“Em todos os lugares que estou olhando agora
Estou cercada pelo o seu abraço
Querido, eu posso ver sua aura
Você sabe que é a minha graça salvadora
Você é tudo que eu preciso e mais
Isso está escrito em todo o teu rosto
Querido, eu posso sentir a sua aura
Rezo para que ela não desapareça”
4 meses depois
Acordei ouvindo o som relaxante das ondas quebrando na praia e percebi que Olivia já não estava mais na cama. Estranhei um pouco aquilo, já que nós havíamos chegado tarde no hotel em Fernando de Noronha, e ela provavelmente ficaria cansada o dia todo.
— Bom dia, amor! — Sentei-me na cama e sorri para ela, que estava extremamente linda com um biquíni que deixava exposta sua barriga de gravidez.
— Bom dia! — Veio selar meus lábios e eu aproveitei para acariciar sua barriga. — Dormiu bem?
— Bem demais! A paz desse lugar é simplesmente incrível. — Levantei-me para abrir as cortinas para deixar a luz do sol invadir o quarto.
— Que bom! Então já está pronto para ir para a praia hoje? — Animou-se. — A Diana e a Clarice disseram que alugaram um barco agora há pouco e só estão nos esperando para sair. Elas querem fazer um churrasco brasileiro lá e querem conhecer a ilha. O que você acha?
— É uma ótima ideia! Pode confirmar a nossa presença. — Comecei a acariciar sua barriga protuberante de cinco meses de gravidez e senti alguns chutes.
— Parece que a Amelie ou o Leon ficou animado quando ouviu a voz do papai. — Olivia sorriu emocionada e eu estava da mesma maneira.
O primeiro chute forte que ela sentira foi durante o nosso voo até Fernando de Noronha, na noite anterior, e ela me acordou para poder compartilhar aquele momento. Na hora eu não senti nada, mas não falei para não desanima-la. Então sentir aquele chute fora uma emoção enorme para nós dois.
— Esses chutes te machucam? — Perguntei um pouco preocupado.
— Não, eu só sinto uma certa cócegas por enquanto e é um sensação indescritível. — Pegou minha mão e levou até o outro local que o bebê estava chutando.
— Parece que só agora está caindo a ficha de que realmente tem um bebê aí dentro e que nós seremos pais em breve.
— Que bom, porque a minha obstetra mandou mensagem hoje avisando a data da nossa próxima consulta e perguntou se vamos querer saber o sexo do bebê. O que você acha? Eu estou pensando em mudar a minha ideia inicial. — Mexeu as sobrancelhas e eu arregalei os olhos surpreso.
A Olivia já estava com cinco meses de gravidez e já tivemos outras oportunidades de ver o sexo do bebê, mas até então ela não queria saber de nada antes da hora. Ela sempre dizia que queria uma surpresa e eu estaria ao seu lado nessa, mas as coisas mudaram um pouco quando começamos a planejar o enxoval.
— Eu acho que já passou da hora de sabermos o sexo! Você sabe o quão ansioso eu sou e, se nós mantermos a sua ideia inicial, eu vou acabar tendo um infarte. — Falei animado e Liv riu alto.
— Então vou marcar a consulta para o dia do seu aniversário, que é quando nós vamos voltar para casa. Ok? — Assenti e já a puxei para um beijo bem longo e gostoso.
Ficamos alguns minutinhos ali namorando e aproveitando a presença um do outro, até que finalmente decidimos nos arrumarmos para encontrarmos nossos amigos. Tomamos um café bem rápido e fomos para a área da praia do hotel, que eles disseram que estariam.
— Bom dia, casal! — Ouvimos a voz animada do Marcelo, logo Liam e Enzo correram até nós para nos cumprimentar e brincar com a barriga da Olivia.
— Bom dia! — Cumprimentei os dois casais de amigos nossos e seus filhos. — Como vocês estão?
— Estamos todos bem e vocês? Já não passou da hora de anunciarem essa gravidez, não? — Provocou e eu dei de ombros. Aquela escolha não era minha, já que combinei com a Olivia que só anunciaríamos quando ela se sentisse confortável para isso.
— Eu acho que essa viagem de ano novo seria perfeita para isso! Aqui tem tantos lugares lindos para vocês tirarem fotos e, se não anunciarem logo, vocês não vão poder postar nada. — Clarice tentou convencer a amiga e eu agradecia mentalmente a todos por isso, já que cada um tentava incentivar de uma maneira.
