Semanas depois...
A prova já é amanhã. E apesar de estar estudando e me esforçando em não pensar em nada, só na prova... Minha mãe, meu irmão... não saem da minha cabeça.
Peguei me celular que apitava e era uma ligação de um número desconhecido.
- Alô?
- Filha! - fechei os olhos ao ouvir a voz de Hong Do e já meneei minha mão para descer com o celular e desligá-lo quando ele disse: - Não desliga.
- O que quer?
- Conversar com você. - disse ele com uma voz macia. - Pode me encontrar em um café na cidade?
(...)
Não queria muito, mas acabei indo de bicicleta, dessas que você pega emprestado, para ver o que ele queria... Hong Do ainda era meu pai.
Sentei-me de frente para ele e o encarei.
- Hoje é domingo. - cruzei os braços. - Não posso me demorar, amanhã eu tenho prova bem cedo.
- Onde você está ficando? - fingiu preocupação. - Na casa de uma amiga?
Ri sem humor.
- O que você quer?
Hong Do engoliu em seco.
- Filha, quero que volte para casa. - disse ele triste. - Para seu lar.
- Você vai embora e quando decide voltar... Eu tenho que o aceitar? - arqueei uma sobrancelha. - Não, abeoji, eu não sou a minha eomeoni.
- Você me chamou de abeoji. - ele sorriu. - Já é um começo.
- Não fica animadinho, não. - bufei, pois saiu sem pensar. - Já acabou?
- Eu quero falar também do seu namorado. - travei o maxilar. - Não gosto dele.
Sorri cínica.
- Não estou nem aí.
- Recentemente,... - Hong Do se inclinou para frente. - Eu o vi na estação de trem com outra moça. - engoli sem seco. - Devia ficar de olhos atentos. Ele não é rapaz para você.
- Tem medo por mim? - indaguei. - Tem medo que eu me torne a minha mãe em uma relação?
- ______... - ele abaixou o olhar. - Não fale assim.
- Vai negar que traiu minha mãe diversas vezes?
Hong Do fechou a mão direita, que estava sobre a mesa, em punho.
- Senhor Wei. - olhei para trás brevemente e me encolhi na cadeira ao ver a última pessoa que poderia ver fora do colégio. Jungkook. - O senhor se sente melhor?!
- Ah, sim. - disse meu pai. - Obrigado. Esta é minha filha, _____. - Jungkook me encarou e eu nem se quer o olhei, mas senti seu olhar sobre mim. - Filha, ele me ajudou um dia no mercado quando me senti mal.
- Hum. - dei de ombros elevando as sobrancelhas.
- Já nos conhecemos, senhor Wei. - disse Jungkook. - Estudamos na mesma escola. Eu só não sabia que o senhor era o pai de _____.
- Eu estive fora alguns anos. - Hong Do sorriu. - Quer se sentar com a gente?
Fechei os olhos, completamente frustrada.
- Não, não. - disse Jungkook sabiamente. - Eu já tenho que ir. Até. - disse sem jeito e se afastou.
- Garoto de ouro. - soltei o ar pela boca pesadamente e encarei meu pai. - Ele, sim, é um rapaz decente que serve para você, minha filha! Prestativo, gentil...
- Sabe de uma coisa... - comecei e ele ficou em silêncio esperando eu continuar. - você quer a sua família feliz de volta. E deixa eu te falar... Não terá. Sabe por quê? Porque o senhor não é um pai. Não é meu pai. - ele engoliu em seco. - Porque se fosse um pai de verdade, estaria sempre comigo e saberia o que Jeon Jungkook fez para mim. Então, não! - me inclinei para frente. - Ele não é um rapaz decente para mim. - levantei-me da cadeira e fui embora.
(...)
Segunda-feira... Ahh!!! Segundas! Você não ama as Segundas?!
A prova iniciou às 7 da manhã. Minha turma e mais as outras quarto turmas estávamos fazendo as provas. O dia foi longo e parecia interminável... À tarde terminamos e fomos almoçar no refeitório.
- Como acha que foi? - perguntou Jimin antes de levar um bolinho de arroz a boca.
- Acho que bem e você?
- Hum... bem também. - ele afirmou com a cabeça e pegou outro bolinho de arroz.
- Legal. - sorri e peguei um bolinho para comer também. - Você não ama os bolinhos de arroz. Humm.
- Tinha que comer os da minha avó. - Jimin disse com a boca cheia. Ele engoliu e continuou. - Eram ma-ra-vi-lho-sos.
Sorri pelo modo como ele falou e Jimin pegou mais um bolinho.
- Sinto muito pela sua avó.
Ele apenas me encarou e afirmou com a cabeça enquanto mastigava. Como ele disse "era" já podia imaginar que ela tinha morrido.
- Sabe que vai ter o acampamento, não é?
- Não sei se poderei ir...
