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História Blind - Mein Stern


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Olá!!!! Olha quem voltou após um hiatus enorme? Eu mesma!
Primeiramente, eu sei que todo mundo quer me matar ou provavelmente nem lembra mais da fanfic, mas estou de volta para completar a fanfic e lhe dar um final digno. Eu não sei quantos ainda estão interessados, mas quero pedir a todo mundo uma DESCULPA enorme e bem grandona mesmo. Foi muito chato não ter avisado a vocês que entraria em hiatus e ele acabou sendo maior do que até eu mesma esperava.
Mas de qualquer forma, quero agradecer demais mesmo quem chegou comigo até aqui. Eu tentei fazer o melhor e mesmo que não seja a melhor fic, é uma honra ter conseguido cada um de vocês para lê-la comigo. :)
Enfim, vamos ao capítulo...

Capítulo 17 - Mein Stern


Parte III

“Olhar para trás em seus olhos

Eles são tão claros e puros

Viva o momento agora

       Ele pode ser apenas infinito”  

 

Erik sabia.

Desde o primeiro momento que havia posto os olhos em Charles, ele não tinha tido outra escolha a não ser se apaixonar. Como uma pintura rara de algum mestre famoso, ele apreciava o bailarino tal qual fosse a coisa mais linda que já tinha posto os olhos. Ainda mais quando ele ria, com vontade mesmo, jogando a cabeça para trás, os cabelos negros bagunçados e a boca rosada aberta em um sorriso bonito.

O magnata amava tanto aquilo que estava apreciando a cena do moreno e de Hank McCoy conversando animadamente como se fosse o melhor show disponível na temporada. Ele os observava de longe, mal conseguindo entender o que os dois diziam, mas apenas por ver Charles feliz daquele jeito, Erik se deu conta de que não se importava de gastar alguns minutos os observando. Não. A verdade é que ele trocaria qualquer coisa que o oferecessem por aquela cena.

Depois do acidente que deixara Charles tão fragilizado – onde ele passara dias contínuos tão triste e abatido, pois, mesmo com as sessões de fisioterapia, o balé permanecia distante – Erik havia decidido que iria ajudá-lo a encontrar um novo objetivo, uma nova vocação. E o que poderia ser melhor do que a literatura que o moreno tanto amava? Então, saiu de casa indo atrás do melhor professor que poderia encontrar e só voltou quando já se estava na companhia do, surpreendentemente jovem, McCoy.

O magnata esperava encontrar alguém velho, que carregasse uma vida cheia de histórias que servissem como lições de moral, mas o professor literário era jovem, com olhos azuis escondidos atrás de armações grossas e um rosto liso que deixava à tona sua pouca idade. Charles o estranhou de início, ainda rabugento pelo que havia perdido, mas não foi preciso muita insistência do professor para que ele se rendesse. Logo, os dois passavam horas a fio lendo, declamando e analisando trabalhos de poetas de toda a Europa e até mesmo do Oriente e das Américas. A recuperação do bailarino então avançou em poucos dias o que não avançou em semanas e ao vê-lo tão bem, Erik sabia que estava grato. Grato como nunca havia estado em toda a sua vinda até então.

Houve um tempo depois, um dia que Erik encontrou o moreno sentado em uma cadeira olhando para o jardim dos fundos com uma cara risonha. O ruivo se aproximou dele com cuidado e logo perguntou:

– O que é engraçado?

Charles fez um sinal para que ele ficasse quieto e com um meneio da cabeça apontou para Hank McCoy e Raven que conversavam no jardim. A bailarina tinha seu jeito desenvolto presente, mas o professor parecia mais como um garotinho tímido que havia descoberto pela primeira vez o que é uma paixonite.

– Eu não tomei cuidado e acabei dizendo à minha irmã que Hank está gostando dela...

– Ele está???

– Essa não é a questão, Erik.

– E qual seria?

– Ela disse que não acreditava em mim.

– Não?

– Não – Charles deu de ombros e apontou com um meneio para o jardim onde o, quem sabe, futuro casal conversava. – Por isso ela decidiu que iria tirar a prova por conta própria.

– Oh, pobre professor McCoy. – Erik disse e quando viu que o moreno erguia a sobrancelha para ele curioso pelo comentário, acabou completando – Por experiência própria, se ele gosta mesmo dela, eu posso afirmar que não vai ser fácil convencer sua irmã. Aparentemente, as pessoas da sua família são muito cabeças-duras.

Charles fez uma careta como resposta, mordendo o lábio inferior como se estivesse se segurando para não dar uma bela resposta.

– Sem ofensas – Erik comentou provocador.

– Nenhuma. Enfim, como eu ia dizendo, talvez eu esteja em maus lençóis já que é bem provável que Hank perceba que eu estava com a boca grande demais e deixei algo sobre isso escapar. Ele com certeza não vai querer voltar por causa do constrangimento.

