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História Black X White - Eu te disse, não disse?


Escrita por: KIAN-

Notas do Autor


Oláááááá

Eu disse que postaria amanhã, mas houve uma pequena mudança de planos e será postado hoje mesmo.

Bom, primeiro queria dizer que nas notas finais tem o link de uma foto de Changkyun, de como está o visual dele nesse capítulo.

Segundo, queria reforçar aqui o que já disse antes: SÓ VOLTAREI A POSTAR CAPÍTULOS DEPOIS DO ENEM.

Agora, voltando a esse capítulo... eu espero que vocês gostem, eu particularmente achei ele fantástico, talvez até melhor que o anterior ><

Boa leitura <3

P.S.1: Decidi fazer o Minkyun com uma característica marcante, e enquanto assistia a um programa brasileiro qualquer na TV, surgiu a ideia de fazer ele "abrasileirado". Vocês vão entender do que eu estou falando. Espero que gostem.
P.S.2: Em uma das falas de Minkyun aparece a palavra "men", uma gíria que está ganhando popularidade na minha região e que simplesmente significa homem, e inglês (avá), que também pode ser escrito como "man". Na fic está escrito "men" por causa da pronuncia, caso escrevesse "man", as pessoas poderiam se confundir com a gíria do "mano".

P.S.3: O que vocês acharam dessa capa? Eu achei simples, mas gostei (e não vou nem mencionar a dificuldade que é encontrar fotos do Gun, e olha que eu sigo ele em todas as redes sociais)

Enfim, falei demais, boa leitura <3

Capítulo 47 - Eu te disse, não disse?


Fanfic / Fanfiction Black X White - Eu te disse, não disse?

Wonho seguiu Lee Sung Tae, seu pai, pelo corredor até o andar de baixo. O percurso foi em silêncio e Hoseok já imaginava as diversas reclamações que o mais velho lhe faria. Pararam de andar quando chegaram no jardim ao lado de fora da mansão. Seu pai parou se andar e se virou de frente para Hoseok.

— E então? — O Shin perguntou.

Sung Tae suspirou. — Preciso conversar algo com você.

Hoseok estava sério. — Não se preocupa que eu já estou procurando um hotel para ficar, o senhor não vai mais precisar me aturar.

— Não é isso. — Disse o homem igualmente sério. — É assunto sério, preste atenção.

O Shin cruzou os braços, estranhando o comportamento do pai. — Apanhou? — Perguntou ao notar sua maçã do rosto com um pequeno hematoma.

— Sim, e é sobre isso que eu vim falar.

— O que? A mãe te bateu? — Disse sem muita educação.

O homem negou. — Não, não foi sua mãe. Embora eu não duvide que ela queira fazer o mesmo.

Hoseok então começou a achar tudo aquilo mais estranho ainda. Quem poderia bater no seu pai? E por que? Por um momento ele imaginou algo louco, como algum membro da Yakuza que descobriu sobre ele e Minhyuk tivesse ido o caçar e atacou o seu pai, mas aquilo também não parecia fazer muito sentido.

— Se não foi ela, então quem foi? E o que eu tenho a ver com isso? — Perguntou ainda um tanto grosso.

Sung Tae parecia estar tendo dificuldade para falar, como se o que fosse dizer ferisse seu orgulho, mas respirou fundo e continuou. — Quem me bateu foi o meu chefe. — Hoseok se surpreendeu. — Simplesmente porque é homofóbico.

O Shin descruzou os braços. — Que? Mas… ele te bateu só porque tem um filho gay? — Disse um tanto preocupado, embora não quisesse demonstrar, e também culpado.

— Não, ele nem sabe sobre você.

— Então…

— Então o que eu estou tentando te dizer. — Disse e suspirou pesado. — Que o motivo para eu ter sido tão duro com você… e por ter te tratado mal esses anos todos… — O Lee ainda tinha dificuldade pra falar. — O motivo é que eu não queria que você passasse pelo que eu passei.

Hoseok ficou o olhando surpreso, sem entender nada. Ou pelo menos sem acreditar no que estava entendendo. — Não entendi.

— Hoseok, eu estou te dizendo que sou gay.

— Que?! — Disse espantado. — Mas… Você…

— Eu sei. — Suspirou. — Droga, eu sei disso. Sim, eu fui hipócrita e sei que a essa altura nada do que eu faça ou fale pode concertar meus erros, mas no mínimo quero que você entenda porque eu fiz o que fiz.

Wonho prestava atenção, ainda se sentindo extremamente chocado e irritado. — Então me explica a razão para tudo aquilo. A razão para ter tanta raiva de mim apenas pela minha orientação.

— Eu fui criado por pais militares, meu pai, acredite ou não, conseguia ser pior do que eu fui com você. Minha mãe também não era muito melhor, principalmente sendo religiosa, então eu basicamente fui criado em um regime militar e católico. Entende o que isso significa?

— Que eles eram conservadores?

— Bem mais que isso. — Disse com a expressão neutra, mas com uma sinceridade e proximidade que Hoseok poucas vezes vira. — Para eles isso era uma doença, e se era uma doença então tinha remédio. Você sabe qual era?

Hoseok engoliu a seco. — Bater até virar homem? — Adivinhou, lembrando de quando seu pai fez o mesmo com sigo.

O homem parecia se sentir culpado e mal por isso, embora não tenha dito com palavras. Ele anuiu. — E naquela época as coisas eram diferentes. Havia mais preconceito e também mais liberdade para os pais “educarem os filhos”. Eles podiam me bater e apenas dizer que era para me “tornar homem de verdade” e isso era justificável. Ninguém fazia nada. — Suspirou. — O mesmo que você passou, o mesmo que eu te fiz passar… aconteceu comigo, meu pai fez o mesmo que fiz com você… só que pior.

