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História Blood Bund - Só uma Estranha


Escrita por: TiaMayLars

Notas do Autor


Voltando aqui amores (◍•ᴗ•◍)❤


Quero deixar de indicação minha fic com o Yoongi: https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-diario-da-minha-namorada-24395360


Não sei se tá meio blé a fic kkkkkk

Mas espero que gostem

Boa leitura ^_^

Capítulo 3 - Só uma Estranha


-Fiquei sabendo que não quer sair do quarto.

-Só não tenho vontade de sair daqui.

Ele entrou no quarto vendo a menina de baixo das cobertas, observou a mudança na decoração. Novos objetos, roupas de cama e muitas coisas que pareciam bem mais modernas.

Sabia que ela estava de luto, não é algo fácil para se passar, principalmente sozinho. A companhia de alguém que esteja ali para te tirar dessa infinidade sombria que te abraça, para te puxa para longe dessa escuridão. Jeongguk pensou em maneiras de animá-la, tirar a mente um pouco do que aconteceu e pensar em outras coisas.

-O que é isso aqui?

Caminhou para dentro do quarto e apontou para o objeto em cima da mesa de cabeceira.

-É uma luminária de lava e bolhas.

-Não faço ideia do que seja.

Noelle se levantou e ligou na tomada, acendeu a cor alaranjada e o homem se assustou um pouco, fazemos a garota rir.

-Viu, parece com a lava se mexendo. Muda de cor também.

-Nossa eu não sou muito adepto a tecnologia.

-Nem percebi, o que você faz pra passar o tempo se não usa tecnologia? Se sentou na cama.

-Livros ou escuto música, em uma vitrola.

-Você tá preso no século passado. Olha isso Se levantou da cama, andou até o pequeno aparelho de som. Conectou o celular na caixinha de som pelo Bluetooth, o homem observou como se ela estivesse invadindo um computador da NASA – Isso é uma vitrola desse século, toca música que eu quiser pelo meu celular, possibilidades infinitas. Tecnologia conheça o Jeongguk e Jeongguk conheça a tecnologia.

-Muito engraçado, ha ha. Duvido que seja tão boa quanto uma vitrola.

-Se liga vovozinho.

Pesquisou uma música e apertou play, a pequena caixa de som, porém potente ecoou a música Queen, Somebody To Love. A melodia inconfundível da banda fez o Stekel sorrir inconscientemente.

-Muito bom, os anos passam mas tem bandas que sempre marcam história, como essa. E músicos como Beethoven ou Bach.

-É talvez.

Começou a se deixar levar pela música, o homem sentou na beira da cama já que a caixa de música ficava em frente a cama, em cima da escrivaninha. A Noelle ficou de pé e fechou os olhos escutando a música, se prendeu naquele mundo onde não tinha problemas que a música levava, se embalando começou a fazer movimentos sutis balançando o corpo para um lado e para o outro. Deu um giro sacudindo a barra da camisola branca de flores coloridas, se esquecendo que não estava sozinha, começou a dançar em passos simples, se empolgou com a música. Tocou o grande solo de guitarra e a primeira parte da música, bateu o pé no ritmo e entrou cantando junto com Freddie Mercury harmonizando a última frase.

-Find me somebody to love!

Cantou a última frase com sua voz de mezzo-soprano, surpreendo Jeongguk.

-O que foi isso? Sorriu bobo e surpreso, talvez um pouco fascinado.

-Foi mal.

-Você canta?

-Um pouco, enfim tem músicas mais atuais que essa. Conhece o Harry Styles?

-Só conheço para puxar conversa.

-Imagino.

Ficaram em silêncio por um tempo, não sabiam ao certo como continuar o assunto. O rapaz ficou um pouco mais contente por ver que conseguiu tirá-la da cama, era um passo e logo ela sairia do quarto também.

-Escuta, você sabe o que os Volkihar queriam com o pedacinho de céu?

-O que eu sei é que não estava fazendo dinheiro, poucos clientes sabe. Então o senhor Berki fez um empréstimo com esses caras, mas não teve lucro o suficiente para conseguir pagar as dívidas. Então foram cobrar.

-Estavam lá para te matar então?

-Eu acho que sim. A vovó Beca tentou me esconder, mas não conseguiu.

-Quem é a vovó Beca?

-Ela é a mãe do Berki, acho que a primeira mulher que começou a trabalhar lá. Foi o que me falaram.

-Entendi, parece estranho que eles venham até nós já que mataram os responsáveis pela dívida. Talvez, mas só talvez não venham mais e pode viver normal, ir para a escola e essas coisas.

-Vão me pôr na escola?

-Claro, tem que ter algum futuro. Tem que seguir em frente.

-Você diz como se eu soubesse o que quero fazer.

-Não tem nenhuma ideia?

-As possibilidades são muitas, eu posso ser uma ginasta, ou uma veterináriaEle olhava atentamente cada gesto dela, começou a gesticular com as mãos e encenar – Uma policial talvez? Fingiu carregar uma arma.

-Acho que seria supimpa.

-Supimpa? Tá preso nos anos oitenta?

-Não se fala mais assim hoje em dia?

-Claro que não, eu poderia ser médica? Ou uma atrizFez uma expressão triste – Oh não, você me traiu Roberto Carvalho, com a minha própria mãe! Nunca mais quero te ver. Imitou como se fosse uma novela mexicana.

-Uau, que atuação convincente.

-Tá mentindo, foi um lixo.

