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História Beyond My Power - Supercorp - Entre revistas e quebras de noivado


Escrita por: lesbiangranger

Notas do Autor


Olá, espero que vocês gostem desse capítulo.

Capítulo 22 - Entre revistas e quebras de noivado


Lena acordou de manhãzinha com Kara enchendo seu rosto de beijos. Abriu os olhos, mas os fechou logo em seguida por causa da claridade que entrava em seu quarto.

— Kara! — repreendeu Lena, com a testa franzida enquanto esfregava os olhos.

— Bom dia, flor do dia — Kara não parava de sorrir, mesmo com toda a carranca que Lena tinha acordado.

Kara sabia que esse mau-humor todo não era porque Lena estava sendo acordada cedo, o motivo era outro.

— Eu prometi que encontraríamos Cat às nove — Kara beijou Lena entre os olhos. — Vamos, abra os olhos.

Ainda com a testa franzida, Lena abriu os olhos, encontrando os de Kara. Logo, desmanchou a expressão fechada e fez bico.

— Precisamos ir mesmo?

— Lena... — Kara riu. — Você está adiando isso há dois meses, desde que derrotamos Lex e assumimos nosso namoro.

— Eu não quero ir! — Lena tampou o rosto com as mãos. Parecia uma criança que não queria ir à escola.

— Se eu adiar isso mais uma vez, Cat vai me comer viva! — Kara cruzou os braços. — Ou pior: ela pode me demitir!

— Você pode trabalhar comigo — sugeriu Lena, sorrindo de canto.

— Fazendo o que, exatamente?

Lena pensou por uns segundos.

— Reportagem?

— Na L-Corp? — Kara riu, semicerrando os olhos. — Vamos, levanta. Estou indo me arrumar em casa.

— Ainda não sei por que você ainda não veio morar comigo — Lena se descobriu e sentou.

— Porque ainda não é a hora — respondeu Kara, se levantando e selando seus lábios aos de Lena. — Estarei te esperando às oito e meia, não se atrase.

Ao ver Kara saindo voando pela janela de seu quarto, Lena murmurou:

— Como se eu fosse capaz de me atrasar.

Lena pegou Kara do lado de fora de seu prédio exatamente às oito e meia. Kara usava um vestido florido, sapatilhas e uma tiara na cabeça. Lena a observou com os olhos semicerrados.

— O que foi? — perguntou Kara.

— Nada — respondeu Lena, dando partida no carro.

O caminho todo foi em silêncio, Lena sequer ligou o rádio do carro. Kara balançava os pés em sinal de nervosismo; pensava se aquilo tudo era uma boa ideia.

— Está brava comigo? — Kara cortou o silêncio quando estavam perto de chegar da Cat&Co.

— Por que eu estaria? — Lena olhou Kara por cima dos óculos escuros.

— Porque eu te fiz vir aqui quando você não queria.

— Eu prometi, Kara. Eu não quebro promessas — Lena apertou a coxa de Kara com a mão direita enquanto a outra segurava o volante. — Não é algo que eu queira fazer, de fato. Eu não gosto de aparecer na mídia, de dar entrevistas e essas coisas. Cat me ajudou quando eu precisei, te deu folga quando, para ela, não seria nada vantajoso. Isso é o máximo que posso fazer.

— Ela não é um monstro, sabia? — Kara balbuciou e Lena riu. — Ela também me ajudou quando eu e você, sabe, brigamos. Ela me disse que eu tenho que focar na minha carreira, porque se todas as pessoas me deixarem, eu ainda terei o meu trabalho.

— Ela não está errada — Lena comprimiu os lábios. — Kara, se você tiver que escolher entre mim e a sua carreira, eu não quero que pense duas vezes em ter que escolher a sua carreira.

— Mas... — Kara tentou se opor.

— Estou falando sério — após estacionar o carro no estacionamento da CatCo, Lena voltou toda a sua atenção para Kara. — Não quero ser a pessoa responsável por barrar o seu sonho.

— Não é isso que me preocupa, o que me preocupa é ter que escolher entre Supergirl e Kara Danvers.

— Você é muito boa em conciliar as duas. Eu amo você, não importa qual versão escolher. Kara Danvers é minha preferida, não conte à Supergirl — Lena sorriu de canto e selou seus lábios com o de Kara logo em seguida. — Vamos, se demorarmos mais um pouco vamos nos atrasar e Cat vai ficar uma fera.

