História Between Wolves - Loba (She Wolf)

-Seu namorado é um doce! – Alexy estava fechando a porta do quarto das meninas enquanto Helena adentrava o local.

Assim que Castiel e Dragon se dirigiram ao Palácio, a morena não se demorou e seguiu o mesmo caminho. Ao chegar na grande escadaria, Kentin estava sentado nos primeiros degraus, aguardando a amiga. Acompanhou-a até o quarto em que ela dividia com Rosalya e Alexy abriu a porta, mostrando uma Rosa arrastando alguns rolos de tecido no interior do cômodo. O moreno se despediu de todos e disse que ia para seu dormitório.

-Ken não é meu namorado – Disso Helena com um sorriso envergonhado, assim que a porta foi fechada. – Ele é um bom amigo e crescemos juntos. Diria que somos mais para irmãos.

-Hm, me agrada ouvir isso. – O azulado alargou um sorriso malicioso. – Então, você acha que tenho alguma chance com o Kentinho?

Helena piscou algumas vezes, como que tentando entender o que o amigo acabara de dizer. Rosalya, que até então estava concentrada no que fazia, a olhou com graça, não conseguindo segurar o riso ao mesmo tempo que Alexy. Era verdade que o jeito delicado e extrovertido do azulado deixaram a garota intrigada. O rapaz lhe explicou que era homossexual, mas que jamais havia se sentido atraído por ninguém como quando conheceu Kentin. A morena o abraçou fortemente e soltou um sincero sorriso antes de dizer.

-Bem, nunca conversei com o Ken sobre essas coisas. Onde moravamos também não havia muito o que se falar a esse respeito, já que eramos os mais velhos do orfanato e não tinhamos muito contato com o restante da alcateia. Não saberia lhe dizer o que ele pensa a esse respeito, mas posso tentar conversar com ele.

-Você faria mesmo isso? – Alexy a fitava com olhos brilhantes.

-Mas é claro!

-Eu posso ajudar também! – Disse Rosa, jogando-se na cama onde ambos estavam sentados.

Naquele momento, a porta do quarto se abriu bruscamente e Armin e Lysandre entraram carregando pesados rolos de tecido. Estavam acompanhados por um rapaz alto, de cabelos negros, em quem Rosalya se jogou.

-Leigh! – Gritou a platinada, agora pendurada em seu pescoço. – Quero que conheça Helena. Lena, este é meu namorado, Leigh.

-Muito prazer senhorita Irvig. Rosa não para de falar de você nenhum minuto! – Enquanto falava, Leigh esboçava um caloroso sorriso de dentes brancos.

-O prazer é meu, mas por favor, me chame de Helena. – A morena retribuíu o sorriso e olhando para os rolos de tecido, perguntou – O que vão fazer com tudo isso?

-Rosa e eu queremos vestir nossa “musa” de acordo com seu padrão de beleza. – Disse Alexy, acomodando os cabelos de Helena em um dos ombros da garota e analisando-a minuciosamente.

-E nos fazer de burro de cargas também – Resmungou Armin, o que fez os demais rir.

Rosalya, Alexy e Leigh começaram a espalhar vários croquis no chão, discutindo os melhores modelos e riscando algumas alterações, além de recortar pequenos pedaços de tecido para anexar ao dossiê que estavam montando. Helena se sentou entre Armin e Lysandre no canto oposto do quarto, onde começaram a fazer comparações engraçadas com as estampas. Estavam rindo do comentário de Armin sobre a seda rosa parecer um chiclete de tutti-frutti mastigado quando um vulto branco cortou suas frentes. O lobo branco que Helena vira em Graupel naquele fatídico dia estava agora deitado sobre os rolos de tecido.

-ALVO! SAI DAÍ! – Gritou Rosalya, empurrando o lobo para longe dos tecidos com certa dificuldade, pois o animal era muito grande e pesado. – LYSANDRE, DÊ UM JEITO NELE!

-Alvo! Vem aqui garoto. – Disse o platinado, ao que o lobo instantaneamente o obedeceu, deitando de comprido aos pés de Helena. – Você se importa?

