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História Black X White - Caçado


Escrita por: KIAN-

Notas do Autor


Olá <3

Não demorei tanto assim, né?

Bom, o capítulo de hoje começa com todo mundo acordando :V (vocês vão entender) e cada um com seus dramas.
Nas notas finais terá uma pequena recaptulação da história do Hoseok.
A capa está uma porcaria, mas relevem 'u'

Acho que é isso, desculpem os erros e boa leitura <33

P.S.: Gif nas notas finais

Capítulo 39 - Caçado


Fanfic / Fanfiction Black X White - Caçado

Com o celular vibrando ao lado do travesseiro Minhyuk acordou. Sonolento ele apenas esfregou os olhou e pegou o aparelho, vendo inúmeras mensagens e ligações perdidas, depois viu o horário, dez e vinte e três da manhã, e resolveu se levantar. Largou o celular na cômoda ao lado da cama decidido a ver do que se tratava tantas mensagens apenas depois de um banho e talvez um café.

Sem pressa alguma ele escovou os dentes de frente ao seu reflexo tedioso. Guardou a escova no espelho e se despiu entrando no box. Tomou seu banho com calma e sem pressa, cantarolando enquanto se ensaboava. Saiu do banheiro com uma toalha na cintura e se trocou no quarto. Estava com roupas neutras entre o casual e o formal. Calça jeans preta, tênis branco, uma camisa de manga curta com estampa de série e um casaco verde escuro por cima. Como ia para a mansão não precisava se arrumar muito, mas também não era bom aparecer lá de pijama.

Penteou os cabelos para trás com uma mão e pegou o celular em cima da cômoda. Saiu do quarto mexendo no celular e abriu a primeira mensagem enquanto descia as escadas.

[Hyunwoo Hyung]: Minhyuk, onde você está?

[Hyunwoo Hyung]: MINHYUK!

Passou pela sala e entrou na cozinha.

— Mas que diabos está acontecendo? — Perguntou com sigo mesmo, confuso por tantas mensagens e a maioria delas de seus amigos, e abriu a próxima mensagem.

O nome não estava salvo, porque Minhyuk havia excluído aquele contato, mas ele sabia que se tratava de Hoseok.

[Número desconhecido]: Minhyuk, você está bem?

[Número desconhecido]: Não vá para a mansão!

[Número desconhecido]: Saia de casa!

[Número desconhecido]: Eles vão atrás de você.

Não leu o restante das 52 mensagens, pois a campainha tocou nesse exato momento, incessante, e, com o celular na mão e cenho franzido, ele foi atender a porta. A princípio sua única surpresa foi a pessoa que estava tocando a campainha ter passado pelo portão e pelo cachorro, mas quando abriu a porta teve uma surpresa ainda maior. Com força foi puxado para fora da casa.

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Jooheon aos poucos foi abrindo os olhos, se habituando a claridade que invadia seu quarto. Ele havia esquecido de fechar a cortina. Não acordou pelo despertador como de costume, mas sim por seu relógio biológico acostumado a acordar em torno daquele horário. Nove horas. Ele se remexeu um pouco, mas parou quando sentiu um leve peso sobre sua cabeça. Changkyun tinha o rosto apoiado no topo dos cabelos do Lee. Jooheon se afastou com cuidado para não o acordar. Sentado na cama ele pôde analisar o Im dormindo. Não parecia ser uma posição muito confortável para se estar, e levando em conta que Jooheon dormia sobre um de seus braços, ele provavelmente estava dormente. O Lee se sentia confuso. Changkyun foi realmente muito atencioso com sigo, ele se sentia comovido, mas não entendia exatamente porque o Im havia sido tão bom. Amizade? Pena? Compaixão? Ele não tinha uma resposta.

Changkyun tinha o rosto sereno enquanto dormia, mas sua posição parecia extremamente desconfortável, então Jooheon resolveu o acordar.

O Lim estava com a cabeça pendida de lado, Jooheon levou uma mão a sua bochecha, servindo de apoio para seu rosto e, com a outra mão, balançou levemente sua perna.

— Chang. — Falou baixo. Changkyun se remexeu levemente, mas não acordou. Jooheon se aproximou um pouco e levou a outra mão também em sua bochecha, ficando as duas nas laterais de seu rosto. — Hey, Chang.

— Hum? — Suas pálpebras tremeram e ele então abriu os olhos. Por um instante Changkyun ficou apenas olhando para o rosto do mais velho consideravelmente próximo ao seu, mas logo se recuperou de seu estado dormente. — Oh, o que foi? Aconteceu alguma coisa?

— Não aconteceu nada, fica tranquilo. — Falou tirando as mãos de seu rosto. — Eu não quis te acordar, mas você estava dormindo um pouco torto, então eu achei que poderia estar desconfortável.

— Desconfor. Ah. — Pôs a mão no pescoço que havia estalado. — Entendi.

Jooheon sorriu contido. — Pode voltar a dormir.

— Não, tudo bem, já é tarde. — Se sentou melhor na cama, já que ele havia dormido praticamente escorado da cabeceira.

— Nove horas não é tarde.

Deu de ombros. — Estou acostumado a acordar cedo.

Jooheon se levantou da cama. — Eu vou me lavar e já compro algo para a gente tomar café.

— Tudo bem. — Falou ainda um pouco sonolento.

Como o dito, Jooheon fez sua higiene matinal e foi comprar o café da manhã. Ele morava no shopping, então só precisou pegar o elevador até a praça de alimentação e comprar algo lá. As comidas obviamente mais caras do que o normal não eram um problema para ele. Depois voltou para seu apartamento, vendo Changkyun saindo do banheiro de cara lavada. Jooheon tinha uma sacola em uma mão e na outra uma bandeja reciclável com dois cafés do Starbucks.

— Você foi rápido. — Disse o mais novo.

— Eu só desci o elevador. — Deu de ombros e levou a sacola e a bandeja até a mesa na cozinha. — Eu comprei dois cafés e sanduiches de queijo. — Tirou de dentro da sacola duas caixinhas triangulares com sanduiches de salada e queijo. Changkyun já estava ao seu lado e se sentou à sua frente na mesa, que logo se sentou também.

