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História Between Lie And Love - IX. Family


Escrita por: dreams-flowers

Notas do Autor


Boa leitura! ♥♥

Capítulo 9 - IX. Family


KATE FULLER


     QUANDO O ônibus do meio dia freia até parar no estacionamento da rodoviária em Rye, e eu obviamente já estou acordada, meu coração dá um salto e bate mais acelerado. Eu estou agora subitamente nervosa e ansiosa, olhando para todos os lados esperando impacientemente que todos desçam do ônibus relativamente cheio, com prováveis 15 passageiros, afinal de contas, é uma viagem para Rye. Todo esse estardaço porque sei e não sei o que me aguarda quando chegarmos na casa de férias da família.

     Charlie, sentado ao meu lado, me encara como se fosse dizer algo que eu provavelmente não vou gostar, já que ele tirou o seu dia para dizer coisas estúpidas à meu respeito, mas para ao observar bem minha inquietude estampada no rosto. Suspira, como que se sentisse realmente cansado de ver a coisa se repetindo.

     Abre a boca para falar, mas eu sou mais rápida, dizendo-lhe num tom sério:

     _ Eu sei que tirou o dia para ser idiota, mas por favor, não diga nada que não seja útil hoje _ Digo, pegando minha bolsa e me levantando da poltrona. Estamos só nós dois agora, e precisamos buscar as malas com o motorista.

     _ Eu não "tirei o dia" para ser idiota _ Fala a palavra "idiota" com seu típico desdém, quando não gosta de alguma coisa _ Só senti falta de te encher o saco como fazia antes.

     Ele pisca para mim e abre um imenso sorriso, coisa que não tinha feito até agora. 

     Encaro seu rosto e faço uma careta, decida a driblar minha raiva para que tudo dê certo. Se continuássemos como estávamos, seria muito evidente que hoje não é um bom dia para nos "amarmos", como quero que seja a primeira impressão que minha família tenha ao chegarmos.

     _ Você é um idiota _ Acuso, revirando os olhos e dando um soco em seu ombro. Ele ri, não antes de fazer uma careta.

     _ Okay, vamos lá fazer esse nosso romance mentiroso dar certo _ Diz, ao se levantar de sua poltrona. Sai primeiro, faz reverência para que eu saía na frente e descemos do ônibus.

     Charlie inusitadamente segura minha mão, entrelaçando seus dedos entre os meus, e eu, em resposta, lhe lanço um olhar questionador.

     _ Nosso teatro começa agora baby _ E piscou, dando de ombros.

     ···

      Quando o táxi que havia nos transportado da rodoviária até a casa onde ficaríamos contornou o extenso hequitare de verde ao redor da casa de férias onde passei muitos verões, eu descubro que meu nervosismo anterior não é nada comparado ao que sinto nesse momento. 

     _ Acho que não consigo... Não posso fazer isso. _ Eu digo, parada em frente o portão que rodeava a casa. 

     Portões em Rye são raros, mas mamãe achou aconchegante a ideia de termos um portão quando reformou, e ali está ele, imponentemente rodeando o mini castelo que havia sido construído à prováveis dois séculos atrás, agora reformado e um pouco mais moderno. O local cheio de verde é distante de outras casas: nós só encontraríamos vizinhos á um quilômetro, o que talvez tenha sido por isso que Hannah tenha escolhido casar-se na nossa casa de férias: poderíamos dar festas, e ninguém se incomodaria.

     _ Não seja boba, Kate_ Charlie me diz, virando-se para mim depois de uma rápida analisada na paisagem. _ Você vai entrar comigo agora e mostrar que nunca esteve tão bem em toda sua vida. 

     Eu o encaro incerta, com os ombros encolhidos em um sinal de derrota. Mas, tomando uma respiração profunda, trato de pegar uma das minhas malas e começar arrastá-la pelo caminho de cimento entre o denso gramado que se estende até a porta de entrada da casa. É um enorme jardim sempre muito bem tratado, repleto de flores e árvores. Quando era menor, costumava pensar que aqui poderia ser o paraíso.

     _ Passou sua infância e adolescência vindo para cá? _ Charlie pergunta, quando paramos em frente aos longos degraus da porta. Me viro, observando toda a natureza que nos abriga. 

     _ Sim, e é uma pena que não tenha vindo mais vezes... Costumava ser meu paraíso _ Digo, e sorrio ao perceber que os balançadores vermelhos, agora um pouco inferrujados, continuam no mesmo lugar onde papai havia deixado: embaixo de uma árvore de pêssegos do lado direito do jardim. Eu, Hannah e resto dos primos brincávamos ali sem parar, quando não tínhamos vontade tomar banho no lago, alguns quilômetros longe dali.

     _ Tudo bem, vamos repassar nossa história. _ Eu digo, me virando de lado para Charlie. Ele faz o mesmo _ Nos conhecemos á um ano. Você me pediu em namoro no Central Park e me deu este lindo anel _ Tiro um anel da bolsa que havia comprado uma semana atrás e o mostro para Charlie.

