19 de Agosto do ano 3000 - 20h30min da Noite – Hospital Geral – Monte Olimpo.
Ricardo estava sentado numa cadeira ao lado da cama de Sing, quando ele despertou. Como estava ferido ele não conseguia falar e estava respirando com ajuda de aparelhos.
- Sing você acordou!! – Disse Ricardo feliz.
Sing parecia tentar dizer alguma coisa, mas as palavras não saiam. Porém Ricardo percebeu o que Sing queria saber.
- Não se preocupe... Leon venceu. Ele vai para as finais. – Disse Ricardo sorrindo.
Sing parecia aliviado ao ouvir as palavras de Ricardo e voltou a dormir novamente.
Leon acordou em seu quarto no hotel. Aqua, Sun, Sora e Erandi estavam lá quando ele acordou. Ele se levantava com uma expressão de dor.
- Parabéns cabeça de tomate. – Disse Lótus assim que o viu se levantar.
- Lótus... Minha cabeça dói... – Disse Leon colocando a mão na cabeça.
- Não se preocupe. O médico disse que suas feridas vão se curar bem rápido. Ser um blandet tem suas vantagens. – Disse Sora.
- Como está o Sing? – Perguntou Leon.
- Ele está bem, à cirurgia foi um sucesso. Ele deve ta descansando agora. – Respondeu Sora.
- Ainda bem. Estava preocupado com ele. – Disse Leon com uma expressão de alivio.
- Nem acredito que você realmente venceu. – Disse Sun.
- Apesar de ter sido difícil eu sempre acreditei em sua vitória. Estou feliz por você. – Disse Aqua sorrindo.
- Obrigado. – Agradeceu Leon.
- Mas ainda não acabou. – Disse Lótus.
- É eu sei. – Disse Leon com um olhar sério.
- Alguém sabe onde o Erandi se enfiou? – Perguntou Lótus.
- Ele disse que tinha um compromisso. – Respondeu Sora deixando Lótus curiosa.
No palácio real a rainha já estava jantando quando Perseu entrou na sala de jantar acompanhando por dois soldados.
- O que deseja minha rainha? – Disse Perseu se curvando.
- Jante comigo. – Disse Helena.
Perseu parecia surpreso e se aproximou lentamente bastante nervoso. Assim que ele se sentou os empregados começaram a servi-lo. A mesa estava cheia de comida, mas apenas os dois estavam aproveitando o jantar.
- Ninguém virá comer conosco? – Perguntou Perseu.
- Geralmente como sozinha. Mas é bom ter companhia de vez em quando. – Respondeu Helena.
Helena tomava um golpe vinho e Perseu comia com bastante delicadeza e classe, usando os talheres corretamente. Helena prestou bastante atenção nisso.
- Parabéns por ter passado para as finais. – Disse Helena enquanto devolvia a taça de vinho à mesa.
- Obrigado minha rainha. – Agradeceu Perseu.
- O blandet será seu oponente final. Certifique de matá-lo. – Disse Helena.
- Seu desejo é uma ordem. – Respondeu Perseu.
Em seu quarto Rain estava na sacada com seu guarda-chuva aberto enquanto olhava para a vista da cidade. Honoka que entrava no quarto acendeu as luzes e a quando a avistou caminhou até ela.
- Achei que tinha saído às luzes estavam apagadas. – Disse Honoka.
- Passei o dia todo aqui. – Disse Rain.
- Já soube? O blandet venceu Fenrir e avançou para as finais. Todos estão surpresos. – Disse Honoka.
- É mesmo? Que bom pra ele. – Disse Rain num tom desanimador.
- Bem só vim pegar uma toalha. Vou pro banho termal. – Disse Honoka enquanto deixava Rain sozinha.
Rain apenas continuou para olhando para a vista da cidade sem demonstrar nenhum interesse nas noticias trazidas por Honoka.
Fenrir estava internado no Hospital Geral, mas seu estado não era grave. Ele seria liberado pela manhã se já estivesse tudo bem. Ariel deu algumas batidas na porta e entrou dando de cara com Fenrir e Freya.
- Ariel... – Disse Fenrir assim que o viu.
- Desculpe, estou atrapalhando alguma coisa? – Disse Ariel nervoso.
- Não! Fique a vontade. – Disse Freya sorrindo.
Ariel entrou nervoso e se aproximou da cama de Fenrir.
- Fen está tudo bem com você? – Perguntou ele num tom tímido.
- Estou bem. Apesar do ferimento minha regeneração já está voltando ao normal. –Respondeu Fenrir
- A propósito Ariel você é... – Disse Freya deixando Ariel amedrontado.
- Ele é meu namorado! – Disse Fenrir num tom sério.
Ariel ficou assustado. Pois temia a reação da mãe de Fenrir sobre o relacionamento dos dois.
- Entendi. Então você é o famoso Ariel das cartas que Fenrir enviava. – Disse Freya sorrindo.
- Fen não devia contar a sua mãe dessa maneira! – Disse Ariel.