- Como assim, _____? - Jimin me encarou assustado. - É o evento principal da escola. - disse ele categórico.
- Como sabe? - elevei os ombros. - Você chegou aqui esse ano.
- Yoongi. - ele pegou o suco e bebeu um gole antes de continuar. - Ele me disse.
- Ah.
- O que eu quero dizer é que... Será o último passeio da escola no feriado. - continuou rapidamente. - E como você diz que não vai?
- Eu me comprometi no restaurante dos pais do Yoongi.
- Vou falar com ele.
- Não! - Jimin me encarou assustado. - Quer dizer, para quê... - dei de ombros.
- Não quer viajar comigo?
Sorri.
- Eu adoraria.
- Vou falar com ele.
- Jimin.
- Não esquenta. - ele deu de ombros. - Yoongi é um cara legal. - sorriu. - Ele não vai se importar...
(...)
Jimin's pov
- Espera... O quê?! - arregalei os olhos. - Por quê? Yoongi, eu estou te pedindo um favor simples. - uni minhas mãos em frente ao corpo. - Você não vai ao acampamento e eu e _____ podemos ir.
Deixei meus braços caírem pela lateral do corpo.
- Eu já esperava esse acampamento desde o do ano passado. - disse ele. - Serão quatro dia. Quatro dias! Que não terei que me preocupar com nada.
- Eu só sugeri isso pelo fato de não prejudicar seus pais. - continuei apressadamente. - Eu nunca fui nesse evento e seria legal eu ir com a minha namorada, não acha?
- Se quiser ir com ela, pode ir... - ele deu de ombros.
- Só se seus pais não abrirem o restaurante no feriado.
- No feriado e quando as pessoas não querem cozinhar! - Yoongi elevou as mãos. - É claro que eles vão abrir.
- E você se recusa a trocar de lugar com ela? - elevei os ombros. - Hyung, eu quero ir a essa viagem com ela. Dê folga a ela. Ou invente uma desculpa para seus pais, já que não quer ficar aqui e os ajudar no feriado.
- O feriado é somente daqui um mês! - Yoongi gruiu. - Por que está faltando disso comigo agora?
- Para garantir.
- Eu vou demitir a ______.
Arregalei os olhos.
- O quê?! Por quê?!
- Meu pai, ele precisa fazer uma cirurgia e vamos ter que vender o restaurante.
- Ah... - soltei o ar pela boca. - Eu sinto muito.
- Obrigado. - disse Yoongi com um leve sorriso. - É por isso que não deve se preocupar com essa viagem mês que vem. - comprimi os lábios. - Eu ia falar com ______ ainda essa semana.
Assenti com a cabeça.
(...)
_____'s pov
Jimin pediu para eu o esperar do lado de fora da loja enquanto ele falava com Yoongi.
- ______? - Jungkook se aproximava. - Queria falar com você.
- Só que eu não.
- É importante.
Comprimi os lábios.
- O que é?
- Eu não sabia que Wei Hong Do era era pai. - começou ele e eu olhei em volta brevemente. - Não queria causar qualquer tipo de constrangimento para você. E... - ele suspirou. - obrigado por não ter contado a ele sobre o que aconteceu... - Jungkook abaixou a cabeça. - Eu me sinto muito envergonhado por tudo. E eu lamento pelo que está passando. - estreitei os olhos. - Acho que todos mereciam mais tempo.
- O quê? - disse confusa.
- Seu pai. - disse Jungkook. - Eu o ajudei no mercado quando ele se sentiu mal. - deixei Jungkook falar. - Conversamos e ele me disse que seus dias estavam contados e que não podia se aborrecer. - comprimi os lábios. - Imagino que seja por isso que não disse nada a ele.
- É. - disse anestesiada. - O que mais ele disse?
- Que o médico tirou todas as suas esperanças. - Jungkook continuou triste. - E que havia uma única chance, mas que a operação era muito cara e não tinha como pagar. - ele elevou os ombros. - Eu queria poder ajudar de alguma forma, mas... Nem eu lhe dando minhas economias pagaria a operação. - pisquei os olhos lentamente. - Eu sinto muito por tudo mesmo. Desejo que ele fique bem em seus últimos dias. - Jungkook estendeu a mão para a colocar em meu ombro, mas a deteve no meio do caminho. - Apesar de tudo, se precisar de qualquer coisa e eu puder ajudar... Não hesite em falar comigo. Até. - meneou o corpo e seguiu seu caminho.
Que conversa mais louca foi essa??
Aigoo!
- ______? - Jimin me tirou do meu devaneio. - Algum problema?
- Não sei direito. - disse ainda vento Jungkook se afastar.
- Yoongi disse que quer falar com você. - olhei para Jimin. - É um assunto delicado.
- Eu vou entrar. - sorri simplista, ainda anestesiada. - Nos vemos depois? Sim?
Jimin afirmou com a cabeça e eu entrei no restaurante dos pais do Yoongi.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.