— Você fala como se eu fosse uma doida bipolar — Kara franziu o cenho enquanto as duas deixavam o carro e seguiam para elevador.

— E não é? — Lena abriu um sorriso. — Estou brincando. A essência da Supergirl é a Kara Danvers e é isso que a faz ser a super heroína que ela é.

As portas do elevador se abriram, todos presentes no andar olharam para Kara e Lena e ficaram em silêncio. Kara deu uma súbita olhada para Lena antes de aparecer no escritório de Cat, que estava com as portas abertas.

— Bom dia — disseram Lena e Kara em uníssono.

— Vocês estão atrasadas — Cat, de óculos, examinava papéis em suas mãos, como sempre.

— Cinco minutos — Lena arqueou uma sobrancelha.

— Atrasadas — Cat largou os papéis e olhou para as duas. — Fechem a porta e sentem-se, por favor.

Kara foi até a porta, do lado de fora todos os funcionários olhavam para lá, curiosos; quando perceberam que tinham a atenção de Kara, voltaram aos seus afazeres como se nada tivesse acontecido. Lena já estava sentada no sofá de Cat quando Kara se juntou à ela.

— Bem, obrigada por aceitarem a entrevista — Cat estava sentada na poltrona à frente do sofá e pigarreou antes de continuar a frase. —, após adiarem três vezes.

Kara deu um sorriso fino, nervosa, enquanto Lena continuava com a mesma expressão fechada e serena. Lena não devia nada à Cat Grant, essa entrevista era um favor que ela estava fazendo à ela e à revista.

— Eu quase adiaei a quarta, e possivelmente quase cancelei, se não fosse por Kara — Lena pousou sua mão com delicadeza sob a coxa de Kara e arqueou uma sobrancelha para Cat. — Você deve tudo isso aqui à ela.

Kara engoliu em seco e sorriu, nervosa novamente. Se saísse desse escritório desempregada ela mesma prenderia Lena junto ao seu irmão, em Lian Yu.

— Pois bem, vamos começar — Cat molhou a ponta dos dedos e virou a página do acoplado de folhas que estava em seu colo. — Lena, pelo o que eu pude ver você é muito amiga da Supergirl, como Kara lida com isso?

— Normalmente — respondeu Kara, com o cenho franzido.

— Você tem certeza? — perguntou Cat, com deboche. — Sabe, Supergirl é forte e inteligente, eu tenho certeza que Lena deve conhecer a pessoa por detrás daquele disfarce.

Kara umedeceu os lábios. Cat ainda desconfiava que Kara e Supergirl eram a mesma pessoa, por isso estava jogando e estava tentando fazer com que Kara jogasse também, sentindo ciúmes de si mesma.

— Eu confio na minha namorada — Kara olhou para Lena por um momento e voltou a olhar para Cat, com um sorriso fechado.

Cat analisou Kara, desconfiada; abaixou a cabeça e fez algumas anotações.

— Então, Kara, como é namorar a mulher mais rica de National City? — Cat voltou com as perguntas.

— Desculpe, não acho que entendi direito — Kara arqueou uma das sobrancelhas, fechando a expressão.

— Pra quem trabalha como repórter, Kara, pensei que você se daria melhor com entrevistas — caçoou Cat.

— Não estou com Lena pelo dinheiro dela, não me importa — repreendeu Kara.

— E está com ela por quê? — perguntou Cat. Lena parecia desconfortável com a situação, porque se movimentava levemente ao lado de Kara.

— Porque eu a amo? — Kara riu com escárnio ao fazer a pergunta retórica.

Kara ia continuar a falar, mas Lena abriu a boca após muito tempo quieta:

— Pensei que você fosse mais profissional, senhorita Grant. Você parece uma amadora com essas perguntas.

Cat umedeceu os lábios, enquanto sorria.

— Estou perguntando o que o povo quer saber, senhorita Luthor. Meu objetivo aqui é entreter o público e fazer perguntas que seja interessante para ele. Você prefere que eu faça perguntas sobre a economia do país ou sobre os próximos projetos da L-Corp? Porque isso não é o interesse do público que lê a minha revista, se você quer perguntas desse tipo, sugiro que dê entrevista para o jornal.

Silêncio. Lena não tinha uma resposta para aquela pergunta, tão pouco pensou Kara em alguma coisa para defender a namorada. Não tinha uma defesa, Cat Grant estava certa. O povo de National City estava interessado no interesse amoroso da magnata Lena Luthor.

