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História Blood Moon (Marauders Era) - Chapter XXIX


Escrita por: YourEmpress

Notas do Autor


Olá, terráqueos! Demorei a postar um capítulo eu sei, mas o começo foi bem difícil de ser feito, por isso a demora. Bom, pelo menos eu cheguei antes do meio do mês. Antes de falar mais, gostaria de agradecer por tudo. Vocês são maravilhosos!
O ponto de vista do capítulo é do Sirius, ou seja, perceberão uma diferença. Considerei ele como um capítulo triste, mas necessário.
> Gif que achei que mais se adequava ao capítulo <
Espero que gostem. Feliz ano novo! (Apesar de já ser dia 7).
E, se puderem, passem na área de comentários. Não irei obrigar vocês, mas seria muito! Vocês talvez não tenham ideia, mas é muito bom ver uma notificação que alguém comentou (ou favoritou).
Até as notas finais.
Boa leitura.

Capítulo 30 - Chapter XXIX


Fanfic / Fanfiction Blood Moon (Marauders Era) - Chapter XXIX

Tudo é solidão. O silêncio impera. Ele não consegue soltar um grito. Está mais sozinho que nunca. Suas mãos tremem e sangram. Não muito longe dele, vários corpos, desacordados ou mortos, amigos ou inimigos, jazem.

Sirius estava gelatinoso de cansaço. Gelatinoso era a palavra certa. Ela apareceu espontaneamente em sua cabeça. Seu corpo não apenas tinha a debilidade da gelatina, como sua translucidez. Sentia que se erguesse a mão, poderia ver a luz através dela. Todo o sangue e toda a linfa haviam sido drenados de seu corpo por um imenso excesso de trabalho, deixando apenas uma frágil estrutura de nervos, ossos e pele. Todas as sensações pareciam ampliadas. O terno lhe roçava os ombros, o chão lhe fazia cócegas nos pés. Mesmo o esforço de abrir e fechar a mão fazia suas juntas rangerem.

O corpo à sua frente tem os olhos fechados, ao contrário de alguns. Parece que imergira em um sono profundo, aquele que nos faz recobrar todas as energias, se não mais do que isso. Sirius, entretanto, nunca desejou que o homem estivesse apenas dormindo, que tudo tivesse sido apenas um mal-entendido. Nunca desejou que Orion abrisse os olhos, franzisse a testa e dissesse que ele perdeu horas nisso, ao invés de fazer algo produtivo.

Lágrimas correm quentes pelo seu rosto, contínuas e em grande quantidade, molhando o rosto de seu pai. Ele sabia que teria que parar de chorar, mas o conforto que elas o traziam era incomparável. Não tinha ninguém ao seu lado naquele momento, então decidiu lidar com o luto como pode.

Depois de mais alguns minutos nisso, decidiu fazer algo. O luto teria que, infelizmente, ser esquecido por um tempo. Ele deveria naquele momento agir como seu pai ensinou: tomar decisões com a mente fria e proteger todo mundo. Se ele não agisse logo, no futuro poderia haver consequências. E ele já tinha ficado parado por tempo suficiente, era hora de entrar em ação novamente.

Lentamente, levantou-se. Apertou forte a varinha na mão, como se ela pudesse trazer segurança. Mesmo se não o fizesse, teria que procurar ou criar um meio de alcança-la. Depois do ataque, ninguém estava a salvo. E, como filho primogênito de Orion Black, era sua responsabilidade proteger todos; portanto, não deveria falhar. Se o fizesse, estaria falhando com seu pai.

Ignorou a dor que o infligia. Seu irmão, cunhada, sogra e noiva precisavam dele. E ele não poderia falhar com seus deveres.

Analisou o lugar. Estava um pouco distante da Mansão, mas não tanto. Podia até ver o salão totalmente destruído. Nem o lustre fora poupado. Descartou, imediatamente, a hipótese de sua família ter se afugentado na Mansão. Seria idiotice, afinal, poderiam acabar caindo numa armadilha.

O que restava, então, era a clareira que se localizava a cinquenta metros dali. Sirius conhecia bem o caminho, já que era para lá que ia quando precisava de um descanso. Sentava-se e se sentia abraçado pelas inúmeras árvores que o cercavam. E, se isso não bastasse, se andasse para o oeste, encontraria uma cachoeira. Foram, na verdade, descobertos pelos dois irmãos; e, como Sirius sabia que Regulus optaria por um lugar que conhecia, escolheria a cachoeira.

Pensou em sua noiva. Será que ela, com um bebê crescendo dentro de si, estaria bem? Reprimiu o desejo de apenas querer saber de seu filho, não de sua futura noiva. Se seu pai havia achado uma mulher quem amou profundamente através desse modo de casamento, ele poderia encontrar também. Tentava repetir isso em sua cabeça, porque não conseguia acreditar. Para ele, amor acontecia nos momentos mais inconvenientes; e isso, definitivamente, não acontecera com ele e Marlene.

