é um garoto... ele não tem curvas, nem seios... nem nada bom de apertar.

Ele deu de ombros desinteressado. – Isso deveria importar? Eu o acho perfeito.

Eu me virei para ele levemente alterado pela descrença da naturalidade que ele lida com isso - Ham... dã... claro que deveria importar.

Ele me encarou um pouco confuso e chocado por um tempo até que vi a realização cruzando seu olhar, “Merda...”, eu rapidamente me virei pro espelho terminando de arrumar minha gravata por dentro do colete.

Pelo reflexo eu vi um sorriso travesso crescendo no rosto dele. – Por que Cuppy? ~ Algum motivo especial pra tamanha curiosidade? ~ - Ele ronronava me encarando pelo espelho me deixando levemente nervoso e suando frio, mas tentei continuar o mais neutro possível.

Eu abri a boca para responder, mas uma batida na porta foi ouvida tirando a nossa atenção, e logo Demencia entrou dizendo que meu pai estava levemente impaciente. Eu passei por Mugs pegando meu casaco e segui para o carro. Meu pai nos deu uma pequena bronca, e disse que conversaríamos melhor em casa sobre como consegui sair da escola sem um alerta do diretor. Nós seguimos viagem para o outro lado da cidade enquanto Mugs me encarava com o mesmo sorriso de antes deixando claro que ele não ia esquecer. Meu pai estava no celular o tempo todo, más Demencia e Dice nos encaravam curiosos até chegarmos no nosso destino que era uma mansão bem clássica em mármore com tons bege, provavelmente ela existia há muitos séculos com todas aquelas pilastras detalhadas e anjos esculpidos.

“Ótimo... casa de gente velha...”. 

(Bendy Pov On)

Eu ajeitei minha gravata e saí do quarto dando de cara com Boris.

- Você está ótimo Bendy. – Ele disse sorridente e eufórico.

- Você também está muito bem Boris, acho que hoje você reconquista o coração do seu par. – Ele ficou com um tom forte de vermelho no rosto más parecia feliz. Ele vestia calças, blusa social e sapatos pretos, com a gravata, colete e interior da blusa cinza médio.

Nós dois descemos juntos e haviam umas cinquenta pessoas lá em baixo... “achei que era um jantar mais privativo...”. Eu andei pela multidão com Boris enquanto nós cumprimentávamos os convidados, não estávamos muito longe do centro quando o cheiro de rum atingiu meu nariz me deixando enjoado, ou talvez fosse só o fato de que estava cercado por Alfas, não sei, mas eu cobri o nariz com a mão seguindo caminho. Boris de repente farejou o ar balançando o rabo animado e correu multidão a dentro, eu o segui lentamente.

- MUGGY! – Eu o ouvi gritar enquanto chegava mais próximo.

Meus pais estavam ali no centro do salão com Lacie logo atrás. Me espantei quando vi que eles conversavam com os três caras estranhos que estavam na escola semana passada. O senhor da cartola enorme estava acompanhado por uma mulher com cabelos cumpridos rosa e verde, ao lado deles estavam o de saco de papel na cabeça que mesmo de terno o mantinha, e o mordomo de cabeça de dado. Eu os olhava curioso, mas meu foco mudou quando vi Boris arrastando alguém em minha direção.

- WOLFIE! Estou tão feliz que nossas famílias puderam se conhecer hoje. – Boris estava agarrado ao braço de uma rapaz mais alto que estava sorridente, ele tinha olhos azuis e estava muito bem vestido.

O rosto dele era peculiar e me fez quase automaticamente lembrar de Cuphead. Eu balancei a cabeça rapidamente afastando os pensamentos daquele idiota e me aproximei dos dois sorrindo amigável. – Olá, eu sou Bendy, prazer em conhece-lo. – Eu estendi a mão para ele apertar, mas fui imprevisivelmente pego de surpresa quando ele me puxou me apertando levemente em seus braços.

- Desculpa, formal de mais para mim. – Ele deu uma leve risadinha. – Eu sou Mugman, mas pode me chamar de Mugs. Prazer em finalmente conhece-lo Bendy! Boris fala muito de você. – Eu ri levemente e o abracei de volta. “Isso aí... com toda certeza ele não tem nada a ver com Cuphead” “Pelo menos nem todo alfa é um completo babaca

Eu olhei travesso para Boris enquanto nos afastávamos do abraço. – Boris também fala muito de você, tipo o tempo inteiro – Boris corou quando Mugman olhou para ele sorrindo.

