1. Spirit Fanfics >
  2. Blank Canvas >
  3. Capítulo Único

História Blank Canvas - Capítulo Único


Escrita por: moonsauro

Notas do Autor


Primeira história com o NCT, espero que gostem e perdoem qualquer erro! Façam uma boa leitura ~ ♥

Capítulo 1 - Capítulo Único


Frustração era o sentimento dominante no corpo de Lee Taeyong, mesmo cansado, tomado das familiares dores por empurrar seus limites, não conseguia deixar que as necessidades de descanso fossem maiores que seu anseio por uma fuga. Precisava distrair sua mente. Precisava limpar as imagens que lhe feriam, mesmo que por meros segundos; precisava expulsar Chittaphon Leechaiyapornkul de si, de sua mente, de seus sentimentos.

Chittaphon, não. Ten, ele prefere Ten, corrigiu a si mesmo.

Precisava livrar sua sanidade. Mesmo sabendo que era tarde demais para salvar alguma parte de si, continuava tentando. Pois aceitar facilmente que sua paixão secreta só tinha olhos para o carinha de Chicago, era impossível. Aceitava o fato de que John Seo conhecera o tailandês primeiro, e que eram praticamente grudados desde então.

Somente não aceitava que o encanto de Ten fosse tão óbvio, e o Seo nada parecesse notar. Não conseguia aceitar que os olhos de sua paixão parecessem iluminar como o céu noturno repleto de estrelas, diante de Johnny, enquanto o mesmo era tão obtuso à tudo. Taeyong não aceitava ser tão fraco e não encontar coragem de enfrentar os próprios sentimentos e mesmo sabendo o provável fora que levaria, pôr sua cabeça à prêmio ao tentar ter o coração do artista.

Soltou um som meio alto, do fundo da garganta, ao acabar no chão. Mal sabia se conseguiria sair dali, nem importava no momento. O amadeirado escuro que cobria a superfície do salão de dança número 04, estava frio, agradável. Taeyong fechou os olhos, quase chorando de exaustão, ainda que a grande responsável pelas lágrimas fosse sua mente. Ninguém nunca disse que amar era fácil, ele bem sabia.

Mas amar Ten é o pico de toda dor humana, na opinião dele.

Não contou as horas, nem quantas vezes ouviu o celular tocar alto, meio abafado pelo som que ecoava no salão através dos auto falantes. Queria estar com a mente entorpecida e fora de qualquer lógica, queria não ter as imagens de Ten dançando no escuro por trás de suas pálpebras fechadas. Quando conseguiu levantar, soltando baixas reclamações, sabia que a noite já ia avançada e que pular o almoço, lanche, depois o jantar o faria parar no hospital, contando o esforço que fizera.

Porém seu estômago estava fortemente embrulhado, comer seria pedir para passar mal em seguida. Apanhando a mochila no chão após desligar o sistema de som, caminha lentamente para fora do lugar, apagando as luzes em seguida e trancando a porta. Sua próxima parada era uma das cabines com chuveiro no vestiário masculino, então poderia dar sua rotina por encerrada e ir para casa.

A movimentação de alunos em algumas das alas da universidade estava quase escassa àquela hora da noite, porém muitos estavam seriamente trabalhando em algum projeto de seus cursos, ao contrário de Taeyong, que usara seu treino como desculpa para se martirizar. Não prestou atenção nos poucos rostos que encontrou no vestiário, lançando algum cumprimento vago para quem falou consigo.

Sob o jato de água morna, tentou relaxar o máximo possível, porém as imagens diversas de Ten não o abandonavam. O sorriso que parecia carregar o sol, cada traço delicado do rosto que eram como uma obra de arte exclusiva separadamente e juntas formavam a perfeição... O corpo magro e pequeno tão atraente, a pele clara que formavam contraste com os cabelos escuros em um corte ousado e jovial.

Simplesmente perfeito. E Taeyong o adorava, como um fanático apreciaria a tela perfeita. A obra rara que poucos olhos pareciam reconhecer. A voz do tailandês era para o mais velho, uma música que o tocava em todos os recantos da alma, com uma melódia doce e mais que marcante. Delicado em gestos e tão bom no que fazia! Ten era uma junção das artes, tão perfeitamente, que deixava o Lee sem fôlego.

Porque seus olhos não vêem à mim? Ecoou a pergunta pela milionésima vez apenas naquela dia, fazendo o rapaz encostar a testa nos ladrilhos frios da cabine no banheiro, o jato de água desligado após o corpo estar limpo. Levou mais alguns minutos antes de finalmente sair e secar o corpo, já estava só ali dentro, vestindo a muda de roupas que trouxera.

Checava as mensagens no celular, enquanto caminhava pelos familiares corredores do prédio. Tratou de acalmar os amigos e seus pais - deveria ter deduzido que Yoonoh ligaria para seus pais após as 37 chamadas não atendidas -, que estavam um tanto preocupados consigo, já que passara mais da metade do dia sem dar nenhum sinal de vida. A ida até o estacionamento foi silenciosa, não encontrando ninguém no caminho, logo saiu do campus em busca do caminho de casa.