Respirou tão fundo que seus pulmões, devido ao cansaço, pareceram estarem queimando. Apesar de tudo, encontrava-se contente por ainda sentir seus músculos intercostais se contraírem e se relaxarem. A mão que segurava a varinha, essa iluminando o caminho à sua frente, ainda respondia aos seus comandos. Ele estava vivo; e seu corpo confirmava isso.

Parou de andar. Vira um vulto com cabelos negros e olhos claros, o que fez com que seu coração parasse. Seria Regulus, seu irmão mais novo? Ou apenas uma ilusão? Fosse o que fosse, Sirius queria logo descobrir quem havia sobrevivido.

Duas faíscas iluminaram o breu que era o céu. Uma era azul, enquanto a outra era vermelha. Um sorriso rasgou o rosto de Sirius. Ele girou a varinha na mão e começou a correr. Sua família o esperava.

Sirius se sentia, definitivamente, vivo. Adrenalina corria pelo seu corpo, e parecia que sua energia tinha sido completamente reabastecida. O caminho até a cachoeira parecia claro como sempre fora; a sede e fome já não mais o acompanhavam.

— Sirius! — uma voz, não muito longe dele, foi ouvida. O Black mal notara o quanto correra, mesmo que o cansaço tenha batido à sua porta.

Levantou a varinha, procurando a fonte. No entanto, deixou-a cair ao sentir dois braços o envolvendo num abraço sufocante. Sentiu a casa torácica de sua noiva sendo prensada contra a sua. Quando apontou a varinha para as roupas de Marlene, quase dera um grito: estavam encharcadas de sangue.

Olhou-a com olhos arregalados, na tentativa de processar o que estava acontecendo.

— Marlene... — piscou os olhos algumas vezes. — O bebê...você perdeu o bebê?

Seus olhos desviaram dos de Sirius. Marlene apertou uma mão contra a outra.

— Eu...perdi o bebê — Fez carinho na própria barriga.

— Sirius? — Walburga entrou em seu campo de visão. Sirius nunca tinha ficado tão feliz em ver a própria madrasta, que até lhe dera um sorriso de alívio. — Graças a Merlin está bem.

— Só um pouco cansado mesmo — Foi o que conseguiu responder. O jeito como sua madrasta o tratara ainda era um enigma. Seu rosto estava com preocupação, mas não era com Sirius que ela estava preocupada. Obviamente.

— Seu pai... — olhou por cima do ombro do Black, como se achasse que Orion fosse aparecer também, como se ele tivesse sido apenas retardado pela idade. — Orion, ele está vindo?

Sirius olhou por alguns segundos nos olhos de sua madrasta, que estavam cheios de ânimo. Sabia que seria doloroso, assim como foi para ele, mas teria que contar.

— Ele está morto — Então, avistou Regulus e Lyra entrando em seu campo de visão. Pela cara da moça, ela havia escutado. Apesar de não ter muito afeto por Orion, Sirius conseguia ver que ela se encontrava abalada. — Mataram-no.

— Não, você está mentindo — Walburga respondeu, esperando que o enteado desse uma risada e confirmasse sua conjectura. No entanto, Sirius manteve a expressão séria, os olhos secos demais para conseguir derramar uma lágrima. — Não...não...Orion não pode estar morto.

Só vi seu corpo morto. Não escutei sua última palavra, muito menos vi seus olhos perdendo a vida. Apesar que eu queria ter estado com meu pai em seus últimos momentos, a dor seria maior, pensou Sirius.

Foi então que, em um gesto carinhoso, o Black mais velho envolveu a mulher nos braços. Sirius deixou-lhe molhar seu ombro, enquanto encarava Regulus, que lutava contra as lágrimas. Marlene, enquanto isso, falava o quão Orion foi bom e como aquilo tudo era injusto.

— Você sabe como ele foi morto? — Regulus perguntou após muito tempo, com a voz ainda embriagada.

— Provavelmente nas mãos de algum Rosier — falou, logo após cuspindo no chão. — Só não sei como.

— Não tenho muita certeza — Foi a vez de Lyra se pronunciar —, mas acho que eles tenham usado magia negra.

— Ah, não duvido — Walburga concordou, secando as lágrimas com um pedaço de pano. Como se nunca tivesse chorado, continuou: — Eles já foram residentes de Azkaban por muitos anos, não me surpreenderia se eles tivessem usado magia negra. Aqueles ratos imundos!

Sirius olhou para a cunhada à procura de algo que denunciasse seu desconforto com o que Walburga havia dito. No entanto, a moça apenas olhava para a mais velha com um sorriso triste. Lyra não tinha argumentos, sabia que os Rosier não eram melhores que os Black.

