Escrita por: kwgguk_
Olhando pela janela do avião... foi assim que passei aquelas longas horas até chegar em Xangai, com o coração apertado, as mãos geladas e sem saber o que fazer. Será que eu consigo? Estou tão sobrecarregado... sinto que mal consigo respirar. Contando que era a primeira vez que eu havia saído do país, tudo estava me deixando assim. Enganar Mino era algo, mas enganar G-Dragon... são duas coisas totalmente diferentes. Mino é um cara cheio de emoções guardadas pelos traumas de crianças, mas quando é para ter raiva sempre é mais que o normal. Ele confia nas pessoas erradas, porque é um idiota como o pai e o avô. G-Dragon... mesmo sendo um boato, ele matou o próprio pai. Ninguém está acima dele, apenas abaixo.
O que me deixava ainda mais nervoso era lembrar que eu tinha apenas uma semana... uma semana para provar os crimes de G-Dragon, estando bem próximo dele. Jogando do lado do inimigo, esperando a hora certa de atacar sem que ele perceba que sou eu o culpado. Quando se der conta, estará dentro da cadeia. Nós estamos falando de prisões chinesas, aquelas com segurança acima da máxima.
Eu estava morrendo de saudades de Jiyeon, não a vi antes de ir para o aeroporto. Estou preocupado... querendo saber o que ela está fazendo, se está bem e abraçá-la forte. Só queria poder falar com ela antes que algo de ruim acontecesse nessa viagem, assim eu poderia ir embora deste mundo em paz e feliz. Nem ao menos estava me preocupando em observar todas aquelas coisas chiques que estavam ao meu redor, pois olhar para a janela me deixava relaxado.
* - Está tudo bem, Jungkook? *
- Sim. - confirmei, fingindo estar falando pelo telefone para não parecer um idiota falando sozinho.
* - Suas crises de pânico começaram de novo? Como você pediu, meu pai está indo regularmente no seu apartamento e achou seu remédio. Imaginei que nesses momentos esteja precisando dele. *
- Eu deixei não levei comigo, porque iria estragar o disfarce. - expliquei.
* - Quando voltar para Seoul, eu irei devolver para você. Não pode ficar sem ele, merda! Você usa desde que seu pai morreu e agora acha que pode simplesmente, parar de usar? *
- Taehyung, é só um remédio idiota. Eu tenho que aprender a lidar com as coisas sem remédio. - pausei e respirei fundo. - Eu não preciso dele!
* - Vou entregar o remédio para o Zitao e pedir que ele vigie você para ter que tomar sempre que isso começar. Se eu descobrir que não tomou, eu irei esganar você na primeira oportunidade que aparecer! *
[...]
- Olá, garoto! - exclamou G-Dragon quando entrei no carro e sentei no banco de trás, ficando de frente para ele. O carro era bem grande... parecia uma limusine. O mesmo tirou os óculos escuros e os deixou no colo. - Teve uma boa viagem? Porque fiz questão que Mino escolhesse um bom lugar para você.
- Claro! - sorri, concordando. - Pois sou uma carga muito preciosa, como esmeralda.
- Com total certeza. - argumentou. - Estou muito feliz que esteja aqui e tenha aceitado trabalhar para mim nesse período! - ele não parava de demonstrar sua gratidão e felicidade.
- Eu que estou feliz em finalmente terem enxergado que sou uma peça importante para o jogo de vocês.
- Você é o nosso coringa, o meu coringa do baralho. - afirmou estando certo de suas palavras, com a maior convicção de todas. - Os outros subordinados de Mino são só barulhos ultrapassados, velhos demais para a revolução que estamos preparando. - pausou. - Eles são tão inúteis, que nem servem como iscas. - suspirou. - Passou a época em que BM, Jiwoo e Jay Park eram nossos queridinhos.
O que ele queria dizer com revolução? O que ele e Mino planejam?
- Então o que pretendem fazer com eles? - indaguei.
- Se fosse por mim, todos eles estavam mortos à tempo, mas Mino ainda insiste que eles são úteis para distração. - replicou. - Se caso descobrirem do plano, eles serão os culpados por terem as mãos na merda toda. Sabe, JK... tudo o que fazem é apenas a ponta de um grande iceberg de séculos.
- Na verdade, eu tenho que discordar de você em uma parte. - afirmei. - Eles não são inúteis, cada um deles tem um talento que ninguém pode substituir, nem mesmo eu. - joguei meu cabelo para trás. - Várias cabeças pensam mais que uma e se querem eu na tal revolução, devem estar cientes que eu trabalho em equipe.
- Eles ficaram tão fracos depois de Radesh morreu, mas pensando bem... desde que chegou, eles andam mais animados, confiantes. - disse, mudando totalmente seu modo de pensar. - Estou gostando da sua perspectiva, JK. Diferente de Mino, que age pela emoção.
- Então, mudando de assunto. Que trabalho devo fazer por aqui? - perguntei.
- Boa pergunta, garoto. - pausou ao arrumar seu terno caro e cinza. - Ying, a pasta, por favor. - ordenou ele para o homem sentado nos bancos da frente, o mesmo em que me levou até o carro ainda no aeroporto.
- Aqui está, senhor. - afirmou ao lhe dar uma pasta grande, mas com poucas folhas.
Ele abriu a mesma e nela havia a foto de um homem, parecia ter em torno de uns quarenta anos e também parecia ser importante pelo relógio caro no pulso esquerdo.
- Esse é Lee Chen Yu, prefeito de Xangai. Faz pouco tempo que o conheci, desde então eu negociava com ele um pouco menos da metade do carregamento de droga que eu sempre mando para Mino de três em três meses. Fora outros favores, como o desvio que ele fazia do dinheiro público... eu ocultava isso e por minha causa, ninguém nunca descobriu. Esse desgraçado me deve uma fortuna alta e só aumenta por conta de juros, eu já enviei e-mails, mensagem e até cartas. - explicou. - Eu quero que você vá até a casa dele e faça um aviso.
- Que tipo de aviso? - indaguei, com medo, mas fazendo o máximo para esconder.
- Faça que ele sinta medo, desespero e logo em seguida. - parou o que dizia e com gesto com a mão direita, fez um sinal de arma e apontou em sua cabeça. - O mate.
Eu engoli seco e fiquei sem saber o que dizer.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.