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História Bittersweet - So close, yet so far


Escrita por: lialive

Notas do Autor


Hi people!
Duas atualizações em menos de três dias, é isso mesmo produção? SIM!
Aqui vai outro capítulo pra vocês, com direito até a montagem de... Kristyl?

Capítulo 9 - So close, yet so far


Fanfic / Fanfiction Bittersweet - So close, yet so far

Terminei de abotoar minha camisa xadrez e arrumei meu cinto, verificando se minha faca estava presa no mesmo. Queria ir junto com Rick e Daryl para tentarmos estabelecer a “paz” com o governador, mesmo que aquilo fosse visivelmente impossível para mim. Andrea havia proposto aquilo a Rick antes de ir embora no dia de sua visita inesperada a prisão. Estava cansada de ficar andando em círculos, vigiando ou esperando, queria tentar ser útil em algo. Curvei-me para alcançar a mochila e machadinha que estavam embaixo da cama e ouvi um assovio atrás de mim. Virei e deparei-me com Merle de braços cruzados escorando-se na entrada da minha cela, sustentando um sorriso malicioso. Revirei meus olhos enquanto colocava a mochila sobre o colchão e verifiquei se tinha tudo o que precisava dentro da mesma. 
— Onde vai docinho? – O homem perguntou com sua habitual voz trocista e eu o ignorei. Ele permaneceu escorado no batente da porta e eu passei por ele esbarrando em seu ombro. — Posso te perguntar uma coisa? – Algo no tom de Merle indicava que não seria nada conveniente. Voltei-me para ele e dei de ombros. — O que há entre você e meu irmão?
— Não há nada entre nós. – Eu disse tentando soar indiferente, mas minha entonação exaltada pareceu não convencê-lo. Não estava mentindo, tudo o que eu e Daryl tínhamos era uma convivência oscilante.
— Você parece ter uma queda pelo meu irmãozinho, huh?
— O que te faz pensar isso? – Eu retruquei alvoroçada.
— Vi o jeito que você o abraçou no dia que voltamos. Nem nossa mãe era carinhosa com ele, e olhe que esse era o papel dela. – Ele debochou.
— Eu... – Ponderei antes de continuar. Independente do que eu dissesse, Merle já desconfiava dos meus sentimentos por Daryl. — Eu me importo com ele. – Declarei hesitante.
— Então, o que está esperando? – Merle incitou e eu continuei o encarando, não sabendo o que dizer. — Eu espero que você não esteja achando que ele vai tomar iniciativa. Darlina é inexperiente quando se trata de mulheres, ele não sabe honrar as bolas que tem no meio das pernas. – Merle zombou do irmão. Vendo que eu continuei em silêncio, Merle soltou um riso anasalado e se aproximou. — Meu irmãozinho também gosta de você, ruivinha. Só dê o primeiro passo, ou vai cansar de esperar. – Eu preferi não dizer nada, apenas ajeitei a mochila em minhas costas e afastei-me dele, voltando a caminhar para o pátio. Aquela havia sido a maior conversa que eu tinha tido com Merle. Sua declaração que Daryl gostava de mim ficou rondando minha mente. Talvez eu devesse mesmo dar o primeiro passo, só precisava de uma oportunidade. Assim que cheguei do lado de fora avistei Rick e Daryl arrumando os pertences no porta-malas do carro, e segui até eles. Coloquei minha mochila e machadinha junto às outras coisas na traseira do carro e os dois olharam para mim.
— O que você está fazendo? – Daryl questionou.
— Eu vou com vocês. – Afirmei colocando as mãos em minha cintura.
— Kristen, você vai ficar aqui com os outros. Eu e Daryl cuidaremos disso. – Rick determinou e eu expirei enfastiada.
— Rick eu quero ir, e eu vou. – Eu obstinei e ele passou a mão pelo cabelo, eu estava o deixando aborrecido. — Se não quiserem me levar, eu pego outro carro ou simplesmente vou andando. – Conclui convicta e os dois homens a minha frente pareceram discutir por meio de olhares.
— Tudo bem. – Rick concordou contrariado e Daryl lançou-me um olhar indeferido antes de sair em direção a sua moto. — Hershel! – Rick chamou o mais velho, que andou mancando com as muletas até nós. — Estamos prontos pra ir. – Rick anunciou e Hershel assentiu antes de ir até a porta do condutor e entrar no carro com a ajuda de Maggie e Beth. — Glenn, você toma conta das coisas aqui enquanto estivermos fora. Voltaremos logo. – Rick disse colocando a mão no ombro do coreano, que apenas concordou. Eu sentei no banco traseiro do carro e observei Rick abraçando Carl antes de entrar no veículo também. Daryl conduziu sua moto à frente do nosso carro, e nós pegamos a estrada. O caminho até onde encontraríamos o governador foi tranquilo. Hershel sabia como manter-nos entretidos com suas conversas.