— Obrigado. — Agradeceu e pegou um café e um sanduiche para si. — É isso que você come todos os dias? — Tomou um gole do expresso quente.

— Na maioria das vezes, mas as vezes eu só tomo um café mesmo. — Deu uma mordida no lanche.

— Você deveria se alimentar melhor.

Jooheon riu. — Sim, doutor Lim.

Changkyun riu também, mas parou quando viu uma expressão estranha em Jooheon. — O que foi? Está se sentindo bem?

O Lee empurrou o sanduiche para o meio da mesa. — Um pouco enjoado. Acho que bebi demais.

— Quer que eu compre um remédio para você?

Negou. — Não precisa, eu já estou indo para a mansão, no caminho eu passo em uma farmácia.

— Você vai para a mansão? — Perguntou cauteloso.

— Não se preocupe, eu não pretendo matar ninguém hoje. — Changkyun ficou quieto, um pouco tenso. — Está tudo bem, eu estou melhor.

Lim o analisou. — Isso não é verdade. Como você vai agir quando ver o seu pai?

— Ele não é meu pai. — Falou um tanto tenso, mas logo relaxou os músculos e suspirou. — Eu não sei, mas não posso ficar aqui sem fazer nada.

— Estou preocupado com você. — Falou deixando seu café da manhã de lado. — Não sei o que pode acontecer agora.

Jooheon se levantou em silêncio e deu a volta na mesa. Changkyun o acompanhava com o olhar, e quando ele parou ao seu lado, Changkyun se virou na cadeira, ficando de frente para o mais velho, porém, sentado. Jooheon se acocou à sua frente, o surpreendendo, e segurou suas mãos, o olhando fixo nos olhos.

— Changkyun. — Começou, fazendo o outro ruborizar com a situação. — Eu não sou bom expressando o que sinto, mas eu preciso falar. — Respirou fundo, ainda segurando as mãos do mais novo, que agora soavam levemente pelo nervosismo. Jooheon por estar agachado o olhava com o rosto erguido. — Obrigado por ficar ao meu lado em um dos momentos mais difíceis que passei, eu realmente não consigo expressar em palavras minha gratidão, mas obrigado, significou muito para mim.

Changkyun ficou sem palavras, o fitando com timidez. — N-Não precisa agradecer, eu não fiz nada.

Jooheon sorriu, mostrando as covinhas. — Não seja modesto. — Acariciou suas mãos, aumentando o constrangimento do mais novo, mas que não estava desgostando do ato. — Eu bebi muito ontem à noite, mas me lembro de tudo o que aconteceu, tão claramente como se tivesse ocorrido agora. Eu me lembro de tudo o que você disse e fez por mim. — Continuou, falando cada palavra enquanto o fitava. — Você disse que eu não estava mais sozinho, que cuidaria de mim… Eu não sei o que isso significa para você, mas para mim significa muito.

— Jooheon. — Apertou suas mãos. — Eu estava falando sério quando disse aquilo.

— Era para eu proteger você. — Sorriu de canto.

Chang pareceu pensativo. — Jooheon… o que eu significo para você?

Jooheon ficou em silêncio, surpreendido pela pergunta do mais novo. Talvez ele tivesse respondido, se seu celular parasse de tocar; talvez ele tivesse respondido, se a pergunta não fosse a que ele se fazia todos os dias; talvez Changkyun tivesse sua resposta, se não tivesse se afastado assustado com sua própria pergunta e principalmente com a resposta que pudesse ter.

Não era só o celular de Jooheon que não parava de tocar, o de Changkyun também, e quando ambos pegaram seus aparelhos, as mensagens tinham o mesmo tema. Minhyuk.

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Shownu acordou sentindo seu corpo inteiro dolorido por ter dormido na poltrona do quarto de hotel. Depois do que aconteceu, Shownu ficou em dúvida se se afastava ou ficava mais perto de Hyungwon, mas decidiu passar a noite com ele, porém, sem dormirem juntos. O Son queria dar privacidade ao mais novo, embora sua vontade fosse o abraçar até suas inseguranças sumirem.

Se levantou da poltrona sentindo as costas, olhou em volta e não encontrou Hyungwon. Com uma mão massageando o pescoço ele andou até o banheiro do quarto e bateu na porta.

— Hyungwon, tá aí? — Não houve resposta. Ele bateu de novo. — Hyungwon? — Levou a mão à maçaneta para abrir a porta, mas estava trancada, o que significava que ele estava ali dentro. — Você está bem? Hyungwon, me responde, eu estou ficando preocupado.

— Eu estou bem. — Ouviu a voz do mais novo sair abafada.

— Por que está trancado aí dentro?

Hyungwon ficou em silêncio por um tempo, mas respondeu. — Eu não quero te ver.

Shownu sentiu uma pontada no peito. Ele achou que Hyungwon talvez estivesse com raiva de si pelo que aconteceu ontem. — Eu… me desculpa. — Falava com o olhar baixo. — Eu deveria saber, não deveria ter ido em frente com aquilo, sinto muito. Acho que… eu acho que vou embora, desculpa de novo. — Se movimentou para se virar e ir embora, mas a porta do banheiro se abriu, prendendo sua atenção nela.

— Espera. — Falou apressado. — Você não precisa se desculpar e eu não quero que vá embora. Eu só… — Mordeu o lábio inferior, olhando para os pés. — Estou me sentindo muito envergonhado agora, pelo que fiz ontem e por você saber… daquilo.

— Você me assustou, achei que não queria mais me ver.

— Desculpa, eu só me sinto… — Fez uma expressão amarga. — Sujo.

Shownu deu um passo à frente. — Hyungwon, não se sinta assim e você não precisa ter vergonha de nada. — Shownu levou uma mão até o rosto de Hyungwon, mas parou na metade do caminho. — Posso te tocar?

— Você não precisa pedir.