— Eu entendo. — Disse com a voz embargada de raiva. — Eu entendo como você se sentiu, mas isso não é desculpa para ter feito o que fez comigo! Com seu filho!

— Eu sei e sinto muito. — Baixou a cabeça levemente. — Não foi fácil para mim educar um filho sem ter a base de como realmente se deve fazer. Eu cresci e na adolescência tive alguns namorados escondido, meus pais, seus avós, não descobriram até hoje, mas alguns colegas sim, ou simples estranhos na rua que nos viam de mãos dadas, e aparentemente ver um casal do mesmo sexo de mãos dadas é o suficiente para dar o direito de qualquer um te bater. Quando eu já era jovem e estava em um relacionamento longo, de dois anos, algo aconteceu. — E então suspirou pesadamente mais uma vez. — Quando voltávamos de mãos dadas de um restaurante, uns caras nos pararam, nos empurraram para um beco e nos bateram até desmaiarmos. Eles estavam em maior número e usavam barras de ferros. Eu nem ao menos havia visto eles antes na vida. Eu acordei no hospital e foi quando descobri que passei por uma cirurgia e sobrevivi por pouco, mas só eu havia sobrevivido.

— O seu namorado…? — Disse espantado.

— Sim, ele morreu naquela noite. — Disse com lástima. — E ainda por cima minha mãe descobriu. Ela não me bateu porque eu já havia apanhado muito, mas também não contou para o meu pai, o que seria trágico se acontecesse. Mas em compensação ela exigiu que eu me casasse com uma mulher e negociou com uma família rica um casamento arranjado. Foi quando conheci sua mãe. — Disse e levantou o olhar para Hoseok, que ficava cada vez mais chocado. — Depois de experimentar tanto ódio apenas por ser quem eu sou, eu decidi “virar hétero”. — E riu. — Como se isso fosse possível.

— Então você enganou minha mãe todo esse tempo?

Anuiu. — Sim, ela só soube hoje a verdade e fez questão de espalhar para a quartel inteiro, aliás.

— Você mereceu. — Disse com o maxilar trancado, embora não tenha gostado da situação.

— Eu sei, mereci mesmo. — Sorriu de canto. — De qualquer forma, houve um tempo em que achei que amava sua mãe, logo que você nasceu, mas eu simplesmente não conseguia nutrir um sentimento desse tipo por ela. Sim, eu a amei, mas não de uma forma romântica. Eu tive que mentir para todos que estava feliz com minha mulher, menti por tanto tempo que até eu estava começando a acreditar. Você cresceu e começou a ficar rebelde e logo eu soube da sua orientação. Você é bi, e isso torna mais fácil uma vez que consegue se relacionar com mulheres também e sentir o mesmo prazer, então eu ignorei por um tempo, achando que poderia ser apenas uma fase, mas não era. — Riu de si mesmo com sarcasmo. — Eu fui idiota mesmo. Quando tive certeza de que você não era hétero, mesmo gostando de garotas também, eu só conseguia pensar em tudo que passei. Em como fui criado, como cresci, como tive que me esconder da sociedade, como fui violentado a troco de nada e como sofri apenas por minha opção sexual.

— Então você resolveu fazer eu passar pelo mesmo? — Riu irritado, sentindo a garganta arder.

— Não, eu quis evitar que você passasse pelo mesmo. — Hoseok se calou. — Do meu jeito torto e errado, eu tentei fazer com você, o que meus pais não conseguiram comigo: tornar homem. Mas eu falhei ridiculamente, simplesmente porque não tem como mudar uma orientação sexual, e simplesmente porque ser gay, ou bi, não faz de ninguém menos homem ou menos mulher. — E então olhou para seus pés. — O que eu passei na adolescência e o que eu passei hoje no trabalho apenas por ser gay… — E olhou firme para Hoseok, com a maçã do rosto roxa parecendo mais acentuada agora. — Eu não podia deixar você passar pelo mesmo.

— … Pai… você… — Sua garganta ardia, mas ele se segurou para não chorar.

— Me desculpe Hoseok, eu perdi o direito de te chamar de filho a muito tempo, e pelos meus erros acabei tornando sua vida um inferno e você acabou passando por coisas ainda piores do que eu. — Sung Tae se aproximou dois passos do filho. — Depois de tantos anos mentindo para você, para sua mãe e para mim mesmo, eu decidi contar a verdade. Eu perdi meu emprego, perderei essa casa, que nunca foi minha, e já perdi você e sua mãe a tempos. Toda a mentira que eu sustentava… ela já não faz sentido algum agora. — Se aproximou mais um passo e colocou a mão no ombro de Hoseok. — Eu já causei muito mal a todos vocês, me perdoe por ser um péssimo pai, mas você não vai mais precisar se preocupar com esse velho idiota aqui. — E pôs a mão, que antes estava em seu ombro, no rosto de Hoseok, que o olhava sem conseguir dizer nada. — Vou me divorciar e ir embora, não lutarei pela casa também, então visite mais vezes sua mãe, ela sente muito a sua falta.

— Pai. — Era só o que ele conseguia dizer, e agora não conseguia segurar as lágrimas muito bem.

Sung Tae sorriu, ainda com a mão no rosto do Shin. — Você cresceu e se tornou um homem gentil, diferente de mim, eu tenho orgulho de você filho. Continue com o sobrenome Shin, de sua mãe, você não merece ter o sobrenome de minha família podre e eu não mereço ter um filho com o meu sobrenome. — Hoseok continuava derramando lágrimas, mas não emitia som algum. — Talvez eu não mereça o seu perdão, mas desejo que as dores que te fiz passar possam ser curadas. O que eu falei naquele banheiro quando você estava alucinando não é mentira. — E puxou a nuca do filho, colando suas testas e o olhando bem nos olhos. — Eu te amo, filho.

