Jungkook on
S/N finalmente dormiu.
Eu estava com muita dificuldade para dormir. Eu estava pensando muito. Estava com muita raiva daquele desgraçado.
Eu teria que perguntar a S/N, o que ela iria fazer depois disso.
Independente do que ela quisesse fazer, eu iria apoiá-la.
Eram mais de duas da manhã, quando eu finalmente, consegui dormir.
Não dormi, por no mínimo duas horas. Logo acordei.
Aquilo tinha mexido muito com o meu sistema nervoso. Meu corpo estava dolorido por causa disso. Minha cabeça doía.
Consegui sair debaixo de S/N, sem acordá-la.
Já se passavam das quatro da manhã. E já estava quase amanhecendo.
Fui até o closet de S/N, cuidando para não fazer barulho.
Encontrei algumas roupas minhas, que eu havia esquecido ali outro dia. Estavam limpas. Peguei as mesmas e fui até o banheiro.
Peguei uma toalha.
Tirei a camisa e me olhei no espelho. Eu estava horrível. Tanto por dentro quanto por fora.
Eu estava branco e com olheiras.
Tirei o restante da roupa e tranquei a porta.
Entrei no boxe e liguei o chuveiro.
Sentir a água quente escorrer pelo meu corpo todo, aliviou um pouco da dor física que eu sentia.
Respirei fundo várias e várias vezes.
Encostei as costas na parede gelada. Deslizei as costas pela mesma, logo sentando no chão.
Senti a água quente do chuveiro cair em minhas costas.
Então deixei as lágrimas virem.
Aquilo era torturante. Era horrível saber daquilo.
Eu tinha que conseguir ficar bem. Tentaria de tudo. S/N precisava de alguém ao lado dela. Eu não podia ter uma recaída. Não agora. Ia ser difícil, mas eu tentaria fazer o possível para ficar bem.
Fiquei cerca de quinze minutos ali sentado, chorando horrores debaixo do chuveiro.
Quando me senti um pouco melhor, levantei-me e tomei banho direito.
Saí do banheiro, já vestido e olhei S/N que ainda dormia.
Sequei meus cabelos com a toalha.
A dor de cabeça finalmente havia passado. O quarto já estava claro. Já havia sol.
Deitei na cama novamente, ao lado de S/N e fiquei esperando a mesma acordar.
Em pouco tempo S/N se mexeu, em seguida abriu os olhos.
Cheguei mais perto dela na cama, me cobrindo novamente com os cobertores.
Beijei a sua testa.
S/N ficou bem perto de mim, com a cabeça muito perto do meu pescoço.
Eu sentia a respiração dela no meu pescoço.
S/N me abraçou. Retribuí passando os braços pelas suas costas.
Eu estava ali. E iria apoiá-la em tudo o que precisasse.
S/N ficou me olhando.
- S/N... O que você vai fazer? - Perguntei baixo.
Ela sabia do que eu estava falando.
S/N desviou o olhar.
- Eu não sei.
Suspirei demoradamente.
- S/N, você precisa... precisa denunciar ele.
Ela negou com a cabeça.
- Não. Por favor. Não agora. - Eu pude sentir que as lágrimas dela estavam retornando.
- Eu sei que é difícil. E eu não vou te obrigar a fazer nada.
- Eu vou denunciar ele... Jungkook, eu prometo, - os olhos dela começaram a encher de lágrimas. - Mas por favor, não agora.
Sabia que não ia ser fácil. Daria a ela o tempo que precissasse.
Ela acabou soltando uma lágrima.
Como era horrível vê-la assim.
- Tudo bem, - falei enxugando a lágrima com o dedo. - Vou te dar o tempo que você precisar. Você não vai mais vê-lo. Mas você não precisa mais ter medo dele. Está bem?
Ela me olhava com atenção.
- Você não precisa ter medo dele e de ninguém. Eu estou aqui. Não vou deixar que ele nem ninguém faça nada com você, ouviu?
Ela suspirou. Mas sem parar de me olhar.
Jungkook off
S/N on
Por incrível que pareça eu me sentia razoavelmente bem.
Jungkook estava ali comigo, e isso era tudo o que eu queria.
Eu iria denunciar ele. Não queria, mas eu tinha que denunciar. Eu não ia deixar ele livre. Mas eu precisava de tempo. Não era uma coisa fácil.
- S/N, por que... Você e sua mãe nunca fizeram nada? - Jungkook perguntou.
Naquele instante, lembrei-me daquilo tudo.
- Minha mãe não sabia o que fazer... foi muito difícil para ela. Ela não estava preparada para ouvir a filha de cinco anos dizer que foi abusada pelo namorado dela. Eu confiava muito nela. Por isso contei. Quando ele finalmente foi embora.
Jungkook me ouvia com atenção.
- As chances de encontrarem ele eram minúsculas. Tudo foi deixado de lado. Minha mãe até me levou em alguns psicólogos depois daquilon, mas sem eles saberem do real motivo. Ela fez o que estava ao alcance dela. Mas isso nunca resolveu o problema de verdade. E eu não culpo ela por isso.
Jungkook assentiu com a cabeça.
- Mas eu odeio ele, Jungkook... - eu já não estava mais conseguindo manter as lágrimas.
Comecei a chorar.
- S/N. - Jungkook me chamou.
Olhei para Jungkook.
- Preste atenção. Você não precisa esconder nada de mim. Você sabe que pode contar tudo para mim. E nunca mais nem ele, nem ninguém vai encostar um dedo sequer em você. E eu vou te dar o tempo que precisar, não se preocupe.
Ele beijou calmamente minha testa.
- Me chame para conversar sempre que precisar, ouviu? - E eu irira precisar. - Não tenha vergonha de chorar na minha frente. Eu te amo, - em seguida me abraçou.
Retribuí o abraço. Como eu amava ele. Demais.
- Eu também te amo, - falei virando a cabeça e sussurrando em seu ouvido.
Ele virou a cabeça e beijou meu pescoço carinhosamente, me fazendo arrepiar.
- Eu não quero mais lembrar disso, - falei baixo, mas alto o suficiente para que Jungkook me ouvisse.
- Você não precisa se preocupar.
Em seguida me soltou e ficou me encarando.
Logo ele me deu um celinho. Em seguida sorriu discretamente de lado.
Beijei ele novamente. Dessa vez um beijo mais demorado.
{.•.•.}
Ficamos o resto do dia juntos. Eu não queria me separar de Jungkook. Nunca mais.
Encontramos Namjoon. Não falei nada para o mesmo. Eu ainda não me sentia confortável em dizer aquilo. Namjoon como sempre me fez rir. Mesmo eu estando destruída por dentro. Jungkook e Namjoon eram as únicas pessoas que me faziam sorrir.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.