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História Black Water - E nessa loucura


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 19 - E nessa loucura


19 - E nessa loucura

Draco Pov

– Vamos logo – Insisti, e não deixei de perceber que embora ele demonstrasse receio, também havia animação em seus olhos pela travessura que iria aprontar, e eu cheguei a arriscar pensar que provavelmente isso se devia ao sentimento gerado pela menção dos marotos, influência direta para que ele ‘não fizesse nada de bom’.

Eu viveria para agradecer aquele grupo de boas almas que haviam criado as armas perfeitas que me fariam tirar grandes vantagens e fazer coisas nada boas com meu namorado.

– Eu não sei o que pensar quando você sorri bizarro assim – Observou, ajeitando o mapa no braço de maneira que fosse fácil de manusear – A capa é grande, mas para não aparecer nossos pés, temos que…

– Andar colados, entendi – Falei me apressando em levantar, vendo ele fazer o mesmo e nos cobrir com a capa, revirando os olhos quando fui para trás dele, passando os braços ao redor da sua cintura me colei a ele o máximo que consegui.

– Não precisa ser tanto...

– Agora você vai me julgar por ser precavido?

Ele suspirou, ignorando ao começar a caminhar devagar, e demorou um pouco para que conseguíssemos sincronizar nossa caminhada, mas eu estava muito satisfeito de ter um motivo plausível para estar tão agarrado ao corpo de Harry.

Parecia ser a realização de um sonho!

Será que os padrinhos e pai de Harry sabiam o quanto aquelas coisas seriam úteis?

– Se comporta – Harry resmungou quando deslizei os lábios pelo seu pescoço, porque gostava do cheiro dele – Ou vou e chutar para fora da capa!

– Olha – Murmurei baixinho para ele, enquanto caminhávamos, sempre perto das paredes naquele corredor parcialmente vazio – Quando andamos assim, meu nome fica por cima do seu – Contei olhando para o mapa, no pontinho onde nos movíamos juntos – Eu gosto de ficar por cima de você – Não evitei o comentário, sabendo que mereci o beliscão que veio a seguir, mas não era como se eu fosse conseguir não dizer aquilo.

Porque eu gostava mesmo, e não era crime nenhum ser sincero.

Finalmente chegamos na passagem da bruxa corcunda, e eu sorri de novo ao lembrar que ele a chamava de ‘Bruxa-de-um-olho-só’, o que na minha concepção era algo fofo.

– Dissendio! – Ele tomou frene de fazer o feitiço que liberava a passagem, e nos apressamos em passar para dentro, por fim nos descobrindo da capa.

O que era uma pena, porque eu tinha gostado mesmo de andar agarrado nele.

Passamos a caminhar lado a lado, e ele havia enfiado o mapa e a capa de volta na mochila por enquanto, pegando meu saquinho de doces, e por mais idiota que seja, eu quis sorrir.

Era o meu namorado, comendo os meus doces.

Realmente, aquele estava sendo um dia verdadeiramente promissor.

– Qual sua aula preferida? – Questionei e ele se virou para mim, parecendo não esperar pela pergunta.

– D.C.A.T – Falou após engolir mais um feijãozinho, dando um sorriso ao fim.

– Sério? – Questionei surpreso e ele assentiu.

– Meu padrinho, Remo, é especialista na área. Então embora todos os anos os professores da escola sejam horríveis, continua sendo minha matéria preferida.

– Ele é professor?

– Bem… sim e não. Ele é mais do tipo que… fica por trás das cortinas. Ele escreve muitos livros, e faz dois anos que é o responsável por elaborar o material usado nas aulas daqui e de algumas outras escolas. Mas… ele não chega a ser professor. Ensina algumas pessoas por correio, também.

– Então… você vê seus padrinhos com frequência?

– Praticamente moramos juntos. Sirius e Remo moram na casa ao lado, mas é quase como se fosse uma casa só – Confessou com um sorriso, e era nítido o quanto ele tinha um enorme carinho por ambos.

– Eles são… Prongs, Padfoot e Moony? – Questionei ao me lembrar de serem as primeiras palavras a surgir no mapa, e ele assentiu.