     _ Também comprei um anel para você _ Diz, e tira do bolso de trás de sua calça jeans um anel dourado com um solitário. Eu arregalo os olhos, porque não poderia ser de verdade. _ Sua mão milady_ Pede, com seu típico senso de humor, e então escorrega o anel pelo meu dedo, seus olhos profundos me encarando. Engulo em seco, porque apesar de ser tudo mentira, parece quase real. 

     _ Tudo bem, parece tão real, e eu me sinto uma idiota por achar isso_ Solto, rindo, meus olhos não conseguindo desviar do anel poderosamente preso em meu dedo. Meu suposto namorado-sério começa a rir também. Então me vem a dúvida: _ Onde diabos arranjou esse anel Charlie?

     O encaro como se todas as coisas do mundo dependessem de sua resposta. Eu sabia que Charlie não tinha um grande emprego, já que trabalha como vendedor numa loja de instrumentos musicais na Broadway. Além do mais, não acho que ele se atreveria a comprar um anel verdadeiro e ainda por cima que custa uma fortuna, para uma farsa de uma semana. 

     _ Era de minha avó _ Ele dá de ombros, e eu solto um "oh" como se fosse ter um infarto. Oh Deus, Oh Deus.

     Quase que imediatamente retiro o anel do meu dedo e o estendo para Charlie, chocada com o fato de que ele havia colocado em meu dedo um anel sagrado, já que muito provavelmente sua futura noiva usaria. Quer dizer, pelo menos é o que diz a tradição.

     _ Por que tirou o anel? _ Pergunta, confuso, o que deixa a situação ainda mais absurda.

     _ Eu não vou usar o anel que sua futura noiva provavelmente vai usar. É como se ela compartilhasse dessa mentira que eu criei, e não acho que é uma boa coisa. _ Explico, pegando sua mão esquerda do bolso da calça e colocando o anel. Parece ilógico meu argumento, mas é basicamente isso: eu não quero usar o anel da avó de Charlie. 

     Pego o anel que havia comprado e coloco no dedo, mas Charlie pega meu pulso com delicadeza e o retira novamente; em seguida pega o anel sagrado e o coloca mais uma vez em meu dedo, me dizendo que está tudo bem.

     _ Eu quero que use o meu anel. Sua família vai adorar também _ Ele pisca, e eu sorrio, pela primeira vez envergonhada, porque agora eu carregaria um anel de noivado em meu dedo, mudando a história. Tenho certeza que as pessoas de minha família surtariam.

     _ Obrigada Charlie _ Eu digo, depois de um longo segundo o encarando. 

     Estendo meus braços e os prendo ao redor de sua cintura, afundando meu rosto em sua clavícula. Ele é incrivelmente cheiroso e quente ali, e quando seus braços malhados me apertam, as mãos espalmadas em minhas costas, o rosto contra meu cabelo, me sinto estranhamente segura e confortável. A sensação seguinte é uma fisgada em meu peito, porque sentir isso é errado. 

     Me separo de seus braço aturdida, mas Charlie segura meu antebraço, mantendo sempre sua delicadeza, me encara nos olhos pelo que parece ser uma eternidade e então me beija. Seus lábios estão frios, o que causa um choque instantâneo em meu corpo. 

     Minhas mãos vão quase automaticamente para seu pescoço, e as suas para minha cintura. Quando sinto sua língua querer adentrar minha boca, me afasto lentamente dele. Nós não estamos aqui para isso.

     _ Não se afaste muito rápido, alguém está na porta nos encarando _ Charlie sussurra em meu ouvido, sua mão esquerda segurando minha bochecha. Leva quase tudo de mim para eu não virar e encarar a porta. 

     Dou um selinho em Charlie e sorrio, encarando seus olhos verdes. Nosso teatro começou, e acho que fomos bem para uma primeira impressão quando eu escuto a voz eufórica gritar da porta:

     _ OH MEU DEUS! _ É minha mãe, e eu fico feliz que Charlie tenha iniciado nosso teatro, porque acho que não teria conseguido. _ KATE! 

     Ela desce os degraus da entrada, em típicos saltos Channel, e me agarra como se quisesse esmagar meus ossos. A aperto também, porque apesar de todos os nossos problemas, a minha saudade tem sido quase mortífera. 

     _ Mamãe, senti sua falta _ Sussurro, a abraçando apertado, sentindo seu cheiro suave. 

     _ Também senti sua falta querida _ Ela funga, e eu a aperto uma última vez antes de nos separarmos. _ Tinha vindo aqui fora justamente verificar se tinham chegado. _ Seus olhos encaram Charlie, e então um brillo surge nas íris castanhas mel. _ Você deve ser o Charlie! É uma honra conhecê-lo... O salvador de minha filha. 

     Faço uma careta. Enquanto mamãe esmaga meu susposto namorado em um abraço apertado, dizendo-lhe o quanto é bonito, eu constato que a semana seguinte será uma maratona de exercícios de paciência e uma maratona de emoções, boas ou não, afinal de contas nunca se pode saber do futuro.



Notas Finais


Espero que tenham gostado! ♥♥

XOXO, Jess.


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