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História Black And Green - Centelhas Negras e Medos Irracionais


Escrita por: LadyFear

Notas do Autor


Aqui estou eu como prometido, virei o flash shaushauhsua demorei mais que ele mas ok xD
Um capítulo que desvenda os principais objetivos do papai filho da puta, que mais deveria ser chamado de aberração.
Talvez vocês se perguntem, como eu consegui conceber alguém tão sórdido a esse ponto.
Eu acabei de me perguntar isso e nem eu sei responder, é um dos mistérios do universo... #viagemdamadrugada
Enfim, chega de "fisolofar".
Que venha as revelações catastróficas!
🔥

Capítulo 93 - Centelhas Negras e Medos Irracionais


- Maeve? Maeve? Por Merlin, responda...

A morena parecia não estar ouvindo direito, algo parecia tirar a metade do som. Seus ouvidos zumbiam.

- Responda, por favor...

Os olhos voltaram a piscar lentamente de uma forma estranha. Parecia ter esquecido de como piscava.

- Remus... – Murmurou trôpega.

- Sim, sou eu, vamos...

Lupin sentou Maeve com cuidado, ela parecia estar dormente pois seu corpo não respondia corretamente aos movimentos. Maddie sibilou agradecida e enroscou-se novamente. Maeve não sentia seu corpo, e demorou para saber onde estava, e o porquê de estar ali. Sentia-se voltando de uma letargia longa, parecia a mesma sensação de quando acordou na enfermaria depois de ter enfrentado Voldemort.

Sua consciência tentava absorver e assimilar todas aquelas informações ao mesmo tempo, e aquilo lhe dava uma dor de cabeça que aumentava cada vez mais. Massageou as têmporas e tentou concentrar-se apenas nas lembranças mais leves. Rostos que sempre lhe pareceram conhecidos nas fotos da lareira de Inima agora bailavam em sua mente cheios de significado e importância.

Tio Roger, marido de Inima, o senhor mais engraçado que conhecera em sua vida, com sua loja de bolinhos. O primeiro a lhe mostrar como a música é algo a ser ouvido e sentido. Era um dos seus tios favoritos, sempre lhe ensinava algo quando a via, seu gosto variado por música trouxa tinha sido obra dele. Havia ganhado um violino turquesa dele antes de ter seus primeiros lapsos. Nunca imaginaria que havia aprendido a tocar.

Tio Ethan, vivia de lá para cá com Pecky em exposições de arte. Antes de sua mãe ser assassinada, ele visitava a pequena Maeve lhe levando lápis de cores, milhões de papéis coloridos e penas que ainda hoje ela guardava com carinho. Tinha sido dele o amor vindo pelo verde.

Tia Elizabeth, irmã da sua avó Eleonora. Uma senhora dura, e que havia lhe feito aprender todas as regras de etiqueta umas mil vezes – ou pelo menos as vezes que ela a visitou -. Amava filosofia, história e romances trouxas, e lhe passou dezenas de títulos que ela guardaria com imenso prazer. Era por isso que sempre havia amado comprar literatura trouxa para passar suas tardes de inverno quando elas favoreciam.

Entretanto, em meio a todas aquelas lembranças extremamente agradáveis de pessoas que ela sabia que amou profundamente, havia várias que aos poucos foi destruindo cada faísca de felicidade que havia conseguido de início.

Todas as suas tentativas de suicídio voltaram à tona como uma sombra negra adejando sobre si mesma. Afogamentos, quedas de prédios, ser exposta a Avadas e até mesmo a inanição. A morte nunca havia realmente achado que era suficientemente doloroso viver daquele modo para leva-la. Em todas elas alguém a salvou a impedindo de acabar com todo aquele trânsito infernal de idas e vindas, perdas e ganhos, morte e mais mortes que agora ela sabia que não haviam sido apenas para ganhar tempo e continuar existindo.

Todos aqueles rostos que antes bailavam felizes em sua mente acabaram sendo reduzidos a corpos mutilados e queimados em uma das salas de estar mais abomináveis que já esteve. Wayne e Daphne haviam se aproveitado da reunião forjada em uma noite maldita de páscoa para acabar de vez com quem quer que Maeve pudesse ter sido. Lembrava-se do gosto amargo do chá das flores ali em meio aos túmulos. A trombeta de anjo havia sido usada para deixa-la com alucinações terríveis que findaram em algo que talvez nunca, mas nunca ela se perdoaria nem se tentasse.