Shownu continuou o percurso de sua mão até o rosto do Chae, fazendo uma caricia em sua bochecha com os dedos. — Você é incrível Hyungwon, não precisa ter vergonha de nada do que aconteceu, eu não estou aqui para te julgar.

— Obrigado Shownu. — Falou com os olhos úmidos. Era difícil Hyungwon chorar.

— Vem cá. — Deslizou a mão de sua bochecha para sua nuca, o puxando para perto e o abraçando pelos ombros. O Chae logo correspondeu e rodeou sua cintura, escondendo seu rosto na curvatura de seu pescoço. — Pode contar comigo quando precisar conversar, eu estarei aqui para te ouvir ou ajudar. — Falava calmo enquanto acariciava sua nuca.

Hyungwon anuiu com a cabeça e respirou fundo, sentindo o cheiro de Shownu. Seu perfume o acalmava. Depois de um tempo Shownu o afastou pelos ombros com delicadeza.

— Você está melhor?

— Sim, obrigado. — Suspirou. — Fazia tanto tempo que isso estava entalado na minha garganta.

Shownu sorriu. — Que bom que eu pude te ajudar de alguma forma.

— Você me ajudou muito. — Sorriu curto. — Será que a gente pode esquecer o que aconteceu ontem? Eu realmente estava fora de mim.

— É o que você quer? — Hyungwon anuiu. — Então eu esquecerei.

No bolso da calça do Son, seu celular tocou, notificando uma mensagem. Ele a abriu e leu, espantado e confuso pelo que leu.

— O que foi? — O Chae perguntou, notando a expressão do mais velho.

Shownu levantou o olhar do aparelho. — É o Minhyuk. Estão atrás dele.

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Kihyun andava pela casa revirando tudo o que via pela frente, coisa que não era comum para ele, já que tinha complexo por organização. Olhou embaixo do sofá, atrás da TV, em cima das mesas, mas parecia não achar o que procurava.

— O que está fazendo? — Gun perguntou com uma caneca de café na mão, apoiado no balcão que dividia a sala da cozinha enquanto observava o Yoo bagunçar as gavetas da pia.

— Estou procurando meu celular, não sei onde eu coloquei. — Informou sem tirar a atenção de sua tarefa de abrir gavetas.

— Você não deixou no quarto?

Negou com a cabeça, desistindo das gavetas e indo para os armários acima da pia. — Não, eu já procurei lá.

— Eu posso tentar ligar para ele.

— Não iria adiantar, está no silencioso.

— Hum. — Bebeu um gole do café. — O Hoseok não viu?

Deu de ombros. — Não vi ele hoje. — Suspirou e desistiu dos armários também, se apoiando na pia e olhando ao redor. Ele não estava acostumado a perder as coisas, pois sempre foi muito organizado.

— Não esquenta, você acha. — Falou terminando o café e indo até a pia. Kihyun se moveu mais para o lado, dando espaço para ele lavar a caneca. Guardou sua caneca no escorredor e se virou para Kihyun ainda ao seu lado, de braços cruzados. O de cabelos rosa franzia o cenho tentando se lembrar. — Precisa tanto do seu celular? Pode pegar o meu emprestado se quiser.

— Não, eu preciso do meu celular para trabalhar, você sabe disso. — Olhou para Gun. — Aliás você sabe disso melhor que eu, já que você precisa ainda mais do celular.

— É verdade. — Riu soprado. — Vai, eu te ajudo a procurar. — Tocou de leve no braço do mais novo.

— Tudo bem, eu vou procurar no banheiro. — Aceitou a ajuda, parecendo desanimado a voltar a caça ao celular.

Kihyun disse já ter procurado no quarto, mas mesmo assim Gun foi procurar por lá. Olhou embaixo das camas, debaixo dos travesseiros, entre as cobertas, dentro do guarda-roupas, mas não encontrou nada. Literalmente nada. Não havia roupa alguma no armário, nem um mísero par de meia. Ele estranhou. Olhou nas gavetas do roupeiro e também nada. Até mesmo o criado-mudo estava vazio, sem nenhum sinal que um dia Kihyun usasse aquele quarto.

— Achei. — Ouviu a voz de Kihyun gritar do corredor.

Como a porta do quarto estava aberta, Kihyun deduziu que Gun estivesse ali procurando o celular e entrou.

— Não precisa mais procurar, eu já encontrei. — Falou com o celular na mão. Gun estava agachado de frente para o criado-mudo de Kihyun. — Estava no bolso no meu casaco e eu coloquei para lavar sem ver. Gun? Hey, tá me ouvindo?

— Por que não tem nada aqui? — Enfim virou o rosto para o de Kihyun.

— O que? Na gaveta?

Gun se levantou. — Na gaveta, no roupeiro, no quarto. — Falou com uma pontada de irritação. — Não tem nada seu aqui.

— Ah, isso. — Guardou o celular no bolso da calça. — Eu levei minhas coisas para o quarto do Hyungwon e do Hoseok.

Song deu a volta na cama e ficou a cinco passos do Yoo. — Você vai se mudar para o quarto deles agora?

— Não, isso e temporário. — Falou normalmente. Gun pareceu ficar aliviado, mas não durou muito. — É só até eu encontrar outra casa.

— O que?! — Kihyun deu um sobressalto de susto. — Espera… você pretende se mudar daqui? — Perguntou agora parecendo mais irritado.

— É, bom… pretendo. — Deu de ombros.

Gun se aproximou três passos, fazendo Kihyun recuar um. — Você não acha que está indo longe demais com essa coisa de me esquecer?

Kihyun suspirou. — De novo esse assunto?

— Sim, de novo. — Se aproximou mais um passo, ficando de frente para Kihyun. — Eu entendo que você queira seguir em frente, mas isso já é exagero.

O Yoo riu. — Exagero?! Sabe o que é exagero? Exagero é uma pessoa ficar a porra de 13 anos gostando de alguém que nunca corresponderá, isso é exagero, Gun. — Falou irritado, algo que era muito fácil para ele ficar.

