Camila estava completamente assustada. Como ela tinha chegado aquele ponto, novamente? Shawn já não tinha pagado a divida? Então porque diabos ela estava ali?
A cabeça dela doía, sua boca estava seca e o vento frio batia contra seu corpo, que estava metade desnudo, causando calafrios na mesma. Para onde ela estava sendo levada? E por que Lauren estava com aquela roupa ridícula?
- Para onde você está me levando? – Perguntou meio aérea.
- Você vai descobrir daqui a pouco.
Foi à única coisa que Lauren falou, antes de voltar sua atenção para a estrada novamente. Ela não podia evitar um sorriso de orelha a orelha. Sua felicidade ultrapassava os limites. A mulher de belos olhos verdes esperava por esse momento há anos, o momento que se vingaria. Por anos ela nutriu aquele sentimento de raiva pela latina e finalmente poderia descontar na mesma.
Ela estava a mais de 100 km/h e não cansava de pisar no acelerador de seu carro. Queria chegar o mais rápido que pudesse ao galpão. Por causa de sua “profissão”, Lauren tinha vários galpões espalhados ao redor do território americano. Tinha praticamente cinco em cada cidade e dependendo do movimento, até mais.
Lauren entrou em uma estradinha de terra e rapidamente já se pode ver o velho galpão. Ela estacionou o carro e começou a puxar Camila para dentro do galpão, acompanhada de suas duas amigas.
- O que você vai fazer comigo Lauren? Por que eu estou aqui? Por que eu estou nua? Shawn já não pagou o seu maldito dinheiro? Por que não me deixa em paz? – As palavras saiam como tiro da boca de Camila, de tão rápidas. Ela estava completamente assusta.
- Shawn já pagou sim a divida. Você está nua, pelo simples fato de ser mais divertido e bem... As outras perguntas serão respondidas em breve, minha cara.
A clara paciência e o sarcasmo na voz de Lauren, fez o sangue da latina ferver. Como alguém poderia ser tão dissimulada a esse ponto? E se seu marido já havia quitado a divida, por que ela se encontrava naquela situação?
Lauren pegou uma chave em seu bolso e destrancou o cadeado que se encontrava na porta, abrindo-a logo em seguida. Ao adentrar o local Lauren sentiu a poeira adentrar seu nariz, dando-lhe uma grande vontade de espirrar. Ela foi até uma parede onde se encontravam certos botões. Um deles controlava um gancho enorme de ferro. A mulher de olhos verdes desceu o gancho até seu máximo.
- Pendurem-na no gancho. – Deu a ordem e suas amigas pegaram Camila que se encontrava no chão, amarram suas pernas e a penduraram no gancho.
Camila gritava tentando se contrapuser, mas nenhuma delas dava à mínima. Lauren acionou o gancho novamente, dessa vez para subir. A imagem da latina balançando para um lado e para o outro, nua, esperneando, ficaria na cabeça de Lauren por muito tempo. Ela não conseguia conter o sorriso, pegou um cigarro e o acendeu para apreciar aquela cena de uma forma mais prazerosa.
- O que eu te fiz pra merecer isso? Eu nem te conheço! – Gritou Camila.
- Você pode até achar que não me conhece, mas na verdade me conhece e muito bem. – Retrucou Lauren. – Não se preocupe você terá muitas chances para descobrir de onde você me conhece.
Lauren observa o corpo de Camila indo para um lado e para o outro pendurado no gancho. Ela acreditava estar predestinada a fazer a latina morrer de medo e se odiar, assim como ela a odeia. O coração de Lauren ainda se encontrava em pedaços desde o dia que viu sua namorada beijando outro, nem mesmo anos depois pode mudar isso. Apesar das bebedeiras e de vários casos que a mesma teve, nada conseguia apagar o rastro de destruição que Camila tinha deixado em seu coração.
- Sabe Cabello... – Começou Lauren. – Eu acho muito curioso o fato da sua relação com o Sr. Mendes. – Deu uma tragada em seu cigarro, soltando a fumaça pela boca na cara da latina. – Vocês formam um belo casal. Dois jovens adultos, simplesmente podre de ricos. Não precisam se preocupar com nada, pois sabem que terão uma vida luxuosa. Admiro isso em vocês. – Era claro o tom de deboche na voz da mulher de belos olhos verdes. – Aposto que nunca passou na sua cabeça que você estaria aqui agora não é mesmo? Com a vida perfeita que vocês tem, isso nem se quer havia passado por suas cabeças. Mas o destino gosta de brincar com as pessoas. Olha só onde você está não é mesmo?