  Daryl entrou em uma estrada de terra e nós o seguimos. Observei as enormes caixas d'água quando estacionamos próximos a elas. O lugar parecia ser um centro de reservação junto a armazéns abandonados. Rick desceu do carro e fez sinal para que eu e Hershel esperássemos ali. Ele e Daryl sumiram em meio aos reservatórios, provavelmente iriam vistoriar o local só para constar se aquela reunião era uma emboscada ou não. Saí do carro e dei a volta no mesmo, parando do lado do motorista, onde Hershel permaneceu sentado com o vidro abaixado. O mais velho me ofereceu a metralhadora que ele tinha em mãos, mas eu recusei e pedi que ele destravasse o porta-malas, onde eu peguei uma pistola. Tudo estava calmo, nenhum errante, nenhum carro e nem sinal do governador. Ouvi passos e alertei-me enquanto empunhava a pistola, mas logo baixei a guarda ao ver Daryl caminhando até nós. 
— Ele já está lá conversando com Rick. – Daryl informou enquanto eu e Hershel trocávamos olhares confusos.
— Não há sinal de carros e nem de outras pessoas aqui. – Eu comentei e Daryl olhou em volta.
— É, tem alguma coisa errada. Deixe o carro ligado, por precaução. – Daryl pediu a Hershel e ele assentiu. — Fiquem atentos! – Daryl avisou ao avistarmos a mesma pick-up que o governador usou no dia em que atacou a prisão. O veículo estacionou e dele desceram Andrea, Martinez e um homem que usava óculos. Eu e Daryl os mantivemos em nossas miras e Hershel desceu do carro. — Por que vocês chegaram só agora? – Daryl perguntou autoritariamente.
— Philip já está aqui? – Andrea questionou e Daryl confirmou. Continuei mirando em Martinez que manteve um sorriso presunçoso, como se já soubesse daquilo. E com certeza ele sabia de todos os planos do governador, ele parecia ser o cão de guarda dele. Andrea suspirou e caminhou com passos pesados para dentro do prédio onde Rick e o governador estavam. Algum tempo depois ainda nos encarávamos desconfiados. Recostei-me no capô do carro e observei o homem de óculos escrevendo em uma caderneta, e me perguntei o que ele estaria fazendo.
— Eu acho que vou entrar. – Hershel anunciou.
— O governador prefere conversar em particular. – O homem com aparência intelectual interveio.
— Quem diabos é você? – Daryl perguntou o olhando com menosprezo.
— Milton Mamet.
— Bom, ele trouxe o mordomo dele. – Daryl zombou e vi Martinez segurar o riso.
— Eu sou o conselheiro dele. – Milton o corrigiu.
— Que tipo de conselho você dá? Que roupa combina melhor com qual sapato? – Daryl manteve seu tom debochado.
— Não devo satisfações para os capangas. – Milton rebateu
— Cuidado com o que fala, engomadinho. – Daryl repreendeu-o.
— Se vamos ficar o dia todo aqui apontando armas um para o outro, faça-me um favor, cale a boca. – Martinez interveio e Daryl aproximou-se pronto para enfrentá-lo.
— Daryl... – Eu o censurei tocando-o no ombro, enquanto ele manteve o olhar feroz na direção de um Martinez insolente.
— Parem, não há necessidade disso. – Hershel anunciou. — Vamos guardar os ataques para a verdadeira ameaça. – O mais velho concluiu e Daryl se afastou dele, relutante. Andrea saiu poucos instantes depois, e sentou-se afastada de nós. Ela parecia insatisfeita. Martinez caminhou até o portão do prédio e o fechou por inteiro, parecia que a conversa era mesmo privada. Aquilo me perturbou, não sabíamos o que o governador tramava e o que ele poderia fazer com Rick. Eu expirei impaciente, chamando a atenção de Daryl e Martinez.
— Cansada de esperar, princesa? – Daryl questionou num tom baixo, citando aquele apelido que eu detestava.
— Por mim, iríamos lá dentro e acabaríamos com isso agora. – Eu murmurei e Daryl balançou a cabeça, concordando. Martinez pareceu ouvir e manteve o olhar em nós, o que me deixou mais incomodada.
— Então, o que uma garota tão bonita faz aqui no meio dessa confusão? – Martinez intrometeu-se olhando-me com devassidão. Eu dei de ombros e sorri amarelo. Daryl remexeu-se ao meu lado e eu observei a expressão rígida dele. Sentia-me desconfortável com a atenção descarada de Martinez e com a atitude tensa de Daryl. — Você está solteira? – O homem perguntou e aquilo pareceu importunar Daryl, que levantou resmungando com sua voz gutural. Se Daryl fosse fácil de entender, eu diria que ele estava com ciúmes, mas aquele homem era imprevisível. O som de alguns grunhidos nos alertou, eu corri até o carro e apanhei minha machadinha, e segui até onde os errantes estavam, sendo seguida por Daryl e Martinez. Preparei-me para acertar um errante na cabeça, mas uma flecha certeira o atingiu antes que eu pudesse agir. Revirei os olhos quando Daryl aproximou-se de mim e, com seu instinto protetor, empurrou-me para trás dele. Eu sabia me defender muito bem.