Hoseok estava estático. Ele nunca imaginaria por tudo aquilo, não conseguia nem assimilar o que sentia. O Lee se separou do filho e com um último sorriso fraco passou pelo Shin e andou na direção oposta. Wonho estava tão petrificado que não conseguiu nem se virar para ver o homem saindo do jardim. Sung Tae parou na porta de vidro que dava do jardim para a casa e olhou para Minhyuk, que estava escondido ali desde o início por estar preocupado com o que poderia acontecer. Minhyuk estava quase tão chocado quanto Hoseok.

— Sobre o que eu te disse na outra noite… eu mudei de ideia. — Disse calmo, referindo-se à Minhyuk se afastar de Wonho. Naquela distância Hoseok não conseguia ouvir. — Cuide bem do meu filho. — Sorriu de canto e continuou andando.

Minhyuk olhou para trás, vendo o homem pegar uma mala de mão em cima do sofá e seguir para fora da casa. Voltou a olhar para frente, vendo Hoseok ainda na mesma posição, de costas para a porta. Preocupado, Minhyuk passa pela porta e vai até o jardim, parando ao lado do Shin e pondo uma mão em seu ombro, olhando para seu rosto molhado.

— Você está bem? — Perguntou cauteloso.

E para a surpresa do Min, Hoseok o olhou e sorriu por cima das lágrimas. — Estou.

Minhyuk ficou um pouco assustado pela reação do outro, mas seu sorriso era verdadeiro e Hoseok parecia aliviado, como se tirasse um peso dos ombros. Não só Hoseok, Sung Tae também parecia mais leve depois de ter revelado a verdade. O Lee imaginava que deveria ter sido difícil manter uma mentira por tanto tempo.

Minhyuk devolveu o sorriso a Hoseok e então o abraçou. — Acho que não precisamos mais procurar um hotel.

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Os outros dois dias que se seguiram foram uma correria. Shownu continuavam na biblioteca procurando por mais pistas, enquanto Jooheon saiu em campo e decidiu pessoalmente investigar os três suspeitos. Como ele era só um, pediu ajuda para Minkyun e para Seokwon. Até então não havia nada de anormal no comportamento de nenhum deles, e Jooheon começava a pensar se Seokwon não estava certo e o verdadeiro culpado na verdade não era nenhum dos três. Changkyun no primeiro dia ajudou a procurar pelos registros hospitalares dos três, a procura de alguma anormalidade que pudesse ser encontrada, mas era extremamente difícil encontrar tantos registros médicos, principalmente quando não se sabe em qual hospital se consultaram.

Eles ligaram para Hoseok, já que Minhyuk estava sem celular, mas o Shin simplesmente não atendia, o que os deixaram preocupados. Com isso Jooheon teve que ligar para Gun, a contragosto, e pedir para que tentasse se comunicar com Minhyuk. Shownu também ligou para Hyungwon para saber de mais detalhes, mas o Chae era outro que não atendia. Kihyun não tinha muito a fazer pelo Minhyuk, afinal pouco sabia sobre a Towa, mas logo pensou em uma alternativa melhor para a investigação, da qual Gun não gostou nem um pouco.

Changkyun foi chamado no hospital e seus planos de contribuir mais com a investigação foram cortados pelo comunicado do gerente, Park Twan, de que suas férias haviam acabado. O Lim adoraria voltar a trabalhar, mas com a quantidade de problemas acontecendo ao mesmo tempo, aquele não pareceu o melhor momento para voltar ao trabalho. De qualquer forma ele não tinha muita escolha, então se arrumou e se preparou para sua antiga rotina.

— Já vai? — Perguntou Jooheon entrando no dormitório da mansão onde Changkyun dormia.

O Lim terminou de amarrar os tênis e olhou para a porta, onde o Nomura se encontrava. — Sim, na verdade estou um pouco atrasado.

Jooheon sorriu. — Você deve estar feliz por voltar a trabalhar.

Changkyun devolveu o sorriso. — Estou preocupado com Minhyuk e com a investigação, mas admito que estou feliz sim. Fiquei afastado tanto tempo que já estava com saudades.

— Aposto que essas foram as férias mais cansativas da sua vida.

O Inagawa riu. — Sem dúvida. — Se aproximou de Jooheon e entrelaçou seus braços no pescoço do Lee, lhe dando um selinho demorado. — Me ligue se algo acontecer.

— Digo o mesmo. — E, com as mãos na cintura do menor, lhe deu um selinho também, depois suspirou. — Não temos mesmo tempo para nós, hein.

— Depois que inocentarmos Minhyuk isso vai mudar.

— Queria ser tão otimista assim. — Riu. — Que horas você sai hoje? Vou te buscar no trabalho.

Changkyun suspirou e se afastou de Jooheon. — As oito.

Jooheon arregalou levemente os olhos. — Tudo isso? Dá treze horas de trabalho.

— Tenho plantão hoje. — Disse e pegou sua bolsa transversal de cima da cama, a pondo no ombro. — Depois das minhas férias, meu gerente está no meu pé, então os primeiros dias vão ser bem puxados. Vou pegar os piores horários.

— Que cara idiota.

Changkyun riu. — Chefes são assim. — E deu mais um selinho no maior. — Vou indo lá, boa sorte com a investigação.

— Bom trabalho. — E com isso Changkyun deixou a mansão, pegando seu carro e partindo em direção ao hospital.