— Para de usar o tempo em que você ficou gostando de mim como desculpa. — Rebateu. — Em treze anos você nunca tentou de verdade ter algo a mais comigo, você nunca deixou claro suas intenções.

— Que estranho, não era você quem sabia o tempo todo das minhas intenções? — Perguntou retórico, com sarcasmo, e então riu por conta da raiva que crescia. — Você fala que eu não tentei como se soubesse muito sobre mim para dizer.

— Bom, então não tentou o suficiente, pois se tivesse tentado eu teria percebido seus esforços.

— Cala a boca, você nunca ligou para essa merda, não finja que as coisas seriam diferentes se eu tivesse tomado outras decisões. — Sua voz aumentava.

— Tá legal, e a sua solução é essa? — Abriu os braços, sinalizando os arredores. — Se mudar e simplesmente fugir de seus problemas? Você acha que se afastar de mim vai fazer alguma diferença?

Kihyun parecia a ponto de explodir. — Eu não sei, mas eu estou tentado e sinceramente você agindo como um babaca está me ajudando muito, continue assim.

O mais novo deu as costas e saiu para o corredor, mas Gun se apressou e segurou o seu braço, o virando para si. — Eu sou o babaca? Porra, olha o que você está fazendo. — Falava ainda segurando o braço de Kihyun, acima do cotovelo. — Eu posso até ter sido e estar sendo um idiota, mas não me ponha como o vilão nesse seu jogo, eu sempre fiz tudo tentando não te machucar.

— Esse “meu jogo”? — Perguntou indignado. — Você acha que isso é algum jogo para mim? Você acha que é alguma brincadeira? Bom, quem sabe para você. — Se virou para sair, mas não conseguiu se soltar da mão do outro. — Me solta.

— Pra que? Pra você me dar as costas e me deixar falando sozinho como sempre? — Ambos tinham o tom de voz alto. — Pare de agir sempre como a vítima e tente uma vez na vida conversar sem que tudo vire uma discussão.

— Você está me irritando, eu estou avisando. — Falava com a voz controlada, mas seu olhar parecia queimar.

— Não vou largar até você parar com essa merda e falar direito comigo.

— Solta o meu braço. — Exigiu, puxando o braço, mas sem sucesso.

— Me fala o que você quer de mim. Eu já fiz tanto para tentar te agradar, o que mais você quer?

— Eu não quero nada de você! — Falou quase em um grito, fazendo força para se soltar. — Me larga agora! — Puxou o braço com mais força, mas Gun continuava segurando. O alto controle de Kihyun já havia ido para o espaço, agora nada mais barrava sua raiva.

Kihyun segurou o pulso da mão de Gun que segurava seu braço e torceu, fazendo o Song o soltar, mas isso não era o bastante. Assim que ele estava livre desferiu um chute alto em direção ao rosto do mais velho, que teria o acertado em cheio se o reflexo do Kobun não tivesse sido mais rápido e ele tivesse segurado o tornozelo de Kihyun no ato. Gun empurrou seu tornozelo, e consequentemente sua perna, para longe de seu rosto, nisso Kihyun voltou a sua postura e avançou contra Gun novamente, lhe desferindo um soco no estômago e um de raspão no rosto.

— Kihyun! — Gun falou, apenas desviando de seus ataques. — Para com isso.

O Yoo não deu ouvidos e continuou a avançar. Gun não queria contra-atacar e ficou apenas se esquivando, mas Kihyun era hábil no que fazia e quando estava com raiva sua força e precisão aumentavam. Era impossível se esquivar para sempre, e logo o Inagawa foi atingido por uma rasteira que o derrubou no chão. A sorte de Gun foi que Kihyun não possuía sua faca com sigo naquele momento, pois ele certamente a usaria. Kihyun deu uma pisada forte na direção do tornozelo de Gun, que talvez o tivesse torcido, ou pior, se ele não se engatinhasse rapidamente para trás, desviando do ataque. O Yoo apenas se aproximou um passo e agarrou seu tornozelo e, com apenas um movimento, puxou o corpo de Gun para mais perto, ficando praticamente embaixo de si. Gun já havia visto Kihyun irritado, e sabia que ele tinha seus surtos de raiva, mas nunca havia presenciado algo do tipo. Ele também sabia que Kihyun era mais forte do que aparentava, mas naquele momento sua força parecia surreal demais para uma pessoa tão pequena, talvez até mais forte que o próprio Gun.

Kihyun se abaixou e se sentou na cintura de Gun, levando ambas as mãos ao seu pescoço. Naquele momento Gun pôde ver com clareza a raiva, ou talvez ódio, que transbordava em seu olhar e conseguiu experimentar de sua força sem sentido. Ele sabia que Kihyun estava fora de si naquele momento e que, provavelmente, se arrependeria depois. Gun precisava parar com aquilo o mais rápido possível, para o bem dos dois, mas era difícil pronunciar qualquer coisa com sua garganta sendo apertada. Com as duas mãos em volta dos pulsos de Kihyun, ele tentava afastar as mãos de Yoo de seu pescoço.

— Kihyun. — Falou com dificuldade. — Se acalma.

Essas palavras não surtiram nenhum efeito no baixinho. Cada vez mais se tornava difícil para Gun respirar e sua visão já começava a ficar turva. Ele não via outra alternativa a não ser tentar escapar a todo e qualquer custo. Com o resto da força que lhe restava, Gun conseguiu inverter as posições, mas isso não durou nem um segundo até Kihyun chutar seu abdômen, fazendo ele parar longe. Gun agiu rápido e se levantou, já Kihyun não parecia com pressa alguma e sem nenhum medo ou receio. Ele se levantou devagar e confiante. Seu olhar estava mortífero e afiado, muito mais do que o habitual. Sua postura e tudo nele parecia diferente, Kihyun parecia outra pessoa. Gun engoliu a seco quando Kihyun deu um passo firme em sua direção. Ele não pensou muito, apenas sacou a arma de sua cintura e a apontou para Kihyun, na esperança que ele sentisse o perigo e parasse com aquilo, mas não foi o que aconteceu.