Camila se encontrava completamente confusa. Não fazia a menor ideia de onde Lauren queria chegar com aquela história. Ela só queria ir para casa. As cordas amarradas em suas mãos e pernas estavam machucando-a, e o fato de estar balançando para lá e para cá de cabeça para baixo também não estava ajudando muito. Ela queria descobrir logo o que aquela maldita mulher queria com ela e se ver livre. Já era a segunda vez em um mês que aquela mulher a sequestrava.
Um celular começou a tocar. Camila logo reconheceu o toque, o celular era dela. Lauren foi até uma mesa, onde o objeto tecnológico se encontrava e olhou o visor. Estava escrito “Amor”. Ela logo deu um sorriso, sabia exatamente quem estava ligando. Ela atendeu ao telefone e uma voz se fez presente.
- Camila, graças a Deus você atendeu esse telefone. – Era possível notar a preocupação na voz dele. – Onde você está? Esqueceu que hoje temos uma reunião com os acionistas e com o teu pai? Venha logo para cá.
- Desculpe, a Sra. Cabello não se encontra disponível no momento. Ela esta muito ocupada sendo balançada para lá e para cá.
O ar cínico era presente na voz de Lauren. Ela estava se divertindo.
- Quem está falando? Cadê a minha mulher? Eu exijo falar com ela agora! – Exclamou o magnata do outro lado do telefone.
- Como eu lhe disse Sr. Mendes. – Ela deu ênfase. – Sua mulher está muito ocupada agora e não poderá falar contigo. Quer deixar recado?
- Lauren? É você não é mesmo? Devolva a minha mulher agora! Eu já te paguei o que devia!
- Ah, achei que você iria demorar mais pra reconhecer minha voz. Minha atuação foi tão boa. – Disse fingindo estar decepcionada. – Você realmente pagou a sua divida. Pelo menos parte dela. Esqueceu que eu disse que cada dia que você demorasse pagar seria mais mil dólares? Pois é meu caro. Você me deve mais de cinco mil dólares agora. Eu quero ele ou então você não terá mais uma mulher.
- Pra que você quer esse dinheiro? Você é podre de rica! Só devolva a minha mulher.
- A questão não é nem mais o dinheiro meu caro e sim o fato de honrar com a minha palavra. Ou você me paga o dinheiro, ou você não terá mais sua mulher. Bye, bye, sweaty.
Com isso ela desligou a ligação aos risos. Foi até os botões que controlavam o gancho, o abaixou um pouco, depois se direcionou até Camila. A latina já estava tonta e morrendo de fome, isso era claro. Lauren ficou um momento observando a mesma. Não podia negar que sua ex-namorada havia ficado bastante “atrativa” com o passar dos anos. Mas essa não era hora para avaliar as características físicas de Camila.
- Seu marido parecia bem preocupado pela sua falta em uma reunião. - Afirmou Lauren, enquanto olhava o registro de chamada de Camila. – Deve ser uma reunião muito importante. Ele estava bem alterado no telefone.
Os olhos de Camila se arregalaram. Ela tinha se esquecido completamente. Hoje seria a reunião com os acionistas para fechar tudo sobre a nova filial e ela estava ali, amarrada, com seu busto completamente desnudo. Sem ter a menor ideia de quando aquilo tudo iria acabar.
- Não vai falar nada, Karla? – Brincou Lauren.
Karla? Como ela sabia o primeiro nome de Camila? Quem era aquela mulher?
- C-como voc-cê sabe meu n-nome? – A voz da latina saiu fraca pelo fato de estar de cabeça para baixo e morrendo de sede.
- Eu sei muita coisa de você Camilinha. Seu primeiro nome é apenas uma das uma, das milhões de coisa sobre você. É meu trabalho saber tudo sobre as minhas vitimas sabe? Preciso estar preparada para fuder com elas fisicamente e mentalmente. – Lauren tinha um sorriso vitorioso ao ver o medo nos olhos de sua ex. – Agora nós iremos dar uma voltinha com você pelos arredores de NYC e você vai ser boazinha o tempo inteiro. Ou você sofrerá as consequências.
As fieis companheira de Lauren, tiraram Camila do gancho e a carregaram até o carro a colocando novamente dentro do baú, contra a vontade dela. Depois as três entraram no carro e saíram completamente sem rumo.
- A aventura só está começando minhas caras amigas. Vamos nos divertir muito com a Cabello. Em divida aos velhos tempos.
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