História Best thing I never had - Capítulo 4.

Flashback:

Ela sabia que deveria se apressar, detestava atrasos, principalmente, quando ela era a atrasada. Sam acenou para Lena no momento em que a viu entrando no restaurante, a mulher ruiva estava de costas.

-Lena, já estava ficando preocupada – Sam abraçou a Luthor e reconheceu quase que imediatamente a mulher que se levantava.

-Alex Danvers – disse Lena, Alex apertou sua mão de forma rápida –Como o mundo é pequeno – comentou e viu o sorriso no rosto de Alex.

-Vocês se conhecem? – Sam sentou ao lado da noiva, enquanto Lena sentou-se de frente para as duas.

-Fomos colegas de classe alguns anos atrás, quando estive em Midville – informou Lena e ouviu a risada contida da amiga.

-Então você deve ter ótimas histórias sobre... bem – Sam pigarreou e abriu um largo sorriso de pura felicidade –Nós vamos casar – e mostrou o anel de noivado em sua mão.

-Meu deus Sam isso é ótimo – Lena não poderia estar mais feliz pela melhor amiga –Estou tão feliz por você.

-Então, você deve ter ótimas histórias sobre a Alex na adolescência.

-Ela disse que fomos colegas de turma Sam – disse Alex –Não amigas.

-Nós não nos dávamos muito bem.

-Isso porque você queria ser uma sabichona...

-Não me venha com essa Danvers, você que não conseguia me acompanhar...

-O que? – Alex pareceu realmente ofendida – Olha só para mim, a genial Lena Luthor, ninguém aqui nessa escola é mais inteligente, isso até agora, porque seu ego cresceu e então troque escola por planeta terra.

-Isso é você quem está dizendo e bem... os jornais do mundo inteiro – replicou Lena com um genuíno sarcasmo envenenando seu tom de voz.

Sam revezava seu olhar de uma para outra ainda sem entender como as coisas tomaram aquela proporção.

-Tenho certeza de que aqui, temos uma linda história para ser contata – disse Sam.

-Não tem história nenhuma Samantha – retrucou Lena e Alex apenas concordou virando o rosto para o lado.

Atualmente:

-Lena.

A Luthor estava sentada no sofá, o notebook estava sobre a mesinha de centro da sala, ela não conseguia se concentrar por mais que tentasse, ainda tinha aquela imagem de Kara completamente quebrada, a imagem a entristecia, realmente acreditou que durante os anos aquele sentimento que nutria pela pequena Danvers fosse desaparecer, estando viajando pelo mundo, conhecendo pessoas de diversas formas. Mas não, por mais que conhecesse quase todas as pessoas do planeta, ainda havia aquela sensação de que não encontraria ninguém como aquela garota. Ela era especial, e agora. Estava completamente quebrada.

-Lena.

Ela tinha certeza de que olhar de forma fixada para parede não deveria ser considerado normal, mas ela estava pensando, e pensando. Kara a chamou, e Lena se quer se moveu. Suas pernas estavam dobradas sobre o sofá, seu braço apoiado no encosto com revestimento de veludo preto, se quer piscava os olhos e isso era assustador. Kara sentou-se a sua frente e isso pareceu trazê-la de volta, Lena piscou algumas vezes e chegou limpar a garganta para tentar conter seu constrangimento.

-Chamei você algumas vezes – disse Kara com um ligeiro sorriso nervoso decorando seu rosto.

-Desculpe, estava pensando em algumas coisas – disse e apanhou seu notebook sobre a mesinha.

-Percebi, é assustador ver você tão concentrada em alguma coisa, eu invejo toda a sua... determinação...

Lena chegou a sorrir com o comentário. Kara ajeitou os óculos no rosto.

-Estava pensando em você na verdade – assumiu e viu as bochechas dela se tornarem rosadas quase em um tom avermelhado, Kara começou a brincar com as próprias mãos.

-Pensando... em mim?

-Kara, o que aconteceu com você... – ela realmente queria ser mais delicada –Acontece com todos os ex combatentes quando voltam, você precisa de ajuda...

-Ah, era sobre isso que pensava – disse Kara e deixou escapar seu tom mais desanimada, respirou fundo e levantou-se –Olha eu não preciso de ajuda, estou bem, na verdade, estar melhor seria impossível, então... por favor, esqueça o que viu, porque... não tinha nada para ver – subiu apressada as escadas.

Flashback:

Alex esperava Sam de sua ida de última hora ao banheiro, Lena estava parada aguardando pacientemente seu motorista trazer o carro. Quando Alex se aproximou o suficiente percebeu que ela estava fumando. Ela não se lembrava de já tê-la visto alguma vez fumando.

-Aqui – entregou a Luthor um cartão, a principio, Lena encarou o pedaço de papel com um design bem feito, sem entender as intenções da Danvers, o apanhou e chegou a sorrir, tinha seu número. Dra. Alex Danvers – Pode me ligar quando o câncer de pulmão a visitar – disse em um humor mórbido.

Lena chegou a rir, apagou o cigarro e colocou as mãos dentro do casaco.

-Como está a Kara? – perguntou surpreendendo a Danvers.

-Não sabia que ainda se lembrava da minha irmã – replicou Alex, a viu dar de ombros, e realmente acreditou que fosse apenas uma simples pergunta –Eu não sei exatamente aonde ela está – disse e fechou o zíper de sua jaqueta, escondeu suas mãos dentro dos bolsos, estava curiosamente fazendo frio –Ela ligou uma vez, mas foi tão rápido que era como se não tivesse ligado.