– Moony é o Remo. Padfoot é o Sirius. Prongs é meu pai – Explicou, e eu me senti curioso sobre os dois padrinhos.

– Seus padrinhos… Eles moram juntos?

– Eles são casados – Contou com um sorriso mínimo – Hã… começaram a namorar no último ano da escola, e estão juntos até hoje.

– Calma ai – Falei franzindo – Seus padrinhos são casados, e você estava surtando sobre ser gay? Qual é seu problema?! – Bradei vendo ele desviar os olhos de mim – Se eles são seus vizinhos, e vocês estão sempre juntos, significa que seus pais não se importam que eles sejam gays, e mesmo assim, você estava dando um chilique?!

– Você parece Hermione falando – Resmungou afrontado, fechando a expressão – Não é fácil assim!

Abrandei a expressão, sabendo que realmente não deveria ser tão fácil.

Mas ainda assim, ele tinha diversas vantagens!

– Certo. Mas… você sabe que isso provavelmente significa que seus pais vão ficar bem sobre isso, não é?

– Eu imagino que sim – Concordou, e eu sorri ao pegar sua mão livre, entrelaçando nossos dedos.

– E de qualquer forma, eu estarei aqui se algo der errado.

Ele pareceu surpreso com a frase, porque seu cenho se estreitou, mas ele não me olhou, e eu julguei que era porque tentava esconder aquele sorriso espontâneo.

Continuamos conversando sobre coisas aleatórias, e ele pareceu perceber que minha intenção era que nos conhecêssemos mais, e sair do superficial.

A conversa fez o caminho ser mais tranquilo, e não tardou para que estivéssemos no alçapão da Dedos-de-mel.

Voltamos a nos cobrir com a capa, saindo cuidadosos dali, vendo que por ser dia de semana, e de aula, o local estava bem vazio.

Caminhamos com cautela para fora da loja, vendo que haviam poucas pessoas nas ruas, o que era satisfatório afinal.

Andamos pelas lojas, e eu me inclinei mais contra o corpo dele ao perceber que ele estava com frio, porque tremeu quando um vento gelado bateu contra nós.

– Vamos sair da rua principal – Falei e ele assentiu com a cabeça, enquanto caminhávamos sempre pela calçada, desviando de lugares onde poderiam notar nossas pegadas.

Ele parecia saber para onde ir, porque seguiu para a rua onde as pessoas mais evitavam, onde a casa dos gritos ficava localizada, mas não parou perto dela, e sim contornou a cerca, seguindo por entre algumas árvores.

Eu não quis perguntar, porque ele parecia pensativo enquanto andava, e eu sorri assim que ele se enfiou em um pedaço cheio de grama, empurrando mais um arbusto para o lado, e finalmente nos vimos no meio de um pequeno campo aberto.

Era afastado, e no local batia um sol fraco que não deixava que fosse totalmente gelado.

Por ser longe dos comércios e cercado por árvores, parecia ser um local seguro para ficarmos.

Ele puxou a capa, enrolando ela nos braços, e seguiu para uma pedra onde o sol iluminava, jogando a mochila ali em cima e se esparramou no chão, erguendo os olhos para mim.

Segui seus passos, me sentando ao seu lado, passando a comer alguns docinhos, fazendo uma pergunta ou outra para gerar conversa.

Em algum momento ele deslizou o corpo, deitando no chão, e fechou os olhos parecendo calmo ao deixar os raios fraquinhos de sol banharem o seu rosto.

Eu sentia ganas de fazer o mesmo, mas ainda estava receoso, olhando para a grama no chão, pensando que não queria nada indesejável grudando no meu cabelo.

Nem precisei dizer nada, porque, de olhos fechados, ele esticou o braço, puxando a capa do uniforme que havia retirado alguns instantes arás e jogou em mim.

– Deixa de ser fresco – Resmungou, e eu solei um riso antes de estender a capa dele, me deixando deitar ao seu lado.

Com o silêncio ao redor, eu percebi que era reconfortante estar ali.

