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História Between Seas - VI


Escrita por: plluxe

Capítulo 6 - VI


Fanfic / Fanfiction Between Seas - VI

Não respondo nada

—Espere, seu nome é Lauren? -Ela pergunta depois de algum tempo

Provavelmente havia precisado de uns segundos para entender a falavra jogada ao vento, acesso minha cabeça em confirmação

—Isto -Digo e ela assente informando que enfim havia captado a confusão

Minha confusão

—Prazer Lauren -Ela diz um tanto mais alto que o normal devido ao barulho forte no convés de cima

Que raios de equipamento era este que nunca terminava de ser arrastado?

—E você é? -Pergunto sugestiva

—Halsey -Ela diz me estendendo a mão

A aperto, pensando em quão único era seu nome, a não ser que...

—Este é seu nome de batismo? -Pergunto

—Não -Ela responde simplesmente

Solto nossas mãos em um puxão um tanto bruto

—Eu lhe disse o meu, é hora de dizer o seu -Arremesso no ar

—Você me disse porque quis, eu não lhe obriguei a tal -Ela diz se levantando do colchão

Provavelmente imaginando que eu poderia pular em seu pescoço se continuasse assim tão perto após uma resposta destas, ela não estava errada

—Imbecil -Xingo-me mentalmente enquanto voltava a me deitar no colchão

Colocando um braço sobre meu rosto na tentativa um tanto falha de obstruir a luz que entrava pelas janelas marítimas do convés. O barulho lá em cima parecia nunca ter fim, e eu me perguntei se ele continuaria até a noite. Talvez fosse uma boa ideia desmaiar de novo, ao menos teria mais um tanto de sono tranquilo

...

Sim, o barulho definitivamente continuaria a noite, até mesmo mais forte do que durante o período diurno. Será que ninguém poderia ter me avisado desse pequeno grande detalhe?

Caminhava de um lado para o outro no convés tentando distrair a minha mente para que evitasse s ideia de subir os degraus e matar a pessoa que estava a fazer o barulho convés acima. O brigue se movimentava de forma lenta, mas ainda sim era possível sentir as ondas bem abaixo de meus pés, tocando o casco final do navio e empurrando-o para frente

—Inferno -Praticamente grito enquanto socava a madeira da parede a minha frente

Sentindo meus dedos estralarem assim que entram em contato com o material negro. Subo as escadas de forma apressada, olhando para is lados afobada, em busca do produtor daquele ruído. É quando o encontro, adornado em puro ouro e com detalhes em prata, zumbindo de forma insistente bem ao meio da escuridão.

Me a próximo, notando as barras tão bem colocadas em espaçamentos perfeitos, os olhos brilhantes da criatura que jazia aprisionada naquelas grades, parecia furiosa. Mas ao mesmo tempo, serena. Sua respiração chegava até mim denunciando que seu tamanho era maior do que o de algum cachorro, seu zumbido parecia estar mais forte com a minha presença, e foi questão de segundos para que ela estivesse bem ali. Em pé naquela grade, me encarando de forma mortalmente perigosa.

Passos me despertaram daquele transe e notei que haviam vozes acima de mim, bem em meio a madrugada, afinal, ninguém dormia neste navio? Resolvi verificar, e enquanto subia as escadas pude notar que a agitação se dava por uma troca de turno, alguns marujos iriam dormir enquanto para outros era hora de acordar e controlar o navio. Escuto ruídos que pareciam ser de velas assim que mais um lance é completado, me deparei com uma intendente com sono que apenas acenou para mim enquanto adrentava sua cabine, resolvi enfrentar os últimos degraus. Por fim, chegando ao convés principal.

A neblina da noite fazia tudo ao nosso redor ficar incerto, a brisa gelada me fez agradecer-me mentalmente por ter novamente vestido meu casaco e o mar parecia dormir tão tranquilamente quanto o restante da tripulação. Caminhei pelo convés me desviando de um ou dois marujos que ajeitavam as velas aos mastros enquanto a grande maioria parecia limpar o chão, me perguntei se algo havia acontecido por aqui enquanto estava lá embaixo.