-Claro que não! – Helena olhava admirada o pelo do animal, imaculadamente branco. – Ele é seu?

-Digamos que ele me deixe acreditar que sim. – Lysandre riu ao acariciar o dorso do animal.

-O Dragon também deixa Castiel acreditar que é seu dono? – Perguntou a morena.

-Então, você já conheceu o irmão do Alvo. – Disse Lysandre, fitando o nada, pensativo, antes de se virar para a amiga. – Sim, os dois vieram de uma ninhada pequena. A mãe morreu na orla da floresta aqui perto. Foi alvo de caçadores que querem vender o pêlo. Castiel e eu encontramos os três filhotes próximos ao cadáver da mãe. Foi algo meio instintivo, Alvo se afeiçoou mais a mim e Dragon ao Castiel.

-E o terceiro filhote? – Perguntou Helena.

-Bem, ele nunca foi muito sociável. O único que consegue ter algum controle sobre ele é Viktor.

-Sempre há a ovelha negra da família. – Concluiu Armin, entrando na conversa sem desviar seus olhos da tela de um antigo console de video game portátil, ao qual contou a Helena ter encontrado nas pilhas de objetos descartados de Foster.

Passaram o resto do dia conversando até que Rosalya tirou as medidas de Helena e deu por concluído os estudos do dia. Após o jantar, todos foram descansar já que teriam aula no primeiro horário do dia. Aquela noite, Helena dormiu mais tranquila.

Durante as próximas duas semanas, Helena perambulava pelo Palácio, as vezes sozinha ou acompanhada de Kentin e Violete. A pequena acompanhava Vitória nas aulas de artes, mas vez ou outra preferia ficar com a mais velha. Seus novos amigos vinham a sua procura entre os intervalos, para saber como estava. Sua saúde seguia quase restabelecida. Os pontos de sua coxa já haviam sido retirados e sua clavícula agora apresentava uma fina cicatriz rosada.

Helena frequentava muito a biblioteca. Nathaniel lhe mostrou a parte mais encantadora do acervo onde a garota demorava horas, apenas admirando as capas adornadas com letras douradas. Em uma tarde, ela estava deslizando a mão sobre as lombadas de uma estante na altura de seus olhos, quando estes gravaram um título curioso. O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux. Este título lhe era familiar. Umas das músicas escritas no antigo caderno de couro de seu pai possuía o mesmo nome. A morena, levada pelo encanto e pela curiosidade, decidiu por levar o exemplar.

Entre os locais onde gostava de ler, o seu favorito era a fachada do antigo teatro com suas robustas colunas a fazer sombras no chão ao final da tarde. Estava indo para lá aquele dia quando ainda dentro do Palácio se deparou com uma porta um tanto curiosa. Sua madeira era negra e por toda sua extensão havia uma grade cuidadosamente enrolada em um minucioso arabesco na mesma cor. Por impulso, Helena tentou abri-lá, porém, a pesada lâmina não cedeu nem um pouco. Apesar, da curiosidade, a garota se distanciou. Mais tarde no mesmo dia, perguntou a Rosalya sobre a estranha abertura. A platinada apenas disse que era uma zona proibida do Palácio e vivia trancada, o que aumentou ainda mais o interesse da morena. Com o passar do tempo, acabou esquecendo do local.

Finalmente chegara a segunda-feira em que Kentin e Helena iriam começar com a rotina regrada dos Lobos-vermelhos. A garota acordou antes mesmo de o sol despontar no horizonte e sem conseguir voltar ao sono, resolveu tomar um banho. Vestiu uma calça de brim preta, um coturno, uma camiseta branca e por cima uma blusa de tricô verde-floresta. Seus longos cabelos negros pendiam lisos sobre seus ombros e sua pele parecia mais clara do que de costume ao se encarar no espelho. Sua mochila já estava pronta. Além dos materiais escolares, Helena havia colocado em seu interior o conteúdo de sua antiga bolsa de ombro e uma muda do uniforme tático. Rosalya acordou logo após a morena liberar o banheiro e quando ambas estavam prontas, se dirigiram ao refeitório para tomar o café da manhã. Os meninos já estavam sentados em uma mesa, aguardando por elas.

