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História Between Two Lines - Camila Jauregui


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


Uau. Chegamos ao fim... Queria agradecer a todos que me acompanharam sempre. Não tenho palavras para descrever o carinho que tenho por vocês. Escrevi esse último capítulo na correria, mas com muito amor, podia esperar mais e escrever com mais calma, mas acho que hoje deveria ser o dia de postar. Sem mais delongas, vamos ao capítulo...

Capítulo 90 - Camila Jauregui


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Camila Jauregui

POV CAMILA

- Você precisa ser corajosa e fazer isso sozinha, Camila.

Fechei os olhos sentindo o ar gelado bater em meu rosto e arrepiar todo o meu corpo. Soltei um logo suspiro para logo em seguida voltar a encarar aquela casa estranha. Caminhei até a pequena escada e subi. Soltei mais um suspiro quando parei em frente a porta, contei algumas vezes tentando controlar minha respiração para finalmente dar três soquinhos na porta de madeira. Não demorou nem um minuto para a porta ser aberta junto com uma voz um tanto quanto conhecida.

- Achei que fosse demorar mais, Grego... - Sua voz morreu assim que me viu.

Pisquei algumas vezes tentando acreditar no que estava acontecendo, mas não tinha como negar. Usava exatamente os trajes que eu havia visto a pouco tempo, olhei sobre seus ombros e vi um quadro com várias fotos minhas e de Lauren, todas fotos dava para perceber que o fotógrafo estava escondido, que nos não sabíamos o que estava se passando. Em cima da mesa um computador com algumas telas que eu nunca havia visto, a não ser em filmes. Voltei a olhar para o ser a minha frente e neguei com a cabeça, senti meus olhos se encherem de lágrimas.

- Camila, não é o que você está pensando.

- E o que eu estou pensando, Priscilla?

- O obvio! Que eu sou A. - Ela passou a mão no cabelo.

- E não é? - Continuei a encarando. Priscilla me puxou para dentro e trancou a porta rapidamente.

- Sim, quer dizer, não. Mais ou menos.

- Eu não quero mais saber de porra nenhuma. - Olhei por cima de seus ombros um tela que mostrava todo o ambiente do colégio, em uma das telas estava escrito "Casa de Lauren", senti meu estômago revirar. - Sua filha da puta, você estava vigiando-a.

Corri em sua direção e comecei a estapear o seu colo, as lágrimas caíam sem pudor algum pelo meu rosto, meus olhos começavam a arder e meus braços perdiam a força. Priscilla segurou em meus punhos com mais força ainda.

- Para, Camila! PARA, MERDA! Me deixa explicar.

- Explicar o que? Já está tudo explicado. É você, sua maldita! - A empurrei e quase cai por conta da falta de forças, senti meu corpo mole e por pouco não desmaiei.

- Você está certa, não vou explicar nada. Cadê a Lauren? - Ela começou a mexer nos teclados em cima da mesa me dando as costas.

- Cadê a Lauren? Eu devia está te perguntando isso. CADÊ A MINHA NAMORADA? - Ela continuou mexendo e o barulho do teclado começou a me irritar. A puxei pelo ombro, fazendo-a olhar para mim. - CADE A MINHA NAMORADA, SUA...

- CALA A PORRA DA SUA BOCA! - Ela me segurou pelos ombros e me sacudiu, fazendo-me calar. - Camila, presta a atenção. Eu não sou A, muito menos Black Coat, você entendeu tudo errado. Eu sou do team A, mas não A. Eu só entrei nessa droga quando comecei a desconfiar dela, mas agora não é hora para conversarmos sobre isso. Agora me responde, cadê a Lauren?

- Eu não sei. Você que é a mulher das câmeras, devia saber.

- Eu não tenho acesso a todos os ambientes do colégio, como o estacionamento. Camila, pensa... - Ela me soltou e eu dei um passo para atrás, sem parar de encara-la. - Lauren está correndo perigo, ela é o alvo e não você.