- Verdade Wolfie?

Boris desviou o olhar. – Talvez... – Ele respondeu brincando com os dedos. Mugman deu um rápido beijo na bochecha de Boris deixando-o mortificado de vergonha escondendo o rosto nas mãos. 

Eu e Mugman rimos levemente. Boris agarrou o braço dele escondendo o rosto nas costas, eu sorri me sentindo bem por ver meu irmão assim tão feliz, já fazia um tempo que eu não tinha um sorriso genuíno de felicidade desses. Nós começamos a conversar sobre a escola já que Mugs também iria frequenta-la, de repente Mugman olhou para trás fazendo um gesto para alguém se aproximar, Boris levantou o rosto curioso e quase imediatamente uma figura se aproximou de nós vindo por trás dele e sua família.

- Esse aqui é o meu irmão mais velho, ele vai para mesma escola também.

Eu continuei sorrindo. – Prazem em-! – Eu congelei no lugar e meu sorriso morreu quando minha boca abriu um pouco em descrença.

- O prazer é todo meu. – Cuphead sorriu presunçoso como sempre.

Meu coração acelerou e eu dei um passo para trás, em silencio eu o analisei rapidamente. Ele vestia calças, sapatos e blusa preta com a gravata, colete e interior da camisa em vinho. A roupa ficou muito boa nele e por um momento quase esqueci tudo ao redor, até que a voz de Boris me tirou do meu transe.

- Oh! Cuphead, que bom vê-lo. – Boris estendeu a mão e Cuphead a apertou.

- Você já conhece ele Wolfie?

- Sim, ele faz parte do conselho estudantil e me ajudou no meu primeiro dia na escola. – Cuphead cortou Boris que assentiu sorrindo.

- Isso é ótimo! Significa que estamos todos em família então.

Eu acompanhava a conversa apenas observando os três sem dizer nada.

- Sim estamos. – Cuphead me olhou sorrindo colocando as mãos no bolso enquanto eu continuava sem reação assimilando essa terrível coincidência.

As músicas designadas para o evento começaram a tocar e Mugman chamou Boris para dançar. Os nossos irmãos se afastaram e nós nos encaramos por uns três minutos do mais puro silencio. Eu olhei de relance para trás de Cuphead e nossos pais não estavam muito longe, eu respirei fundo internamente “Seja legal Bendy... isso é um evento de classe, não é possível que ele seja um idiota até aqui.”. Eu finalmente abri a boca para cumprimentá-lo da forma certa, mas ele me interrompeu. 

- Eu não sabia que ômegas eram permitidos em eventos assim. – Ele desviou o olhar para a parede com o mesmo sorriso de lado que me dá nos nervos. “E a máscara do príncipe cai... é claro que ele consegue ser um idiota até em um lugar assim.”

- Bom, eu acho que deveriam quando fazem parte da família anfitriã. – Eu dei de ombros colocando as mãos no bolso. – É... e quem diria que um cara tão legal poderia ter um completo idiota como irmão. – Eu disse em um tom provocativo sorrindo.

O sorriso dele aumentou quando ele voltou a me encarar, eu franzi as sobrancelhas. - O idiota que você deixa foder com você no banheiro... Muita classe Bendy.

Eu cerrei o punho voltando a falar entre dentes. - Engraçado... eu não lembro de você reclamando... – Ele revirou os olhos e nós voltamos a nos encarar. Ele tem um talento nato pra me deixar puto.

Nossos irmãos voltaram quando a música deu uma pausa, Boris parando ao meu lado e Mugman ao lado de Cuphead, a tensão clara entre nós.

- Hm... tá tudo bem aqui? – Mugman perguntou alternando o olhar entre nós dois.

Cuphead endireitou a postura. – Sim, está tudo bem aqui. Não é mesmo Bendy?

Eu sorri o mais amigável que consegui. – Sim, tudo perfeitamente bem.

Mugman olhou preocupado para Boris que deu de ombros, eu e Cuphead ainda nos encarávamos e não havia sorriso falso que escondesse esse clima tenso. Outra música começou a tocar no fundo, mas eu não dei muita atenção até que Boris e Mugs começaram a pular eufóricos.

- Vamos dançar juntos! – Mugman e Boris gritaram ao mesmo tempo sorrindo, nos empurrando um contra o outro.