A ida até seu trabalho não levou mais do que alguns minutos, afinal de carro era realmente rápido. O Lim vestia as roupas novas que havia comprado tempo atrás quando ainda estava na Inagawa. Uma calça jeans justa azul-escuro, uma blusa branca com um casaco fino azul-marinho e o tênis era um Nike preto. Seus cabelos castanhos estavam bem penteados para o lado e no geral, estava particularmente muito bem arrumado.

Deixou o carro no estacionamento externo do hospital e entrou. Assim que passou pelas portas de seu trabalho não conseguiu evitar sorrir. Se dirigiu até o balcão, onde Joyce acabara de desligar um telefone.

— No que posso ajudar? — Joyce ergueu os olhos, antes do aparelho telefônico, para o Im. — Chang! Nossa, nem te reconheci.

Changkyun sorriu. — Oi, Joyce.

— Tinha esquecido, suas férias terminaram hoje, não é? — O Inagawa concordou. — É bom te ter de novo aqui. A ala cirúrgica ficou um caos sem você.

— Imagino. Soube que o Yoonho ficou responsável por alguns de meus pacientes.

Anuiu. — Sim, ficou. Mas você sabe, ele ainda não tem experiência o suficiente para poder te substituir.

— Falando assim eu me sinto um velho. — Ironizou.

— Mas vejo que é muito pelo contrário. — O avaliou da cabeça aos pés. — Você parece ainda mais jovem do que antes. O que você fez? Cortou o cabelo? Comprou um novo creme facial?

Changkyun riu. — Não, não fiz nada disso.

— Bom, então essas férias te fizeram bem. Você está lindo.

— Se continuar a paquerar o Changkyun eu vou ficar com ciúmes. — Disse uma voz masculina e quando o Lim olhou, viu Dongbae, namorado de Joyce e neurocirurgião, se aproximar com uma prancheta em mãos. O homem foi até a mulher e lhe deu um selinho, depois olhou para o Im. — E aí Chang, como foram as férias? Espero que tenha descansado bastante, porque só temos código azul por aqui ultimamente.

— Não posso dizer que descansei, mas tenho certeza que estou preparado para qualquer urgência que possa acontecer.

Dongbae riu. — Isso eu quero ver.  Joyce, passou o horário pra ele?

— Ainda não, ia passar agora. — Disse e digitou no computador. A impressora ao seu lado estalo e uma folha impressa começou a sair dela. Joyce logo entregou à Changkyun.

— Melhor pôr o jaleco, porque temos um cliente vip indo para a sala cirúrgica agora mesmo. — E então entregou a prancheta que carregava para Changkyun, com as informações sobre o paciente.

Changkyun leu seus horários e a prancheta. — É, acho que é melhor eu colocar o jaleco mesmo.

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— Kihyun, tá em casa? — Disse Gun passando pela porta e soltando uma sacola em cima da mesinha de centro e tirando o casaco, o pondo no sofá. — Consegui falar com Hyungwon e parece que as coisas não estão boas por lá. — Falava um tanto alto, para Kihyun escutar de qualquer cômodo da casa.

— É, eu fiquei sabendo. Hoseok acabou de me ligar. — Disse no mesmo tom, vindo do corredor e passando para a cozinha. — Ele me contou que Hyungwon, Yoosu e Sungjoo estão em missão atrás de Minhyuk. — E então abriu a geladeira, pegando uma jarra de água e se servindo um copo.

Gun entrou na cozinha e pegou a jarra de Kihyun, servindo um copo para si e parando encostado com as costas na pia, de frente para o Yoo. — Hyungwon me disse que estavam atrás de Zhang.

Yoo afastou o copo do rosto e franziu o cenho. — Atrás do Zhang? Achei que ele já havia saído de Daegu havia tempo.

— Eu nem sabia que ele estava em Daegu. — Tomou mais um gole da água e despejou o resto na pia, indo logo guardar a jarra.

— Pois é, eu e Changkyun nos encontramos com ele quando estávamos atrás de Kwangji. — Disse e largou o copo no escorredor, apoiando as costas na pia como antes fazia Gun.

O Song fechou a geladeira e olhou para o rosado. — Você não me contou isso.

Deu de ombros. — Não me pareceu relevante.

— Hum… E você sabe o porquê de Kwangji estar atrás de Zhang? Pelo que eu soube por Hyungwon, Kwangji aceitou dizer “tudo que sabe” sobre Minhyuk se Yoosu capturasse Zhang para ele.

— Zhang estava devendo para Kwangji, e pelo que eu percebi não era pouco não.

— Entendi… — Disse em resposta, mas Kihyun notou que ele parecia meio quieto e estranhou.

— O que houve?

Gun ponderou se dizia ou não, mas por fim disse. — Nada, só não gosto de Kwangji.

— Não sei qual é da sua implicância com ele. — E se desencostou da pia, andando até a sala.

— Não é implicância, eu apenas não acho ele confiável. — Disse na defensiva. — Quer dizer… nós muitas vezes “trabalhamos” com ele para resolver alguma missão, e também somos cliente, mas isso não muda o fato de que ele trabalha para Fai Lin.

Kihyun deu de ombros. — Não é como se ele fosse fiel ao Fai Lin, Kwangji só joga para o lado de quem paga mais.

Gun não estava gostando de ver Kihyun o defendendo. — Para mim qualquer pessoa que tenha relação com Fai Lin não presta. Não tem como confiar em pessoas assim. — Com a fala Kihyun parou de andar na metade do caminho. Gun logo se deu conta da burrada que falou. — Desculpa, eu me expressei mal, não foi o que eu quis dizer.