Obviamente, eu respeitava a privacidade da Olivia, mas eu não aguentava mais esconder tanta felicidade de todos. No início eu entendia a insegurança com o anúncio, mas com cinco meses de gravidez já estava mais tranquilo. O medo da rejeição dos meus fãs era completamente sem fundamento, porque quem realmente me apoia, quer me ver feliz e realizado.
— Nós podemos tentar tirar uma foto legal aqui para anunciar. — Liv deu de ombros e eu sorri animado. — Mas enfim, como vai funcionar hoje?
— Bom, nós vamos fazer um churrasco na lancha e vamos sair para conhecer a ilha. Pode ser que a gente encontre alguns amigos nossos, que sempre veem para cá nessa época do ano, mas vai ser algo rápido. Eles vão estar fazendo uma festa, que não tem espaço para crianças. — Foi a vez de Marcelo explicar e automaticamente eu lembrei de uma história que ele me contara sobre o local, que foi parar na mídia.
— São os amigos que fazem suruba aqui? Por que, se for, eu quero participar. — Brinquei e o brasileiro riu alto.
— Meu deus, Toni! Você vai sozinho então. — Olivia revirou os olhos e foi até Diana que estava com seus gêmeos de oito meses.
— É brincadeira, meu amor. — Aproximei-me e já mudei o idioma para completar meu raciocínio de modo que só nós dois entendêssemos. — Eu só iria numa suruba se você me acompanhasse e não tenha dúvidas que eu só teria olhos para você.
— Toni, para de falar essa língua que só vocês entendem! — Diana revirou os olhos. — Eu dei a ideia do passeio e você só está aqui porque sua namorada é muito legal, se não você jamais seria convidado.
— Tadinho do meu namorado. — Olivia me abraçou de lado e selou minha bochecha.
Confesso que fiquei um pouco chateado com a brincadeira sem noção da brasileira, mas tentei não demonstrar. Apenas entrelacei meus dedos aos de Liv e começamos a caminhar em direção ao mar para molhar nossos pés, enquanto os nossos amigos brasileiros decidiam os planos de hoje.
— Se você sentir tontura ou qualquer outra coisa, me avisa, por favor. — Falei preocupado assim que senti a água bater na altura dos nossos joelhos.
— Amor, eu vou avisar, mas tenta relaxar um pouco. Nós ainda estamos no raso e eu não vou deixar a água passar da altura da minha barriga. — Riu fraco da minha preocupação. — Pode aproveitar seu dia sem preocupações!
— Ok.
Ficamos um bom tempo ali conversando e curtindo a praia, até que finalmente nossos amigos decidiram começar o nosso passeio na lancha pela ilha. Já aproveitamos para tirar uma foto para anunciar a gravidez da Olivia e ela amou tanto, que me deixou postar na hora.
Na foto nós estávamos na ponta do barco com o mar azul no fundo. A Olivia tinha sua cabeça deitada em meus ombros e um grande sorriso em seus lábios, enquanto eu beijava sua testa e tinha minha mão direita apoiada em sua barriga de cinco meses de gravidez.
Estava perfeita.
Olivia Hyllested
O dia com os nossos amigos no barco foi demais. Tivemos a oportunidade de conhecer bem a ilha e todas as belezas daquele lugar incrível, mas quando começou a escurecer todos tiveram que voltar para os seus quartos de hotel para que pudéssemos nos arrumarmos para a festa de ano novo.
Eu, Diana e Clarice decidimos nos maquiarmos juntas para podermos conversar um pouco antes da festa. Por mais que tivéssemos ficado juntas o dia todo, nós estávamos com os nossos parceiros e não podíamos fofocar sem chamar atenção deles.
— E como está o bebê? O Toni disse que sentiu o chute na sua barriga hoje de manhã e vocês ficaram super emocionados com isso. — Clarice disse sorrindo e eu a acompanhei.
— O bebê está muito bem. Ele ou ela realmente começou a chutar mais forte ontem à noite, durante o nosso voo, e nós ficamos muito emocionados. — Foi inevitável não levar a mão até minha barriga, ao responder àquela pergunta. — Eu decidi também que não quero mais esperar até o nascimento para saber o sexo e já marquei uma consulta no dia do aniversário do Toni, que é quando vamos voltar para Madrid.