Kihyun gargalhou. — Vai atirar em mim, Gun? — O fitava com um sorriso e olhar no rosto que lhe fazia se assemelhar a um psicopata. Ele deu um passo à frente, sem hesitação ou medo algum. — Eu sei que não vai.

— Kihyun, por favor, se controla.

— Me controlar? — Continuou avançando. — Você deveria ter pensado nisso antes de me tirar do controle.

Nesse momento Kihyun avançou e Gun deixou a arma cair, com medo de acabar disparando sem querer. Tudo aconteceu muito rápido, Kihyun correu em sua direção e em um movimento um tanto improvisado, Gun conseguiu o segurar e empurrar para dentro do quarto com a porta aberta, o fazendo cair de bunda no chão. Gun só teve tempo de ver o olhar assassino de Kihyun e ele se levantando, e então fechou a porta depressa e a trancou o mais rápido possível com a chave que pegou da fechadura pelo lado de dentro. A porta estava trancada, mas Kihyun se chocava contra ela, tentando a arrombar de alguma forma. Gun não duvidava que, com a força que ele estava usando, acabasse realmente conseguindo.

O Song ficou encostado de costas na porta, sentindo o corpo bater contra a madeira todas as vezes que o Yoo se batia contra a entrada. Gun tentava falar com Kihyun, mas nada adiantava. As batidas continuaram por um bom tempo, incessantes, até Kihyun cansar e então as batidas pararem. Gun estava ofegante e com o coração acelerado. As batidas cessaram, mas ele estava receoso em destrancar a porta. Ficou um tempo encostado ali, até sua respiração se normalizar e ele se acalmar. Estava extremamente silencioso dentro do quarto e isso preocupou o Inagawa. Ele destrancou e lentamente abriu a porta. Primeiro abriu apenas um vão, tentando espiar algo ali dentro, mas como não houve movimentação, abriu mais a porta. O que viu lá dentro o assustou.

Kihyun estava sentado no chão com as pernas estendidas e a cabeça baixa, com os cabelos cobrindo o rosto, sua blusa branca de manga curta estava suja de sangue, assim como seus cabelos e algumas partes aleatórias de seu corpo. Chocado ele entrou no quarto, e quando olhou para a porta, se surpreendeu ainda mais por ver ela manchada de sangue. Gun não conseguia esconder sua surpresa, aquela cena era bizarra demais. Independentemente de seu choque, sua preocupação era maior e ele correu até Kihyun, se ajoelhando ao seu lado.

— Kihyun. — Tocou o seu ombro, cauteloso.

Kihyun continuava de cabeça baixa, mas Gun percebeu que ele olhava para as próprias mãos sujas de sangue. O corpo de Kihyun tremia levemente e Gun se assustou quando viu algo pingar nas mãos de Kihyun. Era sangue, mas também eram lágrimas.

Gun imediatamente levou as mãos nas laterais do rosto de Kihyun e o direcionou ao seu, podendo enxergar sua face suja e seus olhos assustados lacrimejando.

— Gun. — Kihyun falou com a voz baixa e embargada. Suas mãos tremiam sem parar agora.

Ele não pensou duas vezes, o puxou e o abraçou. Gun conseguia sentir o medo em sua voz e sabia que ele estava muito assustado. Kihyun naquele momento lhe lembrava exatamente a primeira vez em que se viram e Kihyun era só um garoto resgatado da rua e assustado. Naquela noite o Yoo também estava sujo de sangue e assustado como agora. Isso fez o Inagawa pensar se não fora o mesmo motivo de Kihyun estar tão amedrontado na época.

— Está tudo bem. Tudo bem. — Repetia em tom baixo, na tentativa de acalmar o rosado.

Kihyun não chorava, apenas tremia. Gun afagou suas costas, mas estava tão assustado quanto Kihyun. Aquilo tudo era loucura. Eles ficaram assim por um tempo, mas Kihyun pareceu voltar a si. Não o Kihyun psicopata de minutos atrás, nem o Kihyun assustado e frágil, mas o Kihyun que Gun conhecia, embora ainda assustado e talvez frágil.

O Yoo se afastou e encarou Gun preocupado. — Você está bem? Eu sinto muito, eu não queria que aquilo tivesse acontecido, eu perdi o controle, sinto muito. Eu te machuquei?

— Não, eu estou bem, não se preocupe. — Afirmou, mas não pareceu convencer o mais novo.

Ele desceu o olhar para o pescoço de Gun e engoliu a seco. — Eu fiz isso? — Levou as pontas dos dedos até as marcas levemente roxas que se formavam no pescoço de Song. Gun se arrepiou pelos dedos gélidos do pequeno tocando sua pele.

— Você não lembra?

Kihyun retirou a mão com lentidão, o olhar baixo. — Me desculpa, eu não queria te ferir.

Gun segurou sua mão antes que ele a abaixasse completamente, o fazendo o olhar. — Kihyun, está tudo bem, eu juro.

— Não está tudo bem. Eu te machuquei. — Falava com a voz embargada. — E se você… Se eu tivesse te…

— Mas não matou. — Falou firme. — Você entendeu? Eu estou bem, eu estou vivo. — Kihyun parecia abalado. — Kihyun, olha pra mim. — Ele o olhou. — Você não faria mal a mim, eu sei disso, você é a pessoa que mais me defende e protege.

— Mas.

— Eu estou bem. — Reforçou. — Isso não é nada e a culpa foi minha, eu deveria saber a hora de parar.

— Não, a culpa não é sua, é minha. — Olhou para a porta manchada. — Meu pai estava certo, eu sou um monstro.

— Hey, nunca mais fala isso. — Pôs uma mão em seu rosto e o virou para si. — Você não é um monstro, está me ouvindo? — Kihyun não suportou mais e acabou chorando. Era algo raro de ver, entretanto Gun esteve vendo com tanta frequência, isso o cortava o peito. Mais uma vez Gun o puxou para um abraço meio de lado. Kihyun soluçava contra sua vontade e manchava sem querer a blusa de Gun com o sangue de seu rosto. O Song sentia o peito extremamente apertado vendo o mais novo chorar. — Ki, não fica assim, por favor. — Fazia caricias em sua nuca. — Eu não sei o que fazer quando você chora.