Senti o calor do corpo de Cuphead contra o meu e automaticamente minhas bochechas esquentados, instantaneamente eu me afastei um pouco evitando contato visual. Eu respirei fundo e coloquei uma mão em seu ombro enquanto ele segurava a outra e passava uma pela minha cintura. Nós começamos a dançar no ritmo da música mantendo uma certa distância. É claro que eu não queria dançar com ele, mas meus pais e irmão estão por perto e não quero fazer uma cena.

Ouvi uma pequena risada profunda de Cuphead. – Que ômega mais errado... Qual é o problema Bendy? Não consegue lidar com a presença de um Alfa? ~

Eu torci meu nariz o encarando entediado. – Eu sou parte da elite, lido com Alfas de alta classe todos os dias, o problema é você, é tão sem graça que estraga meu espaço pessoal.

Eu me senti vitorioso quando o rosto dele ficou sério, mas de repente ele me girou e me mergulhou rindo novamente. – Uau, você é realmente leve.

Revirei os olhos quando ele lentamente aproximou o rosto do meu. – Isso é realmente ofensivo. Lembre-se de que eu sou um cara. – Dava para sentir a respiração dele batendo contra a minha bochecha, ele riu e me puxou para cima de novo.

- Um garoto ômega bem leve e frágil se quer saber. – Ele falou presunçosamente enquanto eu cerrava os dentes e rosnava baixinho para não criar alarde. Em um movimento rápido eu tomei a liderança e o girei. – E- ei! Esper-! – Eu o mergulhei sem aviso antes que ele pudesse terminar a frase.

- Agora quem é o ômega frágil Sr. Alfa? – Eu perguntei entre dentes quando o olhar dele não mostrava nada além de choque. Eu bufei e o soltei, deixando-o cair de bunda quando as pessoas ao nosso redor nos olharam.

Eu ajeitei meu colete enquanto ele me olhava estático do chão, virei de costas e caminhei para fora da casa me sentando nos degraus da escadaria principal. Fiquei ali olhando o jardim e ouvindo os grilos a distância por uns bons minutos até que a porta se abriu.

- Impressionante. – A voz grave de Cuphead irrompeu o silencio quando ele se sentou um pouco distante no mesmo degrau.

- Hm. Obrigado. – Eu olhei para ele pelo canto do olho e o vi focado na paisagem com o rosto neutro.

- Sabe, você é bem diferente dos outros ômegas...

- Torci o nariz bufando. – Talvez seja porque apesar de ser ômega eu não deixo de ser uma pessoas como você. – Eu falei em um tom levemente irritado apoiando o queixo na minha mão.

- Esse negócio de ômega realmente te irrita né? – Ele disse em seu tom presunçoso habitual virando a cabeça pra mim. Eu lhe lancei um olhar de canto. Ele pareceu desconfortável e voltou a sua posição inicial olhando o horizonte. – Desculpa... – Eu o ouvi murmurar.

- Oh! O que foi isso? Eu não consegui te ouvir... – Eu provoquei colocando uma mão no ouvido.

Ele bufou fechando os olhos. – Nada! – Eu sorri e ele virou me encarando com os olhos estreitos. A luz da lua fazia os olhos dele brilharem em um tom quase tão vivo de vermelho quanto o que eu vi hoje cedo “Por tudo que é mais sagrado... subconsciente suma com essas memorias nesse momento”, eu senti meu rosto esquentando de novo. Ele me analisou um pouco de cima a baixo. – Você sab- ...

- Sim eu sei. – Eu o interrompi ficando sério. – E fique sabendo que eu não vou aceitar isso assim tão facilm-! – Eu automaticamente parei de falar quando ele inclinou o rosto na minha direção se aproximando lentamente, minha respiração engatou enquanto meu coração acelerava, eu fechei os olhos com força quando senti o calor dele muito próximo ao meu rosto.

- Oh, sério? ~ E você está pronto pra isso ômega? ~ - Ele ronronou rouco e soprou contra mim, eu estremeci quando sua respiração quente atingiu minha pele. Eu abri os olhos sentindo meu rosto queimar, ele sorriu e se levantou voltando pra festa.

Em choque eu lentamente virei meu rosto para frente novamente encarando o jardim. Eu enterrei meu rosto nas mãos. – Alfas são tão idiotas! – Eu murmurei aborrecido deslizando as mãos pelo rosto. “Eu não vou aceitar essa situação assim...”


Notas Finais


~ Continua nos próximos capítulos.... (dãa)
Só agradecer novamente pelos favoritos e comentários (Que inclusive me ajudaram a ver que tem coisas que ainda não expliquei..)
Inclusive um favorito em especifico que é de uma desenhista ao qual eu amei a arte <3
até logo ~


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