Imagina só se soubessem que ela estava namorando a Supergirl.

— Vocês pensam em casamento?

— Eu acho que sim — Kara franziu a testa, olhando para Lena, que sorriu. — Acho que é muito cedo para falarmos disso ou nos pronunciamos sobre isso, mas eu penso.

Quando a entrevista acabou, Lena e Kara se encontraram do lado de fora com James Olsen, o fotógrafo.

— Kara — James cumprimentou Kara com um sorriso, sem se aproximar. — Já faz um tempo.

— É — confirmou Kara, com um sorriso pequeno.

— Por favor, me acompanham até o estúdio — James pediu, guiando o caminho.

Com James na frente, Lena se permitiu fazer uma pergunta, em cochichos, ao pé do ouvido de Kara:

— Vocês se conhecem?

— Sim, nos conhecíamos, acho — explicou Kara. — James foi meu primeiro interesse amoroso, uma das primeiras pessoas a saber que eu sou a Supergirl. A gente se distanciou quando um possível relacionamento deu errado.

— Ele sabe que você é a Supergirl? — Lena perguntou, com um teor de desconfiança na voz. Kara apenas balançou a cabeça que sim, enquanto Lena fechou sua expressão.

A seção de fotos foi tranquila. Kara se perguntava se James se sentia desconfortável tirando fotos dela com Lena, entretanto James não esboçava reação nenhuma que confirmava isso. Na verdade, ele parecia muito tranquilo e despojado tirando aquelas fotos, como se fizesse isso todo dia.

De fato, ele fazia isso todo dia, porém não era todo dia que ele tirava foto da ex dele com outra mulher.

Quando voltaram ao carro, já era horário de almoço. Lena ainda estava emburrada.

— O que foi? — perguntou Kara, enquanto Lena dava partida no carro.

— A gente acabou de tirar fotos com o seu ex — Lena falou, como se não fosse óbvio.

— Sim, e daí?

— O seu ex — repetiu Lena.

— Lena, não seja boba. Fazia meses, acho que até mais de ano, que eu não falava com James. Nossa relação é estritamente profissional, como você viu. Ele é o fotógrafo da CatCo, então era ele quem tinha que tirar as fotos. Se você bancar a ciumenta agora, eu vou ficar muito brava.

— Certo, eu não quero ativar a ira da Supergirl — Lena sorriu e selou seus lábios com o de Kara.

***

Alex saiu do DOE e seguiu para o apartamento de Maggie. No caminho, passou no supermercado e comprou a sobremesa preferida de sua noiva, para agradá-la.

Quando chegou no apartamento de Maggie, ela estava sentada no sofá mexendo no celular.

— Cheguei! Trouxe mousse! — Alex levantou a sacola de papel para Maggie. A moça bloqueou o celular e encarou Alex, sem alterar a expressão. — Aconteceu alguma coisa?

— Alex, precisamos conversar — Maggie se levantou.

— Ih, não gostei do seu tom de voz — Alex foi até a cozinha para deixar a sacola e voltou para a sala. — O que foi?

— Alex — Maggie parecia ter muita dificuldade para se expressar, já estava com os olhos marejados, o que deixava o coração de Alex cada vez mais apertado, como um alerta de que algo ruim estava para acontecer. —, não podemos mais ficar juntas.

— Quê? — Alex pareceu não entender, já com os olhos começando a marejar.

— Estamos em diferentes degraus. Eu não quero ter filhos, e você entende isso. Mas é completamente errado você abrir o seu desejo de ser mãe por minha causa — lágrimas já desciam por ambos os rostos. Maggie pegou uma das mãos de Alex e a segurou com força. — Eu fui a sua primeira, Alex, e seria muita sorte se eu fosse a última.

Alex comprimia os lábios, numa tentativa nula de tentar fazer com que as lágrimas parassem de cair tão rápido.

— Maggie, eu amo você.

— Eu sei, Alex, eu também te amo — Maggie segurou o rosto de Alex com as duas mãos. — E é por isso que estou te deixando ir. Eu não me sentiria bem sabendo que você sacrificou um desejo seu por minha causa, não é justo. Você merece alguém que compartilhe das suas ideias.

Alex confirmou com a cabeça devagar, enquanto mais lágrimas desciam pelo seu rosto. Maggie plantou um beijo em sua testa.