-Não vou negar, foi meio ruimCoçou a nuca sem graça – Mas pode melhorar, estudando. Sei lá, se realmente quiser isso.

-Ainda não sei, as pessoas falam como se fosse fácil escolher o que fazer pro resto da vida Se jogou no colchão, deitando – Quando se está perdida, é uma das coisas mais difíceis de fazer.

-Eu imagino, não sei exatamente como é. Meu pai queria que eu seguisse o negócio da família.

Ficou sentada ao lado do rapaz.

-O que exatamente é o negócio da família?

-Possuímos uma construtora. Uma empresa privada nós contrata para fazer seu projeto, arquitetos e pedreiros, oferecemos toda a mão de obra.

-Entendi, é mais simples do que pensei.

-E o que você pensou?

-Tráfico de drogas. Sua frase arrancou risadas do vampiro.

-Você tem uma mente muito diferente para uma criança de onze anos.

Ela abriu a boca para falar, contudo ficou sem palavras. Ficou por um segundo pensando nos olhos do rapaz, um adulto que a olhava de forma diferente, não tinha malícia e talvez uma certa doçura. Era curioso para si, então abriu a boca com uma pergunta na ponta da língua.

-Por que me olha assim? Desse jeito estranho.

-Que jeito?

-Me diz você, você é o adulto bem velho e sábio.

-Ora, você é bem insolente.

-Você é bem insolente. Imitou com uma voz mais grossa.

-Moleca.

Se levantou para ir embora, puxou a maçaneta e abriu a porta.

-Obrigada Jeongguk.

-Pelo o que?

-Por ter vindo aqui.

-De nada Noelle.

Todo tempo que passava com ela, sentia que tinha seus doze anos novamente. Uma simplicidade e inocência que não sentia há muito tempo, que se perdeu no passar dos anos e com o preço da sua imortalidade, culpa, ressentimentos, sofrimento, por tudo aquilo que vivenciou. Nada disso existia quando a via.

 

[…]


 

Todos se reuniram na sala de jantar, a Loup comia o alimento com muito gosto. Parecendo ser extremamente saboroso, trazendo lembranças aos vampiros presentes de como era comer comida humana, até os deixando com vontade.

-Certo Noelle, pelo visto os Volkihar não sabem onde está. Como não tem nenhum documento, vamos falsificar alguns e dizer que foi adotada pela Lin.

-Parece tão fácil.

-Quando tem influência e poder, fica fácil mesmo.

-De qualquer modo, não vai demorar para te matricular na escola perto daqui.

-Então a Lin vai ser a minha mãe, e Jeongguk vai ser meu tio? Olhou para o homem.

-Acho que quase isso.

Pensou que era no mínimo esquisito, mas não questionaria nada, aceitaria as condições em fingir ser adotada. Ter uma vida normal parecia apenas um sonho distante, se esforçaria ao máximo para se acostumar. Depois do jantar voltou para o quarto, quando chegou os dois irmãos já estavam lá dentro, a esperando.

-O que é tudo isso?

-Vamos só conversar.

-Aconteceu alguma coisa?

-Como parte da família é bom entender melhor, já tem alguns dias que está aqui. Lin explicou.

A garota se sentou na cama, a mulher estava sentada na poltrona perto da janela e o homem de pé perto do guarda-roupa. O quarto tinha uma janela muito ampla para a lateral da casa, dava para ver o muro e algumas árvores.

-Percebeu que tem alguns dias que sumimos?

-Sim.

-É para nós alimentar, é bem variado mas optamos por sangue animal.

-Quando sair lá fora, ou for até a cidade. Não pode mencionar o fato óbvio de sermos vampiros, sou apenas uma mãe solteira que quis adotar. Seu sobrenome vai mudar também.

-Para Stekel?

-Isso.

Ela entrou de baixo das cobertas, pronta para dormir.

-Entendi, é bem simples de entender na verdade. Eu não ia sair dizendo as coisas para os outros.

-Viu Jeongguk, ela é inteligente. Não sei porque acha que a menina é boba igual você nessa idade.

-Eu não era bobo.

-Era sim.

-E quantos séculos faz isso?

-Muitos NoelleLin deu risada e acendeu um cigarro – Eu vou na sala assistir televisão.

-Espera tem televisão aqui? Qual sala?

-Do quarto andar.

-Eu posso ter uma no meu quarto?

-Não. A mais velha negou.

-E um computador?

-Pede pro Jeongguk, tudo que você pedir ele te dá. Eu não sou tão mole.

-Sério? Um computador seria legal.

-Não escuta a Lin.

-Por favorzinho, seja bonzinho comigo. Olhou triste e fez manha para pedir.

-Tá bom, podemos ver amanhã. Se deu por vencido.

-Viu eu disse. Tão molenga, meu irmão nunca muda. Falou saindo do cômodo.

-Cala a boca Marie.

Faceira por ter conseguido o que queria, se cobriu com a coberta até o pescoço. Sorriu convencida, não sabia se o fato dele atender seus pedidos era por causa da maneira que era olhada.

-Amor de irmão isso daí. Posso fazer uma pergunta?

-Pode.

-Quantos anos tinha quando foi transformado?

-Vinte anos.

-Obrigada Jeongguk, vocês estão sendo legais comigo e nem sei porquê. Sou só uma estranha.

-Talvez nem tão estranha assim, boa noite.

Fechou a porta quando saiu, com sua frase enigmática se repetindo na mente da menina.


Notas Finais


Até a próxima 🤙


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