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História Bless Yourself - That the pain you feel


Escrita por: doctorjaljal

Capítulo 40 - That the pain you feel


Harry pov.

 

Gritos histéricos, era tudo o que eu podia ouvir quando aterrissamos no pódio do primeiro lugar.

Ninguém imaginou que a última prova ia terminar assim.

O começo foi normal, o campo estava coberto de pessoas usando camisas coloridas, bandeiras das escolas e das duas casas de hogwarts que estavam competindo, muitas pessoas torcendo para seus favoritos e etc.

Ao chegar no campo, os gritos aumentaram, e quando nos colocamos em nossas posições, à espera do sinal do canhão para nos mandar para dentro do escuro labirinto, tudo parou e a cena congelou.

Na minha cabeça, estava um silencio ensurdecedor.

Estava acontecendo.

A última prova.

Eu estava ciente de que o ministro estava falando, estava ciente do discurso de Dumbleodore que seguiu, nos encorajando a sermos bravos e dizendo que o labirinto iria nos testar, dizendo aquele papo encorajador que devia estar sendo comovente para a plateia, mas que para mim não estava sendo associado, eu estava ciente de tudo, eu só não era capaz de ouvir.

Quando o tiro de canhão indicou que era para eu e Draco entrarmos soou eu olhei para ele, vendo que ele sorria, e isso bastou para que minha mente voltasse a funcionar, sorrindo também e dando a partida para começar a correr.

Era só entrar naquela porcaria ali e achar uma taça né?

Feito.

Eu entrei naquele corredor feito de uma parede de mato vivo, que fazia barulho como se estivesse com fome e se movia como se fosse me engolir, mas honestamente, não servia para me intimidar.

Minha vida sempre foi feita de sobreviver a tragédias, mas hoje eu ia ganhar essa porcaria.

Disso eu tinha certeza.

Eu não aguentava mais ouvir as pessoas dizerem o quão corajoso eu era, o quão forte eu havia sido a vida toda, o quão competente eu era, enchendo o meu saco com um papo que nunca foi real e estava muito longe da realidade.

Eu era só um garoto que teve pais que me amaram tanto que eles deram sua vida para que eu sobrevivesse, mesmo que isso significasse que eu teria que viver morando no armário embaixo da escada da casa dos meus tios que me odiavam e não viam a hora de eu finalmente morrer de desnutrição e eles não terem mais que lidar com o peso que era a responsabilidade de cuidar de um órfão, que além de não ter nada, era a lembrança de um mundo que eles odiavam.

Eu também era só um garoto que não tinha culpa de ter sobrevivido a um ataque e levado a vida de um grande vilão, que no último momento de sua vida parece ter jurado que não ia me dar sossego, porque meus primeiros anos em hogwarts foram um verdadeiro inferno.

A diferença dos meus quatro primeiros anos desse era que dessa vez minha vida estava correndo risco enquanto uma plateia das maiores escolar da Grã-Bretanha assistia, porque minha vida esteve sob risco desde o meu primeiro ano.

Primeiro ano, eu com meus 13 anos e muita curiosidade pelo mundo que eu estava me levaram a me envolver com a pedra filosofal, que estava dentro da escola porque Dumbleodore tinha síndrome de herói e achava que a escola era o lugar mais seguro do mundo, mesmo tendo um professor comensal que escondia Voldemort na nuca bem de baixo do próprio nariz, que insistia em querer a pedra, que só perdeu por sua ambição, porque se fosse por poder, meu corpo estaria lá até hoje.

Mas claro, não podemos esquecer da câmara secreta, também de baixo do nariz dele, dentro do banheiro onde tinha o exato fantasma que morreu no ataque do basilisco no ano em que Tom Riddle abriu a câmara pela primeira vez, sendo que na segunda ele usou a pequena Gina Weasley, que foi guiada pela lembrança daquele adolescente idiota para cometer atrocidades absurdas, causando vários desastres e quase matando muitos alunos.

Um louco desvairado, eu sei, mas quem teve que matar o basilisco? Isso mesmo, eu de novo, porque o diretor estava afastado da escola por causa dos ataques, deixando os alunos ainda mais vulneráveis, mas por isso eu não posso culpar totalmente o diretor, o meu querido sogro, Lucius Malfoy, teve muita influência nessa área, causando a discórdia pelos corredores do ministério e colhendo frutos com o afastamento do diretor.