A primeira aula do dia era Artes, ministrada por Vitória. A sala de aula utilizada para esta matéria ficava no último andar administrativo e tinha suas paredes completamente cobertas pelas mais variadas formas de arte. Vitória e Violete estavam sentadas na mesa central, destinada ao professor, quando os alunos começaram a chegar.

-Bom dia artistas! – Disse a mulher com um simpático sorriso.

-Bom dia! – Rensponderam todos.

-Muito bem, hoje recebemos dois novos alunos. Para quem ainda não os conhecem, turma, estes são Helena Irvig e Kentin Roberts. – Vitória apontou para os dois jovens que ainda estavam em pé no fundo da sala.

-Roberts, pode se sentar com os Evans, - Vitória apontou para uma mesa onde sentavam-se seus filhos, Alexy e Armin. – E Irvig, pode sentar-se na mesa dos Jones com o Davies.

Ambos sentaram-se em seus devidos lugares. A aula começou e o assunto do dia era a Arte da Publicidade. No início, Helena estranhou, pois o pouco que teve de aula fora com sua tia Ágatha. Durante todo o tempo da aula, Violete ficou sentada, desenhando. A cada novo desenho que fazia, levantava a folha para mostrar a Helena e Kentin, o que fazia alguns alunos soltarem risadas, principalmente o trio irritante liderado por Ambre.

Logo em seguida, tiveram dois tempos de História com o professor Faraize, onde discutiram as antigas civilizações latinas e dois tempos de ciências com a Sra. Delanay para introduzir a explicação ao sistema nervoso humano. A essa altura, a cabeça de Helena já latejava com tanta informação em tão pouco tempo, aliviando somente quando foram para o Almoço.

Sentaram-se todos juntos e a morena depositou o livro que carregava consigo, na esperança de terminar a leitura, ao lado do prato.

-The Phantom of the Ópera. – Disse Lysandre, analisando a capa com um olhar vago. – A famosa história do Anjo no Inferno dos labirintos do Ópera Garnier, de Paris. Esta em que parte?

-Onde Christine Daae leva o Visconde Raoul de Chagny para o terraço da Ópera House. – Helena sentia seus olhos brilharem ao recordar o maravilhoso enredo.

-All I ask of you. – Completou o platinado – Momento de uma das músicas mais cativantes do repertório.

-Conhece as músicas?

-Oh sim, já tive a oportunidade de assistir ao musical de 2004. – Lysandre não pode deixar de sorrir ao fitar o olhar nostálgico da morena. – Se quiser, posso lhe mostrar algum dia.

-Com certeza, eu adoraria!

Após o almoço, ainda restava meia hora antes do treinamento vespertino iniciar, o que fez os adolescentes se dirigirem ao exterior da edificação para passar o tempo. Pouco depois de chegarem ao Parque dos Duques, Nathaniel apareceu pedindo para que Kentin e Helena o acompanhassem. Aparentemente, Viktor queria conversar com ambos antes de começarem o treinamento. O loiro os guiou por uma escadaria que dava ao subsolo do Palácio. Helena jamais veio a esta parte da construção. Chegaram até um pátio subterrâneo idêntico ao Pátio da Torre de Bar e entraram em uma das salas que o ladeavam. O cômodo era iluminado por uma pequena abertura horizontal bem próxima ao teto e por meios artificiais. Suas paredes eram pintadas em um tom de areia e cheias de estantes e arquivos. Uma porta da lateral direita se abriu e Viktor passou pela abertura.

-Boa tarde Roberts, Irvig. – Cumprimentou o moreno. – Obrigado Nathaniel, esta despensado por enquanto.

Nathaniel se despediu dos demais e se retirou. Viktor decidiu por conversar com cada um em particular. Kentin foi o primeiro, o que fez com que Helena ficasse aguardando na primeira sala, impaciente e ansiosa, pulando ao som da porta se abrindo.

-Sua vez. – Disse Kentin ao sair, esboçando um leve sorriso. – Te vejo daqui a pouco.