Em um surto em que perdeu noção de quem era, havia tido um dos primeiros acessos de eletricidade que mostrariam que tipo de poder ela teria mais à frente. A explosão gerada sem que ela percebesse havia matado todos eles eletrocutados, reduzindo-os a meros corpos sem vida de pessoas que ela jamais ousaria tocar nem um dedo se estivesse em si. Os dois malditos haviam saído antes que fossem atingidos e ganhado o fim devido.

Aquilo lhe atacou mentalmente como uma rajada de facas que dilaceraram tudo dentro de si. Sentia-se rasgada, esfolada e enganada. Esconderam-lhe a verdade o tempo inteiro.

- Eu sou um monstro.... Um monstro... – Lágrimas escorreram pelo seu rosto. Sua respiração pareceu parar, seu peito doía.

- Monstro? Do que você está falando Maeve? O que houve? – Lupin tentava fazê-la falar alguma coisa, mas ela não parecia estar prestando atenção ao que ele dizia.

 - Monstro...

Suas mãos alcançaram seus cabelos como se movida pela vontade de acabar consigo mesma. Teria arrancado grande parte se Lupin não tivesse segurado ela. Havia enlouquecido.

- Maeve pare com isso! – Ralhou enérgico.

- Eu sou um monstro Remus... – Murmurou sentindo sua marca arder. Tentou alcança-la, mas ele não deixou segurando seus pulsos com firmeza para longe de seu corpo.

- Não, não é. Pare com isso. O que quer que tenha visto, pelo amor de Merlin ignore por um tempo.

- Eu não consigo.... Dói... muito...

- Consegue. Você passou por coisas piores, sabe que sim, por favor se acalme.

Ele a abraçou forte ignorando os resmungos de Maddie que parecia triste e desesperada balançando a cabeça de lá para cá. Acariciou os cabelos dela com delicadeza evitando os pontos doloridos de onde ela havia puxado. Maeve chorava sem sentir mais nada fora dor. Queria acabar com aquela sensação horrível de culpa, acabar com qualquer resquício de dor que a fizesse sentir daquele jeito. Mas sabia também que uma hora ou outra teria de enfrentar aquilo como uma parte sua do passado. E sua mente logo iluminou-se.

Em um estalo havia finalmente entendido o propósito sórdido que seu próprio pai havia criado para ela.

Criara situações terríveis, acabara com as suas esperanças, escondeu tudo o que ele havia lhe induzido a fazer, roubou as chances de ela ter entendido tudo na hora correta para que pudesse evitar seus avanços. A chave era ele o tempo inteiro.

Havia feito tudo aquilo não por Voldemort, mas por ele.

Seu principal objetivo durante todo aquele tempo não era garantir que o Lord ascendesse novamente, mas sim que ele pudesse utilizá-lo como uma parte do seu plano. Que forma mais forte e brutal de se trazer alguém da mortalidade para a imortalidade do que usando um sacrifício cuja alma foi corrompida por sangue e dor o suficiente para fazê-lo imortal pelas trevas? Voldemort havia feito o trabalho que seria dele de caçá-la e fazer com que revidasse destruindo seus comensais e aumentando o corrompimento de sua própria alma.

Era ele quem seria o imortal no fim das contas. Ele sabia que Voldemort seria apenas mais uma vítima dela quando o ressuscitou com a ajuda de Lucius, e que aquilo aumentaria ainda mais o fator crucial que ele tanto queria. O corrompimento da alma dela. Um sacrifício a altura para o que ele almejava. 

Por isso que havia mantido os instrumentos com ele e só os havia perdido por que vacilara ao tentar achar a chave que deveria estar no cofre junto ao corpo de Evelyn, mas que ali estava, caída no chão bem ao seu alcance. A chave do tempo e das memórias poderia ser usada a qualquer momento para que ele voltasse ao passado e reescrevesse todo o futuro. Era por isso que estava fora do seu alcance e mesmo que ele tentasse voltar a cripta, nunca a acharia.

Alguém havia sido mais esperto.

Guardou aquelas revelações para si. Chorou horrores, mais do que achava que poderia chorar, jogou todas as lágrimas que havia guardado para fora. Era o momento de sofrer e sentir de fato tudo o que havia cometido, não se perdoou ao repassar todas aquelas memórias. Prantearia os mortos que amava, prantearia todos aqueles que viraram apenas peões nas mãos daquele maldito, e prantearia toda a vida que deveria ter vivido e não teve chance. Aquela dor não seria revertida em ódio, não selaria sua alma com aquilo. Preferia lavá-la.

Não sabia de fato quanto tempo havia chorado, mas Lupin continuou ali com seus braços ao seu redor, reconfortando-a da forma que podia. Ele conseguia sentir aquela dor o traspassar, mas não poderia senti-la como ela sentia, e aquilo o deixava triste e desesperado.