Ouvia o som do vento, das árvores, de alguns pássaros, e da respiração de compassada de Harry, essa última é claro por eu estar mesmo muito perto.

Levei a mão até o roso dele, e suas pálpebras tremeram, mas ele não chegou a abrir os olhos enquanto eu deslizava os dedos por sua pele.

– Porque as vezes você usa óculos, e as vezes não? – Questionei, pois era uma curiosidade frequente, e aquele dia em especial ele não usava a armação negra que o fazia parecer algo adorável.

– São lentes. Não uso sempre, porque tenho facilidade em perder. Então… Eu as coloco quando acho. Ontem estava arrumando minhas coisas, e encontrei – Deu de ombros, e toda sua tranquilidade se foi quando eu me apoiei nos braços, ficando sobre ele, já contando mentalmente quantos segundos levariam até ele me fazer voar dali.

Harry abriu os olhos, me olhando quase como se questionasse o que eu fazia.

Nossos corpos não se encostavam, porque eu sabia que aquilo talvez fosse além do limite, mas eu não evitei estar ali por cima, vendo-o de tão pero.

– Que porcaria acha que está fazendo?

– Eu disse que gosto de ficar por cima de você – O lembrei, me encolhendo para longe do soco que ele tentou me dar, e cai para o lado quando ele me empurrou.

Me deixei ficar deitado de lado, olhando para o rosto dele, vendo a serenidade retornar.

Ele era bem explosivo nas emoções, e por incrível que pareça, mesmo que eu sofresse com isso, era algo que eu gostava em sua personalidade.

– E sua cicatriz? – Questionei voltando a levar a mão para o rosto dele, que dessa vez não desviou o olhar, abrindo um sorriso de lado, quase como se pensasse em algo bom – De onde veio?

– É meio idiota – Ele falou, inconscientemente inclinando o rosto para me dar mais mobilidade, e eu afastei os fios escuros de sua testa, contornando o pequeno raio com a ponta dos dedos.

– Vai, me diz – Falei sorrindo e ele assentiu.

– Quando eu era pequeno, teve uma vez que… Meus pais pegaram um caso muito distante para trabalhar. Eles são inomináveis, no Ministério. E eles precisaram ficar por quase um mês no Japão para trabalhar. Como o fuso horário era muito diferente, eles não tinham como ficar vindo todos os dias para casa. Então eu fiquei com meus padrinhos. Eu sei que… depois de alguns dias… eu sentia muita falta dos meus pais. Eu… era um pouco mimado demais por eles – Confessou com cera vergonha, e eu continuei sorrindo enquanto tentava visualizar aquele pequeno Harry – Eu não conseguia entender porque ninguém me levava para ver eles.

– Você aprontou alguma – Adivinhei e ele riu ao assentir.

– Eu esperei meus padrinhos irem dormir, e peguei as varinhas deles. Desde muito pequeno eles sempre me diziam que eu seria um bruxo poderoso, então na minha cabeça eu seria perfeitamente capaz de fazer um feitiço para trazer meus pais para casa.

Sorri, sem me conter, vendo ele dar de ombros.

– Eu sei que estava irritado por nada acontecer, tive um ataque de birra com as varinhas nas mãos, e… acordei dois dias depois no St. Mungus. Não sei que tipo de coisa consegui fazer naquele dia. Meus padrinhos acordaram com o clarão das varinhas, então também não conseguiram ver. Os Medimagos não conseguiram remover a cicatriz… E foi isso.

Rimos juntos, enquanto eu deslizava os dedos pela marca em sua testa, pensando na quantidade de vezes que já havia feito piadas sobre aquilo, sem imaginar a história fofa por trás.

– Ontem nos disseram qual a próxima prova – Ele pareceu finalmente se sentir confortável para falar sobre, e eu continuei deslizando os dedos por seu cabelo, percebendo que gostava disso tanto quanto ele – É um tipo de labirinto gigante. Nós… Vamos ter que enfrenar coisas que não sabemos. Armadilhas, feitiços… Só falaram para nos prepararmos bem. A taça vai estar lá no meio. O primeiro a chegar, vence.