- VOCÊ É DOENTE! - Berrei me afastando ainda mais.

- Camila, liga para Lauren. - Priscilla tinha os olhos vermelhos e aquilo pela primeira vez estava me assustando, continuei andando para trás até minhas costas baterem na parede. - Camila, eu não estou brincando, liga para ela agora!

Eu não sabia o porque, mas algo me fez pegar o celular e digitar o número de Lauren, por mais que estivesse tudo muito claro, de quem era A, Priscilla não parecia estar mentindo...
 

POV LAUREN

Pela primeira vez até a hora que entrei naquela carro, o meu celular tocou, olhei para a tela dele e deixei escapar um sorriso quando constate quem era. Camz... Arrastei meu dedo e atendi a ligação.

- Camz?

"- Lauren, onde você está?" - A voz de Camila parecia alterada, o que me fez coração bater errado. Olhei para o lado e Verônica parecia concentrada na estrada.

- Estou seguindo Gregg, meu amor. Todo esse pesadelo vai acabar! Vamos descobrir onde fica esse covil e vamos desmascarar esse idiota novamente e dessa vez ele não vai sair da cadeia.

"- Lauren, você não pode ir sozinha. Volte para o colégio agora!" - Dessa vez escutei alguém falar algo no fundo, mas não consegui identificar quem era, mas não me importei muito, afinal, ela estava em uma festa.

- Não estou sozinha, Camz. Estou com Verônica. - Olhei para minha amiga que sorriu me confortando, sorri de volta.

"- Sai desse..."

- Camz? Camz, não estou te escutando!

Tentei chamá-la por mais oitos vezes, mas não funcionou, um chiado perturbador tomou conta da ligação que logo caiu. Olhei para o celular e percebi que havia perdido todo o sinal. Dei de ombro e voltei a focar em meu objetivo. Seguir Gregg. Mas algo estava errado. Estávamos em uma estrada de terra, ao nosso lado só havia mato e mais mato e nada de Gregg, ele havia sumido.

- Cadê ele? O perdemos? - Continuei procurando-o ainda com esperança.

- Coloquei um rastreador na moto dele, ele não vai tão longe. - Verônica tinha um sorriso divertido no rosto, que de certa forma me assustou, mas dei de ombro, contando que encontrássemos aquele idiota, eu faria qualquer coisa.

Minha amiga retirou um aparelho de sua bolsa, um aparelho que me lembrou um GPS, ele mostrava onde nós estávamos e uma bola vermelha piscava o tempo todo, o que julguei ser a moto de Gregg. Ela entrou em uma rua mais deserta ainda, se é que isso era possível. Peguei o aparelho e comecei a guiá-la.

- Quer água? - Ela abriu uma garrafinha e me ofereceu.

- Obrigada. - Não pensei duas vez e deixei que o liquido morno molhasse toda a minha garganta que estava completamente seca. - Quer?

- Não! Estou muito nervosa para isso. - Ela parecia não piscar.

Tomei mais um gole e fechei a garrafa, soltei a mesma assim que percebi nossa aproximação ao ponto vermelho que parecia crescer na tela. Olhei para frente e ali estava a resposta. A moto de Gregg estava parada em frente a uma pequena cabana que parecia está completamente abandonada.

- Acho que chegamos! - Verônica disse soltando o cinto de segurança.

Não respondi nada, apenas assenti com a cabeça e rapidamente me retirei do carro. Olhei em volta e nenhum sinal de Gregg, olhei para o lado e vi minha amiga suspirar, ela parecia estar tão nervosa quanto eu. Juntas andamos lentamente em direção a porta, sem deixar de olhar para todos os lados. Segurei a maçaneta e por sorte a porta se abriu. 

Preto... Tudo era tão escuro, mesmo Verônica acendendo a luz, tudo continuava preto. A parede era preta, as janelas estavam tampadas por um papel preto, o chão era de um marrom que ali parecia ser preto, mas não foi isso que me deixou de queixo caído, mas sim todas as fotos minhas e de todos os meus amigos e familiares estampadas nas paredes. Era doentio ver que alguém havia chegado a esse nível. Tinham duas bonecas que julguei ser eu e Camila. Um único computador em cima de uma das três meses que existia naquele lugar, apenas um cômodo, um cômodo medonho.