Me sento na proa e fecho meus olhos enquanto a brisa bagunçava meus cabelos, a visto um barril próximo daqui e me levanto para pegar um pouco de água, não era das melhores mas também não chegava a ser a pior, desde que não invadisse seus pulmões. Enfim, eu já estava acostumada. Mergulho ambas as mãos nos bolsos de meu pesado casaco, sentindo algo frio entre meus dedos e o capturando enquanto voltava ao meu lugar anterior

—Mas o que -Divago observando a moeda de ouro entre meus dedos

De que caralhos aquilo havia saído? Porque não a encontrei antes de embarcar? Poderia ao menos adquirir uma espada melhor

—Coisas de Camila -A voz rouca me faz pular de susto

Observo a mulher de cabelos azuis que estava sentada no mesmo lugar ao qual eu me encontrava antes, e me encarava curiosa. Seus cabelos pareciam mais claros, o que me fez questionar se estes estavam clareando com o contato ao sol ou sempre foram daquele tom

—Cheguei a pensar que teria que atira-la ao mar -Ela diz fazendo sinal para que eu me sentasse ao seu lado

Assim o fiz

—Como? -Pergunto um tanto alto demais

Atraindo a atenção dos marujos, que logo retornam a suas atividades com o olhar reprovador da capitã

—Camila -Ela diz simplesmente

Não exclaressendo porra nenhuma

—Fumou algo? -Pergunto ácida vendo sua cara de interrogação

Parecia não ter compreendido minhas palavras

—Ela teve a brilhante ideia de atravessar uma forte onda, molhando todo o Sarpe -Me explica

—Ao menos ontem fez algo de útil, lembrou de dar-lhe algum dinheiro -Completa

—Ontem? -Pergunto em pura confusão

—Ah sim, você está perdida no tempo -Parece dizer mais para si do que para mim

—Passaste um dia completo dormindo, pelo que Vero me contou sofreu de febre também, mas agora está melhor. Apenas não tente pegar uma peste -Halsey me explica

Não consigo esconder minha surpresa, eu não me recordava de nada disto

—Aliás, não deveria estar na neblina -Diz me encarando

—Não vejo problema algum nisto -Digo

—Eu vejo, não estou afim de ter que desviar a rota para a ilha mais próxima apenas para enterrar você -Retruca

—Pensei que atirasse os mortos ao mar -Retruco de volta

—Apenas os merecedores -Rebate

Era para me sentir ofendida ou privilegiada? Aquela romena era um furacão

—De manhã iremos trocar os turnos, então vá dormir, quem sabe poderá fazer algo útil -Ela diz se levantando e caminhando até a borda do navio, colocando as mãos no parapeito e analizando o horizonte turvo

Me levanto produzindo o mínimo de barulho possível, me aproximando da capitã e segurando forte seu casaco, empurrando seu corpo para frente, a colocando a beira do precipício

—Não brinque com fogo -Rosno em seu ouvido

—Você não ousaria -Ela desafia e em resposta forço-a mais ainda para baixo

No segundo seguinte estava inclinada sobre seu corpo, pendurada ao parapeito também e com sua mão puxando fortemente meu casaco para baixo

—O gelo queima tanto quanto o fogo -Diz de forma arrastada

Reúno forças para apoiar meus pés de volta ao convés ao mesmo tempo que soltava seu casaco, no segundo seguinte estávamos ali, lado a lado, admirando o horizonte. Como se nada houvesse acontecido

—Tigres também possuem veneno? -Sua pergunta me faz encarar novamente seus olhos tempestuosos

—Você não imagina o quanto -Respondo apoiando minhas mãos sobre a borda e analizando meus dedos frios. Ela parecia fazer o mesmo

—Retorne lá para baixo e durma-Diz indicando as escadas com a cabeça

—Adoraria, mas é impossível dormir com aquela coisa fazendo barulho -Digo e ela franze o senho

—Que coisa? -Pergunta

—Aquela coisa -Respondo assistindo novamente sua cara de dúvida

Como assim a própria capitã não sabia sobre seu navio?

—Eu lhe avisei, lá não é um lugar para se dormir -Diz depois de alguns minutos de puro silêncio

—Seria, se não houvesse um novo barulho a cada segundo -Retruco

—Você acha que não sei? Eu já dormi lá, Jaguar -Suas palavras me pegam de surpresa

Nunca havia escutado nenhum relato de que ela havia trabalhado neste navio antes de toma-lo como seu. Então porque raios ela teria dormido lá embaixo?