— Agora eu entendi. — Disse vagamente, voltando a andar, mas, assustando Gun, Kihyun caiu no chão, se apoiando só com as mãos, e soltou um baixo gemido de dor.

— Kihyun! — Song correu até o menor e se abaixou a sua frente. — Você está bem?

O Yoo agora tinha uma mão na cabeça e os olhos cerrados. Gun colocou uma mão no ombro de Kihyun, tentando analisar seu estado. — Sai! — Kihyun empurra Gun com força para longe, o fazendo cair sentado pouca coisa sua frente e derrubar um vaso de vidro de cima da mesinha, o espatifando.

Gun soltou um fraco arfar quando se chocou com o chão. Ele tinha o corpo apoiado pelas mãos, que estavam no chão atrás de suas costas. — Kihyun.

— Não chega perto de mim! — Disse antes que Gun se aproximasse. Gun obedeceu e ficou apenas ali sentado estático, sem entender o que acontecia. Primeiro achou que Kihyun estava machucado, e agora achava que ele estava com raiva de si pelo que disse.

Gun notou que o Yoo estava arfante e não pôde deixar de se preocupar. — Ki, o que está acontecendo?

— Só… fica aí. — Disse como se tentasse se controlar. Kihyun tirou a mão da cabeça e se levantou, indo direto para o seu quarto e se trancando lá.

Aquela situação toda era muito estranha para Gun, afinal ele não sabia o que estava acontecendo, mas pensou nas discussões e brigas que já teve com Kihyun e se lembrou de como ele sempre parecia avisar quando estava ficando irritado “além da conta”. Com isso em mente, lembrou-se também dos problemas de compulsão agressiva que o menor tinha. Gun não sabia como lidar com Kihyun nesse estado, afinal realmente viu apenas uma vez um ataque violento do outro. Gun tinha medo de ir tentar o ajudar e acabar o irritando mais, até porque parecia que o Song estava sempre o irritando, mesmo não sendo a intenção, mas Gun tinha mais medo ainda de Kihyun acabar machucando a si mesmo, como fez da última vez. Com isso, o Inagawa se levanta, mas solta um chiado ao sentir uma fisgada na mão, e só então notar o caco de vidro que cortava sua palma. Ele apenas tirou o caco e seguiu até para o corredor.

Quando estava de frente para a porta do quarto que dividia com Kihyun, ficou um pouco nervoso. Hyungwon e Hoseok já haviam presenciado as crises do Yoo algumas vezes, e sabiam lidar com ele melhor do que si, mas nenhum dos dois estavam no momento. O que mais o deixava nervoso era acabar piorando a situação, como sempre fazia, então tentou usar uma abordagem menos hostil possível.

Bateu na porta duas vezes. — Kihyun.

— Eu falei pra você ficar longe! — Ouviu a voz abafada, mas bastante audível do menor, e então um barulho de algo se chocando contra a porta. Pelo som, parecia ser um objeto atirado.

— Tá, tudo bem, eu não vou me aproximar. — Disse com o máximo de calma na voz. — Eu só não quero que você se machuque.

Outro barulho de algo sendo derrubado foi ouvido. — Como se você se importasse! Afinal eu sou apenas uma pessoa que não presta e não dá pra confiar, não é?!

Gun como em um estalo notou que o que destravou seu ataque foi as palavras que disse e imediatamente se sentiu mal. Ele realmente não fazia nada certo. — Desculpa. — Disse e suspirou. — O que eu disse não é verdade. Eu não acho isso de você, só estava irritado com Kwangji e você o defendendo, falei sem pensar.

— E alguma vez você pensa antes de falar? — Disse, ainda irritado.

— Você tem razão, eu sempre faço esse tipo de coisa idiota. — Disse ainda de frente para a porta. — Eu não acho que você não presta, Kihyun, muito pelo contrário. Você sempre se arrisca pelos seus amigos e se esforça para os ajudar. Sempre dá tudo de si, mesmo que não receba nada em troca. E sem dúvida você é confiável. Sempre que precisam, você está lá. Sempre que eu precisei você esteve lá, mesmo eu não merecendo sua preocupação. — Nenhuma resposta surgiu do outro lado, assim como nenhum barulho de algo sendo derrubado. Gun suspirou. — Se tem alguém que não presta aqui, esse alguém sou eu. Me desculpa Kihyun, acho que novamente fiz besteira, não é? Apenas saia daí quando estiver calmo, eu vou estar aqui esperando até que você melhore.

Gun não ouviu som algum, então se sentou no chão encostado na parede de frente para a porta do quarto, esperando Kihyun sair. Isso realmente demorou, tanto que Gun acabou pegando no sono em certo momento, mas acordou quando ouviu a porta se abrir. Kihyun estava parado de pé a sua frente. O Song esfregou os olhos, espantando a sonolência.

— Kihyun, você está bem? — Perguntou e Kihyun se agachou acocado a sua frente antes que este se levantasse.

— Você está aí todo esse tempo? — Kihyun falava de forma calma, mas sua expressão parecia um pouco surpresa.

— Hum? Ah, sim, eu acho que sim. — E apoiou as mãos no chão, para se sentar melhor, mas soltou um baixo chiado pela mão cortada.

O Yoo olhou um tanto espantado para Gun e segurou o pulso de sua mão machucada, a puxando e virando sua palma para cima, tornando o corte visível. — Eu que fiz isso, não é? Me desculpa.

Gun logo notou a expressão um tanto triste do menor. — É só um corte, não precisa se preocupar.

— Não, eu sinto muito. — Disse parecendo decepcionado com sigo mesmo. — Eu perdi o controle de novo, isso não deveria acontecer. — E então abraçou as pernas, escondendo o rosto nos braços. — Eu não queria te machucar.