— Depois de você. – Daryl disse para Martinez e apontou para os errantes que chegavam mais perto.
— Não, você primeiro. – O moreno anunciou, entrando naquele desafio idiota. Daryl atirou outra flecha, que perfurou o olho do errante, e ele lançou um olhar arrogante para o homem. Martinez girou o bastão que tinha em mãos antes de bater com toda força na cabeça de um deles, a espatifando contra a superfície de metal do reservatório d'água. Ele riu e lançou um olhar na direção de Daryl, que apenas deu de ombros nem um pouco impressionado. Daryl foi quem me deixou aturdida ao empunhar sua faca e a lançar, precisamente, na testa de outro errante. Eu fiquei parada assistindo aquela imbecilidade, mas achando graça da forma como os dois estavam tentando provar um ao outro quem era o melhor. Assim que vi um errante se aproximar vi minha chance de acabar com aquilo, caminhei rapidamente até ele e finquei a lâmina da minha machadinha na cabeça dele, rachando-a ao meio. Os dois voltaram-se para mim e Martinez soltou uma risada. — Você leva jeito, ruivinha. – O moreno declarou ainda sorrindo presunçoso e Daryl pegou meu pulso puxando-me para próximo de um carro abandonado, deixando Martinez para trás. Tentei soltar meu braço mas ele segurou com mais força.
— Pra quê tudo isso, Daryl? – Perguntei e ele apenas aproximou-se de mim, fazendo-me dar alguns passos para trás e bater minhas costas contra a lataria do carro. Senti meu coração descompassar e, sem querer, meu olhar passou para os lábios dele.
— Ele estava se engraçando para o seu lado.
— E? – Eu incitei. Agora tinha certeza que Daryl havia ficado enfurecido com a atitude convencida de Martinez, podendo considerar isso como uma confirmação de que ele estava com ciúmes. Mas eu queria saber o que ele tinha a dizer, queria resolver o que nem tínhamos começado. Será que ele tomaria a iniciativa agora? Ou seria como Merle disse? Parecia que eu o tinha pego desprevenido, o que fez com que ele ficasse calado e ofegante, mas ainda segurando-me com força e numa proximidade perigosa. — Me diga, qual o problema nisso?! – Eu exclamei. — Sabe Daryl, isso é ridículo...
— Você merece alguém melhor, não aquele filho da mãe. – Daryl interrompeu-me fixando o olhar no meu. Eu encarei aqueles olhos azuis e o ar de repente pareceu abafado e escasso. Ele chegou ainda mais perto, fazendo nossos narizes se encostarem de leve, e eu senti meu pulso bater cada vez mais rápido. — Eu... – Daryl hesitou, e levou sua mão livre até meu ombro e o acariciou com a ponta de seus dedos ásperos. 
— Daryl! Kristen! – Ouvimos a voz de Rick nos chamando, Daryl praguejou e afastou-se rapidamente caminhando de volta para a entrada, onde nossos veículos estavam. Eu fiquei estática por alguns minutos, ainda dissolvendo o que acontecera. Daryl e a palavra instabilidade às vezes podiam tornarem-se um só. Minha sanidade era vaga quando ele estava próximo, e quando ele se ausentava a vulnerabilidade tomava o espaço cujo ele ocupava quando estava comigo. Expirei frustrada e disfarcei da melhor maneira possível o meu descontentamento, voltando para o carro e entrando no mesmo. Observei através da janela Daryl montado em sua moto, ele lançou-me um olhar indefinido antes de dar partida na moto e pegar a estrada.
— Podemos ir? – Hershel dessa vez estava sentado no banco do carona, e perguntou olhando na minha direção.
— Claro. – Confirmei e ele sorriu singelamente para mim. Claro. Na realidade nada estava claro para mim, eu estava confusa em relação a Daryl e temia o que seria do nosso futuro incerto e ameaçado pelos mortos e pelos vivos. Não sabia até onde aguentaria caminhar sob essa neblina.
 


Notas Finais


Espero que gostem, e comentem o que estão achando <3


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