Caminhei em direção a uma das paredes e observei uma sequências de fotos minhas e de Camila, em momentos com nossos amigos e em momentos... ÍNTIMOS? O retardado havia colocado câmeras em nossa cabana, ele sabia de tudo, exatamente tudo que nós fazíamos.

- Que lugar é esse? - Pela primeira vez saí de minha bolha ao escutar Verônica sussurrar. Olhei para trás e a vi observar atentamente cada detalhe do lugar.

- O covil de "A"! - Respondi o óbvio. 

- Vou ligar para Camila! - Verônica respondeu já saindo. 

Dei de ombros, voltei a olhar a mesa a minha frente e percebi um caderno, parecia ser um diário. Abri em uma página aleatória que dizia... "Hoje eu fiz de tudo para que ela entendesse o que realmente sinto por ela, mas parece que isso é impossível..." Eu queria continuar lendo, mas um barulho me chamou atenção, era o meu celular, era Camila. Atendi rapidamente aproveitando o pouco de sinal que eu tinha.

"- Lauren, pelo amor de Deus. Me diz onde você está?"

- Eu encontrei o covil, Camz. Acabou, meu amor. Eu encontrei. - Falei de forma afobada, deixando escapar um sorriso do meu rosto.

"- Lauren, com quem você está? Fique longe de Verônica, por favor!"

Fique longe de Verônica, por favor... Fique longe de Verônica... Verônica... Aquela frase começou a ecoar pela minha cabeça, meus olhos piscaram lentamente, minha visão ficou um pouco turva, senti um calafrio percorrer pela minha pele e um barulho de passos se fez presente. Girei sobre os calcanhares ainda com o celular em mãos, mas não em meu ouvido, ao lado do meu corpo. Verônica tinha o rosto sereno.

- Falei com Camila, ela está a caminho. - Ela disse de forma cínica.

- MENTIRA! - Gritei com os olhos cheios de lágrimas. - Você não falou com Camila, - Fiz o máximo para controlar o tom da minha voz, não podia demostrar medo. - porque você é "A".

Encarei Verônica sentindo o meu peito queimar. Pela primeira vez ela deixou o sorriso maléfico escapar de seu rosto, tentei dar um passo em sua direção, mas senti minhas pernas bambas, minha visão voltando a ficar turva, o calor fora do comum, meus olhos teimavam em fechar, tentei me escorar na mesa, acabei derrubando algumas coisas, até que meus olhos se fecharam...
 

Meus olhos pareciam pesar, tentei abri-los, mas ainda ardiam, tentei novamente, até que finalmente consegui abrir, minha cabeça parecia girar, tudo parecia estar em câmera lenta, quando aos poucos tudo começava a fazer sentido, tudo estava voltando.

Eu encontrando Verônica no estacionamento. A gente entrando no carro para seguir Gregg. Verônica me oferecendo uma água. Encontramos o covil. Camz me ligou dizendo para ficar longe de Verônica. Eu jogando na cara dela que ela era "A". Eu desmaiando.

Olhei para o lado assustada e encontrei Verônica estranhamente vestida. Ou melhor... Ela estava devidamente vestida, usava sua calça preta, seu casaco de moletom preto com capuz e suas luvas pretas. "A". Verônica era "A". Minha melhor amiga era minha pior inimiga.

Ela dirigia em alta velocidade, tive que me segurar em qualquer canto do carro para que não me machucasse, voltei a olhar para Verônica e ela tinha uma expressão que nunca vi na vida. Ela estava séria, podia ver o ódio em seu rosto.
 

POV CAMILA

Eu havia conseguido falar com Lauren, mas do nada ela desligou a ligação, pude escutar antes alguém falar no fundo, mas não consegui identificar o que era, mas a voz me parecia ser de Verônica. Abaixei o celular, travando em seguida a tela e encarando a mulher a minha frente.

