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História Benvenuti in Italia mi amor - Dodici


Escrita por: CatherineW

Notas do Autor


Desculpem a demora. :))

Capítulo 12 - Dodici


Fanfic / Fanfiction Benvenuti in Italia mi amor - Dodici

Comprovei que, quase tudo o que já foi escrito sobre o amor... é verdadeiro.
Shakespeare disse: as viagens terminam com o encontro dos apaixonados. Que ideia mais extraordinária! Mas para esse momento pessoalmente, não está nem perto do que ele descreveu. Mas estou convencida de que Shakespeare, tenha vivido algo do tipo. Suponho que penso no amor mais do que deveria. Admira-me constantemente seu poder esmagador de alterar e definir nossas vidas. Também foi Shakespeare quem disse que o amor é cego. Pois bem, estou segura de que isso é verdade.
Para algumas pessoas, de forma inexplicável o amor se apaga. Para outras, o amor singelamente se vai. Mas é claro, o amor também pode existir, mesmo que só por uma noite. No entanto, existe outra classe de amor mais cruel.
Aquele que, praticamente mata suas vítimas. Chama-se "falso amor" e nesse tipo... sou experiente. A maioria das histórias de amor
falam de pessoas que se apaixonam entre si. Mas o que acontece com os demais? E as nossas histórias? Aquelas que nos apaixonamos?
Somos vítimas de uma aventura unilateral. Somos os amaldiçoados dos seres queridos. Os seres não queridos. Os feridos que se valem por si mesmos. Os incapacitados sem estacionamento reservado.

Eu estava devastada, tudo desabou em questão de horas e a única coisa que eu me perguntava era “porque?”, porque disso tudo? porque comigo? Jogada no chão do quarto enquanto ouvia Helena soluçar eu já não chorava mais, meu estomago continuava embrulhado, não tinha força nas pernas que estavam encolhidas junto a minha barriga, eu já não chorava, na verdade eu estava apenas existindo, minha mente rebobinava a fita das ultimas horas o tempo todo, e de plano de fundo novamente os soluços e fungados da Helena. Foi uma verdadeira tragédia Shakespeareniana anunciada, a minha dor, magoa, decepção e vergonha como protagonistas, quando eu digo vergonha é só de mim, porque não parei quando a vida me deu todos os argumentos para isso. Nesse momento não sei quais são os meus sentimentos em relação a Helena, ergo meus olhos para enxerga-la e ela esta com a cabeça deitada na beira da cama os olhos inchados, os cabelos assanhados com fios colados no rosto encharcado e olhando para mim como se esperasse alguma ação. Pensei em ficar naquela posição para sempre, mas eu acho que já me acomodou demais não é mesmo? Puxei minha alma colando de volta a minha carcaça, me movimentando para me levantar senti todo meu corpo doer, parecia que um caminhão tinha me atropelado, olhei uma última vez para ela engolindo um choro e raspou minha garganta, comecei a catar minhas coisas, ela só me acompanhava com o olhar, mas levantou quando me viu pegando as malas

- Ana...me perdoa. Foi um fio de voz, respirei fundo, eu não estava pronta para perdoa-la, não agora, não hoje. Nada disse apenas continuei a arrumar minhas coisas queria sair dali o mais rápido possível.

Tudo arrumando, deixei um cheque encima da cama, quando comecei a pegar as malas ela parou a minha frente

- Eu te ajudo...

- Não. Não para tudo que vinha dela. Não para essa palhaçada.

Seguir em frente de forma desajeitada afinal era muita coisa, não quis nem ao menos tomar um banho, eu estava com a aparência horrível, como eu disse, um caminhão me atropelou. Quando cheguei no inicio da escada Dona Giovanna me viu e fez sinal para o jovem rapaz próximo a ela me ajudar, ele pegou tudo aproveitei para amarrar o cabelo e passar as mãos na tentativa falha de amenizar as marcas da fatídica madrugada

- Buena notte Ana

- Buena Dona Giovanna...é...eu já estou indo, mas minha...é a Helena talvez fique eu não sei mas vou deixar tudo acertado os dias que foi reservado a senhora podia me ver um taxi?

- Claro, claro. Ela me olhava como se soubesse o que tinha acontecido, não se prolongou nem fez perguntas, novamente falou com o rapaz que logo tratou de chamar um taxi, que também não demorou. Dona Giovanna deu a volta no balcão onde ela atendeu me abraçou. Foi acolhedor, foi então que chorei, chorei nos ombros de uma “desconhecida”. Não sei quantos minutos fiquei ali chorando e chorando, mas tirei um pequeno peso. Olhei para ela com um pequeno e forçado sorriso e sussurrei uma “obrigada”. Quando estava saindo olhei para trás ela, Helena chorando, com os braços agarrados a si. Eu preciso seguir.

Novamente as infinitas horas, a volta para casa, não reparei na paisagem que passava rapidamente, meu cérebro começou a brincar comigo novamente rebobinando a fita do acontecido até que cansou e me deu um descanso permitindo que eu cochilasse. Mais alguns longos minutos e eu já estava no aeroporto, comprei a passagem cheguei encima da decolagem, despachei minhas malas e segui para o avião. A mesma coisa do taxi, cérebro, flashs, dormir. Horas e mais horas. Enfim cheguei, solo brasileiro. Liguei para Sr° Samuel o dia já estava claro, eu estava fedendo, notei que as pessoas me olhavam, cansada, esgotada, liguei literalmente meu corpo no automático, olhando para o nada só sai de meu transe quando notei Sr° Samuel dando dois estalos com os dedos. Assim que olhei para ele o choro voltou, me agarrei ao pescoço dele e desabei, novamente. Não tenho sequer controle sobre meu corpo agora. Me acalmei e pedi para ele não perguntar nada. E foi o que ele fez.