Song levou a mão que não estava machucada até a nuca de Kihyun, fazendo um leve cafuné ali. — Ki, não fica assim, eu estou bem. Eu disse, foi apenas um pequeno corte.

Kihyun negou com a cabeça. — Você estava certo, não dá para confiar em mim.

— Kihyun, olha pra mim. — Disse dessa vez mais firme. O Yoo obedeceu e levantou o rosto. Gun continuava com a mão em sua nuca. — Quando você me empurrou naquela hora, foi porque você sabia que estava tendo uma crise e queria prevenir de acabar me ferindo.

— Mas teve o efeito oposto.

— Não importa, eu sei que você só estava tentando fazer o melhor. Kihyun, eu sei que você não queria me machucar.

Kihyun ainda parecia incerto. — Mas poderia ter sido grave. E se da próxima vez eu não conseguir me controlar? Da última vez eu quase te matei, e se isso acontecer de novo?

Gun sorriu. — Isso não vai acontecer, eu confio em você. — Kihyun pareceu surpreso. — Eu te disse, não disse? Disse que você sempre esteve lá quando eu precisei. Então dessa vez serei eu a estar aqui quando você precisar. Eu sei que você tem medo do seu transtorno, e que tem medo de machucar as pessoas que gosta, mas você não precisa lutar contra isso sozinho, porque agora eu estou aqui para te ajudar.

— Você… está diferente. — Disse o Yoo, notando a clara mudança de comportamento do mais velho.

— Espero que isso seja uma coisa boa. — Disse e sorriu, ainda com a mão na nuca do de cabelos rosa.

Kihyun pareceu pensar sobre, mas nada respondeu. No lugar, pôs sua mão sobre o pulso da mão de Gun que estava em sua nuca e a tirou delicadamente dali, depois se levantou e puxou Gun junto. — Vem, vou fazer um curativo.

— Você ainda está com raiva de mim? — Gun perguntou ainda sendo puxado em direção ao banheiro.

A mão de Gunhee foi levada por Kihyun até debaixo da torneira e a ferida foi lavada com água.

O Yoo o sentou na tampa do vaso e pegou a caixa de primeiros socorros de debaixo da pia. — Sobre o que você falou antes? — Perguntou enquanto passava uma pomada no corte. — Não, você já se redimiu, eu acho.

— Hum… e sobre antes? — Disse vendo o outro colocar uma gaze no machucado.

— Antes o que? — Terminou o curativo.

— Você está irritado comigo faz tempo. Sabe… desde aquele dia. — Falou referindo-se ao dia em que quase transaram.

Kihyun travou e pareceu um tanto constrangido. — Você me irrita com muita facilidade.

— Eu sei. — Abaixou a cabeça, olhando para a própria mão, agora com o curativo. — Eu devo ser meio ridículo por não conseguir conversar com você direito e sempre ser a causa da sua chateação.

O rosado notou um certo desânimo no outro. — Eu queria saber o que foi que você e Hyungwon conversaram pra estar tão diferente assim. O que aconteceu com você?

— Talvez ainda não seja o momento certo para eu falar. — Sorriu para Kihyun. — Você ainda parece desconfiado comigo, então acho que devo primeiro reconquistar sua confiança.

— Você deveria ser claro comigo, eu não estou entendendo suas intenções. — Falou um tanto sério, afinal não queria confundir as coisas como já fez tantas vezes.

Gun se levantou, ficando de frente para o Yoo. — Você logo vai entender, mas não vai ser com palavras. Eu vou te mostrar do que eu estou falando.

E antes de Kihyun compreender o que aquilo significava ou perguntar, Gun passou por si e saiu do banheiro, percorrendo o corredor. O Yoo suspirou e decidiu não pensar muito sobre, afinal se Gun estivesse falando sério, ele logo entenderia do que o outro falava. Mudou a rota de seus pensamentos para estratégia que planejava pra ajudar na investigação de Minhyuk. Era perigoso, mas Kihyun nunca teve medo de se arriscar.

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— Depois disso ele foi para a loja de linhas e voltou para a mansão. — Disse Seokwon, lendo as anotações que estavam na agenda em sua mão.

Jooheon, Minkyun e Seokwon estavam sentados em uma mesa redonda de uma cafeteria aleatória do centro.

O Nomura suspirou. — Não estamos chegando a lugar algum. E você, Minkyun? Encontrou alguma coisa suspeita com a Naomi?

— Hum… bom, primeiro ela foi ao mercado junto com Noham.

— Quem? — Seokwon perguntou.

— O novo membro da Towa. — Disse Jooheon.

Minkyun anuiu. — Eles estavam encarregados de fazer as compras da semana. Eles demoraram umas duas horas. Depois disso Naomi ficou um tempo na mansão e só de tarde saiu de novo. Primeiro ela foi a biblioteca da universidade em que Minhyuk estuda.

— O que que ela foi fazer lá? — Perguntou o Lee, estranhado.

— Ler, quem sabe. O que você acha que as pessoas fazem em bibliotecas? — Disse Minkyun com sarcasmo.

Jooheon revirou os olhos. — Eu quis dizer, o que ela foi fazer na universidade de Minhyuk. Pra que ir tão longe atrás de um livro?

— Eu não saio nem da minha cama por um livro. — Disse Seokwon parecendo entediado.

— Eu não vi o livro que ela pegou, mas Naomi apenas sentou e ficou lá lendo, depois fechou e o guardou. — Deu de ombros. — Sei lá, nada anormal.

— Fora ela ter ido justo na universidade de Minhyuk, entre tantas bibliotecas diferentes, sendo que ela nem ao menos é estudante lá. — Jooheon acentuou.