- Ela não atende.

- Gregory também não me responde. - Priscilla olhava em volta como se procurasse por algo.

Olhar para ela estava me deixando mais perdida ainda, pela primeira vez a vi sem uma solução, ela parecia procurar por respostas tanto quanto eu, ali consegui ver que ela não era a ameaça, que ela estava apenas tentando ajudar, mas resolvi não abaixar a guarda, não até eu ter certeza do que estava acontecendo. Foi quando meu celular tocou, me fazendo sair de meus pensamentos e fitá-lo rapidamente. Era uma chamada em vídeo de Lauren. Estranhei, mas rapidamente aceitei a chamada. Olhei para a mulher a minha frente e a chamei com a mão. Ela não pensou duas vezes antes de se aproximar de mim.

Na tela podia ver o rosto assustado de Lauren, aquilo fez meu coração bater errado, um arrepio correr pelo meu corpo, abri a boca para perguntar o que estava acontecendo, mas fui calada pela mão de Priscilla, que com a outra levou o dedo indicador em seus lábios fazendo um sinal de silêncio. Pensei duas vezes em morder a sua mão, mas logo entendi o que ela queria me indicar, quando a voz de Verônica se fez presente.

"- Eu esperei tanto por esse momento, Laur!" 

A tela virou rapidamente para o lado e eu pude ver Verônica atenta a algo em sua frente, uma expressão séria no olhar, mas um sorriso bobo em seu rosto, suas mãos seguravam firme no volante. Assim que ela virou o rosto para o lado de Lauren, a câmera rapidamente virou e só consegui ver o rosto de Lauren e o teto, provavelmente o celular devia ter caído no chão. Por sorte a ligação não havia encerrado a ligação.

"- Eu sempre fui apaixonada por você, meu amor." - A mão de Verônica surgiu na tela e tocou o rosto de Lauren, que fez um cara nada boa e tentou se afastar. "- Mas você nunca viu isso, né? Lauren, você nunca conseguiu entender que o que eu sentia por você era verdadeiro, era amor e não um jogo como todas as outras. Naquela noite, naquele hotel eu não estava bêbada e quando entramos naquele quarto que você se entregou para mim, foi o melhor dia da minha vida, mas aí no dia seguinte você disse que foi uma loucura, que não lembrava de nada."

"- Me desculpa, Verônica! Eu realmente não lembro de nada." - Eu pude ver as lágrimas escorrendo pelo rosto de Lauren, meu coração doía só de não poder estar no lugar nela.

"- MENTIRA, LAUREN! MENTIRA! Como sempre não queria assumir o que você fez!" - A voz de Verônica parecia tremula.

Mas algo me chamou mais atenção, Priscilla tomou o celular de minha mão e encerrou a ligação. Arregalei meus olhos em indignação e dei um tapa na cara dela, que logo levou a mão ao rosto com uma expressão um tanto quanto dolorosa.

- FICOU MALUCA?

- Au, isso doeu.

- E VAI DOER AINDA MAIS, SUA FILHA DE UMA PUTA. - Segurei o cabelo da mulher, mas não me pergunte como, ela me girou e prendeu meu braço direito nas minhas costas. - ME SOLTA! ME SOLTA! - Senti a raiva tomar conta do meu corpo, um desconforto em meu braço. Ela não tinha o direito de fazer isso.

- O celular de Lauren está rastreado, mas se a bateria acabar a gente perde a chance de saber onde ela está. - Ela disse com firmeza e me soltou com receio. Ajeitei minha roupa com vergonha do que havia acontecido.

- Me desculpa. - Abaixei a cabeça.

- Tudo bem.

- Então vamos?

- E melhor mandarmos a policia. - Ela pegou seu celular e começou a digitar.

- Eu não vou esperar policia nenhuma,  vou atrás da Lauren agora.

