Depois de suspirar incansavelmente enquanto chorava no chão do banheiro resolvo levantar — Me encaro no espelho e vejo minha aparência, eu não aparentava ter a idade que eu tenho, eu parecia mais velha, estava acabada, rugas, olheiras, marcas de expressão... Tudo! — Reviro os olhos ao ver um pequeno retrato colado no espelho onde havia eu e minha mãe, eu era jovem, e acabara de ter formado no fundamental, e aquele com certeza foi o pior dia da minha vida...
"— Mãee! — Corro até a mesma que abre os braços, eu precisava de seu abraço, seu cabelo com cheiro de amêndoas inalava pelo meu nariz. — Eu estou muito feliz ! "
"— Eu sei que está meu amor... — Ela passa a mão em meu cabelo. — Mas a mamãe ira sair um pouco, quando eu voltar conversamos mais, tudo bem? — Assinto e ela sorri se levantando e saindo dali."
Minha mãe estava estanha, ela estava agressiva e mais magra, eu não sabia o que estava acontecendo até ver a porta do seu quarto entreaberta, a minha curiosidade era alta, e eu precisava saber o que estava acontecendo, então iria perguntar a ela o porquê de estar assim comigo.
— M-mãe, eu... — Abro a porta e vejo a mesma jogada no chão com o nariz branco. — MÃE! — Corro até a mesma e a sacudo. mas naquele mesmo instante sou arremessada para trás.
— Você! — Ela aponta para mim tentando se levantar e eu corro tentando a ajudar. — Não encosta em mim, sua nojenta! Seu pai morreu, morreu naquele acidente por sua culpa!
Eu era pequena quando o acidente ocorreu, eu não sabia exatamente o que havia acontecido mas lembrava de alguns flashbacks, e eu sempre me culpei por aquilo, mesmo sendo nova, eu estava triste, mas como eu tinha minha mãe eu sempre fui sorridente, e sempre a obedeci, mas naquela hora eu estava triste, acabada, por que ouvir aquilo de sua boca era como se várias facas fossem aremessadas contra meu peito.
9 anos atrás.
— Mamãe, onde vamos? — Ela me ajeitava no banquinho e colocava o cinto, se dirigindo até o carro, enquanto meu pai fazia um cafúne em minha cabeça e se dirigia para o carro, assim como minha mãe.
— Vamos visitar a vovó! — Ela diz alegre e eu sorrio animada, enquanto terminava o desenho que havia feito, onde estava: eu, papai e mamãe dando as mãos.
— Papai, olha meu desenho! — Estico a mão e coloco o desenho proximo ao seu rosto, mas o vento estava forte, e o desenho acabou tampando sua visão, e em questões de segundos, eu ouvi uma buzina, e um grito.
E então sinto um forte impacto contra mim, o carro rodopiou algumas vezes e parou, estava inclinado para o rio, e se fizemos mais algum movimento brusco, certamente aquilo não iria sustentar o peso.
— Mamãe? Papai? — Falo com lagrima nos olhos e vejo minhas mãos, elas estavam sangrando e o vidro estava quebrado, alguns cacos de vidros haviam se chocado contra minha mão, fazendo cortes profundos.
— A-a-amy... — Minha mãe gemia de dor, ela tentava se soltar e por sorte ela havia conseguido sair dali, ela sai do carro tentando não fazer mais nenhum movimento e vem até a mim abrindo a porta e me abraçando.
Ela me tirou do carro e me colocou no chão, ela parecia sacudir papai, ele não se mexia, por que não se mexia? Eu não sabia. — Mamãe passava as mãos no seus cabelos e suspirava enquanto parecia tirar o celular do bolso e discar para alguém, talvez a ambulância.
— Mamãe? — Ela ergue o olhar para mim, expressando tristeza. — Papai esta dormindo? — Ela assente e então desaba me abraçando apertado, enquanto o barulho de sirene aumentava cada vez mais.
Depois...
— Mas... — Suspiro tentando ajuda-la novamente. Ela erguia o olhar contra mim, e seus olhos estavam dilatados, com um olhar vazio. — Mãe, você é minha única família. — As lágrimas insistiam em cair, mas ela continuava da mesma maneira, com um olhar vázio. — Tudo bem, eu vou pegar água para a senhora — Saio dali correndo e limpo as lágrimas que embaçavam minha vista, vou até a cozinha e encho um copo com água, e subo as escadas novamente. — Ma... — Acabo deixando o copo cair de minha mão se despedaçando ao chão.
Ela estava subindo na cadeira, não sei como ela conseguiu amarrar a corda tão rápido ao ventilador de teto. — Corro até ela, gritando e clamando seu nome, mas ela conseguiu, ela chutou a cadeira, e foi tão rapido, eu vi minha mãe ali morta, na minha frente, com o pescoço quebrado, a minha mãe se matou por minha causa.
Presente
Eu tive uma infância conturbada, mas eu não gosto de me fazer de vítima, e é por isso que ninguem sabe a história do meu passado, eu comecei a trabalhar com 14 anos, eu arrumava a casa, fazia de tudo, tinha dois empregos, para conseguir entrar em Sweet Amoris, as vezes eu me lamentava — Suspiro com a lembrança enquanto me jogava na cama —, mas eu não poderia ficar assim para sempre, então eu evitava entrar no quarto de minha mãe, eu a enterrei, eu enterrei minha própria mãe, por que se descobrissem que eu morava sozinha, eu iria para um orfanato, e saberia que assim que pissase meus pés lá, seria tratada pior que bicho...Então, eu aguentaria sozinha...
— Te amo, mãe — Limpo qualquer vestigio de lágrima e me viro de lado tentando dormir—.
Eu não conseguia ficar parada, eu tentei, mas eu precisava de notícias, precisava de alguma coisa — Pego meu celular pronta para discar o seu número, mas por pura coicidência, ele é mais rapido e em minha tela seu número aparecia, me fazendo atender na mesma hora.
— Alô? Castiel? Conseguiu? — Eram tantas perguntas e eu consegui ouvir um gemido no fudo, um gemido de dor. — Alô? — Eu sabia que ele estava na linha, eu escutava sua respiração.
— Boa tentativa Amy... — Era a voz daquela mulher, ela falava com uma voz debochada, e eu sabia que ela estava sorrindo— Você tem examente 6 horas, 6 horas para chegar aqui, ou eu irei cortar a garganta.... como se chama mesmo? Ah sim, da sua amada filhinha Alice, e de seu namorado Cast... — Eu passava a mão na cabeça e suspirva...O que diabos eu irei fazer? Eu sinto meu sangue ferver, ela irá morrer hoje.
— Pode deixar...Eu terei toda calma e prazer do mundo em te estripar, irei arrebentar cada parte de seus ossos. — Sorrio e pude perceber que minha voz saiu mais assustadora do que eu pensei, mas diferente do que achava, ela ria, ela ria como uma louca.
— Estarei esperando. — Então ela desliga.
Você tem que matar todos Amy... -A voz sussurrava em minha mente, mas eu não poderia matar novamente, não poderia ficar possesa novamente. — Você sabe o que é certo Amy? Você tem que mata-los, lembra de como era? Quando era apenas nós. — Coloco a mão na cabeça e me agacho, mas eu sabia que iria ceder, eu era fraca de mente, e eu sabia que iria fazer, e eu sabia que eu já estava fora de mim, quando um sorriso diábolico surgiu em meus lábios. — Isso Amy, você tem que salvar sua família, mas por que não se diverte antes? Antes da atração principal.
— Eu irei.
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