O vento soprava fortemente em Jeju, as nuvens se acumulavam e pareciam pesar, o tailandês após um longo dia no colégio, estava se espreguiçando enquanto saia do Grêmio acompanhado de Irene.
– Maldito! – A presidente do grêmio disse do nada apontando para a janela que dava para o portão do colégio. O filho da cozinheira olhou pela janela e viu Yuta e Winwin saindo juntos do colégio. – Ele Largou a gente aqui pra namorar! – O japonês tinha os largado no grêmio para poder voltar a sós com Sicheng.
– Eles crescem tão rápido – Ten deu um sorriso travesso – Felizmente meu filho, criei com todo o amor e carinho.
– Você fala como se não eu não tivesse criado também! – Reclamou Irene.
– Oh desculpa, felizmente nosso filho, meu amor. – A abraçou e os dois se encararam e ficaram em silêncio durante um tempo naquele corredor vazio.
– Sai de perto macho fedido. – Disse Irene brincando, e logo os dois amigos caíram na gargalhada.
Após se despedir de sua amiga, Ten foi sozinho para casa afinal todos já haviam ido embora.
Durante o caminho até a Mansão Lee, o tailandês andava calmamente apenas observando o ambiente em que vivia, faziam três anos que chegara a ilha e ainda se surpreendia com a mesma. Seu Colégio não era muito longe da mansão então sempre ia a pé ou de bicicleta, nesse dia optara por ir a pé. Por sorte, ou azar de Ten, o mesmo sentira alguém passando por si, então viu, um dos netos da senhora Lee, Doyoung? Aquele que parecia um coelho e perguntara das provas, fora extremamente grosseiro com Irene e ficara em sua sala. Ele sequer falou consigo apenas passou reto, o filho da cozinheira sequer ligou afinal aquela família era toda esnobe e mal educada apesar do dinheiro. E como Ten andava muito devagar e aparentemente o garoto estava com pressa afinal andava rapidamente, ele já estava bem mais a frente.
O vento se fazia mais forte a cada momento, desarrumando seu cabelo, o tailandês então sentiu uma gota caindo em si, não conseguiu sequer pensar em nada, apenas viu uma enxurrada caindo do céu. O jovem então saiu correndo, havia um ponto de ônibus coberto bem próximo e logo chegou no ponto encontrando o neto da senhora Lee com os cabelos pretos pingando e a roupas levemente molhadas, o mesmo encarava a chuva sentado no ponto calmamente, ele não estava preocupado com a chuva, parecia admira–la, tinha um olhar extático naquelas gotas que caiam fortemente pela rua, o mesmo olhar que Ten tinha quando conhecia a Ilha, talvez ele não fosse tão ruim como Taeyong e a filha da Lee, talvez fosse como Yerim e a Senhora Lee. Ten não pensou duas vezes e apenas se sentou ao lado dele, mas o Doyoung não falou consigo, sequer ligou para si, apenas continuou admirando a visão.
– Oi?
– Oi. – Respondeu baixinho ainda encarando a chuva
– Que chuva não é mesmo? – Perguntou tentando puxar assunto com o herdeiro.
– Sim...
– Não se molhou tanto né? Eu me molhei um pouco... – Na verdade Ten havia se molhado muito, do lugar onde estava até o ponto, o tailandês havia tomado um verdadeiro banho.
– Não. – Ele apenas encarava a chuva, era como se não estivesse com o tailandês ao seu lado.
– O que achou do primeiro dia?
– Legal. – É talvez Ten tivesse se enganado e o tal Doyoung fosse igual a Taeyong, ou apenas... reservado. E os dois ficaram no silêncio, encarando a chuva cair.
– Er... Doyoung?
– Sim?
– Gosta de chuvas?
– Elas me lembram um tempo feliz... – Disse pensativo.
– Que estranho...– Soltou do nada, e então percebeu que havia chamado o garoto se estranho. – E–eu digo, eu não te chamei de estranho Doyoung, digo é estranho você gostar de chuvas a maioria das pessoas não gostam, geralmente as pessoas tem medo de chuvas ou odeiam por estragarem seus planos e você simplesmente gosta e... – Apenas viu a expressão do Kim, que agora o encarava com um semblante confuso. – mas você não é estranho... Eu vou ficar quieto...
– Hm – Murmurou se virando para a chuva novamente – Você é legal, acho que tenho uma ideia do por que minha vó gosta de você...
– Sua vó também gosta de você! – Afirmou.
– Eu não teria tanta certeza disso...
– Eu... – Se calou, ele não tinha o que falar, mas respirou fundo e disse – Doyoung sua vó quer se aproximar de vocês... – e caíram no silêncio novamente.
– Ten – O chamou, – Meu nome é Dongyoung, não Doyoung...