Olhei para ela que deu um sorriso de lado e pegou uma caixinha que julguei ser o rastreador, caminhamos rapidamente para fora do "covil" e parei assim que ela subiu na moto e me entregou um capacete, que aceite por impulso, porque não sabia o que estava fazendo.

- Eu não vou subir nisso com você, não mesmo! 

- Sobe nessa moto agora! Verônica não está de brincadeira, se demoramos mais um segundo não sei do que ela é capaz! Sobe logo nisso e liga para a policia no caminho. - Coloquei o capacete e subi na moto mesmo contrariada. - Me abraça.

- Não! - Até parece que eu iria fazer isso.

- CAMILA! Que saco!

- Tá bom, tá bom!

Abracei a mulher sem mesmo querer, mas logo agradeci por tê-la abraçado quando ela arrancou com a moto, eu não sabia ao certo qual era a sua velocidade, mas que estava acima do que podia, estava. 

Durante o caminho com muita dificuldade liguei para policia e disse tudo que Priscilla me mandava dizer. Depois disso um silêncio tomou conta do nosso espaço, exceto pelo barulho que o vento e a moto faziam, até que ela resolveu abrir a boca.

- Eu já conhecia Verônica! - O barulho do vento era tão alto que eu não tinha certeza do que havia escutado.

- O que? - Perguntei com a voz um pouco mais alta.

- EU JÁ CONHECIA VERÔNICA! - Ela elevou a voz também.

- E daí? - Acho que soei um pouco grossa, mas não me importei.

- Verônica já namorou uma prima minha, depois que elas terminaram viraram amigas, melhores amigas talvez, mas como minha prima teve que ir para o Brasil elas continuaram a amizade apenas por internet e telefone. Mesmo assim elas continuarem confidentes, Verônica a alguns anos comentou de Lauren, disse que era completamente apaixonada por ela. - Aquilo foi como um soco no meu estômago, senti o ar me faltar, abri a parte da frente do capacete deixando que o vento batesse em meu rosto. - Um dia estávamos em um hotel e Verônica estava lá com uma banda, eu nunca fui com a cara dela, então não cheguei me aproximar muito do grupo lá, mas vi as duas falando de Lauren, Verônica mostrou Lauren para minha prima e disse que ela querendo ou não seria sua naquela noite, eu achei que fosse besteira, mas em uma festinha no hotel a vi encher Lauren de bebida, depois quando eu fui para o meu quarto vi as duas no corredor do hotel na maior pegação, Lauren parecia não querer, mas resolvi não me meter, no dia seguinte escutei maior gritaria, não sabia o que era, fiquei na minha.

- Foi o dia do vídeo. - Falei mais para mim, ela nem deve ter escutado.

- Quando você me apresentou Lauren na Argentina sabia que a conhecia de algum lugar, depois de um tempo descobri de onde a conhecia, comentei com minha prima e ela disse para eu tomar cuidado, para não me aproximar de Lauren com Verônica por perto, porque ela estava obcecada pela Laur, achei besteira, até ver algumas coisas. Eu não sabia se o melhor era te dizer, então achei melhor ver o que estava acontecendo. Então um dia encontrei com Gregg e resolvi me aproximar, com o tempo ele criou confiança em mim, mas nunca o suficiente para dizer quem estava por trás de tudo, nesse caso eu descobrir por mim mesma, ganhei a confiança de Verônica, até ela me propor sequestrar Lauren, eu não topei, disse que estava indo longe demais. Por isso estava na festa hoje vestida assim. Hoje era o grande dia para ela, eu ia segui-la, mas quando você me viu, fiquei desesperada e corri para lá. Estava esperando por Gregg, mas ele disse que Verônica estava armando para cima dele, que iria demorar. Foi isso. - Eu abri a boca para dizer algo, mas ela não deixou. - Chegamos.
Me apoiei em seus ombros para descer da moto e tirei meu capacete. Eu ainda estava meio grogue, todas aquelas informações fizeram de minha amizade com Verônica uma mentira, logo ela que me recepcionou tão bem quando cheguei naquele colégio, logo ela que sempre me apoiou com Lauren. Naquele momento tudo fazia sentido, ela estava brigada com Lauren e me viu como ponte de seu acerto.