Helena entrou na sala de Viktor. O cômodo era melhor iluminado que o anterior. Possuía uma mesa aos fundos onde o rapaz estava sentado, observando a morena se aproximar. Enquanto andava até ele, a garota olhava em volta. A sala era grande. Havia uma segunda porta na parede esquerda, coberta por pesadas cortinas vermelhas que deixavam sua maçaneta de ferro adornada a vista e no lado direito uma grande mesa de reuniões estava repleta de mapas, lupas, bússolas e demais instrumentos. Viktor fez sinal para que Helena se sentasse.

-Senhorita Irvig, primeiramente quero lhe dar as boas vindas aos Lobos Guardiões. – A garota aceitou suas palavras com um discreto aceno de cabeça, o que fez com que o moreno prosseguisse. – Como seus amigos já devem ter mencionado, os jovens lobos são separados em esquadrões, você e o senhor Roberts irão compor o esquadrão dos “Fantasmas”, o mesmo de seus amigos. Não se preocupe, irá começar com exercícios simples e irei supervisionar seu avanço. Cuidarei para que não exagerem logo de início. Quero lhe entregar isto.

Viktor depositou em cima da mesa vários itens e explicou um a um para Helena. A morena recebeu um cinto de couro negro com coldres, inclusive um na perna para revólver. Entre os demais acessórios estava um spray de pimenta, uma adaga prateada, um colete a prova de balas simples, uma lanterna, um walk talk com carregador, igual ao que vira no criado mudo de Rosalya, um par de luvas táticas na cor preta e um par de luvas de arquearia.

-Com o tempo, iremos introduzir você as armas, mas por enquanto ficaremos no básico. Iremos cuidar do seu físico para introduzir táticas de ataque e defesa corporal. – Viktor a encarava enquanto falava, deixando-a desconfortável. Quando percebeu, soltou um leve sorriso. – Espero poder prepará-la para nosso Campeonato Vermelho.

-Campeonato Vermelho? – Indagou Helena, assustada.

-É uma competição entre os jovens lobos mais avançados. Não precisa se preocupar, para lhe explicar melhor, dois esquadrões irão entrar em uma espécie de corrida que ocorre na Floresta Vermelha. O objetivo é chegar até o ponto definido e reivindicar o prêmio aplicando no caminho táticas de defesa e sobrevivência.

-Quando ocorrerá?

-Daqui mais ou menos 2 messes.

-E você acredita que conseguirei estar preparada até lá? – Apesar de tentar, Helena não obteve sucesso em evitar que sua voz soasse esganiçada, fazendo Viktor soltar uma risada divertida.

-Tenho certeza!

-Bom, se é assim. – Disse a morena envergonhada, sentindo suas bochechas queimarem.

-Então, vamos começar. – Viktor se levantou e foi copiado pela garota. – Em todos os treinos, deve estar vestida com o uniforme tático, pode ir se trocar. Ah, mais uma coisa. Tenha sempre na mochila seus itens, nunca se sabe quando vai precisar.

Helena acenou com a cabeça antes de se retirar, seguindo em direção ao vestiário feminino. Rosalya já estava lá com Prya e Íris.

-Então? – Perguntou a platinada, visivelmente anciosa.

-Estou no esquadrão “Fantasma”! – Respondeu a morena, tentando segurar a empolgação.

-AAAH!!! QUE DEMAIS!!! – Gritou Rosa, pulando e tentando segurar as mãos de Helena.

Ambas se trocaram rapidamente. Os demais já estavam reunidos em um grupo na lateral do pátio subterrâneo. Todos parabenizaram Helena e Kentin por tornarem-se membros do esquadrão. Os Fantasmas eram liderados por Castiel e tinham Rosalya como estrategista, Armin como o melhor atirador, Alexy por sua vez era o mais rápido e Lysandre o mais silencioso e observador. O outro esquadrão da faixa etária deles era chamado de “Fumaça” e tinha como líder Nathaniel. Os demais integrantes eram sua irmã gêmea Ambre e suas “serviçais” Charlotte e Li, Prya, Íris, Dake e uma menina de cabelos castanhos chamada Melody, que sorriu simpaticamente para Helena antes de se aproximar de Nath.