– Harry, você já passou por um dragão, e por milhares de sereianos. Vai se sair muito bem – Garanti – A prova ainda vai demorar para chegar. Você vai se preparar para isso, e quando chegar o dia… vai ver que nem precisava se preocupar tanto.

– Eu não consigo não ficar preocupado.

– Eu já separei um porta-retratos para colocar uma foto sua com a taça, ao lado da minha cama – Informei, e ele piscou surpreso, olhando para mim com certa dúvida.

– Você… acha que eu vou ganhar? – Questionou se apoiando nos antebraços para me olhar, e eu sorri, olhando dentro dos olhos verdes.

– Eu enho certeza – Afirmei, deixando ele sentir a verdade em minhas palavras, e ele pareceu chocado.

Sorri, puxando ele pela cintura, vendo-o se deixar levar para meus braços, apoiando a cabeça no meu ombro, ainda sem parecer saber o que dizer.

– Você é incrível, Harry. Se existe alguém capaz de vencer esse torneio, essa pessoa é você.

– As pessoas sempre me… dizem que vai ficar tudo bem. Que não preciso ter medo de me machucar. Que… é só ser cuidadoso que vou terminar inteiro… – Ele ponderou – Mas ninguém nunca me disse que vou ganhar – Confessou surpreso, e eu apenas sorri.

– Eu acredito em você.

Ele ficou me olhando com verdadeiro espanto por alguns instantes, e seu ato seguinte me pegou de surpresa.

Harry passou os braços ao meu redor, se encolhendo em mim em um abraço.

Ele raramente tomava atitudes, mas já havia me abraçado outras vezes.

A diferença era que aquele braço parecia conter tanto carinho e gratidão, que me comoveu.

Retribui o contato, afastando as pernas para puxar seu corpo ainda mais e o encaixei ali nos braços, gostando como ele não se afastou ao perceber que estava quase todo sobre mim.

Ele parecia conhecer o bastante de mim para diferenciar os momentos onde eu queria alisar seu traseiro, e os onde eu apenas queria ser carinhoso.

É claro, já éramos tão bons como namorados que agora deveríamos ter algum tipo de super-conexão.

Ele apenas afundou o rosto no meu pescoço, parecendo se sentir muito confortável, e eu entendi que tudo o que ele precisava era de um momento para ficar em paz, longe das preocupações, e de alguém que verdadeiramente acreditasse em seu sucesso.

Ser essa pessoa me fez realmente ficar feliz.

Foi Harry que ergueu o rosto, se inclinando na minha direção para me beijar, e essa espontaneidade me fez sorrir ao levar uma mas mãos para sua face, deslizando por seu pescoço enquanto nossas bocas se uniam naquele longo e preguiçoso beijo.

De alguma forma, sentia que agora nosso relacionamento havia passado para outra fase, e isso me fez perceber que eu estava errado por grande parte do tempo com meus esforços em ser o melhor namorado do mundo.

Porque eu não era bom sem ele.

Só poderia ser um bom namorado, porque tinha ele comigo.

E eu percebi então, que não era sobre mim, ou sobre ele.

Porque juntos eramos o melhor casal que poderia existir, por mais improvável que fosse, e eu tinha certeza de que a minha opinião era a única coisa relevante no universo para julgar isso.

Naquele momento, eu percebi que meus sentimentos por ele eram maiores do que eu pensava.

E eu faria qualquer coisa que estivesse no meu alcance para que Harry passasse a sentir o mesmo que eu.

 


Notas Finais


Pov Draco <3 Como não amar, me digam?
Viram que ele sabe perfeitamente como ser fofo e safado ao mesmo tempo? QUESTÃO DE EQUILÍBRIO AMORES!
Espero que tenham gostado!
O chapie veio rapidinho em comemoração aos 700 comentários que BW recebeu! Palmas para essa fic linda, esses leitores perfeitos, esse Draco maravilhoso, e para o nosso Miss Gay Panic 2019.
Obrigado a todos pelo carinho!
Até o próximo!


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