- Camila, sobe! Elas vão fugir. 

Olhei para frente me dando conta que elas ainda estavam no carro e ele estava dando partida. Subi rapidamente na moto, coloquei o capacete no caminho e quase cai, mas consegui abraçá-la com força, a moto chegou a vacilar, mas nada aconteceu. Priscilla tentava aproximar, ficar ao lado do carro, mas Verônica jogava o carro em cima da moto, o que nos fazia recuar. Não podíamos fazer muita coisa já que se o carro batesse na gente voaríamos dali, o que nos restou foi perseguir. Aquilo estava me deixando nervosa. Saber que Lauren estava nas mãos daquele bicho maldito, que poderia ocorrer um acidente por conta da velocidade e dos nervos que todos estávamos.

Para o nosso alivio escutamos o barulho de sirene, da viaturas se aproximando da gente, um dos policias pediu para que recuássemos. 

- Você não vai fazer isso. - Falei para Priscilla que me olhou pelo retrovisor e aumentou a velocidade.

Estávamos a bastante tempo naquilo, o carro de Verônica um pouco a frente, a moto atrás e as viaturas cada um de um lado. Priscilla avançou com a moto do lado direito do carro de Verônica e eu pude ver Lauren, ela parecia muito assustada, pensei em tentar dizer logo, mas quando vi o carro de Verônica se aproximar por impulso agarrei a cintura da mulher a minha frente.
 

POV LAUREN

Olhei para Camila mais assustada ainda, vendo que o carro se aproximava da moto, senti meu coração errar, mas agradeci a todos os santos e a Deus por nada ter acontecido, novamente a moto foi para trás do carro. Olhei para Verônica que mantinha sua arma na mão, as vezes ela levava a mesma mão até o volante só para ajeitar o carro.

- Verônica, para esse carro, pelo amor de Deus. - Pedi em meio ao desespero.

- Dessa vez você será minha, Lolo. Minha. Ninguém vai conseguir atrapalhar a gente, não dessa vez. - Ela tinha um sorriso maldoso no rosto, aquilo me assustava de verdade.

Entramos em uma curva, olhei para o lado e percebi a moto novamente ao nosso lado, olhei para Verônica e ela estava atenta com a estrada, voltei a olhar para moto e vi que Priscilla me olhava, ela mordeu seu lábio inferior o que me deixou confusa, não estava entendendo nada. A curva acabou e Priscilla desceu sua mão lentamente até sua coxa e começou uma carícia, depois levou sua mão para frente, fechou a mão como se estivesse segurando algo e a puxo para atrás.

BINGO.

Estava começando a entender o que ela queria, só não sabia se iria funcionar, olhei para ela novamente e balancei a cabeça positivamente, vendo a moto se afastar e voltar para o lugar inicial. Olhei para a estrada escura a nossa frente e só via mato e árvores, o vento gelado batendo no meu rosto fez com que o meu corpo todo se arrepiasse. Suspirei, contei mentalmente até dez e olhei para Verônica, que continuava concentrada.

- Eu quero ficar com você, Vero. - Disse de forma rápida, nem se quer me convenci do que dizia. Verônica me olhou séria, mas logo um sorriso surgiu em seu rosto.

- Mentira, Lauren. Eu não acredito em você. - Sua expressão fechada voltou e ela voltou a olhar a estrada. - Você ama Camila, mas eu farei você esquecê-la, meu amor. Eu farei. - Novamente o sorriso maldoso voltou ao seu rosto.

Abaixei a cabeça, fechei os olhos, contei novamente até dez e soltei um suspirou antes de voltar a fitá-la, passei a minha mão por sua coxa e percebi que estava tremendo, tentei me controlar, precisava passar confiança para ela.

- Camila foi apenas uma diversão, mas você não. Sempre senti algo diferente por você. 