— Desculpa. — Pediu tentando parar de chorar.

— Para de pedir desculpa, você não fez nada de errado. — Falava calmo, embora estivesse nervoso com a situação. — Não precisa prender o choro na minha frente. — Gun o abraçou mais forte, fazendo a vontade de chorar de Kihyun aumentar. Era como ter o que queria, mas não da forma que queria.

— Me desculpa, me desculpa, eu sinto muito. — Repetia o Yoo enquanto chorava.

— Eu te desculpo, se isso vai te fazer sentir melhor, mas por favor, não fica assim. — Gun falou, sentindo o peso da atmosfera o esmagar.

Kihyun soluçava enquanto tentava controlar a si mesmo. — Que droga, por que eu não consigo parar de chorar?

— Está tudo bem. — Gun falava ainda o abraçando, perto de seu ouvido. — Não se preocupe com nada, está bem? Eu estou aqui.

Kihyun foi se acalmando aos poucos. Ele odiava chorar, principalmente na frente de outra pessoa, isso o fazia se sentir fraco, mas naquele momento ele simplesmente não conseguia se conter. Gun permaneceu ali, naquela posição, o tempo que Kihyun precisasse. Quando conseguiu parar de chorar, Kihyun começou a se sentir estranho.

— Gun, eu estou com sono. — Falou com a voz baixa.

Ele o afastou pelos ombros com delicadeza. Kihyun estava pálido, incluindo seus lábios, e Gun se preocupou que ele pudesse desmaiar.

— Ki, continue acordado, não durma está bem? — Kihyun anuiu, sentindo o corpo pesar. — Eu vou cuidar de você, não se preocupe.

Kihyun encostou em seu antebraço, chamando sua atenção. — Não me leve para o hospital.

— Eu sei, fica tranquilo. — Falou e se levantou, pegando Kihyun no colo. Uma mão estava debaixo de seus joelhos e a outra nas suas costas. O corpo do Yoo estava mole e gélido, isso preocupou Gun. Kihyun não era particularmente pesado, na verdade era bastante leve, isso facilitou a Gun carregar ele até o carro fora de casa. Ele sentou Kihyun no banco e pôs o cinto, deu a volta no veículo e se sentou no banco do motorista.

— Onde você vai me levar? — Falava com os olhos quase fechando.

— Não vou te levar ao hospital, fica calmo. — Falou tentando não parecer tão nervoso quanto estava. — Confia em mim.

Kihyun anuiu e pendeu a cabeça para trás, com os olhos fechados. — Eu confio.

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— Espera, aonde você está me levando? — Minhyuk perguntou enquanto era arrastado para fora de casa.

— Entra no carro. — Ordenou assim que saíram pelo portão.

Minhyuk obedeceu e entrou no carro, mas estava achando tudo aquilo muito estranho. No banco do motorista o outro rapaz já se encontrava e logo deu a partida.

— Wonho, será que pode me explicar o que está acontecendo?

— Você não leu minhas mensagens? — Perguntou sem tirar os olhos da estrada e do espelho retrovisor. Para Minhyuk o Shin parecia um paranoico.

Minhyuk deu de ombros. — Eu acordei agora a pouco, só li umas mensagens estranhas falando para eu sair de casa.

— Minhyuk, como você é o último a saber sobre você mesmo? — O Lee franziu o cenho e Hoseok explicou. — Kihyun estava interrogando Kwangji e descobriu que tem um infiltrado na mansão Towa, de alguma forma essa notícia se espalhou e agora Satoru acha que esse infiltrado é você.

— Eu?! — Perguntou indignado. — Eu fui criado na Towa, como ele pode achar isso?

— Bom… — Olhou de canto para Minhyuk. — Da última vez você quase deu informações importantes para Gun, e mesmo que tenha agido como espião apenas porque estava sendo ameaçado, parece que esse feito já foi o suficiente para te colocar como o suspeito número um.

— Droga. — Reclamou baixo. — Espera, mas se eu sou um suspeito eu preciso voltar.

— O que?

— Se eu fugir eu só serei ainda mais suspeito. Hoseok, eu preciso voltar, dá a volta.

O Shin continuou dirigindo. — Você não está entendendo. Pelo que Jooheon mandou por mensagem, Satoru está maluco depois da “reunião” que teve com Kakuji. Minhyuk, você é procurado pela Yakuza, vivo ou morto.

Minhyuk congelou. Ser procurado pela própria família era uma coisa, mas pela Yakuza inteira? Isso era loucura, para isso acontecer eles precisariam ter uma reunião com o concelho, e se essa reunião com o concelho focava em si, significava que a Yakuza começou a se agitar para qualquer movimento suspeito que possa ter relação com os chineses. Minhyuk agora era um suspeito a agente duplo e isso era péssimo.

— Meu deus, eu estou ferrado. — Pôs as mãos nos cabelos.

— Jooheon e Shownu estão na mansão tentando achar uma solução, Hyungwon está tentando falar com os superiores e, por enquanto, só o que eu posso fazer é te esconder.

O Lee o olhou. — Aonde você está me levando?

— Para o lugar mais improvável em que eles te procurem. — Olhou para o mais novo. — A minha casa.

— A sua casa? Você quer dizer.

— Sim. — O cortou. — Com o meu pai e a minha mãe.

Minhyuk pareceu nervoso. — E… como eles são?

Wonho sorriu com a ideia de Minhyuk estar nervoso em conhecer seus pais. Isso fazia parecer que não haviam terminado. — Minha mãe é bem legal, no geral, meu pai já é um pé no saco, mas com sorte ele estará em mais uma de suas viagens a trabalho.

— No que ele trabalha?

— Ele é policial. — Falou casualmente.

— Espera. Policial? — Wonho anuiu. — Ele sabe que você é da Yakuza?

Hoseok pareceu pensar. — Boa pergunta.

