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História Between Seas - VIII


Escrita por: plluxe

Capítulo 8 - VIII


Fanfic / Fanfiction Between Seas - VIII

—Eu sou Ariana Butera -Diz baixinho

A voz ainda bem rouca pelo recente afogamento

—E o que fazia se afogando em alto mar senhorita Ariana Butera? -Pergunto enquanto Halsey fazia uma careta estranha, ela parecia querer rir de minha pergunta? Estava ficando demente?

Eu apenas havia tratado a garota com respeito, qual o problema existente nisso?

—Só Ariana. Por favor -Ela diz e assento em concordância

—Bem Jaguar, ela estava se afogando -A capitã é quem responde minha pergunta como se quisesse brincar com minha coordenância com as palavras

Eu odiava isto

—É complicado -A garota enfim responde, atraindo novamente nossa atenção para si e interrompendo nosso possível confronto

—Porque não descansa e nos explica depois? -Vero surge na conversa sugerindo que agora não era a melhor hora para interrogatórios

Nenhuma de nós contestou, e assim assistimos Verônica e Ariana descerem convés abaixo

...

O sol batia forte contra o convés principal, deixando-me cega por alguns segundos enquanto subia as escadas. O dia mal havia começado mas já dava sinais de que se não tomassemos precauções morreriamos queimados. Passei pelo último degrau sentindo o ar seco atingir meu rosto, parecia que todos iríamos morrer de sede cedo ou tarde, e eu não duvidava disto.

Caminhei em direção a borda, auxiliando alguns homens que traziam para cima baldes com água do mar, água está que ainda teria que ser desalgada para que então, com ainda muito custo, pudesse ser ingerida

—Vamos acabar com problemas renais -Camila diz me ajudando a despejar o conteúdo dos baldes no barril

—Reoque? -Pergunto assistindo a francesa apenas revirar os olhos e balançar a cabeça

Ela não estava afim de explicar, o que não me importou muito já que eu também não estava com muita paciência para essas teorias malucas hoje

—Mas que porra -Jax xinga atraindo minha atenção

—Precisa de ajuda? -Pergunto enquanto me aproximava do homem que coçava a cabeça de forma nervosa

—Depende, você consegue fazer algo para essa pá parar de balançar? -Me pergunta enquanto tentava mexer no timão

Provavelmente na esperança de resolver seu problema

—Tente apertar o parafuso de contenção -Digo o óbvio mas que, para ele, não parecia algo tão óbvio assim

—Seria maravilhoso, mas estamos em alto mar -Ele responde

—O que? Quem foi burro o suficiente para colocar o parafuso lá embaixo? -Havia sido pega de surpresa, muita surpresa. Este navio era totalmente insano, o que mais faltava-me descobrir? Que existiam pássaros presos abaixo do último convés e peixes nadando no castelo? A pessoa que o construiu claramente possuía algum tipo de problema com a famigerada normalidade

—O capitão deste navio -A voz de Halsey reverbera atrás de Jax

Ela me olhava intimidadora e o marujo deu um passo para trás assim que notou sua presença ali

—Agora, finado capitão -A mulher completa a frase enquanto assumia a posição do marujo e tentava resolver o problema pelo timão

Engulo em seco

—Não possuímos outra alternativa? -Pergunto a Jax

—Possuímos, contar com os bons ventos enquanto não chegamos a terra firme. O que, com sorte, virá a acontecer dentro de 3 a 4 dias -É a capitã quem me responde

—Certo, vamos revesar o controle de direção então -Sugiro e ela assente em concordância

—Ótima ideia -Diz dando as costas para mim e Jax

—Acho que já posso começar agora -Constato o óbvio

Ainda me perguntando internamente de onde havia vindo toda aquela confiança da capitã para comigo, haveria surgido junto aos peixes pescados para o almoço?

As vezes pensava que aquela mulher aquela louca, mas, na maioria do tempo. Eu tinha certeza

...

 

 

—Última chance, você nega suas palavras? -A voz reverbera pela arena

O homem ali ao centro levanta sua cabeça já com grande dificuldade pela idade apresentada, mas muito mais por conta da pesada corda ao redor de seu pescoço, em puro bronze. Reluzindo contra o sol do meio dia e cegando a todos que ousassem olhar por muito tempo para aquele lunático que havia passado uma vida inteira a inventar mentiras sem qualquer fundamento.

Assim eles diziam, pois a verdade era que as descobertas de Liceu haviam sim fundamentos, ele havia sim encontrado uma forma de imunização antes mesmo da enfermidade, ele sabia que não era louco. Apenas um cientista, não era o primeiro a ser castigado desta forma

—Nego -Diz em voz falha ao mesmo tempo que todos na área iniciam gritos sincronizados pedindo seu enforcamento. Era triste pensar que havia feito tudo por eles, pelo seu povo, e que agora eram eles os responsáveis por sua morte iminente. Mas não se arrependia, sequer por um minuto

—EU NEGO -Gritou em sua última lufada de ar, cortando eras da mesma forma que o bronze cortava sua garganta assim que o alçapão abaixo de seus pés fora aberto. Perecendo ali, com sua cabeça atirada ao chão, ao lado de seu corpo inerte.

Não seria o último.

Muito menos a última vez que se ouviria falar da vacina

 

 

...

