História Blood sweat and tears - Cap 08- uma recaida

Esse capítulo contém senas fortes espero que gostem 💕

Quando acordei, olhei no celular e vi que já era meio dia, olhei em volta e dei de cara com Jungkook que dormia esparramado na cadeira da escrivaninha. Ele realmente dormiu na quela cadeira dura e desconfortável por mim?

-Jungkook - disse cm a voz um pouco fraca, devido ainda estar com sono - Jungkook acordar já é meio dia.

Ele coça o nariz e volta a dormir resmungando o meu nome, fico um pouco confusa ele tava sonhando com migo?

- Kook, acorde - disse de forma manhosa, e dei um tapa de leve em seu braço - acorde.

Ele finalmente abriu os olhos ainda sonolento, colocou as mãos nas costas fazendo cara de dor, devido a cadeira.

- Você realmente dormiu aí

- Sim, não queria te deixar sozinha - disse com a voz um pouco rouca - depois de ver o seu estado ontem.

Sentei-me na cama envergonhada da minha atitude no dia anterior. Não queria que ele tivesse presenciado, me sinto pré potente, e fraca quando choro, eu realmente me proíbo de chorar na frente de outras pessoas.

- Não precisava fazer isso - disse de forma calma, coçando os olhos pois estava doendo, provavelmente por eu ter chorado enquanto dormia.

- É oque fazem os amigos - disse se levantando.

- Oh - deixei escapar involuntariamente - obrigada.

Ele sorriu em resposta, e foi para o quarto dele que era em frente ao meu. Desci após tomar um banho rápido. Dei de cara com Yang-mi que pulou em meus braços, começei a brincar um pouco com ela ainda eu meu colo, quando escultei a risada da tia Jennie vinda da cozinha, ela tinha um brilho em seus olhos como de uma verdadeira mãe. Jungkook estava com ela porém concentrado de mais em seu almoço, nem se importou com a nossa presença.

- Bom dia Chany, você dormiu bastante depois da festa, se divertiu? - disse pegando Yang-mi em seu braço e a colocando na cadeira.

- É, foi uma festa... Hum... - vi Jungkook olhar rapidamente para mim - digamos... Cheia de surpresas.

Jungkook pareceu se engasgar momentaneamente do outro lado da mesa, fazendo todos voltarem a atenção para ele.

- Jeon, tenha modos na mesa - tia Jennie o repreendeu de forma autoritária. Confesso que fiquei com vontade de rir na hora.

- Desculpa - disse Kook tentando desfarssa a sua vontade de me fuzilar, ao perceber minha vontade de rir.

Me sentei junto a mesa, servindo em seguida, percebi que constantemente Jungkook me encarava com um olhar de "precisamos conversar" provavelmente queria respostas do poque de eu ter me desesperado de tal forma no dia anterior. Tia Jennie olhava diversas vezes para a janela, as vezes deixando escapar pequenos sorriso, Jungkook também percebeu sua ansiedade e junto as sobrancelhas.

- Algum problema, mãe?

- Oque? Ah não, está tudo bem - disse um pouco corada, logo notei oque estava acontecendo e dei um pequeno sorriso malicioso.

- Mamãe tá de namorado novo! - Yang-mi gritou empolgada com a ideia.

- Yang - tia Jennie a repreendeu ficando ainda mais corada - você me entregou era pra ser um segredo.

Jungkook fez uma careta azeda, muito engraçada não pude conter o riso, cruzou os braços e encostou-se na cadeira de forma autoritária.

- Ah, quando vc pretendia me contar dona Jennie? - disse não contendo um pequeno sorriso.

- Eu iria te contar em breve, é que ainda não tinha tido a oportunidade - disse ainda corada - o Shownu é legal.

- Shownu, certo? Esperarei ancioso para conhecer-lo - disse ainda sorrindo.

Soltei uma pequena risada voltando a comer, talvez não fosse tão ruim quanto pensei que seria passar um ano aqui.

Quando acabei, subi para o meu quarto, na tentativa de fazer um trabalho que por um acaso estava difícil, e pra ajudar tinha pouco tempo para acabar é aí que a gente nota o quanto tem sorte nossa vida. Já estava pegando o jeito quando esculto alguém bater na porta.

- Entra - disse ainda focada nos livros a minha frente.

Jungkook colocou primeiro a cabeça depois entrou de vez, fechei o livro para dar atenção a ele, que se sentou na minha cama e me encarou por um tempo.

- Então... - Disse parecendo não saber ao certo oque veio fazer aqui ou como começaria a falar - eles gostaram muito de você, te acharam realmente legal, os meus amigos, digo.

Concordei dizendo que também havia gostado muito deles, sabendo aonde ele queria chegar com aquele assunto, não demorou muito para me perguntar oque tanto queria saber.

- Você vai me falar o porquê de ter ficado naquele estado ontem?

Suspirei um pouco nervosa com a situação, de repente o quarto se tornou frio e tenso. Fechei os olhos não querendo me lembrar das imagens que insistiam em aparecer em minha memória. Abri os olhos criando forças para contar oque tinha acontecido naquela ocasião.