— Você não sabe? — Pareceu espantado.

— Eu não falo com meus pais a anos. Tipo… desde os 15 anos.

Minhyuk o encarava surpreso. — Está me zoando?

Deu de ombros. — Eu falei com minha mãe nesse meio tempo, mas de uma forma ou outra faz muito tempo que não os vejo.

— Por que?

— Huum… — Cogitou se contava ou não sua história, a mesma história que contou para Changkyun no dia em que ele voltou bêbado para casa. — Não é uma boa história.

— Me conta.

Hoseok o olhou. — Quer mesmo saber? — Minhyuk anuiu. — Tudo bem. — Respirou fundo e voltou a olhar para a estrada.

Hoseok contou exatamente o que contou para Changkyun. Sua relação com seu pai, seus amigos má influência, o tempo em depressão que ficou quando estes mesmos morreram, seu pai o mandando para uma escola militar após ele ter o provocado levando um garoto para casa, que experimentou drogas e se afundou em bebidas, depois disso foi deserdado, fugiu de casa e foi parar na Yakuza. Ele contou tudo, incluindo que seu sobrenome era falso. Minhyuk estava surpreso com toda aquela história.

— Você é uma das únicas pessoas que sabe disso. — Hoseok completou. — Eu só contei para o Kihyun, Hyungwon e Changkyun.

— Nossa. — Falou, se recuperando do choque. — Eu não esperava uma história tão trágica.

— Foi mal. — Riu curto.

— Não, eu só fiquei surpreso. — Mordeu o lábio inferior. — Eu posso perguntar uma coisa? — Hoseok anuiu. — Como seus amigos morreram?

O Shin ficou em silêncio por um tempo, mas respondeu. — Um deles saiu para beber e resolveu que era uma boa ideia voltar dirigindo. Eles sempre faziam isso, e eu também, mas naquela noite não deu tão certo quanto antes. Ele sofreu um acidente de carro e morreu. Depois da morte dele ficamos todos arrasados, agora éramos só três. Eu fiquei muito mal, mas meus dois amigos ficaram pior, porque conheciam ele a mais tempo. A partir daí as coisas só pioraram. O mais novo entre nós começou a beber muito e misturar remédio com bebidas. Bom, não deu outra, ele teve uma overdose, mas eu duvido que tenha sido acidental. Agora éramos só dois, eu e o mais velho, e eu ficava sempre com ele, com medo que acabasse fazendo alguma idiotice.

Minhyuk percebeu que era um assunto delicado e cogitou a ideia de dizer para Hoseok parar de contar, mas ele já havia continuado.

— Não adiantou eu ficar perto dele, porque ele sempre dava um jeito de fugir. Estávamos no apartamento dele e então eu percebi que ele havia sumido. Imediatamente eu fui para a sacada e… — Hoseok vacilou. Ele dirigia mais lentamente agora, para evitar qualquer possível acidente. — Ele subiu no parapeito e eu não consegui o puxar a tempo.

— Você viu quando ele…? — Hoseok anuiu. — Sinto muito.

— É, bom… essa é a minha história. Agora você sabe.

— Eu sinto que não deveria ter perguntado.

Hoseok sorriu de canto. — Tudo bem, isso foi a muito tempo.

— Mesmo assim, não é algo que dá para esquecer e você era muito novo. Deve ter sido muito difícil, como seu pai pode ter dito que era drama?

— Os adultos são assim, acham que os adolescentes não sofrem, que não tem problemas. — Suspirou. — Eu posso ter mais de vinte agora, mas as vezes me sinto como um adolescente.

Minhyuk pensou se falava ou não, mas era algo que estava o perturbando a um tempo, então resolveu perguntar. — Eu ouvi que seu apelido é garoto suicida por causa de suas missões, Kihyun também vive falando que tem que ficar de olho em você, mas embora ele fale com tom de brincadeira eu continuo me perguntando se você, hum… já tentou se matar… ou tenta.

— Você está fazendo muitas perguntas. — Riu um pouco nervoso.

— Desculpa, você tem razão, acho que eu estou me intrometendo demais.

— Não, não é isso, é só que… — Hoseok suspirou e estacionou o carro no encostamento, depois se virou para Minhyuk. — Isso é estranho para mim. Até ontem você nem olhava na minha cara, e agora estamos conversando como se nada tivesse acontecido, eu estou confuso. Devo me abrir para você? Eu não sei.

O Lee refletiu sobre isso e viu que ele tinha razão. Hoseok não tinha garantia nenhuma de que tudo o que ele estivesse dizendo agora não fosse se espalhar ou que seria levado a sério. Eles não estavam mais juntos, Minhyuk poderia fazer o que quisesse.

— Eu ainda estou absorvendo todas essas coisas que vem acontecendo nesses últimos dias, desculpa, eu sei que estou te colocando em uma situação complicada. — Minhyuk falou.

Hoseok segurou uma das mãos de Minhyuk e o olhou. — Eu não sei como as coisas serão daqui para frente, mas independente da sua escolha, eu só queria que nós dois pudéssemos voltar ao normal. Mesmo que não fiquemos juntos, eu quero poder conversar com você como eu fazia antes e eu sei que eu vacilei com você, então… Minhyuk, você me perdoa?

Minhyuk ficou surpreso e demorou um pouco para responder. Ele olhou para suas mãos juntas e para Hoseok. — Não faz sentido eu continuar brigado com você, depois de tudo. Eu te perdoo Hoseok.

O Shin sorriu largo. — Isso é sério?

— Sim, mas não quer dizer que a gente voltou a namorar. — Cruzou os braços.

— Tudo bem, eu me contento com isso por enquanto. — Sorriu e deu a partida no carro.

— Aonde fica a casa de seus pais? — Minhyuk perguntou, notando que já passaram bastante tempo no carro.

— Busan.

— Busan? — Minhyuk arregalou os olhos. — Isso fica do outro lado da Coreia.

Deu de ombros. — Ninguém vai pensar em te procurar lá.

— Alguém sabe para onde estamos indo?

