- Você esta apaixonado por ela, esta na sua cara. – Eu disse o vendo chorar. – Estão vivendo as personificações de suas vidas passadas.
- Quando ficou inteligente? – Seu estado era deprimente, mas ainda zombava de mim.
- Eu sou um gênio, vocês é que nunca perceberam. – Eu disse olhando suas costas que sangravam. – O que é isso, parece que foi esfaqueado.
- São as asas, eu as arranco. – Dorian estava anormalmente pálido. – Depois de um tempo se acostuma.
- A dor do seu coração é pior... – Eu murmurei sentindo a vibração da sua alma. – Eu... Sinto muito...
- Não é sua culpa. – Ele desviou o olhar enquanto eu o olhava curioso. – Todos nós temos destinos, só devemos segui o nosso caminho.
- Eu não acredito nisso. – Eu neguei vendo um algo estranho em Dorian. – Você foi marcado... Duas vezes...
- O que esta fazendo? – Ele perguntou assustado.
Ele se espremeu contra a cabeceira da maca quando toquei o lugar do seu coração. Eu podia ver o sofrimento marcado em sua alma, era escuro e deprimente, seu coração tinha cicatrizes que jamais iriam fechar e seu futuro era escuro e nebuloso, eu não podia ver nada além de sentir o sentimento de tristeza e devastação, além de um ponto mínimo de amor.
- Duas flechas... – Era como se tivessem tomado conta da minha boca. – Sua alma foi acertada por duas flechas de Eros, você esta fadado a amar sem pensar e não sentir nada além do amor, tristeza e desespero... Seu sofrimento tem duas saídas...
- Draco! – Pude ouvir ele me chamar antes de acertar meu rosto com força. – Draco Acorda!
- Filho da puta! – Eu disse sentindo a força de seu tapa em meu rosto. – Porque me bateu?!
- Estava recitando uma profecia seu imbecil! – Ele disse se fazendo uma careta de dor. – Você ficou todo esquisito e seus olhos ficaram rosa!
- Foi sem querer. – Eu disse me afastando envergonhado. – Me desculpe, ultimamente não tenho conseguido controlar.
- Você consegue controlar?! – Ele me olhou surpreso.
- De qualquer forma seu sinto muito por você. – Eu disse mudando de assunto. – Por alguma razão eu sei algumas coisas sobre amar platonicamente e o seu caso é uma verdadeira merda.
- O que, não vai me julgar por estar apaixonado pela minha irmã?! – Ele riu incrédulo olhando pra cima.
- É claro que não. – Eu disse sério. – Afrodite nos faz amar as pessoas por alguma razão, nada é em vão...
- O que deu em você? – Ele me olhou estranho.
- No entanto ela vai ter que me desculpar, mas não posso ficar parado vendo você desta maneira. – Eu disse lembrando- me vividamente das palavras. – Eu sei as duas maneiras de acabar com seu sofrimento, mas precisamos de um efeito imediato.
- O que quer dizer? – Ele me olhou desconfiado. – Quais eram as saídas?
- Não posso matar você ou deixar que você morra Dorian, nos precisamos de você ou todos nós iremos morrer. – Eu disse sério me levantando. – Ou você pode aprender a conviver com a dor e aprender a ter outras emoções e um novo amor, mas vamos ser francos isso vai demorar anos.
- Você é bem literal. – Ele rolou os olhos resmungando.
- Tenho uma saída temporária. – Eu o ignorei me levantando. – É arriscada, pode ser irreversível e pode matar a nós dois.
- Do que esta falando? – Ele ergueu uma sobrancelha.
- É um ritual, perigoso, mas pode funcionar. – Dei os ombros vendo tudo o que eu precisava em volta da sala. – Vai ter que confiar em mim pra que eu possa fazer isso com sucesso e pode reverter quando precisarmos.
- O que é? – Ele parecia tentado a concordar.
- Vou bloquear seus sentimentos. – Respondi com firmeza.
- Vai tirar a minha humanidade?! – Ele quase pulou da maca fazendo uma careta de dor.
- Não faça tanto alarde Dorian você mal tem sentimentos humanos mesmo! – Eu protestei o fazendo ouvir a razão. – Você não é um semideus, você é um semi-humano! Em nosso sangue corre 97% de sangue divino à única porcentagem humana que temos são os nossos sentimentos e fraquezas, cois que você mal tem!
- Mas posso perder o pouco de empatia que eu tenho, sabe que é arriscado! – Ele também tinha razão.
- Mas não vai mais sentir dor. – Eu disse firme. – Você ia cometer suicídio ontem, esta na sua cara que ia se matar e não se arrependia!
- E se esse for o meu destino?! – Ele atirou furioso.
- Não acredito em destino. – Eu o encarei com firmeza. – E se destinos existem, você conviver com a dor é uma opção, então estou de dando uma solução temporária até tudo se acalmar! Seus sentimentos por Carrie e Macária estão a fazendo despertar e você sabe que isso pode destruir a nossa prima!
- Eu sei disso! – Ele gritou furioso. – Não precisa me lembrar disso.
- Se você for embora Carrie vai ficar péssima e os outros também. – Eu abaixei meu tom de voz. – O ritual é como uma maldição é só um feitiço e toda maldição e feitiço tem como ser quebrado, você sabe disso.
- E sei que se você não conseguir ambos morremos você esta ficando louco Draco! – Ele disse como um tio. – Não vou deixar que se arriscar por minha causa.
- Confie em mim! – Eu disse com raiva. – Você se sacrifica por nos todas às vezes, deixe que pelo menos uma vez alguém ajude você! Ninguém pode ser um herói sozinho!
- Mas eu não sou um herói. – Ele riu se autodepreciando.
- Isso depende do ponto de vista. – Eu disse a verdade. – Agora cale a porra da boca e me deixe te ajudar!
Antes que ele pudesse protestar as velas apareceram em nossa volta formando um circulo. Concentrei toda a minha energia em nós formando um pentagrama em meus pés. A sala ficou mais quente com o calor das chamas das velas apesar do vento surgir do nada tentando nos arrastar, eu coloquei meus dedos na cabeça de Dorian concentrando meus poderes em seu cérebro.
- Eu confio em você seu idiota. – Pude o ouvir falar antes que eu começasse.
O clima dentro da Sala Precisa ficou ainda mais denso e agitado. Cadeiras e mesas se quebravam contra as paredes, o calor das chamas nos queimava e o vento tentava apaga-las, tudo o que se podia ouvir era a minha voz cantando o feitiço, as mobílias se quebrando contra as paredes e os gritos de agonia de Dorian. Isso era tudo o que eu me lembrava antes de perder a consciência.
- Hey loirinha! – Pude sentir alguém jogar água em meu rosto. – Acorda!
- Dorian? – Abri os olhos me sentindo tonto e confuso. – Deu certo?
- Deu, até que você não é tão inútil. – Ele tinha o seu habitual tom sarcástico. – Desde quando tem tanto poder?
- Desde sempre. – Rolei os olhos me deitando de costas no chão frio. – Eu sou um sacerdote.
- Nossa... – Ele ergueu as sobrancelhas surpreso.
- Ninguém nunca notou, mas eu sou mais que um rostinho bonito. – Eu soltei uma risada.
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