Os treinamentos eram distribuídos pelos dias da semana. Na Segunda se treinava luta corporal; terça era dia de tiro com armas e quarta arquearia; a quinta era reservada para táticas de sobrevivência e resistência e na sexta eram feitos pequenos simulados tanto físicos quanto mentais. Como era o primeiro dia da semana, todos ficaram para treinar enquanto Viktor levou Helena e Kentin para cima. Durante toda a primeira semana o moreno fez ambos correrem e praticarem exercícios aeróbicos e musculares, para prepará-los fisicamente antes de iniciarem a rotina de treinamento.

Na sexta-feira, Helena estava desacelerando sua última corrida ao redor da Place Royale, quando avistou seus amigos se aproximando. Sentiu a brisa leve do início da tarde fazer seus fios de cabelo, presos em um alto rabo-de-cavalo, grudar em seu pescoço suado ao que Kentin a alcançou, com duas voltas de vantagem é claro.

-Olha só! Nossa lobinha esta crescendo! – Disse Alexy, todo orgulhoso, fazendo Helena sorrir.

-ALEXY, É ISSO! – Gritou Rosa ao seu lado. Sua empolgação subiu de uma escala de 0 a 10 em menos de um segundo. – Nossa Helena ainda não é uma lobinha completa!

-Você tem razão minha Rosa! – O rosto do azulado se iluminou instantaneamente e ambos arrastaram a amiga para dentro do Palácio. Helena pode ver os meninos rindo atrás deles e ouviu Armin gritar algo como “Rápido! Estão a sequestrando!”.

Os três seguiram para o quarto de Helena e Rosalya onde empurraram a primeira pro banho enquanto reviravam o quarto atras de inúmeros aparatos diversos. A morena ficou assustada ao sair do banheiro e se deparar com Alexy segurando uma tesoura, abrindo-a e fechando-a provocativamente.

-Se importa se tirarmos as pontinhas? – Disse olhando a amiga com um sorriso malicioso nos lábios.

-S-Só as pontinhas! – Gaguejou Helena.

-Não confia em nós? – Perguntou Rosalya, surgindo atrás da amiga.

-Claro! – A morena começava a ponderar a atitude dos amigos. – Quer saber, sou toda de vocês! – Concluiu, abrindo os braços em um gesto teatral. Já estava na hora de mudar.

-Então senta aqui lobinha, que a mágica vai começar. – Alexy bateu no assento da cadeira que estava disposta no centro do quarto.

Helena se sentou. Seus cabelos, que antes estavam presos com uma toalha por estarem molhados, foram soltos e em poucos minutos pode ouvir o atrito da lâmina com os fios. Não pode deixar de morder os lábios, apreensiva. Enquanto Alexy cuidava de seu cabelo, Rosalya se concentrou em suas unhas, que logo foram cobertas por um esmalte preto que Rosa contou ter trocado com uma senhora na feira da Place Royale por um saquinho de botões metalizados. Assim que o azulado terminou de passar um produto branco nas pontas do cabelo da morena os meninos invadiram o quarto junto com Alvo e Dragon. Rosalya revirou impaciente sua gaveta de roupas atrás de uma peça antes de se trancar com Helena e Alexy no banheiro. Ambos viraram o espelho para que a garota não espionasse após ter um acesso de curiosidade ao notar as luvas na mão do amigo tingidas de vermelho. Rosa terminou de fazer uma maquiagem e o único detalhe que Helena pode perceber foi o tom do batom. Em seguida, Alexy secou e penteou seus cabelos para então sair do banheiro, deixando que Rosalya ajudasse a amiga a se vestir.

-Esta pronta? – Perguntou a platinada, segurando a maçaneta da porta. – Os meninos vão surtar!

Helena estava nervosa e apenas assentiu com a cabeça. Rosalya lhe dirigiu um largo sorriso empolgado enquanto abria a porta e lhe dava espaço para passar. A primeira coisa que a morena viu foram os olhares perplexos dos rapazes que estavam sentados no chão, encostados na parede que ficava de frente para o banheiro.