Meu terceiro ano só foi tranquilo porque o diretor parecia absurdamente ativo, pesquisando coisas e procurando sobre magia negra, tentando entender o que era o diário, o que era aquela magia tão forte que poderia prender uma parte especifica da alma de Tom Riddle, fazendo ele ter a capacidade de possuir uma aluna e tentar ressurgir através do corpo dela.

Parecia ser uma magia muito poderosa para o nosso querido diretor não saber, na época eu levei na boa, afinal, um ano para ficar tranquilo e não precisar salvar a escola pela terceira vez, porque sério, nem era minha obrigação fazer aquilo tudo, mas mesmo assim eu era levado a ter que as fazer, mesmo que para salvar a minha própria pele.

Pelo menos não tinha plateia.

Mas aí veio, meu quarto ano, o ano em que eu achei que minha vida poderia ser pior do que de fato era, afinal, pais mortos era até ok depois de um tempo, mas um padrinho preso por ter colaborado com a morte dos meus pais e um professor lobisomem que apesar de ser o melhor professor que já tive ele era, na verdade, melhor amigo dos meus pais da época da escola e noivo do tal padrinho presidiário?

Eu quase me questionei se estava de fato vivendo ou se era tudo um sonho.

Mas ai o tal padrinho era inocente, o culpado era um terceiro amigo que estava vivendo na formas animaga de um rato, escondido a anos na família do meu melhor amigo, causando a prisão injusta do meu padrinho e, por consequência, me obrigando a ter vivido minha vida toda morando com meus tios que me odiavam sendo que eu podia ter tido a melhor infância do mundo morando com os melhores amigos dos meus pais, que os conheciam e sabiam como eles queriam me criar?

Não sei qual foi a força que me impediu de deixar Sirius matar aquele rato nojento, mas ele morto não ia garantir que Sirius fosse solto, vivo, ele era a prova de inocência que meu padrinho precisava para viver a vida como um homem livre.

É incrível como caminhar por aqueles corredores te faziam pensar, porque eu sentia que poderia perder dias ali, apenas pensando no quão desgraçada tinha sido a minha vida, fazendo um ponto de luz acender na minha cabeça, apontando a varinha para frente e murmurando o feitiço do patrono enquanto me lembrava do dia em que meus padrinhos e eu fizemos um acampamento na parte de fora da nossa casa, ouvindo Sirius murmurar sobre cada constelação, vendo o dementador desaparecer.

Eu tinha certeza de que era um bicho papão, porque dementadores de verdade não se assustavam com tão pouco, mas ainda sim preferi ir para o feitiço mais avançado do que testar um ridikulus e me dar mal.

Se eu sei o feitiço, bora fazer né?

Virei alguns corredores, o silencio mortal mexendo com a minha cabeça enquanto eu continuava a andar, correndo um pouco quando as paredes começavam a se colar uma na outra, excluindo uma fileira inteira, me obrigando a correr e virar logo em seguida.

Era como se o labirinto me levasse para onde ele quisesse, a questão era que tinha muitos animais estranhos nos corredores que ele queria que eu fosse, e ter que lutar contra um explosivin não era a melhor coisa do mundo, porque além de serem feios como a peste, eram muito fedorentos e tinham um rabo que poderia me matar, então tentei finalizar aquilo rapidamente, correndo quando ouvi barulho de mais bicho chegando, virando para um corredor onde tinha umas 50 aranhas gigantes, usando o feitiço para mandar todas voando para o diabo que o parta, seguindo em frente.

Logo tinha uma espécie de inferno, muitas mandrágoras bebês espalhadas no chão, gritando em plenos pulmões, como se quisessem me matar, o que eu não duvidava, me obrigando a lançar um feitiço de silencio, correndo por ali antes de tentar me matar enfiando a cabeça dentro da parede viva.

Eu sabia que a terceira prova seria difícil, mas eles colocaram tanta coisa bizarra ali dentro que quando eu finalmente vi a taça eu não acreditei.

Não tinha nenhum sinal de ninguém por perto, e isso me preocupou.