— Que bom, porque eu não aguento mais de curiosidade. — Foi a vez de Diana falar afobada.
— Confesso que eu também não estou aguentando mais de tanta curiosidade e está sendo muito difícil organizar todo o enxoval do bebê sem saber o sexo. Eu queria fazer algo mais neutro e unissex, mas está difícil demais achar tudo da maneira que eu quero. — Dei de ombros. — Para mim já basta a pressão que estou sofrendo antecipadamente em relação ao parto e com as dúvidas sobre a maternidade. Tenho muito medo de não conseguir ser uma boa mãe para o meu filho e isso está me fazendo perder o sono ultimamente.
— Amiga, ninguém nasce pronta para isso. Você vai pegar o jeito com o tempo e tem uma ótima dupla ao seu lado. O Toni já está mais que treinado para ser pai, porque ele é o cara que todas as crianças do time amam e sempre ficam com ele. — Clarice tentou me tranquilizar. — E sobre o parto, novamente você estará bem acompanhada e tudo vai compensar no final.
— Você vai querer fazer parto humanizado mesmo ou desistiu dessa loucura? — Diana, que recentemente fizera um cesariana dos seus gêmeos, me achava louca por querer passar por um parto normal, mas eu realmente sonhava com aquilo e não voltaria atrás.
— Vou. Eu e o Toni já estamos fazendo um curso de três meses para nos prepararmos para o momento do parto.
— O Enzo nasceu de parto normal e eu não tive coragem para fazer o mesmo com o Liam, mas é realmente uma sensação única. Apesar da dor, quando o bebê nasce você sente uma conexão inexplicável com o seu filho.
— Eu imagino e mal posso esperar por isso.
Quando meia noite estava se aproximando, Toni e eu decidimos ir para o nosso quarto para assistirmos a queima de fogos na paz da nossa sacada, já que a música alta e o cheiro forte de bebida estavam me deixando enjoada. Sem contar que o jogador também não estava muito confortável ali. Ele estava claramente estranho, mas eu preferi não comentar nada.
— Vai ser bem melhor assistir a queima de fogos aqui. — Falei assim que senti os braços fortes do Toni envolverem a minha cintura, enquanto eu estava observando a festa lá embaixo.
— Não tenho dúvidas. — Selou meus lábios e logo os primeiros fogos de artifícios começaram a clarear o céu.
— Feliz ano novo, Liebe! — Virei-me de frente para ele para poder olhar diretamente para seus olhos azuis.
— Feliz ano novo! Essa já é a nossa segunda virada do ano juntos e eu espero que seja apenas um começo de muitas. — Falou sorrindo e eu selei seus lábios.
— Eu tenho certeza que é só o começo. Ano que vem nós vamos ter um pedacinho de nós deitado num carrinho de bebê para nos acompanhar nessa data especial. — Acariciei minha barriga.
— E eu espero que tenha uma aliança de casamento em nossos dedo também. — Sugeriu e eu arregalei os olhos surpresa com aquilo.
— Do que você está falando, Toni? — Franzi o cenho, porque eu já havia percebido que ele tentava disfarçar que tentava pegar alguma coisa no bolso de sua calça.
— Bom, eu te amo e me sinto o homem mais realizado do mundo por te ter ao meu lado. Sei que quero passar o resto da minha vida dessa maneira e, para isso, quero subir em um altar ao seu lado, quero te dar o meu sobrenome e te amar para sempre. — Ajoelhou-se em minha frente e pegou uma caixinha no seu bolso. — Olivia Karlsen Hyllested, você aceita se casar comigo?
— Você sabe que eu acredito que o nosso amor e união seja a maior aliança possível e não acho que precisamos nos casar. Nunca acreditei muito em casamentos. — Percebi que o rapaz estava com uma expressão confusa e provavelmente estava pensando besteira. — Mas, te ver ajoelhado com uma aliança em suas mãos me fez perceber o quanto eu quero subir em um altar ao seu lado e passar por todas aquelas coisas bem bregas de apaixonados. Então a minha resposta é sim. Eu aceito me casar com você. — Estendi minhas mãos para ajudá-lo a se levantar e logo selei seus lábios com lágrimas nos olhos. — Eu te amo, Toni!
— Eu também te amo. Muito! — Colocou a aliança de noivado em meu dedo e eu fiz o mesmo com ele. E, nesse clima incrível, nós curtimos a nossa noite de ano novo.
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