— Vá para casa, ligue para Kara e esfrie a cabeça, ok? Quando você estiver mais calma, você volta pra pegar as suas coisas que estão aqui — Maggie limpou as lágrimas do rosto de Alex com as mãos.

Quando já estava na rua, Alex ligou para Kara, que não demorou a atender.

— Alex! — Kara atendeu, com euforia. — O que devo a honra? Você quer saber como foi a entrevista com Cat?

Alex soluçou.

— Alex? Você está chorando? — indagou Kara. — O que aconteceu?

— Lena está com você? — perguntou Alex.

— Sim, está. Estamos assistindo um filme. Estamos na minha casa — antes que Alex pudesse pedir, Kara ofereceu. — Venha pra cá.

Quando Kara ouviu batidas na porta de seu apartamento, não precisou da super-visão para saber que era Alex. Assim que abriu a porta, já a abraçou.

Alex chorava desesperadamente, com o rosto enterrado no ombro de Kara, enquanto a kryptoniana passava a mão pelas suas costas. Sentada em uma cadeira da mesa da sala de jantar de Kara, Lena já imaginava o que tinha acontecido.

— Vem, entra — chamou Kara. — Vou preparar um chá pra você.

— Não, Kara — Alex olhou para a irmã. — Eu quero uma cerveja. Melhor, um whisky, algo que seja forte, por favor.

— Cerveja eu tenho, não tenho whisky — Kara comprimiu os lábios.

— Vocês fiquem aqui e conversem — Lena se levantou. — Eu vou comprar whisky.

Lena lançou um olhar acolhedor para Alex e saiu porta afora.

Kara e Alex se sentaram no sofá. Alex já não chorava tanto, mas assim que começou a contar o que tinha acontecido voltou a chorar bastante.

— Tivemos essa conversa antes, né? — relembrou Kara, olhando para Alex com um de seus braços em volta do pescoço da irmã. — Eu sei que está doendo, Alex, mas Maggie está certa.

— Eu sei, e é por isso que estou tão triste e brava ao mesmo tempo.

Lena entrou no apartamento carregando a garrafa de whisky; serviu três copos e entregou dois para as irmãs, ficando com o outro para si. Alex contou da separação com Maggie para Lena, enquanto bebericava do seu copo de whisky.

— Era só uma questão de tempo, infelizmente — pronunciou-se Lena.

Para tirar o peso das energias negativas, Kara resolveu contar para Alex sobre a entrevista na CatCo Worldwide Magazine. Depois de muita conversa e bebida, quando Alex já estava alterada — sendo a única, porque Lena não bebeu mais do que um copo e Kara não podia ser afetada pela bebida —, ela fez um pedido à irmã.

— Olha — começou Alex, já com a voz mole. —, eu espero que vocês nunca se separem, certo? Eu quero ser madrinha do casamento de vocês e quero ser tia, porque eu adoro crianças.

— Certo, já deu por hoje — Kara riu, se levantou e tirou o copo de whisky da mão de Alex, que protestou. — Vou arrumar o sofá pra você dormir.

Lena levou a garrafa e os copos de whisky para o balcão da cozinha, enquanto Kara arrumava o sofá da sala para Alex dormir. Depois que Alex deitou no sofá, Kara e Lena seguiram para o quarto.

Ambas vestiram pijamas. Lena deixava trocas de roupa na casa de Kara para quando dormia lá, assim como Kara deixava trocas de roupa na casa de Lena. Quando já estavam deitadas, com Kara deitada no peito de Lena, Lena perguntou:

— Você pensa nisso?

— No quê?

— Casamento.

O silêncio se estendeu enquanto Kara pensava numa resposta.

— Cat perguntou isso para nós hoje e agora Alex falou sobre isso — Lena tentou explicar o motivo da sua pergunta, já que Kara demorava para responder.

— Penso, Lena — Kara se apoiou nos cotovelos e olhou para Lena. — Você é minha namorada, é óbvio que eu penso num futuro com você. Eu só acho muito cedo, sabe? Estamos muito bem vivendo o momento, o agora.

Lena sorriu em resposta. Kara a beijou antes de dizer:

— Podemos dormir agora? Estou com muito sono.

— Tá bom. — respondeu Lena.

As duas aproveitavam a paz que não teriam muito tempo. 


Notas Finais


O próximo capítulo sai na sexta que vem, as 13h.


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