– Ah-hãm – o magnata confirmou com um grunhido. Era engraçado como os dois encaravam a cena no jardim como se fosse um bom filme a não ser perdido, mas o máximo que conseguiam entender eram algumas palavras perdidas e nervosas do professor. O ruivo estava tão distraído que não notou o tapa do mais novo vindo de encontro a seu braço e acabou reclamando mais pela surpresa do que pela dor – Ai!

– Sabe, essa é a parte que você me tranquiliza...

– E é suposto eu te tranquilizar como, Charles?

– Não sei. Talvez dizendo “Não se preocupe Charles, o valor que eu pago ao professor McCoy não vai permitir que ele o abandone”.

– Acho que isso não vai adiantar muita coisa...

– Por que?

– Porque faz muito tempo que eu não pago nenhum valor ao professor. Na realidade, acho que ele aceitou apenas durante a primeira semana.

– Então, por que ele vem?

– Deve ser porque ele aprecia estudar literatura em sua companhia? Assim, só um palpite. Afinal não acho que ele ficaria, horas a fio, analisando poesias se ele não gostasse.

– Eu já disse que você está muito debochado hoje, Lehnsherr?

– Não, hoje não – Erik riu. O moreno riu junto e ele não podia negar que adorava ver Charles naquele estado. Suas pernas machucadas e a perda do balé quase pareciam um problema de outra vida naquele momento e a única coisa que importava era em como mais novo parecia feliz. Tanto que eles não se tocavam a muito tempo, mas ainda assim o magnata sentia-se completo. Ter Charles por perto era o que importava. Era o que o completava. Respirou fundo e então ia perguntar algo, mas nunca foi capaz porque Hank McCoy apareceu de repente apareceu ao lado deles.

O literato tinha as bochechas avermelhadas e a boca contorcida pelo nervosismo. Com uma rápida olhada os dois verificaram que Raven ainda estava no jardim e não o seguia. Apenas o olhava atentamente de longe.

– Charles. Lehnsherr. – Ele primeiro os cumprimentou para então continuar – Com a licença de vocês, irei retornar para casa. Lembrei que preciso completar minha pesquisa sobre um autor russo e ainda falta muita leitura.

– Eu já falei que pode me chamar de Erik, professor – o ruivo falou.

– Sinta-se à vontade, Hank – foi Charles que seguiu com a conversa. – Boa pesquisa, mas espero te ver em breve. – Era óbvio que a pesquisa era apenas uma desculpa para que ele se sentisse seguro longe de Raven, mas o moreno esperava de coração que ele não cogitasse desaparecer de vez.

– Claro, claro. Assim que possível nós continuamos a leitura sobre Neruda.

– Seria ótimo.

Ambos sorriram um para o outro e com um meneio de cabeça Erik se despediu do literato. Eles o acompanharam com o olhar e poucos segundos depois não havia mais nenhum vestígio do McCoy no aposento; então, só aí que Raven começou a se mexer e se pôs em direção ao irmão e ao magnata.

– Provavelmente, você tem razão – a loira disse sucinta se dirigindo a Charles.

– Talvez você não devesse tê-lo intimidado de tal forma. Assim, só uma sugestão.

– Ele é uma graça – Raven tinha um sorriso quase bobo no rosto. – Eu posso não ser a mulher mais bonita que existe na cidade, mas sei que sou bonita o bastante para não ser ignorada daquele jeito. Então das duas, uma: ou ele gosta de mim ou ele não me suporta.

– Se ele não te suportasse, não me ficaria me fazendo perguntas sobre você.

– Tem razão, irmãozinho – a loira deu de ombros. – Agora acho que já deu o meu horário de ir, com a licença de vocês...

– Por que não janta conosco? – Erik perguntou educado.

– Eu não quero atrapalhar o casal – respondeu sucinta. – Tchau, irmãozinho. Tchau, Erik. Venho visita-los assim que possível.

– Tchau, Raven – o ruivo a respondeu, mas o irmão apenas revirou os olhos e fez um aceno rápido com a cabeça tentando disfarçar que havia ficado envergonhado pelo comentário. O fato deles serem um casal, para qualquer um que os conhecesse, era meio que óbvio, mas Charles ainda estava se acostumando. Era estranho terem deixado de ser um caso que o moreno contava sobre para a irmã e para a melhor amiga meio sussurrado e entre risinhos, e agora serem um casal de fato. Eles ainda não haviam estado juntos outra vez, mas apenas porque ele ainda se sentia frágil e sabia que Erik era um cavalheiro que não o apressaria e esperaria pelo momento adequado pacientemente.

 

xXx

 

Já era noite, eles haviam jantando juntos e agora Charles lia um romance espanhol que Hank havia lhe recomendado. Não era muito bom na língua latina, mas com paciência ele se aprofundava na história um pouco de cada vez. Estava distraído com a personagem principal que enfrentava um dilema terrível quando uma voz chamou sua atenção.

– Ei, ainda está acordado?