São Paulo, cinzenta São Paulo, meu lar, onde posso viver agora minha total solidão, imersa num balde de decepção e dor. Ruas e mais ruas enfim minha casa...minha casa. Sr° Samuel se adiantou abriu a porta para eu sair caminhei com as sandálias na mão não liguei em pegar bolsa alguma, entrei e ela estava ela. 

- Você não desmancha nunca esse sorriso não é?  Pois é, acabo de falar com um quadro

- Só pode está debochando da minha cara de otária e agora...corna

Eu só posso estar pirando.

- Minha menina. A voz de Dona Abigail ecoo na sala interrompendo minha loucura particular

- Olá Dona Abigail, como a Senhora tem passado? Ela me abraçou apertado. Senti a falta dela.

- Mas você chegou cedo, onde está a Hele...aconteceu algo? Você esta pálida?

- Dona Abigail eu só quero lhe pedir uma coisa

- Pois não filha

- Vá para casa com seu esposo, estou lhe dando folga pelos próximos 4 dias

- Mas Dona Ana.. eu

- Sem o Dona, sem mais e sem meio mais, é uma ordem Dona Abigail, vá para casa e qualquer coisa eu ligo não se preocupe.

- Mas...mas

- Agora. Eu precisava ficar só, eu estava a ponto de ter um colapso, eu vou ter um colapso, mas não quero ela nem ninguém presenciando isso, é vergonhoso e eles não merecem

- Tudo bem então, mas me prometa que me liga se for preciso

- E prometo, eu só preciso ficar um pouco sozinha

- Eu entendo. Me abraçou novamente e seguiu rumo a seu quarto para pegar suas coisas, Sr° Samuel já tinha levado todas as minhas coisas para o quarto, continuei olhando a droga do quadro estática. Dona Abigail voltou me dando instruções de tudo o que tinha pronto e sobre outras coisas mais, ela sabia mais da minha casa do que eu mesma, se despediu com o ar e o olhar mais preocupado que eu já presenciei e saiu fechando a porta. Pronto. 

Eu já podia surtar, um choro descontrolado tomou conta de mim, procurei álcool, queria queimar minha garganta, raiva, ódio, magoa todos os sentimentos ruins que se pode imaginar possuíram meu corpo de forma bruta e arrebatadora. A tampa de vidro da garrafa cara do whisky voo para longe, não havia necessidade de copos. Eu gritei. Gritei alto enquanto aquela bebida descia lentamente pela minha garganta. Chorei, berrei. Mas não pareceu suficiente, olhei em volta e senti vontade de explodir, avistei uma escultura e dois movimentos ela já estava no chão, em mil pedacinhos, assim com vasos, vidros entre outras coisas Dela. Todas sem valor algum para mim, queria tirar ela de todas as formas dali, de mim, da minha vida, continuei a quebrar mais e mais coisa. Olhei para as paredes e lá estavam eles, dinheiro e mais dinheiro em um monte de tinta. Viraram um monte de nada, pois eu comecei a quebrar tudo, arranhar rasgar, e gritava, eu a xinguei de nomes sujos, de coisas que nunca me imaginei pronunciar. Depois da quase tudo destruído meu corpo pesou e foi ao chão onde eu chorei por horar, o liquido de cor âmbar escorria pelo chão depois que a garrafa foi arremessada contra um dos quadros.

Porque eu? Porque?

Levantei novamente meus olhos e elas estava lá, não mais na parede, sua moldura bem cuidada cara e detalhada estava agora quebrada, mas ela ainda sorria. Me arrastei ate ela com mais raiva, soltei o tecido na qual suas curvas foram pintadas determinada a leva-la ao mesmo fim que as outras...mas seus olhos refletidos no pequeno espelho não deixaram, aquela criatura me trazia uma...paz? que se dane. Larguei em qualquer lugar e resolvi subir. Cambaleando entre um degrau e outro entrei no quarto continuei com a quebradeira, precisava me certificar de que tudo viraria po ou ao menos entulho, eu sei, eu sei, uma tentativa idiota de arrancar Helena de mim. Mas não tinha outra opção no momento elas ia sair daquela casa, da minha vida, da minha história. Do meu coração de qualquer jeito.

Há coisas na nossa vida que nos deixam felizes. Há outras que com o tempo se revelam e só nos causam sofrimento. Há outras ainda que aos poucos nos decepcionam, até ao ponto que o entusiasmo morre e aí já não sentimos mais emoção. No início nos transmitem tanta coisa boa, tudo é perfeito, o tratamento, o jeito de falar, de andar, de sorrir... o coração bate mais forte, as pernas tremem. Com o tempo, com a visão do dia a dia, com a intimidade, as pessoas já não parecem mais tão perfeitas para nós.

As amizades acabam, os namoros, os noivados, os casamentos acabam, os encantos são quebrados, a mágica é descoberta e não conseguimos mais enxergar as coisas boas que a outra pessoa tem. 

Analisamos tudo por um prisma implacável que nos diz a pura verdade: aquele sentimento profundo, a percepção e a intuição de que aquela pessoa não tem mais lugar nas nossas vidas.

Eu falhei com Helena.

Helena me destruiu. 


Notas Finais


È isto. Bju pras irmã
Bebam Aguá Crianças. #ForaTemer


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