Subi lentamente minha mão pela coxa da Verônica, chegando perto de sua virilha, para em seguida voltar a descer, aproximei meu rosto do seu, soltei um suspiro próximo ao seu pescoço, vendo seus pelos se arrepiarem, aquilo foi a confirmação que estava conseguindo atingir meu objetivo. Passei meu nariz em seu pescoço, senti repulsa, mas precisava me concentrar, precisava acreditar no que estava fazendo para que ela acreditasse em mim também. Depositei um beijo lento em seu pescoço e logo outro, mais outros, e vários beijos foram sendo depositados ali. Olhei para Verônica e pude vê-la fechando os olhos. Chequei o cinto de segurança sem parar de beijá-la, coloquei a mão no freio de mão, me afastei rapidamente e logo puxe-o.

Senti meu corpo ser jogado para o lado, fazendo minha cabeça bater na janela, mas logo puxado para atrás por conta do cinto, o corpo de Verônica fez o mesmo, mas diferente de mim, sua cabeça bateu no volante, que por algum motivo o airbag do carro não abriu, não sei se xingava por isso, porque minha cabeça doía muito por conta do corte, ou se agradecia por não ter acontecido nada comigo e por aparentemente ter deixado Verônica desacordada.

Passei a mão na minha testa e a senti melar, olhei para ela e vi o sangue, me dei conta do que estava acontecendo, olhei em volta, o carro de Verônica estava virado de lado, provavelmente por conta das giradas que ele deu, pela janela dela vi as viaturas paradas uma do lado da outra e a moto também. Camz descia da moto, ela já estava sem capacete, me deu um sorriso e começou a correr em direção ao carro, estava em uma distância considerável, vi um policial chamá-la, mas ela não deu atenção. Estava tão focada na minha pequena que só me dei conta que Verônica estava acordada quando era tarde de mais.

- CAMILA, NÃOOOOOOOOOOO. - Gritei junto com o disparo da arma.

Soltei o cinto de segurança, dei a volta no carro e vi o corpo de Camila caindo lentamente no chão, a segurei por atrás e seu corpo desabou sobre o meu, cai sentada com Camz deitada em meu colo.

Naquele momento eu não conseguia escutar mais nada, alguns policias cercaram o carro de Verônica, mas aquilo dali pouco me importava, olhei para o vestido de Camila e ele estava sujo por uma mancha vermelha, minha mão estava no mesmo estado. Meu coração começou a bater errado, uma falta de ar insuportável, minha mão estava tremula. Ajeitei Camz em meu colo, comecei a fazer carinho em seu rosto, aproximando o meu.

- V-vai ficar tudo be-eem, meu amor. V-vai ficar tu-tudo bem. Só fique acordada, por favor. - Comecei a gaguejar e repetir as palavras. Camila sorriu para mim de uma forma tão serena.

- Pre... preciso... te... dizer uma... coisa. - Ela falava pausadamente.

- Fica quietinha, meu amor. Por favor, fica quietinha. - Beijei sua testa e continuei fazendo carinho em seu rosto.

- Eu te. amo muito. - Ela continuou falando pausadamente. - L-lo, por favor... realize o-o meu so-sonho. 

- Nós vamos realizar todos os nossos sonhos, mas agora você precisa se concentrar, precisa ficar quietinha.

Olhei em volta e vi os policiais finalmente conseguir deter Verônica, Priscilla pedia por uma ambulância, pensei em chamar por alguém, mas uma vozinha me fez parar.

- Hhh-arry. - Olhei para Camila sem entender, ela tinha um brilho no olhar. - O nome do seu filho.

- Esse será o nome do NOSSO filho. - Fiz questão de frisar o nosso.

- Eu te amo. - Camz falou quase em um sussurro, o que me fez ficar nervosa, seus olhos foram se fechando lentamente, aproximei meu rosto do dela e comecei a selar seus lábios.