Minkyun soltou seu bloco de notas em cima da mesa e Jooheon notou não estar escrito nada, contendo apenas alguns desenhos malfeitos. — Depois disso ela passou no cemitério e visitou o túmulo de Takada. Agora ela está na mansão.

Jooheon e Seokwon pareceram pensativos. Minkyun estendeu a mão e alcançou seu refrigerante, bebendo despreocupadamente em seu canudinho enquanto os outros dois batiam cabeça.

— O que você acha? — Jooheon perguntou para o Choi.

Seokwon suspirou. — Bom, nós sabemos o quanto os dois eram próximos.

— Eu não sei de nada. — Acrescentou Minkyun, afinal como ele não morava na mansão, quase nada sabia sobre os membros de lá.

— E também sabemos o quanto Naomi se afetou com a morte de Takada. — Continuou o Choi, ignorando Minkyun. — Eu sei que Takada também estudava naquela universidade, então o fato de Naomi ter ido lá pode ter relação com Takada, não com Minhyuk, o que diminuiu as suspeitas.

— Você tem razão, não parece muito suspeito. — Concordou Jooheon. — Então você acha que não é ela?

O Lee continuava a pedir opinião, afinal Seokwon, mesmo sendo péssimo com conselhos, era realmente inteligente e estratégico, muito mais do que o Nomura, e Jooheon confiava no outro para dar o veredito, afinal ele nunca afirmava coisas das quais não tivesse certeza.

— Não, não é isso. — Disse o Choi, ainda parecendo refletir. Os outros dois rapazes só conseguiam imaginar todo o raciocínio que Seokwon fazia, sentindo um pouco de inveja e admiração do colega. — Digo, não acho que tais coisas que Naomi fez sejam suspeitas, na verdade são completamente compreensíveis, mas o ponto que quero chegar, é que Naomi tem histórico, e embora não a conheça tão bem, conheço o suficiente para saber que se ela decidir se vingar, não há pessoa, Oyabun ou organização que a pare. Ela passaria por cima de todos nós se fosse preciso.

Jooheon anuiu. — Você tem razão. Bom, ainda não podemos exclui-la da lista então.

Minkyun largou o copão de refrigerante, agora vazio, em cima da mesa. —  Então Jooheon, seu dia de perseguição com BongIn foi mais emocionante que o meu?

— Bom, começando pelo fato de que eu tive que seguir o Bong até a delegacia porque ele sem querer foi pego por um pardal enquanto apostava nas suas rachas, eu diria que sim, foi sim.

— Então deve ter muitas coisas suspeitas sobre ele. — Seokwon disse.

Deu de ombros. — Bong realmente fez várias coisas perigosas hoje, mas nada fora do normal. Sabe, para um mafioso.

Minkyun suspirou pesado. — Estou começando a me arrepender de ter aceitado te ajudar a inocentar um moleque que eu nem conheço, com um nome parecido com o meu.

— Minhyuk não é um moleque, você deveria ter mais respeito com quem está em um cargo acima do seu. — Seokwon disse com paciência na voz. Minkyun realmente era algo.

— Caguei pra esse negócio de hierarquia. Mas você sabe, eu prefiro estar aqui do que naquele escritório. — Disse a última parte olhando para Jooheon.

Seokwon não disse nada. Jooheon notou que o Choi não havia gostado muito de Minkyun, mas isso já era de se esperar, afinal eles eram completos opostos. Seokwon era elegante e tinha a pronuncia refinada, já Minkyun era atirado e falava mais gírias e palavrões que um adolescente. Seokwon era calmo e na dele, enquanto o Park era agitado e não ligava muito para espaço pessoal. Isso entre outras coisas. Jooheon fez a dianteira, antes que ambos começassem uma possível discussão.

— Bem, depois do Bong sair da delegacia após pagar uma multa, ele fez uma ligação e uma mulher lhe entregou um envelope de dinheiro, ao qual ele foi até um estúdio de tatuagem e pagou a um homem. Agora ele está na mansão se preparando para a missão que foi encarregado a fazer daqui uma hora.

— Você deu um puta azar, agora vai ter que seguir ele na missão também. — Disse Minkyun despreocupado.

— Pois é, eu chequei o relatório da missão que ele vai participar e parece ser um saque a um açougue.

— Caralho, a Towa tá tão na merda que precisam roubar um churrasco? — Minkyun falou e Seokwon pareceu ter refluxo.

— Você não consegue ficar um minuto sem falar palavrão? Isso é vulgar. — Disse Seokwon.

Minkyun o olhou sarcasticamente. — Desculpe, vossa santidade, vamos dar as mãos e suplicar o perdão ao nosso pai todo poderoso por meus pecados hediondos.

Seokwon continuava com a expressão neutra. — Suas piadas conseguem ser ainda piores que seu vocabulário.

— Mano, chatão você, hein?

— Pelo amor de deus, isso foi uma péssima ideia. — Disse Jooheon com sigo mesmo. — Tá legal, é o seguinte, como o velho Choi e Naomi estão na mansão, e pelos seus horários vão continuar na mansão, nós três iremos juntos atrás do BongIn.

Seokwon olhou para Jooheon. — Você está desconfiando do BongIn tanto assim?

— Gostaria de dizer que sim, mas sinceramente estou bem em dúvida quanto aos suspeitos, mas talvez encontremos mais pistas na missão do que na mansão.

Minkyun deu de ombros. — Por mim beleza, mas ainda não entendo pra que roubar carne.

— Bong não vai roubar carne, o açougue é só um disfarce para os contrabandistas que ele vai saquear. — Explicou Jooheon.