Eu corri na direção da taça, vendo o chão tentando agarrar meus pés, fazendo o meu melhor para correr mais rápido do que as raízes tentavam me agarrar, chegando ao lado da taça e vendo que ela tinha um brilho diferente do normal para uma taça, mesmo que fosse uma taça de um torneio magico importante e blá blá blá.

Eu não precisei nem sentar para esperar, porque logo em seguida eu vi o cabelo loiro irreconhecível do meu namorado, vendo ele abrir um sorriso e vir até mim, seguido de Viktor, que carregava Fleur no colo, no estilo noiva.

Ela parecia machucada, como se tivesse sido atacada por um explosivin bem revoltado, e eu achei admirável a postura do búlgaro de a trazer, preocupado de deixar ela largada naquele lugar assustador.

Encaro os dois garotos, esticando a mão para Draco e vendo que ele segurou a de Viktor, os dois sorrindo para mim enquanto eu finalmente entendia do que o torneio era feito.

Além da glória eterna, ele tinha a intenção de deixar a rivalidade de lado e fazer amigos, e ali, no meio daquele lugar sombrio e cheio de coisas perigosas, eu percebi que aquele ano me proporcionou amizades que eu levaria por toda a minha vida.

Então foi com muita satisfação que eu segurei na alça da taça, sentindo ela nos puxar para o palanque, todos no primeiro lugar, a taça na minha mão enquanto eu e Draco tínhamos nossas mãos unidas firmemente e Viktor segurando na outra mão do loiro.

A plateia surtou, gritando muito alta as mais variadas palavras de admiração, os professores vindo até nós, sorrindo orgulhosos enquanto aplaudiam, todos com aquela aparência de “nós sabemos que burlaram a regra do torneio, mas adoramos a iniciativa”.

Lógico que eu sabia que eles iriam perguntar, e partiu de Viktor responder que quando chegaram, eu já estava ao lado da taça, o que me tornava o campeão do torneio, mas ninguém deu muita ênfase aquele fato, declarando que todos os campeões haviam ganhado o torneio, declarando orgulhosos que aquele era o propósito do torneio.

Claro que teve um discurso muito mais elaborado, mas eu não conseguia me apegar as palavras que eles usaram para explicar o porquê de termos aparecido juntos ali, eu só conseguia encarar o troféu que nem era tão bonito assim enquanto pensava no quão feliz eu estava por tudo ter acabado.

Eu já havia fantasiado várias vezes com o final do torneio, mas nunca tinha parado para pensar em qual seria a minha reação se ao final de tudo eu fosse o vencedor, me virando para Draco e vendo aquele sorriso orgulhoso dele, me enchendo de felicidade de forma instantânea.

Eu tinha ganhado.

E o torneio finalmente tinha acabado.

Larguei a taça de qualquer jeito no chão, pulando nos braços de Draco no exato momento em que ele vinha na minha direção e me apertava entre seus braços, sentindo aquele amor tão grande me encher enquanto nossos amigos corriam na nossa direção e nos davam um abraço coletivo, felizes por nossa vitória.

E eu realmente estava muito feliz, aquela confusão toda tinha acabado, eu ia poder aproveitar meu último ano inteiro e vivo, sem nenhuma recordação ruim do torneio, apenas a felicidade por ter sido o campeão, mesmo que eu nunca tenha ligado para ser campeão de alguma coisa exceto do quadribol.

Merlin, no próximo ano teríamos quadribol de novo.

E eu tinha meus padrinhos.

Uma casa cheia de amor para passar as férias.

Amigos que me amavam e que queriam fazer vários passeios.

Um namorado que me amava.

Meu último ano ia ser perfeito.

— Você está feliz? — Draco me perguntou, Sirius e Remus se aproximando para ouvir minha resposta enquanto eu olhava em volta e pensava no quão sortudo eu era.

— Sim, mas não é por ter ganhado o torneio. — Digo com um sorriso, vendo Ronald correr e pular em Viktor assim que ele entregou Fleur para a Madame Ponfrey, enchendo o búlgaro de beijos apaixonados.

— E por que? — Remus perguntou, apenas para ouvir minha resposta, sorrindo para mim quando eu sorri por ele.

— É por ele ter acabado. — Digo com sinceridade, ouvindo todo mundo rir e recebendo um beijo de Draco no meu rosto, tendo Sirius vindo me abraçar, todo afobado e feliz.

E o torneio havia finalmente terminado.



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