- Minha mãe já sabia há muito tempo. Nunca escondo nada dela. – Disse Fenrir.
Ariel ficou com o rosto vermelho e ainda mais nervoso com essa situação embaraçosa. Mas sua expressão logo ficou séria.
- Desculpe senhora Freya... Talvez você ache que eu sou culpado por seu filho estar num relacionamento comigo ou ache que somos anormais por isso. Ainda assim eu não quero desistir do seu filho, não importa o que senhora pense sobre isso. – Disse Ariel num tom melancólico.
- Ariel acho você que está tendo uma idéia errada ao meu respeito. Nunca pensei que vocês fossem anormais. Protegi o Fenrir com minha vida para trazê-lo a esse mundo e tudo que eu desejei era que ele encontrasse a felicidade que eu só encontrei quando ele nasceu. Não importa com quem meu filho se relacione contato que ele esteja bem com isso. – Disse Freya sorrindo.
- Eu estou muito bem com Ariel mãe. – Disse Fenrir.
- Então não tenho o que reclamar. – Disse Freya sorrindo.
- Obrigado senhora Freya. Sua aceitação realmente é importante pra mim. – Disse Ariel emocionado.
- Mas os dois devem estar cientes que o relacionamento de vocês encontrará grandes barreiras. Não só por serem de clãs distintos, mas também por serem do mesmo sexo. Principalmente você Ariel, seu clã talvez jamais o aceite. – Disse Freya.
- Hoje quando estava assistindo a luta do Fen com o Leon por um momento eu pensei que fosse perdê-lo. Não quero sentir isso novamente. Eu vou enfrentar qualquer obstáculo por ele senhora Freya, até mesmo o meu clã. – Disse Ariel determinado.
Freya ficou surpresa com as palavras de Ariel e sorriu. Já Fenrir ficou completamente vermelho a ouvir aquilo.
- Meu filho é um homem de sorte. – Disse Freya sorrindo.
Freya acabou indo embora depois de um tempo e apenas Fenrir e Ariel estavam sozinhos no quarto.
- Fen porque você queria tanto vencer? – Perguntou Ariel
- Uma pergunta assim do nada... – Disse Fenrir
- Você lutou como se quisesse realizar algo. Acabei ficando curioso. – Disse Ariel.
- Eu pensei que se vencesse o Survivor K, talvez o seu pai aceitasse nossa relação. Foi um pensamento idiota, ainda assim queria acreditar nessa probabilidade. – Respondeu Fenrir.
- Então esse tempo todo você tava lutando pela gente... – Disse Ariel num tom melancólico.
- Você realmente falou sério quando disse aquilo pra minha mãe? – Perguntou Fenrir envergonhado.
- Claro! Eu não quero mais perder você. Nunca mais. – Disse Ariel se aproximando e o beijando na boca.
Os dois deram as mãos enquanto se beijavam e os dedos de ambos se entrelaçavam ao mesmo tempo em que se beijavam.
Em um bar perto do hotel Aqua estava sentada tomando uma garrafa de vinho quando Freya se aproximou do balcão onde ela estava sentada.
- Posso me sentar ao seu lado? – Perguntou Freya.
- Fique a vontade. – Respondeu Aqua.
- Me dê uma cerveja, por favor. – Pediu Freya.
Assim que recebeu sua bebida, Freya deu o primeiro gole e colocou a caneca de madeira no balcão.
- Veio comemorar a vitória de seu discípulo? – Perguntou Freya.
- Sim. Mas também vim aqui para afogar umas lembranças ruins. – Respondeu Aqua.
- Está dando certo? – Perguntou Freya.
- Infelizmente não. Essa cidade não me traz boas lembranças. – Respondeu Aqua.
- Não importa o quanto tentamos fugir do passado, ele sempre volta apara nos assombrar. Bato palmas para quem consegue deixar o passado tão facilmente para trás. – Disse Freya.
- Como está seu filho? – Perguntou Aqua.
- Ele está melhor do que nunca. – Respondeu Freya enquanto bebia sua cerveja novamente.
- Que bom... - Disse Aqua.
- Amanhã será a final. Infelizmente não poderei assistir. Tenho que voltar a Helheim para cuidar de alguns assuntos. - Disse Freya enquanto se levantava. Ela tirou algumas moedas de ouro e colocou sobre o balcão - Espero que o Leon vença. – Disse Freya antes de ir embora.
Aqua levantou sua taça de vinho e sussurrou:
- Ele vai vencer afinal fui eu quem o treinei.
Dentro do coliseu Liva estava parada no meio da arena escura enquanto olhava para o céu estrelado e sorria. Quando os poucos Erandi veio até ela se aproximando.
- E então professora Liva... Porque me chamou aqui? – Perguntou Erandi.
- Tenho um assunto de seu interesse. – Respondeu Liva com um sorriso. Depois disso ela olhou para o céu novamente com um sorriso largo e disse:
- Amanhã será um grande dia.
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