— Mandei mensagem para Kihyun e Changkyun, provavelmente agora todos eles já saibam.

Minhyuk se encostou no banco e suspirou. — Ótimo, agora eu sou um fugitivo.


Notas Finais


Gun Gif (é muito difícil achar foto/gif desse homem -.-): https://78.media.tumblr.com/07f73fae1fb48f9dee84fbcbac6f7e37/tumblr_nil1p2tJID1u66gebo2_400.gif
Kihyun Gif: https://pa1.narvii.com/6497/31182a9145105be62b8c697b35b92a00c236eb81_hq.gif
Minhyuk Gif: https://pa1.narvii.com/6453/8da6610f9cda635bb152354ac5596d7ecd73d030_hq.gif
Wonho Gif (relevem a cor do cabelo diferente): https://68.media.tumblr.com/6fc835dcba48c8c30d957feff5b4d4d5/tumblr_oruooogCWl1rtoo0mo4_400.gif
Shownu Gif: http://images6.fanpop.com/image/photos/40500000/Shownu-monsta-x-40566169-300-207.gif
Hyungwon Gif: https://78.media.tumblr.com/b2c437b23e8b5663b1779c50d7e5bb30/tumblr_opgvybbmEN1vcrrcxo1_250.gif
Jooheon Gif: https://78.media.tumblr.com/fb97e1810cbe85027d3ca89229f4de2e/tumblr_ou5w4d5ptu1vx4u3mo3_500.gif
Changkyun Gif: https://78.media.tumblr.com/0b7dd60228bb15161a3123f8b2a19bf8/tumblr_inline_oeap8qSqSG1t6da4c_400.gif

História do Hoseok, cap 24: " — Sua dor não é menor do que a minha, é apenas diferente. E você sabe como eu vim parar na Inagawa?
O Lim ergueu o olhar para Hoseok e negou com a cabeça. — Como?
— Eu não era uma criança, mas também não era um adulto com a vida já estabelecida. — Sorriu de canto. — Não. Eu era apenas um adolescente qualquer de 15 anos. Morava com meus pais, tínhamos boas condições financeiras e basicamente não me faltava nada. Meus pais eram bons para mim, mas eu era muito rebelde naquela época e meu pai era muito rígido com suas regras e leias. — Riu soprado. — Ele era policial e não nos dávamos muito bem. Naquela época eu andava com uns amigos não muito boa influência. Bebiam, fumavam, dirigiam sem carteira. Essas coisas que adolescentes fazem para parecerem descolados. Enfim… embora as controvérsias éramos bons amigos, mas uma fatalidade aconteceu e eu perdi os três. — Shin olhava para a parede enquanto contava e Chang apenas escutava atento. — Eu perdi todos os meus amigos verdadeiros em um período de tempo muito curto, acabei ficando depressivo, me isolando de todo mundo.
— Você? — Franziu o cenho. — Deprimido?
Riu curto. — É, eu também sou humano. Surpresa! — Falou com falso entusiasmo, continuando a história logo após de um suspiro. — Bem, meu pai falou que eu estava fazendo drama, que estava agindo como uma garotinha e só para irritar ele, eu trouxe um garoto para casa. Não era bi naquela época, mas não me importei de experimentar, entretanto a reação do meu pai foi pior do que eu esperava. Ele surtou e me mandou para um colégio militar. Foi uma experiência horrível, eu vivia tendo que cumprir castigos e também parecia ser um bom alvo para maus-tratos, tanto de alunos quanto de professores que abusavam da autoridade. Eu sempre fugia do colégio e isso enfureceu meu pai. A convivência em casa estava cada vez mais insuportável, eu tinha que lidar com muitos problemas, isso acabou com minha mentalidade. Me envolvi com gente mais da pesada. Traficantes meia boca e marginais. Me afundei cada vez mais nessa vida, larguei os estudos, bebia sem parar e até experimentei drogas. Não me orgulho disso. Quando meu pai descobriu o quão na merda eu estava, não tentou me “trazer de volta”, pelo contrário. Ele me deserdou, dizendo que manchei sua imagem e não merecia ter o seu sobrenome e ainda quis me levar preso, em um abrigo para menores. Minha mãe até tentou o fazer mudar de ideia, mas ela sempre obedecia meu pai e só o que pôde fazer por mim foi me ajudar a fugir. Passei um tempo nas ruas, foi quando conheci Kihyun. Ele havia sumido por um tempo, mas depois reapareceu e ofereceu ajuda. Propôs que eu entrasse para a Yakuza. Era uma péssima proposta? Bem, talvez, mas incluía um lugar para dormir, tomar banho e comer, era o melhor que eu poderia conseguir e eu também não tinha nada a perder. "

Olááá~ <33

Coloquei essa "reprise" só para vocês não ficarem perdidos ><

Bom, eu não vou falar muito aqui, deixarei por vocês, mas só queria dizer algo sobre GunKi....

Ultimamente eles tem tido bastante foco, mas é porque é uma história bem complicada a deles e que precisa de um tempinho para ser desenvolvida, mas não se preocupem que todos os casais vão ter foco, e aqueles que estão meio sumidos, como Wonhyuk, estarão voltando a ativa aos pouquinhos :3

Gente, tenho uma pergunta para vocês...

Vocês já perceberam que em todos os capítulos aparece práticamente todos os personagens e/ou casais, não é? Bom, eu realmente gosto de fazer histórias com vários protagoistas, porque assim os leitores podem ter variedades de histórias em uma só, mas fazendo isso acaba tornando a história do casal principal (Jookyun) um pouco ofuscada as vezes, sem tanto foco, mas eu já digo que todos os casais serão desenvolvidos quase iguais, embora Jookyun seja a prioridade. Enfim, só queria saber se vocês gostam de como eu escrevo a história ou se acham que fica sem muito foco o protagonista.
Não sei, me digam o que vocês acham e como vocês gostariam que fosse ><

Obrigada pelos favoritos gente, e desculpem os erros ;-;

Beijosss~ <3

P.S.: O que acharam dessas gifs? =3


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