-Deve ser difícil ter alguém que ama longe.

Alex a encarou tentando realmente entendê-la. Lena olhava para o chão, até que seu carro finalmente foi estacionado e logo atrás o de Alex.

-Espero que ela volte para casa inteira – disse Lena.

-É o que todas nós queremos.

Atualmente:

Eliza estacionou seu carro na garagem. Apanhou no banco do passageiro duas sacolas com diversas mudas de rosas diferentes, tinha um largo sorriso de puro contentamento, sabia que as rosas apenas acrescentariam o seu jardim. Encontrou Lena na varanda.

-Alex e Sam já chegaram? – perguntou Eliza.

-Não – disse Lena, poderia não conhecê-la como Sam, poderia se lembrar dela apenas como aquela garota a qual Kara era perdidamente apaixonada, mas sabia que havia algo de errado. E aquele pressentimento apenas piorou quando viu Kara atravessar o corredor e parar na porta, Lena afastou-se saindo totalmente para fora da casa.

-Está tudo bem?

-Claro, por que não estaria? – Kara recebeu a mãe com um beijo em sua cabeça, Eliza olhou de uma para outra, mas decidiu não se envolver.

-Vou preparar o jantar – disse Eliza.

-Kara, eu sinto muito ter...

-Você quer dar uma caminhada, acho que... – interrompeu Kara, achou inacreditável seu tom de voz se quer vacilar, Lena chegou a sorrir aceitando o convide com um simples mover de cabeça em afirmação.

Flashback:

-Kara, pode me passar a chave de fenda, por favor...

Kara estava tão concentrada na Luthor, que não ouviu o que Lena pedia. Elas poderiam fazer qualquer coisa como projeto de ciências, mas é bastante claro, que estando fazendo grupo com uma Luthor seu projeto não seria nada simples. Lena estava em baixo do que considerava seu novo filho, porque era quase como um filho que o tratava, ela queria provar para seus professores que seu conhecimento ia além do que eles ensinavam. Não por ser arrogante ou coisa parecida, mas por seu cérebro estar sempre passos a frente de qualquer um. Kara a admirava em silencio e rezava para que ela não percebesse em seus suspiros cada vez mais longos.

-A chave de fenda Kara – pediu novamente e seu braço foi estendido em direção a Kara.

Mas ela estava ocupada demais.

Lena saiu de baixo de seu projeto, seu rosto estava sujo. Os olhos verdes encontraram os seus e ela precisou e muita força de vontade para não demonstrar todo o medo que sentia, Kara sentiu seu peito um pouquinho menor.

-Kara.

-Ah, eu... – ela balançou a cabeça, e afundou-se no sentimento de que provavelmente era uma idiota e uma péssima companheira de equipe – Desculpe, eu me distraí...

Lena sorriu deixando a mostra seus dentes alinhados e perfeitos. E só isso foi responsável por fazer seu coração disparar. Lena inclinou-se para pegar a ferramenta. Ela voltou a se esconder em baixo de seu projeto. Kara a ouviu pigarrear.

-Então, o que você vai fazer esse sábado Kara? – perguntou Lena no tom mais descontraído que conseguiu.

-N-N-Nada, eu acho... quer dizer... – Kara respirou fundo, a ansiedade destruindo seu estômago, suas mãos começaram a suar frio –Nada – disse por fim e sem gaguejar.

-Quer ir ver um filme esse sábado... comigo?

Ela não sabia se Lena a estaria convidando com interesse romântico ou de uma forma fraterna.

-Er... eu adoro filmes! – Exclamou –quer dizer... – o corpo de Lena deslizou novamente no chão e ela pode ver em seu rosto um ligeiro sorriso – Eu adoraria.

-Vou mostrar uma coisa – disse Lena se levantando.

Kara a imitou, estavam lado a lado, era possível sentir seu ombro próximo ao dela, ela não tinha atenção para o projeto. Alex estava certa, se anteriormente, ela não ligava a mínima para ciências, agora, tendo Lena ao seu lado tão próxima, sentindo seu perfume adocicado. Ela não fazia ideia do que estavam fazendo ou que tipo de projeto era. Mas estava feliz por tê-la por perto.

-Está pronta? – perguntou Lena e tinha tanta empolgação em seu tom de voz que fez Kara sorrir de forma involuntária. Kara confirmou com a cabeça e Lena acionou algum botão, então a bola que estava a sua frente acendeu, mas não dava para ver com tanta clareza já que as luzes do laboratório estavam acesas, Lena apressou-se em desligá-las e ficou do outro lado da esfera, as luzes brilhavam em cores vermelhas e azuis –Então o que achou?

-É incrível – disse Kara, ajeitou seus óculos no rosto e então sentiu Lena outra vez próximo, ela pegou sua mão, e a colocou sobre a esfera, e toda vez que movia sua mão sobre a esferas era como se as luzes acompanhassem –Nossa – foi tudo que conseguiu dizer –Lena eu não faço ideia do que estamos fazendo ou melhor... você está fazendo – disse com uma nítida vergonha.

-Esse projeto é nosso Kara – assegurou Lena, as luzes eram as únicas fontes de iluminação –E estamos criando uma fonte de energia limpa, vamos usar também painéis solares térmicos.

-Nós poderíamos apenas fazer um vulcão – retrucou Kara e ouviu o riso da Luthor preencher todo o cômodo.

-Mas assim não teria graça alguma.

Ela gostava muito daquele brilho nos olhos dela. A deixava tão cheia de vida.