> Naquela mesma noite, Lisa se pegou a pensar no Lobisomem que tão bravamente defendeu seu amigo. Era estranho para ela tamanho afeto, tal que poderia desistir de sua própria vida pelo outro, ela ponderou e chegou a conclusão de que aqueles dois só poderiam ser amantes.
Lisa: “É claro! São amantes! Mas nunca vi amor tão forte...”
> Subitamente Lisa começou a se lembrar e iniciou em sua mente uma regressão que ela não gostava. Uma memória que ela mantinha tão escondida, que até esquecia que aconteceu.
Lisa: “Oque é isso, quem são esses?”
> Ela começou a lembrar-se e como que em transe, sentada encostada em uma almofada vivenciou dias passados, anos, décadas, séculos...
> Agora Lisa era uma garota de dezessete anos, inteligente, divertida e muito curiosa. Amava as invenções de Leonardo da Vinci, embora não as entendesse muito bem, estudava com afinco as descobertas de Copérnico e Galileu Galilei de quem era fã, até vibrou de ódio com a renúncia deste último a seus textos e descobertas, por querer fugir da fogueira com a qual a igreja o ameaçava. Sonhou ser atriz quando conheceu a Shakespeare e suas peças teatrais, dentre elas, as que mais gostava: O Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de verão e Megera Domada.
Considerava Romeu e Julieta muito forçada e melancólica afinal, quem em seu juízo perfeito iria se matar por outrem?
> Era o ano de 1602 de nosso Senhor, as ruas da Inglaterra viviam cheias, tudo era novidade, dificilmente não se tinha sobre oque conversar. Lisa era muito popular um ‘rapazote’, como seu Pai gargalhava ao falar e sua mãe a reclamar. A garota não queria saber de vestidos, bustiês, maquiagem ou garotos. Queria viver a vida e não seria presa a afazeres domésticos ou a um marido metido a besta por ter nascido em berço de ouro.
Seus admiradores eram dos mais variados círculos, desde aprendizes de padeiros, passando por Cruzados Católicos, até dignitários da Coroa.
Mesmo assim ela não se importava.
Lisa: Não quero compromissos e ponto!
> Lisa estava prestes a completar seus dezoito anos e seu pai, um rico comerciante de diversas mercadorias oriundas das colônias inglesas, decidiu que iria levar sua amada filha mais velha com ele, em uma viagem à Itália. Onde iria fechar alguns bons negócios para sua família.
Lisa se animou com a ideia e logo estavam na estrada.
> Sua mãe queria ir junto, mas seu pai a convenceu de que aquela viagem, seria uma excelente maneira de mostrar a Elisabeth as maravilhas de ser uma garota italiana, quem sabe assim, ela não se animasse com vestidos, acessórios e todas essas parafernálias que as mulheres tanto amam...
Mas para o plano dar certo, a garota não poderia ser pressionada pela mãe, nem influenciada pelas irmãs. Ela teria que perceber por si só.
> O plano não era ruim e o Pai de Lisa, começou a desenvolvê-lo e pô-lo em pratica, tão logo desembarcaram em Veneza.
Havia uma festa, para a qual o convite foi muito insistente, o Pai de Lisa solicitou que sua filha o acompanhasse, mas para tanto a mandou a uma verdadeira e tortuosa aventura... Encontrar um vestido que ela amasse.
> A festa seria dali a dois dias e Lisa com as criadas, andaram de loja em loja por toda Veneza, mas nada encontravam que lhe agradasse, até mesmo as criadas já davam sinal de desistir, quando em sua teimosia, Lisa adentrou uma oficina de costura, um lugar onde consertavam vestidos. As criadas entraram em pânico, clamando para que sua senhorinha não comprasse nada ali, mas como sempre Lisa era do contra, uma mocinha nada convencional. Adentrou a oficina e encontrando com um senhor sentado em um banco onde costurava uma calça de criança, logo solicitou...
Lisa: Quero um vestido de festa!
Senhor: Senhora mia, aqui apenas temos vestidos usados...
Lisa: Deixe-me vê-los, que mal pode haver?
Senhor: Se insiste...
> O velho Senhor trouxe todos os vestidos que havia consertado e aqueles que necessitavam apenas de um ou outro pequeno reparo. Porém Lisa não se agradava por nenhum, até que sua criada com sinais de estresse e raiva, jogou um vestido ao longe, um vestido já recusado por Lisa, esta vendo o vestido cair ao solo, correu, o pegou e solicitou um provador.
O Senhor mais que feliz, ofereceu seu quarto para a prova. Não demorou muito e Lisa saiu sorridente e animada. Deu ao velho muito mais que o vestido valia e foi ao centro da cidade em busca de sapatos vermelhos.
Era um escândalo! Sapatos vermelhos para uma moça Inglesa?!?!
Era moda na Itália e ela os queria, rodou por inúmeras lojas até que encontrou aqueles que eram destinados a ela, feitos a mão, logo ninguém mais teria um como aqueles.
Chegou o dia da festa, na carruagem Lisa, seu pai e suas duas criadas iam animadas conversando, sim Lisa era muito gentil com seus criados.
> Seu pai a questionava com o olhar a todo tempo, pois Lisa trajava uma capa de veludo preta, que cobria todo seu corpo, não permitindo ver nem mesmo seus sapatos.
A viagem não demorou a findar. Logo todos estavam as portas para serem anunciados e Lisa com sua capa, matava seu pai de curiosidade...
Pai: Lisa, deixe-me ver seu...
Lisa: Acaso não confia em mim papai? Quer que me vá? Pensas mesmo que seria eu, causa de vergonha e decoro para nossa família? Para o Senhor?
Pai: Não! Confio em você!
Lisa foi anunciada junto de seu pai...
De Londres: Lorde e Lady Whittemore
> Os olhares se voltaram à escadaria e as criadas tomaram a capa de Lisa, revelando o tão secreto vestido...
Foi demais, os comentários começaram. Ninguém poderia deixar de ver e admirar a beleza da moça.
E que vestido mais singular era aquele...
Lisa ruboresceu, de posse de seu leque escondia o máximo que podia seu rosto vermelho. Mas estava orgulhosa, seu pai perdeu a voz, estava encantado com a beleza da filha. Aquele vestido era maravilhoso, aqueles sapatos realmente combinavam, combinavam até demais.
Lisa estava linda e ela sabia disso. Todos os homens, não importando a idade a convidavam a dançar, mas ela educadamente recusava, alegando que as danças aquela noite eram destinadas apenas a seu pai.
Uma das criadas, aquela que jogou o vestido, cochichando disse a outra...
Criada: Esse não é o mesmo vestid...
É o forro!
O forro interno...
> Ela estava certa. Quando jogou o vestido Lisa pode ver as rendas internas daquele vestido, aquelas rendas maravilhosas em preto com finos e minúsculos toques em vermelho sangue, tão pequenos que causava um efeito visual, nunca antes visto.
Lisa dançou e dançou, quando seu pai se cansava ela dava consentimento para um ou outro pretendente...
Após muito dançar, Lisa tomou acento e ao bebiricar uma taça de vinho ouviu o anúncio...
De Volterra: Lorde Alec Volturi!
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