— E ele vai saquear o que? — Dessa vez foi Seokwon a perguntar.

— Muito, muito dinheiro. — Disse o Lee.

Minkyun pareceu pensar. — Tipo uns mil dólares?

— Tipo uns mil dólares ao quadrado. — Jooheon respondeu.

— Taporra, vou virar açougueiro. — O Park disse.

Jooheon se levantou de sua cadeira e deixou uma certa quantidade de dinheiro em cima da mesa, para o pagamento da conta. — Vamos, é melhor chegarmos lá antes dele.

Os três saíram para fora da cafeteria e entraram no carro de Jooheon. Minkyun sentou-se ao seu lado e Seokwon no banco de trás.

— Que mal lhe pergunte, mas por que precisamos ir nós três só pra ficar de olho nele? — Minkyun perguntou para o Nomura.

Jooheon já se via dirigindo o carro pelas ruas de Seoul. — Porque tem grandes chances de precisarmos entrar em ação.

— Está tão preocupado assim com contrabandistas? — Seokwon, que estava quieto até então, perguntou.

— Bom, levando em consideração que esses contrabandistas são chineses, sim, eu diria que estou um pouco preocupado sim. — Disse o Lee prestando atenção na estrada.

O Choi franziu o cenho. — Não sei se me preocupo pela crescente aparição dos chineses em missão, ou pela crescente suspeita que estou tendo de BongIn.

— Hum… tá, até aí eu entendo, mas como você planeja que entremos na missão sem o Bong descobrir que estamos seguindo ele? — O Park perguntou.

Jooheon o olhou de canto. — Então, eu estava pensando sobre isso, mas… não, é uma péssima ideia. — Negou com a cabeça espantando os próprios pensamentos.

— Ah não, ajoelhou tem que chupar, agora fala. — Minkyun disse e novamente Seokwon pareceu ter um refluxo.

— É rezar, não chupar.

Minhyuk se virou para trás. — Mano, ou você é gay ou é virgem.

— Nenhum dos dois, mas digo o mesmo pra você. — Sorriu de canto, sendo a primeira expressão que o Park viu do mais novo.

— Bom, para a sorte das garotas não sou gay nem virgem, mas quando tiver fazendo sexo com uma vou me lembrar de falar para ela ajoelhar e rezar.

Seokwon voltou a ficar sem expressão. — Você é realmente insuportável.

— Vai ter que me aturar, bebê. — Sorriu e se voltou para a frente.

— Eu é que vou ter que aturar vocês dois. — Jooheon resmungou e suspirou. — Mas voltando ao assunto, Minkyun, meu plano para entrarmos na missão sem que ele suspeite de nós, é justamente o contrário.

O Park ergueu uma sobrancelha. — Explica isso aí men.

— Basicamente eu estou falando para sermos descobertos.

— Uhum, tá, bem maneiro, agora vamos voltar para a parte em que você me explica.

Jooheon soltou mais um suspiro. — Por que eu te chamei mesmo?

— Você disse algo sobre estar desesperado, acredito. — Seokwon se intrometeu.

— Mano, assim, bem na moral, por obsequia vai tomar no seu orifício anal. — O Park respondeu.

Seokwon cruzou os braços. — Eu me surpreendo em como você pode ser mais velho do que eu, mesmo que por um ano. Obviamente notamos que idade não é documento mesmo.

— Vai se foder você e o seu achismo. Deve se achar muito homão só porque é da elite e mais alto do que eu.

— E mais forte, mais bonito, mais inteligente. Ah, e provavelmente maior também. — Disse se referindo a seu órgão. — Quer se achar tão fodão, mas você é o que?

— Nós é pica, o resto é buraco.

Jooheon ligou o rádio. — Deus tenha piedade da minha alma, essa vai ser uma longa noite.

E lá se foram os três rumo a missão, com Seokwon e Minkyun discutindo mais do que a quantidade de vezes em que Jooheon se perguntou se havia jogado pedra na cruz em outra vida.


Notas Finais


Foto Changkyun: https://pbs.twimg.com/media/CjI25IAUgAENV9W.jpg:large

Oieeee de novo <3

E aí? gostaram? Espero que sim

Uma pergunta: vocês tem o costume de ler as minhas notas do autor e finais ou pulam para o cap de uma vez? (só uma dúvida, não precisam ficar receosos em responder)

Hey, vocês notaram que mudei o meu use? :3 Agora está como PQnaMOCHI (porque só Mochi já estava sendo usado e3e). Acho que poucos de vocês sabem do meu apelido ou tem costume de usa-lo, mas é Mochi, podem me chamar assim :3
De qualquer forma, o que vcs acharam? Esse user tá legal? E a foto e capa? :3

OKAYO! Voltando ao cap...

Quem ficou surpreso com a confissão do pai do Hoseok?
É, na minha fic todo mundo é gay ou bi 'u'

E quanto a esse Gunki? Gun pisou na bola de novo ou é só o jeitinho lerdo dele mesmo? Ele conseguiu se redimir? Kihyun está certo em estar "se fazendo de difícil" ou está exagerando? Me respondam o que acharam sobre isso.

Changkyun voltou ao trabalho, yey! Agora teremos mais cenas édicas que me matam de pesquisar, mas que vocês amam <3

E por último: Minkyun e Seokwon.
E ai, quem ganha? Hahshahshas

Acho que é isso, desculpem os possíveis erros do capítulo e espero que tenham gostado.

Até depois do enem!!! Prometo que a demora vai compensar e que eu voltarei com um capítulo lacrador e cumprido!!!!

ME DESEJEM SORTE NESSA BENDITA PROVA PLMDD!!!!!

Beijossss <33


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