- Camz, olhar para mim, Camz... - Continuei a beijando, mas ela não me respondia. - Camila, abre seus olhos, meu amor. Olha para mim. - Segurei seu rosto com as mãos tremulas sem obter respostas. - Fica comigo, por favor. Fica comigo. 

Finalmente ela fechou os olhos, meu coração bateu errado, um nó se fez presente na minha garganta, lágrimas escorriam pelo meu rosto sem pudor algum, senti como uma faca em meu coração. Meu mundo havia perdido o sentindo, a vontade de viver havia ido embora.

- NÃÃÃÃÃÃAÃÃÕOOOOOOOO!

 

10 ANOS DEPOIS
 

Era Natal e nada melhor que passar com a minha família no lugar que era nosso, no lugar que Camila tanto gostava, no lago. Camila... que garota divina. Camila foi o maior acerto em minha vida, ela salvou a minha vida, me ensinou que a vida é tudo, me deu motivos para viver, me ensinou a ter esperança, mesmo as vezes achando que era impossível solucionar. Me ensinou o que é realmente amar, amar de verdade, amar e ser amada.  Camila me fez sentir coisas que pessoa nenhuma me fez sentir e pessoa nenhuma me fará sentir. Camila era meu começo, meu meio...

- Mama. 

Aquela vozinha doce e suave que eu passei a amar me tirou de meus pensamentos, abri meus olhos e girei sobre os calcanhares sentindo seu corpinho se chocar com minhas pernas, suas mãozinhas pequenas me abraçavam com tamanha força. 

Mama. Era assim que Camila chamava a sua mãe e foi assim que ensinei a Harry. 

- Todos estão te esperando para a ceia. - Ele falava empolgado, dando alguns pulinhos.

- Já vou, campeão! 

Harry sorriu e saiu correndo em direção a cabana, tropeçando diversas vezes pelo caminho.

Harry, o sonho de Camila que com muito esforço e vontade consegui realizar, o sonho que passou a ser meu também. Meu pequeno Harry... Ele não parecia fisicamente com Camila, na verdade ele era a minha cara, seus cabelos ondulados negros, sua pele branca como leite e seus olhos verdes claros.

Mas seu jeitinho sapeca, bobo e desajeitado era todo dela, era incrível tal semelhança. Todos diziam que ele era Camila na versão masculina, ele era educado como ela, ele era carinhoso, sentimental... Ele foi o maior presente que eu pude dar para Camila...

Camila... Camz foi e sempre será o meu verdadeiro amor, eu poderia ficar horas ali pensando em Camila, mas como Harry havia dito, estavam esperando por mim...

Antes... Queria dizer que amo a frase final do filme "Um amor para recordar."

"O nosso amor é como vento, não posso ver, mas posso sentir."

Mas se eu finalizar assim estaria mentindo para vocês...

O nosso amor está longe de ser como o vento, porque todos podem ver, mas só nós duas podemos sentir.

Fechei os olhos sentindo aquele vento gostoso bater em meu rosto, mordi meu lábio inferior quando senti aquelas mãos conhecidas envolverem minha cintura e começarem um carinho gosto em minha barriga, apoiou seu queixo em meu ombro direito para logo sussurrar.

- Acho que estou começando a ficar com ciúmes desse lago. - Sua voz doce invadiu meus ouvidos, fazendo todo o meu corpo se arrepiar como só ela sabe fazer.

- Eu te amo, Camila Cabello.

- Jauregui, Camila Jauregui.

 

 

Esquece a razão e siga o coração

 


Notas Finais


O que acharam? Espero que Between Two Lines tenha conseguido gerar vários sentimentos em vocês, e espero mais ainda ter servido de lição para alguns. Bulimia e Alcoolismo são doenças sim, e o primeiro passo é reconhecer isso e pedir ajuda.

O amor está a cima de cor, raça, religião. Todos somos iguais.

Espero um dia rever vocês! Obrigada novamente por me acompanharem...

Sobre quem sou eu... Prefiro que continuem me chamando por Katherine...

Amo vocês <3


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