— Não sei se é prudente ficarmos parados, assim — Lyra disse, cruzando os braços sobre o peito. Era a menos afetada entre o grupo, portanto a mais sensata. Percebeu, então, o olhar de todos sobre si, mas continuou: — Quer dizer, o ataque acabou, não? — Ninguém respondeu. — Não podemos ficar de braços cruzados. Merlin não vai aparecer e nos ajudar. — Todos balançaram a cabeça, concordando. — Walburga, faça alguma coisa. Lembra-se daquela vez que tentou me assustar? Lembra-se daquela chama em teus olhos? Por que não a tem agora?

— Sua idiota! — Marlene replicou, como se o que Lyra tivesse dito fosse estúpido demais da conta. — Está maluca? Ela acabou de perder o marido! Não percebeu isso?

— E daí? — a loira estreitou os olhos, em desafio. — Quando o rei morre, é a rainha quem deve assumir as coisas. Não aprendeu isso?

— Você está sendo insensível, Lyra — Regulus falou calmamente, mantendo-se neutro na situação.

— Regulus, tente me entender — olhou para o noivo. — Eu sei que é muita dor para segurar, mas não podemos deixar isso nos abalar. É o que querem!

— Ela tem razão — Walburga concordou, fazendo com que todos ficassem assustados. Duas vezes em um dia só? Era muita coisa para até Lyra processar. — Eu tenho que segurar as pontas.

— Não, Walburga, deixe isso comigo — Sirius falou firmemente. — Não que eu duvide de sua capacidade, longe disso, sei como é uma mulher forte, mas meu pai me preparou para isso.

— Você vai precisar de ajuda — Marlene sorriu determinada. — Estou ao seu dispor.

Estamos ao seu dispor — Regulus corrigiu, olhando sério para o irmão. — Sirius, tem meu apoio.

O mais velho balançou a cabeça levemente, um sorriso crescendo no seu rosto.

— Tudo certo, então.

— Precisará da varinha do seu pai — Walburga lembrou-o antes de irem. — Está com ela?

— Não — bateu com a palma da mão na testa. — Estava muito preocupado com vocês, então nem pensei nisso.
Regulus deu um longo suspiro.

— De qualquer forma, conseguiremos recuperar, caso alguém a tenha pego — As palavras eram mais ditas para si próprio do que para os outros, Sirius podia observar. Seus olhos estavam da cor de tempestade. Mesmo sem saber ler mentes, Sirius tinha convicção que acontecia um caos dentro de seu irmão mais novo.

— É, nós conseguiremos — Lyra abriu um sorriso amarelo, tentando animar o noivo. Sirius se juntou a ela. — Mas e os elfos? — perguntou depois de um tempo.

Walburga riu, seca.

— Eles estão, com certeza, melhor do que nós. Não se preocupe com isso, querida.

— Enfim, como chegaram à cachoeira? — Sirius perguntou, enquanto caminhavam de volta à Mansão. Sentiu-se chateado por não ter parado e apreciado melhor, apesar de já estar escuro. Decidiu que passaria naquele lugar só para dar-lhe seu devido enaltecimento.

— Walburga nos achou — Marlene disse —, e Regulus teve a ideia de irmos para aquele lugar.

Sirius deu um sorriso ao irmão.

— Ele sabia que eu encontraria vocês. Aquele lugar costumava ser nosso favorito.

— Parece ser mesmo bonito — Lyra comentou, esfregando as mãos nos braços, espantando o frio. Sirius segurou-se para não ajudá-la, pois não tinha como. Entretanto, para seu alívio, seu irmão mais novo cedeu o que restava de seu termo para a moça.

— E é — o Black mais velho concordou. — A água é cristalina, e, quando temos a chance, o que não é muito raro, podemos desfrutar da imagem de um lindo arco-íris. — No inverno, no entanto, pensou ele, o lugar se torna mais misterioso ainda, as águas se congelam, tornando-se parecidas com um grande cobertor alvo.

— Deve ser um lugar bonito para passar uma tarde — Lyra disse, com olhar distante, talvez pensando em como seria essa tarde. Sirius permitiu-se a dar um pequeno sorriso. A inocência da moça intensamente o encantava.

— Quando tudo estiver consertado, será de imenso agrado levarmos todas vocês para verem a magia do lugar — Regulus disse, dando o assunto por encerrado. — Agora, no entanto, não devemos desviar de nosso trabalho.

Toujours Pur – todos disseram em uníssono. Sirius tinha um sorriso falso no rosto, na tentativa de afastar as lágrimas do rosto. A crença na linhagem pura foi um fator que culminou naquilo tudo, e ele questionou, naquela hora, o que seu pai o ensinara. 


Notas Finais


Ah, escrevi, não faz muito tempo, uma drabble drapple. Se quiserem lê-la, eis o link: https://www.spiritfanfiction.com/historia/they-dont-know-about-us-drapple-11195672

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Obrigada por ter chegado até aqui.
Até mais!


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