– Eu não acredito que você errou o nome dele tantas vezes!
– Não foi de propósito! Você sabe que eu ainda me êmbolo com o coreano...
– E então? – Perguntou Lucas deitado na cama de Ten, enquanto o ômega colocava seu pijama.
– E então seu pai me ligou perguntando onde estava e ele foi nos buscar. E ele não falou mais comigo.
– Ele sempre foi meio quieto...
– E você pegou chuva? - Perguntou ao chinês.
– Não! Felizmente estava em casa quando começou mas parece que certo chinês e certo japonês pegaram e se trancaram no quarto...
– Aqueles dois ainda vão descobrir que são almas gêmeas e casar... – Afirmou o filho da cozinheira.
– Talvez... Ten – Chamou o tailandês.
– Hm?
– Você fica tão fofo de pijama! – Disse fingindo que ia abraçar o baixinho.
– Sai daqui Yukhei – Disse estapeando o amigo que saiu correndo do quarto.
– Ten! Ainda bem que nos encontramos! – O tailandês foi surpreendido pelo professor de Inglês.
Depois de ter expulsado Lucas de seu quarto, o ômega dormiu como um anjo, acordara cedo e fora para a escola com a companhia de Jaemin que queria estudar um pouco da aula, e Ten queria passar um tempo lendo em um lugar calmo, logo a sua sala antes da aula começar, era o lugar ideal. As aulas passaram rápido e o dia estava normal e calmo, tirando uma coisa, Taeyong não havia ido para a aula, mas para Ten isso não era seu problema, pelo menos ainda não. E agora, já havia acabado as aulas e o tailandês estava indo para casa afinal não tinha grêmio ou aulas para dar, Ten apenas colocaria seu pijama, assistiria series e comeria besteiras o resto do dia todinho, mas o professor tinha que o parar.
– Sim??
– Sabe... que além de professor de inglês dou aulas de artes não? – O pai de Wendy era um antigo artista que viajara o mundo antigamente, mas infelizmente parara e viera para a ilha afim de uma nova vida.
– Sim...
– Então, estava pensando em esse ano fazermos algo diferente na semana de exposições...
– Como?
– Bom, pensei em juntarmos os grupos de artes, e fazermos um grande evento... Artes plásticas, teatro, canto, dança... – No seu primeiro ano, Ten participara de uma das aulas do professor Son, a qual era de dança, onde o professor vira que o tailandês apesar de um pouco desajeitado, sabia dançar. O pai de Wendy vira um grande potencial no menino, e desde então não largava do pé de Ten mesmo o ômega tendo recusado várias vezes entrar no clube de dança do colégio, o qual Sicheng e Yuta participavam.
– Professor você sabe que...
– Ten... estou apenas dando a ideia, seu talento não deveria ser disperdiçado, sabe, é muito bom dançando... acredito que conseguiria ir bem longe... pense bem sobre isso ok? – E foi embora deixando o Tailandês intrigado.
O Filho da cozinheira então voltou para a mansão pensativo, seus amigos até perguntavam o que acontecia consigo mas apenas ficava quieto, quando chegou Xiao Xiao pediu para levar o chá da Senhora Lee que estava na varanda, e quando chegou ao cômodo onde a matriarca se encontrava, ouviu vozes, havia alguém consigo na sala, e a conversa não era boa.
– A senhora não pode falar assim com ele! – A voz aparentava ser da única filha que havia ficado, Yoona e ela parecia brava.
– Yoona não seja dramática! Eu apenas chamei sua atenção.
– Você o diminuiu!
– Não apenas disse que os meninos daqui como Ten e Sicheng tem notas muito altas e esforçam muito e que ele deveria ser mais como eles...
– Pare de comparar nossa família com eles!
– Eles são minha família também. – Disse a velha senhora, e tudo ficou quieto até que escutara.
– Você nunca muda não é? Depois de ter feito tudo aquilo continua a mesma. – Disse então abrindo a porta e vendo Ten segurando a bandeja com o chá, a mesma apenas o encarou com um tanto de raiva e foi embora.
– Senhora Lee? – A chamou vendo-a pegar um livro que estava em seu colo.
– Oh! Meu chá! Muito obrigada Ten! – Disse sorrindo para o tailandês, que não podia acreditar que uma criatura daquelas era odiada por sua família.
O ômega então colocava o chá para a dona da mansão calmamente, aquele ambiente era calmo, o deixava calmo. Ao contrário do dia anterior o tempo hoje estava formidável, a vista da varanda dava a um lindo céu com poucas nuvens que eram pintadas conforme o sol sumia pelo mar, o clima na varanda era confortante para Ten, foi então que:
– Ten, tenho algo a te pedir.
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