- Eu nunca tive amigos, mas ele sempre foi uma excessão, o Kisu sempre foi uma excessão em tudo. Eu tinha 13 anos na época era tão ingênua, sempre foi nois dois juntos contra o mundo - minha voz começou a ficar trêmula e já sentia meus olhos se encherem de lágrimas, mas tentei ao máximo manter-me estável - Kisu as vezes agia de forma agressiva, mas não me importava afinal ele era meu amigo, nunca me machucaria, mas então eu percebi que oque eu sentia era... Eu percebi que... Eu gostava dele, mas não como gostar de um amigo, eu percebi que estava... Eu estava apaixonada por ele. Mas quando finalmente decide contar pra ele oque sentia - levei as mãos ao rosto tentando conter as lágrimas. Jungkook escutava cada palavra com atenção - eu o encontrei... Em um beco junto com mais dois caras, que o empurraram na parede e começaram a atirar nele... Eu não fiz nada... Apenas observei eles fugirem e deixando Kisu semi morto no chão - nesse momento as lágrimas já desciam descontroladas sobre meu rosto - eu nunca pude dizer a ele o quanto era importante para mim... Eu não o ajudei quando ele precisou de mim... Eu apenas o observei cair lentamente na minha frente.

Ouvi Jungkook arqueja. O encarei com lágrimas nos olhos engolindo em seco antes continuar:

- Ele olho pra mim antes de começarem a atirar. Eu me lembro de correr em sua direção e gritar em uma tentativa inútil de acorda-lo, o desespero tomou conta de mim senti falta de ar, mais não parei de pedir que me perdoa-se, eu não parei de abraça-lo esperando que retribui-se, mas ele nunca retribuiu. Antes disso tudo acontece ele havia dito que me amava e que eu deveria tentar ser feliz com outra pessoa porque... Porque eu merecia alguém melhor - flashbacks invadiram meu campo de visão impedindo-me de enchegar algo que não fosse aquela senas traumatizantes - ele tinha morrido na minha frente, em meus braços. Ah única coisa que queria era estar ao seu lado mais ele... Ele já tinha - não conseguia terminar aquela frase, simplesmente não conseguia - eu corri, corri até as minhas pernas doerem, minha roupa estava encharcada de sangue - olhei para a minha camiseta lembrando a sensação de ter seu sangue escorrendo pela minha pele - Depois do enterro dele... Eu achei uma carta em minha mochila... Uma carta que dizia que ele não aguentava mais sofrer pelos pais, ele na aguentava mais apanhar por ser o problemático da escola, ele não aguentava mais ter de ser um ladrão para poder estar vivo, ele aguentava mais viver, ele sempre agia estranho pela manhã, como se tivesse apanhado a noite inteira, só não sabia que era isso que acontecia de verdade ele apanhava ele era estrupado, constantemente ele recebia mensagens horríveis na internet, eu sabia disso, mas pensei que ele não ligava já que fazia tão pouco quando eu estava por perto. Eu deveria ter o ajudado, eu deveria ser seu porto seguro, eu era a melhor amiga dele e não fiz nada... nada. Eu fiquei sozinha durante anos, sofri muito por não o ter por perto, eu ainda sinto a falta dele.

- Ah, Chany... - Jungkook tentou dizer algo.

Vi algumas lágrimas se acumularem em seus olhos antes dele me puxar para um abraço com força. Eu chorei em seus ombros tudo oque tinha chorado durante anos, ele passava a mão por entre os meus cabelos como se dissesse que "estava tudo bem, que ficaria tudo bem, que ele estava com migo". Mas lá no fundo eu sabia que não estava tudo bem que a qualquer momento eu poderia ter uma recaída, como acontecia de vez enquando, eu não me orgulhava do que acontecia, mas era inevitável eu não tinha controle das minhas ações quando acontecia.

Jungkook ficou com migo até eu me acalmar, oque demorou um tempo, já estava escuro quando acordo derrepente de um pesadelo que estava tendo. Eu me sentia sufocada, levantei me apoiando na escrivaninha, toquei em algo quadrado e o puxei, era uma caixinha que sempre escondia. Foi então que tudo piorou o desespero cresceu em meu estomago, abri a mesma e tirei uma lâmina afiada. Cambaleei até o banheiro, deixando-a cair na pia. Xinguei um pouco e liguei a torneira da banheira que começou a encher rapidamente. Encarei a minha velha inimiga a muitos anos. Minha mão involuntariamente se estendeu, pegando-a. Arfei quando a lamina encontrou minha pele fazendo um corte no meu pulso que já havia diversas cicatrizes, logo um fio vermelho de sangue escorre pingando algumas gotas no chão, se sucedendo por várias . Arranquei minhas roupas ficando apenas com minhas peças intimas, entrei na água que estava extremamente gelada. Afundei minha cabeça na água, vendo a mesma ficar avermelhada. Voltei a superfície com lágrimas no rosto que escorriam junto com a água que escorriam do meus cabelos. Eu prometi aos meus pais que não faria isso, mas eu... Eu fui fraca e não compro a promessa, minha mãe ficaria muito decepcionada. Eu sou um monstro, eu me odeio.

- Chanyeol? - ouvi Jungkook me chamar do quarto. Prendi a respiração - porque tem gotas de sangue aqui? Você está bem?

- Estou - disse tentando parecer o mais bem possível.

- E por que tem água saindo da porta? - Bateu na porta. Pensei um pouco em minha resposta.

- Eu esqueci a torneira ligada - menti, não queria que Jungkook visse esse meu lado depressivo. Ele merecia algo melhor.

- O.k, se precisar de algo é só me chamar.

O ouvi murmurar algo e então a porta do quarto se fechar. Respirei aliviada. Depois de um tempo meus pulsos pararam de sangrar, então decidi trocar de roupa e voltar a dormir, depois me preocuparia com a bagunça que fiz no banheiro. Antes de ir dormir tranquei a porta do quarto, ou pelo menos pensei ter trancado.