Era Erik, parado em frente à porta do quarto. Ele tinha um sorriso gentil no rosto e usava um suéter completamente preto.

– Lendo – Charles respondeu logo voltando a atenção para o livro que tinha em mãos.

– Bom – o sorriso do ruivo aumentou –, isso significa então que você vai me ajudar.

– Te ajudar?

– Com o strudel.

– Que strudel?

– O que eu vou fazer agora.

Agora?

– Sim.

Você vai fazer?

– Sim.

– Por que não pede a Janos que...?

– Eu não vou acordá-lo as... – o magnata fez uma pausa para olhar o próprio relógio antes de completar – onze e meia da noite para isso. Eu prezo pela minha vida.

– Você não pode esperar até amanhã?

– Sinceramente?

– Hm.

– Não.

Charles riu. Os dois foram até a cozinha e enquanto Erik tentava descobrir onde estava tudo que iria precisar, o moreno sentou-se em um dos espaços vazios próximo a bancada e ficou o observando calado. Ele pensava sobre o início daquele tudo, como se conhecerem e como o ruivo teve aquele jeito nada discreto para se aproximar. O que veio depois não foi nada fácil, já que os dois eram cabeça dura e, Charles tinha que admitir, ele era o pior dos dois.

Mas tinha que admitir, ele estava feliz pelo destino ter mostrado a ele o quanto estava errado. Bem, claro que não estava feliz sobre o acidente que sofreu e, muito menos, sobre abandonar o balé. Primeiro havia sido algo tão assustador que ele tinha pensado até mesmo em desistir de tudo nos momentos mais difíceis, mas agora ele via que existia muito mais o que ele pudesse fazer.

– O que você está pensando? – A voz de Erik interrompeu seu devaneio. O ruivo passou uma faca e maçãs para ele enquanto voltava a cuidar da massa do strudel.

– Acho que... feliz por estar com você.

– Você acha?

– Não seja bobo. É só maneira de falar... – Charles deu um meio sorriso e voltou a atenção para as frutas que tinha que cortar. Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, mas não demorou muito já que Erik sujou o nariz do moreno com farinha. – Erik! Que diabos, você-

– Eu acho que você fica mais bonito assim.

– Que?

– Não seja bobo. É só maneira de falar... – o ruivo repetiu o que ele disse zombador.

– Espere, você me acha mais bonito sujo de farinha?

– Não, claro que não. Eu te acho mais bonito enquanto me dá atenção.

– Você consegue ser muito narcisista sabia?

– E você me ama do mesmo jeito.

– É.

– É?

– Sim, eu sou um idiota que te ama do mesmo jei- – Charles não conseguiu terminar de falar porque foi interrompido por um beijo. Erik o tinha pego de surpresa, mas mesmo assim não havia nenhuma resistência da parte dele. Os braços do mais velho o abraçaram e ele pode sentir suas mãos procurando um caminho através de sua roupa para sentir sua pele. Ainda enquanto se beijavam, o ruivo segurou seu corpo e o pôs em cima da mesa. O calor que emanava dos dois era enorme e o gemido que Charles deu quando o outro parou de beija-lo para mordiscar de pescoço foi tão alto que ele temeu que os empregados fossem ouvir.

– Erik, pelo amor de Deus não... – o moreno começou a dizer enquanto o outro abaixava suas calças.

– Desculpe, desculpe – Erik disse entre um grunhido. Ele levou as mãos para longe tentando se controlar para não agarrar o mais novo imediatamente. – Você disse que me ama e eu não consegui me segurar...

– Não, seu tolo. Eu só quis dizer que aqui não...

– Hm?

– Por favor, só me leve para o seu quarto – Charles completou. – Agora. Por favor. Eu não sabia que eu precisava de você esse tanto até você me beijar, mas...

– Mas?

– É isso. Eu preciso de você dentro de mim. Então, apenas me faça seu hoje. Apenas isso.

Erik sorriu e quando Charles o puxava para mais um beijo, ele o pôs nos braços e subiu as escadas. Ele era um homem de muitos defeitos, mas amava o mais novo pois ele lhe trazia à tona coisas boas que até ele próprio desconhecia. Estava tão apaixonado que sabia que se ele lhe pedisse a lua, ele daria um jeito de realizar sua vontade. Porém, naquela noite, a lua e tudo o mais ficaria para depois, afinal o que eles apenas precisavam era do corpo cheio de desejo um do outro.


Notas Finais


O próximo capítulo será o final e vai ser quando vamos nos despedir apropriadamente desses dois. Espero que tenham gostado do cap de hoje. Tentei fazer o mais bonitinho possível :)
Se tiverem algum pedido para o próximo capítulo, podem falar que eu vou incorporar o máximo de coisas que conseguir. Isso envolve ships, cenas fofinhas, falas, qualquer coisa
Obrigada por lerem e se puderem deixe aquele comentário fofo (e também me dando um esporro pela demora eu deixo) <3
Até o próximo cap! õ/ ~


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