***

E lá estava, mais uma vez, Ten desenhava Johnny enquanto o mesmo lia algo distraidamente. Ambos ocupavam uma mesa do refeitório junto de outros dois amigos;  porém os olhos de Taeyong somente viam sua paixão focada em outra pessoa que não ele.

- Deveria entregar aquele poema para ele, hyung. - Yoonoh disse, abandonando o lanche por um momento. - Sabe que esse é seu último ano aqui e talvez não volte a vê-lo.

O fato de o mais novo apontar o óbvio não ajudou o Lee, porém nada disse, apenas soltou um longo suspiro. Claro que o Jung estava certo, e Taeyong vinha carregando aquele poema em sua mochila tinham longos meses, ainda que não visse um ponto claro em entregar o amontoado de palavras à Ten. Não sabia que grande mudança traria para sua vida deixar o outro saber que mais alguém era apaixonado por si.

Obviamente não era o único. Ten era extremamente sociável, estando sempre cercado de admiradores, amigos ou ambos. E nesses círculos sempre haviam os que mantinham interesse no rapaz. Menos Johnny, que claramente era dono da atenção do menor.

- Eu acho que o Jae está certo. - Yuta comentou, levando um suave tapa por usar aquele apelido antigo para o Jung. Após rir baixo e segurar as mãos do maior, continua. - O pior que pode acontecer é ele se dar conta do que todo mundo já sabe.

Aquilo tirou a atenção  do Lee da figura de Ten, gerando um olhar questionador intenso na direção do japonês. Porém quem respondeu a pegunta implícita no silêncio de Taeyong, foi Dongyoung.

- Qual é, hyung... Você o encara durante qualquer oportunidade que tem, não disfarça isso e acha que mais da metade da universidade, incluindo os amigos dele, não deram isso como óbvio?

O olhar dele demorou-se em Dongyoung, que desviou o seu para o lanche a sua frente, raramente alguém conseguia manter contato visual com Taeyong. As orbes escuras do Lee pareciam despir a alma se qualquer um.

- Nada disso muda o fato de que ele só tem olhos para o Seo. - foi toda a resposta dada, ainda que bem no fundo ele estivesse reconsiderando a ideia de entregar o poema à Ten.

***

Eram quase meados de abril, mais um semestre estava acabando e a formatura de algumas turmas estava chegando. Ten tinha acabado de sair de uma das aulas teóricas do dia quando alguém com um rosto vagamente famíliar lhe parou por segundos.

- Por favor, leia com carinho. - e após lhe entregar uma folha dobrada cuidadosamente, seguiu o caminho oposto ao seu apressadamente.

Ten abriu a folha ali mesmo, em meio ao corredor, alheio à quem passava por si. A sobrancelha arqueada em questionamento, deu lugar à uma expressão de testa franzida e olhar confuso. No papel havia um poema.

"Mancha-me com suas cores, sejam elas quais forem
Deixa seus dedos pequenos fazerem de minha pele sua tela
E pinta em mim o retrato que desejar.
Olha para mim como fazes com ele,
Que mal sabe notar o que teu coração anseia.
Mancha-me, com cores que tão perfeitas à ti parecem,
E colore essa tela vazia que sou.
Deixa seus olhos de estrelas encontrarem em mim
O compasso perfeito de uma dança eterna.
Mancha-me desse amor,
Que é a única cor que encontro em meus dias.
- TY."

Ainda que sua mente estivesse atordoada, o coração de Ten batia acelerado, os olhos cheios de lágrimas carregadas de sentimentos diversos. Era ele tão óbvio em seu amor por Johnny? Havia mesmo alguém que o quisesse como queria ao americano? Olhando na direção que o rapaz de olhos grandes e cabelos cinza seguira, impulsivamente tentou refazer os passos do mesmo, ainda que soubesse que seria em vão.

Logicamente reconhecia a figura de Lee Taeyong, o admirado melhor dançarino de sua turma, belo, quieto e um tanto misterioso. Sabia o que diziam sobre o Lee o observar no refeitório durante longos três anos, porém desde que conhecera Johnny, seu universo inteiro era o Seo. Ten odiava a ideia de magoar alguém mesmo não sendo seu desejo, por isso tentou encontrar o dançarino.

Mas o que faria então? Agradeceria as palavras e pediria desculpa por não o amar? Sabia que se a situação fosse consigo, a dor o deixaria sem condições para nada por sabe-se lá quanto tempo. Pensou, então, ser o silêncio a melhor resposta. De forma que refez seus passos e voltou a encaminhar-se para a oficina de artes; não havia nada que pudesse realmente fazer, não podia transferir seu amor por Johnny nem que quisesse.

Então com o coração pesado, naquele dia ele coloriu um céu de nuvens cinzas, contra a tela branca. As cores que o lembravam um olhar intenso que o seguiu por todos aqueles anos desde que destacara-se na universidade. Claro que ele sabia parcialmente, mas ser amado por Lee Taeyong não mudava o fato de desejar que fosse por John Seo.

Fim.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. ^^

Dêem muito amor ao NCT e em especial ao couple TaeTen ♥

Qualquer coisa me chamem no twitter: @poshamands e vamos conversar. Foi isso e até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...