Ariana observava o movimento dos marujos dentre a correria para controlarmos a embarcação, uma forte chuva se aproximava, a última coisa que precisávamos neste momento. Mas qual era a novidade mesmo? O azar anda lado a lado com Lauren Jauregui

—Está bem? -Pergunto a garota atraindo sua atenção

—Depende, iremos afundar? -Sua pergunta me atinge em cheio e preciso controlar o palavrão na ponta de minha língua

—Pelo amor Ariana, vire essa boca pra lá -Verônica diz enquanto passava por nós apressada

Apesar de todas a cordas e sustentações o barco ainda balançava muito, e a chuva estava tão forte que permanecer no convés seria praticamente cometer suicídio

—Ótimo, nem estávamos atrasados mesmo -A ironia da capitã adentra o último convés onde nos encontrávamos, os marujos acima pareciam todos tirar um cochilo enquanto a forte chuva caia lá fora e até mesmo a estranha criatura parecia quieta, na verdade, ela parecia ter sumido

—Relaxa Halsey. Ao menos não afundamos -A intermediária era também uma ótima pessoa para consolações não?

—Concordo, não é mesmo Jaguar? -A capitã diz fazendo-me travar os dentes

Eu ainda mataria aquela vadia

—Relaxa, estava apenas conferindo se prestava atenção -Diz fazendo descaso com a mão

—Porque não brinca com as suas -Me engasgo assim que olho bem para a mulher

Céus, o que havia acontecido com seu cabelo?

—Com suas? -Ela pergunta claramente em confusão

Balanço minha cabeça na tentativa de reorganizar minhas ideias, mas a única coisa que conseguia pensar era em como todo o azul de seu cabelo havia se esvairado

—Nada -Completo dando atenção as lonas mal dobradas ao meu lado

Resolvendo que esta seria uma boa hora para uma arrumação, pelo menos assim poderia disfarçar o choque que ela me causaste.

Isto não fazia sentido para mim, com o tempo seu cabelo havia se clareado mas agora...o sol havia roubado-lhe praticamente toda a cor e agora o que se via era una mulher loira com leves reflexos azuis, como isto era possível? Que tipo de feitiçaria era essa?

—Mas então Ariana, qual sua história? -Ouço Camila perguntar mas assim que a garota abre sua boca um forte trovão cai dos céus

—Mas que porra! -Xingo sem receio algum

—Jaguar, deixe isso ai. Há metais nas pontas -Verônica parece me avisar

—E qual o problema com os metais? -Pergunto

—Apenas esqueça isso por hora capitã -Halsey me diz

A contra gosto, realizo seu pedido, não querendo iniciar um novo confronto ou uma palestra de hipóteses de Camila ou Vero. Era melhor gastar este tempo ouvindo Ariana

—Bem, eu nasci na Itália. E cresci junto a meu pai, Marco, um ótimo pescador -Ela inicia e parece se engasgar com as palavras, já nos denunciando que coisas ruins viriam por ai

—Minha mãe morreu...eu não sei bem ao certo quando, mas sei que foi uma espécie de acidente marítimo segundo meu pai, eu era pequena e portanto cresci com ele em alto mar. Até que, dois dias atrás nosso barco foi atacado por piratas -Ariana conta

—Saqueadores -Camila a corrige

—Oh, me desculpem -Ela tenta corrigir o erro

Apenas fingimos que nada aconteceu

—O que houve depois! -Pergunto a ela

—Eu não sei. Assim que nos demos conta do que estava acontecendo meu pai obrigou-me a ficar escondida atrás da cabine. Mas assim que toda a gritaria começou houve um forte solavanco e eu fui arremessada ao mar -Conta para então respirar fundo

—Somente depois de já estar na água que me dei conta que aquilo havia sido causado pelo navio deles, encostando em nosso pequeno barco. Meu pai chegou a me ver ali mas praticamente implorou para que eu não tentasse retornar. Ele tinha medo do que poderiam fazer comigo caso isto viesse a acontecer, e então ele me acenou. E fui a última vez que o vi -Ariana termina fazendo minha garganta se apertar em sufoco

Aquela menina era doce depois para passar por tais apuros, pobre italiana

—Sentimos muito Ariana -Verônica diz tocando o braço da garota que assente de cabeça baixa

—Saiba que aqui ninguém irá fazer-lhe mal. Saqueadores são raças de demônios, eles destroem tudo ao que tocam. Podemos ser piratas, mas não machucamos ninguém em vão e com toda certeza não roubaríamos de quem conquistou tudo ao próprio suor -Halsey diz se aproximando dela

Agachando a sua frente e encarando-lhe, ela dá um meio sorriso carregado de amargura. Para então dirigir seu olhar a mim, parecia sentir que eu não me encaixava naquele lugar

—O que houve com ela? Ela é capitã também, certo? -Pergunta á dona do Sarpe Negru

—Sim, e assim como você, monstros do mar lhe tomaram tudo -Ela responde

Pela primeira vez sinto verdade em suas palavras quando referidas sobre mim

—Sinto muito -Ariana diz baixinho para mim

—Não precisa se preocupar com isto agora, nem com nada mais -Digo a garota

Um silêncio se instala no convés fazendo com que a chuva lá fora se torne ainda mais barulhenta para meus ouvidos, todas pareciam perdidas em pensamentos e um nó se formou em minha garganta ao imaginar o quão ruim poderia ter sido se Ariana não tivesse caído daquele barco

—Obrigada intermediaria Cabello -A morena loira diz a Camila

—Eu apenas fiz a coisa certa -A intermediaria responde

—E pode me chamar de Camila -Completa com um sorriso divertido nos lábios

—Alguns segundos a mais e você teria se afogado para sempre -Verônica constata

Ariana engole em seco, somente agora havia tomado ciência de quão grande foi o perigo que correra. Se acreditasse em destino diria que lhe foi sorte

—Parece então que temos uma nova convidada -Verônica comenta o óbvio

—Sejam muito bem vinda ao Sarpe Negru, senhorita Ariana Butera -A capitã diz para em seguida me olhar em puro divertimento

Sim, ela estava tirando sarro de mim de novo, não havia uma dúvida se quer



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