- Maeve... – Chamou-a quando finalmente ela apenas ficara soluçando.

- Perdoe-me Remus... – Murmurou sentindo-se seca.

- Vamos embora, já está ficando tarde. – Ele a levantou com cuidado.

- Pegue a chave. – Pediu.

Ele pegou a chave e a entregou ainda a segurando com medo de que ela voltasse ao chão.

- Está melhor? – Perguntou imaginando a reposta.

- Não.

- Vamos, já está escurecendo.

 

✥✥✥

- Naquela noite Chateau Raven pareceu mais sombria e silenciosa do que esperavam. Jantaram rapidamente, e foram dormir sem cerimônia alguma. Maeve foi para o seu quarto e trancou-se despindo-se e indo para o banheiro. Encarou seu reflexo por longos minutos. Sentiu-se destruída e vazia, o rosto inchado denunciaria no outro dia quando voltasse a Hogwarts o que havia acontecido.

Severo.

Seu coração pesou. O amava tanto, mas tanto que doía em seu peito de forma horripilante apenas cogitar a possibilidade de que ele poderia escolher deixa-la após saber de tudo aquilo. O que havia lhe dito não doía mais, era como se estivesse prevendo que realmente ela estava fazendo uma escolha extremamente estúpida e que se arrependeria. Talvez estivesse sendo tola em subestimar os sentimentos dele, mas sua mente lhe massacrava fazendo-a ficar com o coração cada vez mais pesado.

Mas havia sido necessário.

Enquanto tomava banho chorou amargamente, não queria ter saído daquela forma, não queria ter passado por cima de sua palavra. Mas sabia que já havia sido feito, tudo já havia acontecido. Só lhe restava aceitar que aquilo era o seu passado, e que seu presente dependeria da forma como ela encarasse tudo.

Não conseguiu dormir, sua mente continuou sendo assolada por memórias e medos que pareciam consumir cada fibra do seu corpo como em um pesadelo. Somente quando chegou à exaustão, seu organismo colaborou e a apagou de imediato. Passava das duas da manhã quando finalmente acabou recolhendo-se ao sono profundo, escuro e por obra de algum milagre, sem sonhos.

✥✥✥

 

- Snape virava-se de um lado para outro da cama. Já havia tido noites mal dormidas, já havia sido massacrado pelos pesadelos decorrentes do fim da segunda guerra bruxa, mas nada se comparava a não conseguir dormir por não ter Maeve ao seu lado. Sentiu falta do cheiro adocicado, dos cabelos longos enroscando-se em seus braços, do calor, e da mania que sabia que ela não perceberia a menos que contasse de que ela sempre arrumava algum jeito de enroscar mexas do seu cabelo no próprio dedo. Uma forma de carinho peculiar que já havia se acostumado e que parecia um inferno por não estar sentindo aquilo durante aquelas horas.

Entretanto seu coração pesava. Sentiu-se novamente uma das piores criaturas depois de se dar conta do que realmente havia dito a ela. Sabia que aquilo havia machucado, e além da sensação de que algo ruim aconteceria, aquela atitude ridícula piorava tudo. Perguntou-se em determinado momento se aquilo realmente poderia fazê-la deixa-lo. Ele continuava não se achando a melhor escolha, muito pelo contrário, agora é que percebia que realmente só ela sendo louca mesmo para amá-lo de tal forma.

Mas lá no fundo sabia que se aquilo realmente chegasse a acontecer, acabaria para ele. Não haveria mais razão sem ela, havia depositado todas as suas expectativas nela, todo o amor real que sentia. E pensar que não teria mais aquilo era doloroso demais.

Puxou o travesseiro que ela havia tomado para si e aspirou o perfume impregnado. Era tão bom, quase como se fosse uma droga. E assim ele assimilou ela. Uma droga viciante, e ele um dependente em abstinência que estava pronto para fazer qualquer coisa apenas para tê-la.

Desistiu de dormir e levantou-se, esperaria pela hora que ela chegaria, lhe diria tudo o que estava trancado em seu peito. E esperaria que no fundo ela o entendesse da mesma forma que ansiava em entende-la. E mais ainda, em entender o que ele sabia que viria com ela após seu regresso. 


Notas Finais


#euqueestoucommedodevocesmedaremumasporradasagora
Nos próximos capítulos, tudo ficará bem entre os dois?
Quais medidas serão tomadas contra os dois abelardos pai e avó?
Eles irão para a Itália?
Qual será a encomenda extra que Leonard mandou para Maeve fora a passagem dupla? (alguém se perguntou isso? e.e)
🙈


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