—Sua sorte que estou de bom humor hoje -Diz me tirando de meus pensamentos

—Vá dormir com Camila -Completa me fazendo engasgar em seco

—Perdoe-me mas isto não será possível -Uma voz nos assusta

Olho para trás, encontrando a francesa parada próximo ao barril, pegando um pouco de água com um balde

—Filha da puta -Halsey xinga soltando sua respiração

—Obrigada -A imediata responde com um sorriso divertido

—Pensei que houvesse ido dormir -Comento

—Impossível depois da merda de hoje mais cedo -Ela responde

—Camila, não precisa resolver isso agora -A capitã adverte

—E acha que conseguirei dormir sabendo que todas as nossas armas de fogo estão molhadas e um dos mastros principais partido ao meio? Eu irei resolver tudo ainda hoje, afinal foi culpa minha -Ela responde colocando o balde no chão

—Mas voltando ao assunto capitã Jaguar, creio que não irá gostar ee dormir com o barulho de madeira sendo cortada e metais polidos -Diz movendo sua atenção para minha pessoa

Eu concordei, mentalmente

—Certo, apenas não fique a noite toda nisso, precisaremos de você descansada amanhã -A capitã diz a mulher que já nos dava as costas enquanto carregava o balde de madeira em uma das mãos

—Não vaís querer dormir junto aos marujos certeza -A jovem de cabelos azuis começa a dizer voltando a encarar o horizonte

—Vá descansar em minha cabine, amanhã damos um jeito nisto -Completa voltando sua atenção para mim

Me olhando nos olhos, como que em um aviso silencioso de que aquela não era uma oferta a se recusar caso desejasse estar viva no nascer do sol

—Irei -Digo me afastando da borda

—Lauren -Ela diz um tom mais baixo, atraindo novamente minha atenção

—Jaguar -A corrijo encarando-a da mesma forma ameaçadora, era bom ela levar aquele nome para o túmulo caso quissese permanecer respirando

—Meu nome de batismo, é Ashley -Diz próxima a mim

Assenti com um leve sorriso nos lábios e então tratamos um contrato silencioso por olhares, nenhuma diria a ninguém

—Tente não colocar fogo neste navio -Digo-lhe enquanto girava em meu próprio eixo e caminhava para longe da romena

Não foi preciso muitos passos para que eu estivesse de frente aquela porta, a mesma porta ao qual a conheci pela primeira vez. Levei minha mão a maçaneta, girando-a e adentrando o lugar, a luz da lua que adivinha de uma pequena janela era a única responsável por iluminar tudo a minha frente. Bati a porta atrás de mim, contendo a vontade de caminhar em encontro a mesa de trabalho que possuía diversos mapas embaralhados entre si, denunciando que ela não havia dormido durante seu descanso, não a condenava, eu fazia o mesmo quando ainda possuía o Esmeralda.

Me sentei na cama macia e retirei minhas botas de qualquer jeito, me deitando e sentindo minha cabeça pesar logo em seguida, assim como meus olhos. E não foi preciso mais nada

...

Pisquei duas ou três vezes assim que abri meus olhos, tentando me adaptar com a claridade que atingia o local, me lembrando então que havia dormido na cabine do capitão. Quanto tempo levaria até que eu possuísse uma cabine de novo?

Respiro fundo, tentando acalmar a sensação que fazia meu peito pesar e o ar se esvairir de meus pulmões, olho em volta, encontrando novamente os mapas amontoados, a diferença era que agora, sobre eles, uma mulher de cabelos azuis descansava. Me levantei de sua cama e caminhei a seu encontro, tocando seus cabelos assim que perto o suficiente na tentativa de acorda-la. Seus fios eram malditamente macios e seus olhos me encararam sonolentos e assustados, me fazendo recuar

—Bom dia pra você também -Sua voz um tanto rouca dá vida a cabine, que parece balançar sob duas palavras

Era extremamente notável o controle que ela possuía sobre a embarcação, e completamente ilógico

—Vá descansar em sua cama -Digo

—Teria ido se alguém não tivesse a ocupado -As palavras cortam o ar e eu engulo um palavrão

Mas ela logo sorri, demonstrando que se tratava apenas de uma brincadeira e que, portanto, ela não havia batido a cabeça durante a madrugada e ficado ainda mais louca do que já era. Ótimo, hospícios são caros demais, eu iria preferir o fundo do mar, e creio que os outros também.

—Olhe -Ela retoma minha atenção para si

Deixando claro, de forma silenciosa, que não iria dormir mais do que já havia. Me aproximo novamente, encarando o ponto indicador por seus dedos

—Aqui será nossa primeira parada, precisamos de mais chumbo e mantimentos -Diz correndo o indicador para o mapa ao lado

—Este é o mapa que indica nosso destino final -Comenta apontando fervorosamente para o "X" em vermelho bem ao centro do couro pintado cuidadosamente

—Precisa de mim para algo em especial? -Pergunto rodando entre meus dedos a caneta que havia capturado da mesa

—Claro -Ela diz voltando sua atenção para mim

—Preciso que troque essas suas roupas ridículas -Diz ácida



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